Sonhos Roubados escrita por Kátia
Notas iniciais do capítulo
:)
Quando a festa acabou eram 3:30. E só acabou porque o proprietário do lugar disse que não podia funcionar até mais tarde. Eu não sentia meus pés. E sentia frio. Esqueci-me de pegar meu casaco, quando sai às pressas. Evan ofereceu o dele. Isso é muito legal e etc. E já vi isso em muitos filmes. Mas eu não aceitei. Não sou egoísta para aceitar a blusa dele e deixar ele com frio. E ele disse que não era egoísta para me deixar passar frio e só olhar enquanto ele estava quente. Por fim, ele tirou o casaco e deixou pendurado no braço. Não peguei. Mas a tentação estava grande.
- O que faremos? – Perguntei olhando para o casaco.
- Podemos nos abraçar. – Ele falou pausadamente com os olhos estreitados.
- Prefiro passar frio.
E passei. E ele também. Eu não tinha visto Colin durante toda a festa. Será o que havia acontecido? Espero que ele não fique magoado que eu tenha vindo com o Evan.
Eu queria voltar para casa a pé. A noite tinha sido tão divertida que eu queria que ela durasse mais. Evan concordou. Tirei meu sapato e senti o asfalto gelado sobre meus pés. Foi uma sensação muito boa, visto a dor que aquele sapato havia trago para mim.
Eu e Evan tiramos muitas fotos juntos. E no caminho até em casa ainda tiramos muitas outras. Ele fez questão de tirar uma foto do meu pé, que estava um pouco vermelho e inchado.
- Você é mau. – Falei rindo. – Aposto que seu pé também está feio.
Ele sentou no meio fio e tirou o tênis. E levantou o pé para mim.
- Está vendo, continua em seu estado normal. – Peguei meu celular e tirei uma foto dele sentado no meio fio com o pé levantado. . Mas ele calçou o sapato rapidamente. – Ei, me dá esse celular. Deixa eu apagar essa foto.
Eu sai correndo pela rua, ou tentei correr. Porque meus pés doíam muito. Ele me alcançou 5 segundos depois. Ele tentava pegar meu celular, mas eu prendi forte em minhas mãos. Me contorci para que ele me soltasse. Mas ele não soltou. Me contorci mais e cada vez mais ele me apertava contra seu corpo para tentar alcançar o celular. Quando percebemos estávamos um de frente ao outro, numa distância de menos de 5 centímetros. Meus braços doíam porque eles estavam impulsionados para trás. E a mão dele apertava forte meu pulso. Ele puxou minha mão para frente e pegou o celular de minhas mãos. Não me afastei dele. E ele não se afastou de mim. Fiquei olhando enquanto ele apagava a foto.
- Pronto. – Ele disse e me entregou o celular.
Um vento bateu em minhas costas provocando um arrepio que se espalhou por todo o meu corpo. Foi aí que lembrei que estava com frio. Evan reparou nisso.
- Calor humano é do que você precisa. – E me abraçou forte, forte mesmo.
- Eu não preciso de calor, Evan. Eu preciso de ar. – O empurrei devagar.
Mas ele não se moveu.
- Só te solto se você vestir minha jaqueta. – Pude sentir que ele estava sorrindo.
- Tá bom. – Falei e imediatamente ele me soltou.
Ele pegou a jaqueta e me entregou. Vesti e tentei me visualizar com aquela coisa enorme. Deveria estar engraçado.
- Você está linda. – Ele riu e acrescentou: - Seu cabelo fica mais bonito assim, bagunçado. E sua maquiagem ficou mais legal assim, meio borrada. Você está parecendo àquelas meninas revoltadas dos filmes.
- Obrigada.
- Vamos andando. Ainda estamos distantes.
Ele pegou minha mão e fomos caminhando. Fui nas pontas dos pés, porque o calcanhar doía muito.
- Porque você está andando assim? – Perguntou olhando para meus pés.
- Use um salto dessa altura, - mostrei os sapatos para ele. – depois você entenderá.
Ele soltou minha mão e parou.
- Desculpe, Jess.
Em um segundo meus pés foram arrancados do chão e Evan tinha me pegado no colo.
- Cara, isso não é legal. – Falei com raiva.
- Cala a boca.
Ele caminhou rápido por uns 10 minutos, sabia que ele estava cansado.
