Sonhos Roubados escrita por Kátia


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Tan tan tan taaaan.



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Permaneci em silêncio.

Ele também não se manifestou novamente.

O silêncio não era desconfortável.

Colin chegou com duas xícaras de chá. Ele entregou uma para mim e ofereceu a outra para Evan que aceitou.

Silêncio novamente.

Ouvimos som de passos na escada e logo Jim estava na porta do meu quarto.

- Pensei que talvez... – Ele disse olhando diretamente para mim.

- Eu sei. – Falei assentindo.

- Ah, desculpe. Oi Colin e Oi amigo da Jess. – Ele disse balançando a cabeça.

- Evan. – Falei.

- Oi, Evan. – Ele disse sorrindo. – Vejo que Colin fez seu maravilhoso chá. Será que sobrou para mim? – Ele se questionou.

- Sinto muito, amigão. Esgotamos. – Colin disse sorrindo. – Mas posso fazer mais se você me emprestar aquela sua coleção dos Beatles. – Sugeriu Colin.

- A coleção toda não.

Colin levantou e junto com Jim foram descendo as escadas, fazendo piadinhas um com o outro.

- Me diga uma coisa. – Evan falou tímido.

- Sim?

- Colin e você são o que exatamente? – Falou ele, mudando de assunto. O que me deixou feliz. Espero que ele não se lembre do que aconteceu hoje.

A pergunta me fez rir. Ele me olhou confuso.

- O que é tão engraçado? – Ele perguntou curioso.

- Colin não é meu namorado, se é isso que você quer saber. – Falei ainda rindo.

- Não foi isso que eu perguntei.

- Não há uma resposta clara o suficiente para sua pergunta. – Falei pensativa. Colin não era só um amigo. Ele também não era só um irmão. Não acho que haja uma definição para o que seja isso. Essa coisa que eu e Colin possuímos.

- Vocês parecem bem íntimos.

- E somos, de uma maneira inusitada. Mas porque você está falando essas coisas? – Perguntei erguendo as sobrancelhas.

- Só queria saber. Caso soubesse de alguém que se interessaria por essas informações. – Falou dando de ombros.

- Fico pensando porque alguém se interessaria por essas informações. – Falei como ele para dar ênfase.

- Talvez se esse alguém estivesse interessado em você, essas informações seriam uteis.

- Bom saber. – Falei querendo que o assunto morresse ali.

- Não vai querer saber quem é o interessado? – Perguntou ele sorrindo.

- Não, obrigada. – Queria finalizar o assunto novamente. Mas ele era insistente.

- Tudo bem. Acho que você vai acabar descobrindo. – Senti uma nota falsa em sua voz.

- Às vezes sou bem lerda. – Avisei o.

- Eu venho percebendo isso.

- Ótimo. – Falei rancorosa.

Fechei a cara por necessidade. Porque não queria mais conversar com Evan. Sentia-me sempre um passo atrás. Isso não estava sendo nada legal.

- O que uma pessoa teria que fazer para você se apaixonar por ela? – Ele perguntou me olhando de um modo estranho.

- Se eu te contar, terei que te matar. – Enfim falei a frase tão foda.

- Imediatamente? – Ele desafiou.

- Claro. – Revirei os olhos.

Ele se levantou e andou pelo meu quarto, olhando cada detalhe. A escrivaninha estava lotada de livros, rabiscos e desenhos. Ele pegou um desenho e observou por um longo momento. Soltou o desenho e olhou para a parede repleta de fotos e cartões postais de locais que eu gostaria de visitar.

- Você é uma garota que gosta de ler fantasias, que provavelmente vive mais nos livros do que na vida real, por isso você tem tão poucos amigos. Você gosta de desenhar seus personagens favoritos e de imaginar como eles estão vivendo depois do “Felizes para sempre”. Você é doce. Só não demonstra isso. – Disse ele com um sorriso no rosto, provavelmente orgulhoso de si mesmo.

- Mais alguma coisa, Senhor Óbvio? – Eu adorava mesmo ler, não só fantasia, mas de tudo um pouco. Vivo mesmo muito nos livros, mas não acho que esse seja o motivo das minhas amizades serem reduzidas a 3 nomes. Ou quatro, não sabia bem. Desenhava meus personagens, mas ele estava errado quando ao feliz para sempre. E sou tão doce quanto bala de tamarindo.

- Isso significa que estou correto?

- Responda-me você. – Falei sorrindo mais dessa vez.

Ficamos em silêncio novamente. Ainda estava constrangida por ele ter me visto naquele estado.

- Acho que devo ir. E você deve ir a um hospital. – Ele falou apontando para o meu joelho.

- Sim, pedirei para o Jim me levar agora mesmo. – Falei olhando para a janela.

Ele me deu um abraço desajeitado, acenou e saiu.

