Cap 10 – Memórias

(Visão de Yami 5 anos atrás)

Os primeiros raios de sol chegavam pela minha janela enquanto abria os olhos lentamente, sinceramente não sei o por que deixei a janela aberta quando fui dormir, a coisa que eu mais odeio é acordar cedo, e ter uma janela virada para o leste não ajuda nestas horas. Me levantei com as mesma dificuldade com a qual abri os olhos, ou seja, muita.

Após me levantar fui até a cozinha para fazer meu café, mas quando cheguei lá um copo de leite e duas torradas já estavam postos na extremidade da mesa e na outra extremidade estava minha irmãzinha, Alice, comendo exatamente a mesma coisa que havia no meu prato, e quando ela me viu sorriu e me cumprimentou:

- Bom dia Yaminho! Dormiu bem?

- Se eu tivesse dormido bem não estaria de pé agora - Olhei para a comida – Que horas você fez isso?

- Acabei de fazer, eu sei que as torradas que você faz ficam queimadas e o leite que tava na geladeira estava estragado! O que você consegue fazer sem mim?

- Pouca coisa, a mãe sabe que você veio aqui?

- Ela finge não saber, desde que ela te expulsou de casa ela ignora tudo que eu faço com relação a você!

- Velha-gralha!

Minhas memórias quanto a minha antiga casa não são muito agradáveis, fui expulso de lá no ultimo ano quando tentei fazer um pacto com um mana e acabei destruindo boa parte da casa e machucando meu padrasto. Normalmente os manas só fazem pactos com aqueles que são mais fortes que eles em algum requisito que eles próprios determinam, logo é quase impossível realizar um pacto, mas hoje eu tentaria novamente com um mana ainda mais forte que o dá ultima vez, hoje eu lutaria contra o mana das almas.

Me despedi de Alice e fui direto para fora da minha vila, entrei dentro da floresta que a cercava e comecei a andar até chegar nas ruínas de um antigo templo, era um lugar vazio e poucas pessoa iam lá, eu poderia lutar com mais calma lá, e alem disso, tinha esquecido minha espada lá, minha espada é um florete inglês que eu roub.......Peguei emprestado de um mercador que passou pela vila, ela era leve e bem afiada.

Então, depois de pega-la presa a uma árvore, resultado dos meus treinos de esgrima, comecei o encantamento para invocar o mana:

- Chamas que brilham no céu da noite

Atendam meu chamado.

Concedam-me os poderes necessários para realizar meu desejo!

Eu lhe invoco! Mana das almas!!

Quando terminei minha invocação um grande círculo mágico apareceu em baixo de meus pés e começou a diminuir, e quando apenas cobria meu corpo o círculo se moveu para minha frente e de dentro dele começou a sair um homem de estatura alta utilizando uma malha de ferro e segurava uma Katana negra enorme em suas mãos, e após sair completamente do círculo ele passou a me encarar e falou num tom zombador:

-Um pirralho me invocou? Moleque não sirvo para brincadeiras!!

- Estou sério, te invoquei para me tornar um lutador mais forte!

- Quantos anos você tem pirralho? E porque quer lutar tanto assim?

- Tenho 13 anos agora, e quero lutar para seguir os passos de meu pai e me tronar um grande general do exército!

O mana começou a rir freneticamente até o ponto em que El começou a chorar de tanto dar risadas, sinceramente não entendia a graça, normalmente os manas não julgavam se invocadores pela idade ou objetivo.

- Moleque, vou aceitar você no meu desafio! Mas se você não passar não garanto sua vida!

- Estou pronto para isso!

- É o seguinte, eu vou possuir seu corpo, e se sua alma for forte o suficiente para me segurar por dois minutos você passou, simples não?

Concordei fazendo um gesto com a cabeça e antes que eu pudesse me preparar o Mana assumiu a forma de uma chama prateada e entrou dentro de meu corpo pela minha barriga, sinceramente não sei o que aconteceu, mas quase que instantaneamente perdi todo o controle do meu corpo, não conseguia mais mover minhas pernas ou meus braços, até que eu comecei a ouvir a voz do mana dentro da minha cabeça.

-*Meu deus! Como você é fraco!! Não durou nem um segundo que fosse!! Acho que como punição vou brincar um pouco na sua vila!*

Tentei falar alguma coisa, mas nem mentalmente conseguia soltar minha voz, aquele maldito apenas estava brincando comigo!! Ele sabia que isso iria acontecer!!

A cena de quando chegamos à cidade era horrenda, o maldito usava minha espada e meu corpo para matar todos aqueles que eu conhecia e amava!! Fiquei até um pouco triste quando ele matou a velha-gralha, mas depois de umas duas horas de matança usando meu corpo chegamos a ultima casa, a minha e do lado de fora estava a única pessoa que eu não podia deixar ele ver, a única que eu não queria que me visse daquele jeito, minha irmã Alice.

Porem quando meu corpo de movimentou na direção de Alice para matá-la eu consegui, quase que por milagre pará-lo,e mais, consegui falar com ele.

-* Você não vai encostar um dedo nela!! Nem que morra por isso!!*

-*Ei, ei, O que você quer dizer?*

- *Eu sei como matar um mana, é apenas matar o corpo que ele está pussuindo*

-*EI!! VOCE QUER SE MATAR TAMBEM?!?!*  

 -* ´Não vou deixar você fugir!!*

Nesse instante comecei a mover meus braços, virei a espada na direção de meu corpo e sem pensar duas vezes perfurei meu próprio coração.Nesse instante minha visão começou a ficar opaca, só conseguia ver Alice chorando, até que vi uma mulher se aproximando dela, ela segurava um cetro e tinha longos cabelos negros e falava com uma voz angelical, que por sorte eu ainda conseguia ouvir.