- Evan. Não se esforce demais. Você já está passando frio, graças a mim. Agora está se cansando mais, graças a mim também. Se você não me soltar eu vou te morder. – Falei.
Ele me pôs no chão. Olhei para o lado para vermos onde estávamos e levei um susto.
- O quê? – Olhei perplexa para a casa à minha direita. Era a casa da Lolla. Então porque Colin estava ali escorado no batente da porta? Depois de um tempo ela apareceu. E ela beijou ele. E o pior, ele não se afastou. O ódio percorreu minhas veias. Estava indo em direção a eles, mas Evan me puxou.
- Vamos embora. – Ele disse com a voz forte.
Andei mais rápido, deixando Evan para trás. As lágrimas ameaçando cair a qualquer momento. E enfim estava em casa. Parei na varanda e olhei para Evan. Ele estava claramente preocupado.
- Não me olhe assim. Estou bem. – Falei com a voz fraca.
Ele só me encarou, como se tentasse me decifrar. Tirei a jaqueta e entreguei a ele.
- Obrigada. Essa foi uma noite maravilhosa, Evan. – Falei tentando por um sorriso no rosto.
- Eu que agradeço. – Ele falou pensativo.
- Você não vai ligar para o seu motorista? – Perguntei.
- Ah, claro. – Falou pegando o celular. Ele falou rápido.
Fiquei esperando com ele. Em 5 minutos o carro chegou.
- Tchau, Jess. – Ele disse sem olhar para mim.
- Evan, espere. – Gritei quando ele estava quase chegando ao carro. Fui até ele. – Desculpa.
- Pelo o quê? - Sorriu fraco.
- Por algo que eu fiz que te deixei assim distante. – Esfreguei as palmas da mão no short.
- Desculpada. – Ele falou e se virou para ir embora. Fiquei encarando as suas costas enquanto ele se afastava.
Corri até ele. Ele estava entrando no carro.
- Como assim você me dá as costas? – Perguntei com raiva.
- Eu só estava indo embora. – Falou tranquilamente.
- Ah. – Falei.
Ele riu.
- O que está errado, Jess? – Perguntou.
- Você.
- Eu diria você.
- Por quê? –perguntei confusa.
- Por que você ficou daquele jeito? – Ele perguntou olhando fixamente em meus olhos.
- Porque eu odeio a Lolla e o Colin é o meu melhor amigo.
- Só isso? – Perguntou erguendo as sobrancelhas.
- Deveria ter algo mais? – Tentei entender onde ele queria chegar com aquela conversa.
- Me diga você.
- Você acha que eu estou com ciúmes? – Havia entendido o que ele estava insinuando.
- Tenho certeza. – Falou sorrindo.
Suspirei.
- Ache o que você quiser. Já te disse uma vez e não te direi novamente.
- Já estou fazendo isso. – Disse entrando no carro.
Antes dele fechar a porta perguntei:
- O que você deu de presente para a Lolla.
Ele abriu um sorriso e disse:
- Uma lingerie preta. – Fechou a porta sem olhar para minha expressão incrédula.
Quando entrei em casa Fred e Fernanda estavam assistindo a um filme. Ou quase isso. Tentei passar despercebida por eles, mas Fred me viu.
- Olha, recorde. São quase 5h. – Disse sorrindo.
Normalmente quando os adolescentes chegam tarde em casa recebem reclamações. Mas era tudo diferente comigo.
- Fernanda, não quero ver esses sapatos nunca mais em minha vida. – Pus o sapato no chão e fui para o meu quarto.
Troquei de roupa e deitei, mas não consegui dormir. A note havia sido tão legal. Eu e Evan nos divertimos tanto. Dançamos tanto. Rimos tanto. Mas aí eu me deixei abater por causa da Lolla. É claro que ela iria dar um jeito de fazer as coisas virarem para o lado dela. Eu estava com muita raiva dela. E sobre o presente que Evan havia dado a ela? Uma lingerie? Ele não podia estar falando sério. E porque isso me deixou com ciúmes? Cara, a vida não faz sentido.
Não sei quanto tempo fiquei ali pensando nessas coisas, só sei que em algum momento o sono me invadiu e eu dormi profundamente.
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*Capitulo especial para Mari* O Colin manda um beijo para você, prima. kkkkkkkkkk