Dei uma olhada para meu joelho e ele estava inchado e estranho, parecia que estava torto. Forcei-o um pouco, apoiando o pé no chão, e ele doeu.

-Droga. –Gemi.

Não percebi que Jim e Colin já estavam no meu quarto.

- Preciso ir ao hospital. Você pode me deixar lá, Jim? – Perguntei com calma.

- Claro. – Disse sorrindo. – Vamos então. – Ele me pegou no colo e desceu as escadas. Colin estava atrás de nós.

- Você quer que eu vá? – Perguntou Colin.

- Não, tudo bem. Vejo você amanha.

- Ok.

Jim me colocou no carro e voltou para trancar a porta. Colin acenou para nós e foi embora.

- Bicicleta? – Perguntou ele com uma sugestão de sorriso no rosto.

- Ei, eu estou sendo uma ciclista muito mais competente. – Falei sorrindo. – Só cai indo para a Educação Física.

Ele riu. Logo estávamos no hospital. Ele me pegou no colo novamente e me levou para dentro.

Uma enfermeira trouxe uma cadeira de rodas e Jim me pôs nela. Logo estava no consultório médico. O médico disse que meu joelho só tinha saído do lugar, o que era estranho. E ele teve que recolocar meu joelho no lugar, o que foi bem dolorido.  E disse que vai doer um pouco nos próximos dias e que o inchaço ia diminuindo aos poucos. E que depois estaria tudo bem, que eu nem precisaria de fisioterapia. Ele riu da minha falta de equilíbrio e disse que isso era mais comum do que eu imaginava. Eu só teria que usar uma joelheira durante a próxima semana. Legal.

Jim me levou de volta para casa. E voltou para o trabalho dele.

Fiquei o resto da tarde concentrada nos deveres de casa. Depois fui ler um livro qualquer. Fui pegar um livro na escrivaninha e em cima do desenho de Peg, estava um papel com um número de telefone e com o nome Evan embaixo. Atrás ele havia escrito “Talvez, você devesse me ligar”. Peguei meu celular e digitei a seguinte mensagem “Talvez eu não deva” e mandei. Algum tempo depois ele respondeu “Que bom que você pelo menos se deu ao trabalho de me mandar uma mensagem”. Não respondi.

Peguei o livro para ler, mas não me concentrava em nenhuma frase. Evan estava atormentando meus pensamentos. Peguei meu celular e meus dedos formigavam querendo mandar uma mensagem para ele. Mas o que eu escreveria? Droga, eu não podia me sentir assim. Isso era uma coisa que não deveria acontecer.

Liguei o computador e abri minhas redes sociais. O facebook mostrava que eu tinha um novo pedido de solicitação, era o Evan. Ignorei e desliguei o computador. Resolvi desenhar alguma coisa, mas minha paciência estava me impedindo de realizar esta tarefa também. Por fim, deitei na cama e dormi. Só acordei quando ouvi o barulho que anunciava que Fred e Jim haviam chegado.

Desci a escada com dificuldade e logo estava na cozinha escutando Fred reclamar da namorada ciumenta e Jim rindo como se a dele fosse um exemplo muito convincente de confiança, eu conhecia as duas. Elas eram gentis e diziam que eu era uma fofa. Sempre que Jim e Fred iam sair com as namoradas em encontros duplos, eles chamavam a mim e a Colin para irmos juntos. Por isso elas acham que Colin é o meu namorado. Era comum eles reclamarem das namoradas, por isso não era surpresa quando eles falavam que o namoro havia acabado. Eles nunca reclamavam do trabalho, eles trabalham em uma espécie de Agência Secreta do Governo, o que era bem contraditório, visto o que nós fazíamos nas horas vagas. Mas foi graças ao emprego deles que as coisas deram certo. 

Ficamos conversando antes que o jantar, que Fred estava preparando, ficasse pronto. Como sempre rimos bastante e Fred fez o possível para me deixar constrangida quando Jim disse-lhe sobre Evan, provavelmente Colin havia aberto a boca e contanto um monte de bobeiras. Fingi que não estava ouvindo. Logo o jantar estava pronto. Comemos em silêncio e logo depois fui tomar um banho.Quando fui dormir, meu celular que estava em cima da cama, mostrava que havia 5 mensagens novas.

“Você pode me mandar mensagem quando quiser.”

“Sabe, não me importo mesmo.”

“Se você me ignorar vai ser pior.”

“Acredite, posso ser convincente às vezes.”

“Por favor, não seja tão chata.”

Todas do Evan. Sorri diante daquelas mensagens bobas. Por isso resolvi responder.

“Continuarei sendo chata”

Deitei com um sorriso no rosto e dormi. 


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Notas finais do capítulo

há, achou que ia revelar tudo agora? kkkkk Mas então, como estou me saindo?



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