- Você quer salva-lo?

Alice afirmava com a cabeça.

-Não importa como?

Novamente afirmou com a cabeça.

- Então tudo bem.

A mulher fez um gesto rápido com o cetro e diversas pétalas negra começaram a cobrir Alice. Tudo o que eu queria fazer agora era gritar para ela parar, mas minha voz não saia, então, após poucos segundos as pétalas saíram do corpo de Alice, mas agora havia algumas coisas diferentes, seu cabelo estava roxo e seus olhos também, e então, consegui ouvir a voz dá mulher novamente.

- Em meu nome, Elizabeth, a Mana da vida, eu a nomeio agora Night! A mana das trevas!

(Visão de Mathius 7 anos atrás) ‘Nota do autor -> Quando aparecer () quer dizer que são pensamentos do Mathius do presente.

Eu estava dormindo tranquilamente em miha cama quando comecei a ouvir uma voz irritante em meu ouvido me pedindo para acordar.

- Mat, acorda seu lazarento!!

Ignorei-a, grave erro de minha parte, eu me senti sendo enrolado pelas cobertas que eu estava usando e então percebi que eu estava sendo carregado nas costas como uma sacola. São coisas como está que me fazem odiar o meu irmão (Só por isso eu odiava ele?), ele me trata mal, me usa como saco de pancadas e não liga pra nada que eu digo, quando eu virar um mago de combate vou acabar com esse encantador de merda!

Logo depois de uns 5 minutos fui “depositado” na sala de estar, acho que era hora do café da manhã, me sentei para comer, na mesa estavam eu, meu irmão e meu avô, fizemos nossas orações e comemos, então começamos a conversar, foi meu avô quem puxou o assunto:

- Mas então Mathius? Como vai seu treino?

- Vai bem-Falei com um sorriso- Ontem eu aprendi umas 5 técnicas diferentes!- Falei com orgulho.

- Mas só aprendeu o nome, usar que é bom não conseguiu nenhuma até agora.- Meu irmão falou com um sorriso sínico no rosto.

Meu avô deu risada da situação, e eu obviamente fiquei envergonhado, logo depois que terminamos de comer meu irmão me chamou para treinar com ele no jardim da casa, o que não era normal, mas de qualquer modo aceitei, peguei uma espada de madeira e fui para o jardim, enquanto ele foi sem nada mesmo.

- Mat, você diz que quer ser um “combatente” né?

- Sim! Assim vou te derrotar!

- Vamos testar o que você aprendeu até agora? Se você ganhar eu te pago um lanche onde você quiser! Pode ser até na capital! Mas se você perder vai ter que me pagar um lanche e aprender um encantamento! Então? O que acha?

Concordei com ele, não tinha nada a perder (era o que eu pensava), se eu perde-se a única coisa ruim que poderia acontecer era que eu iria ter que pagar um lanche para ele, aprender um encantamento podia ser difícil, mais seria proveitoso, então, começamos a lutar.

Não vou contar detalhes, mas fui derrotado antes mesmo de conseguir dar um passo.

Fui direto para a biblioteca da vila, podia ser pequena mais tinha um acervo imenso sobre encantamentos, eu iria pegar o mais poderoso e mostrar para aquele inútil que eu conseguia fazer qualquer encantamento!(E consegui)

Fiquei procurando por horas algum encantamento na minha Língua, e depois de quase um dia inteiro encontrei, mas não estava num livro, era uma folha rasgada que estava próxima a a uma estante, ela estava caindo para fora e a apanhei, o nome do encantamento era   “Yggdrasil “(Um nome que me assombraria)

Simplesmente precisava desenhar um círculo com o símbolo de uma árvore do chão e jogar um pouco de sangue antes de pronunciar o encantamento, e assim o fiz.

-  Eu trago a vida e a morte;Sou o começo e o fim;Torturo aqueles que me odeiam e agrado aos que me louvam; sou aquilo que tem vivido com os mortais desde o princípio; Não sou deus ou o diabo; Sou um ser vivo mas não me mexo, apenas observo; Que meus frutos tragam-lhe harmonia na troca por ódio; Eu sou.............. A árvore de Yaggdrasil

                                                                          (É o fim)

Um grande terremoto começou e diversas faíscas de energia começaram a sair do chão e então do lugar onde eu estava parado algo parecido com ramos de árvore começaram a sair do chão, então fiquei amedrontado e fugi para fora da biblioteca, apenas para encontrar com meu irmão do lado de fora me olhando com um olhar desesperado, e então me pegou pelos ombros e começou a gritar:

- Como você conseguiu?!?! Cancele isso agora!!!!

Foi só então que eu percebi, quando eu olhei para trás não eram mais apenas ramos de árvore que podiam ser vistos agora era possível ver uma arvore imensurável com diversos frutos em seus ramos, e então apenas senti meu irmão me abraçando e me colocando dentro de uma barreira, enquanto ele ficou de fora, e logo depois, num piscar de olhos, tudo desapareceu, as casas as pessoas e meu irmão, tudo havia sumido, inclusive a árvore.

Me levantei quando achei que já estava seguro, fui até onde seria minha casa, e no terreno eu conseguia ver apenas uma coisa: A espada de meu avô. E junto a ela, havia um bilhete:

-“ Se esforce”

E então, dormi abraçando aquela espada e com uma dor em meu olho direito.