O Herói Caído escrita por warick


Capítulo 2
A nova vida




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Capitulo 2 – A nova vida.


– Desculpe, mas não posso fazer isso. – disse Vilão.

– Por que não?! – perguntou Herói furioso.

– Por que eu não consigo, já pensei varias maneira de fazer isso, mas o seu maldito poder sempre atrapalha.

– Você sempre me deixou nas portas da morte com os seus planos malucos, da ultima vez eu quase morri por um banho de lava.

– Era um bom plano, deixar você embaixo da lava e se você não morresse com isso a lava iria endurecer e iria te matar sufocado, mas você tinha que se tornar a invulnerável ao calor e ganhar o poder de controlar o elemento terra. – falou Vilão indignado.

– Foi uma surpresa para mim também, agora eu consigo controlar os quatro elementos. – falou Herói calmamente.

– O seu poder sempre vai te proteger e te deixar mais forte, qualquer coisa que eu tente o seu poder vai anular, a não ser... – parou Vilão pensativo.

– A não ser? – perguntou Herói esperançoso.

– A não ser que os seus poderes sejam aprisionados.

– Aprisionados?

– Sim, em uma das minhas pesquisas descobri uma pedra muito rara que aprisiona os poderes.

Herói sorriu radiantemente, mas depois de pensar um pouco falou:

– Mas se a pedra é tão boa assim, por que nunca usou contra nós?

– Ela tem dois pequenos problemas que eu nunca consegui resolver, se a pessoa que teve o poder aprisionado ficar a mais de um metro e meio de distancia da pedra ela quebra e os poderes voltam ao normal, o outro problema é que se a pessoa não quiser ter o poder aprisionado a pedra só funciona por um minuto, um minuto e meio.

– Um pouco inútil contra inimigos. – falou Herói.

– Sim, mas funciona se você quiser.

– E depois você vai me destruir?

– Não vai dar, todo mundo inconscientemente quer viver, se eu tentar te matar o seu subconsciente vai libertar os teus poderes para te defender.

– Então eu vou continuar vivendo? Você não sabe nenhum jeito de me matar?

– Pense nisso como uma nova vida, uma outra chance, sem os seus poderes você vai mudar, ninguém vai te reconhecer sem esse cabelo e esses olhos. – explicou Vilão.

– Fugir dessa vida para viver outra, qualquer coisa se eu não gostar eu posso liberar os meus poderes qualquer hora e voltar a ser o Herói. – falou pensativo.

– Aceita então?

– Sim.

Vilão levou o Herói para um elevador, e depois para uma salinha com uma cadeira com uma enorme maquina ao redor dela.

– Sente-se ali. – disse Vilão apontando para a cadeira. – Isso pode doer ou não, depende da pessoa, você ficará desacordado durante algum tempo, por isso não ache estranho uma enorme dor de cabeça, uma enorme fome, muita sede, dor no corpo, perda de memória...

– Se eu quisesse saber o que poderia dar eu leria a bula. – falou Herói se sentando. – Começa logo.

– Só queria dizer que você foi um inimigo honrado, nunca tirou sarro de mim como os outros super-heróis, sempre impedia os meus planos e perguntava o porque de eu continuar tentando, mesmo te odiando ainda te respeito.

– Obrigado por fazer isso por mim. – falou Herói realmente agradecido. – Espero que eu possa retribuir o favor.

– Eu vou cobrar um dia. – disse Vilão ligando a maquina.

Um clarão, Herói desmaiou.


Acordou muito tonto, ele olhou para cima e viu um teto que não reconhecia, parecia que ele tinha bebido todas.

Depois de um tempo para sua cabeça parar de rodar ele se levantou e olhou em volta, em cima da mesa de cabeceira que tinha ao lado da cama onde ele estava deitado tinha um tipo de carta, que estava endereçada “Ao Herói”. Ele abriu rapidamente a carta e leu:


“Herói,


Espero que não esteja com muita dor, o procedimento foi um sucesso, os seus poderes foram drenados e aprisionados na pedra que está no seu pescoço.

Fiz um favor para você, arranjei um apartamento, uma nova identidade e uma oficina mecânica para você.

Os documentos estão dentro da gaveta da mesa de cabeceira, aproveite a nova vida.

De Vilão, o novo imperador do mundo.”


Olhando na gaveta mencionada na carta, ele achou documentos com o nome James Ioreh, com a foto de alguém muito parecido com ele, mas com os olhos castanhos e o cabelo negro, então o novo James se lembrou que seu antigo inimigo falou que ele iria mudar de aparência, foi no banheiro que tinha no quarto e viu seu novo eu, um homem de 20 anos, cabelos negros, olhos castanhos, 1,80, porte atlético, mesmo não sendo muito diferente de sua antiga aparência muitos nem notariam as semelhanças.

Olhou o relógio que tinha em cima da mesa de cabeceira e viu que eram 7 horas, horário de abrir a oficina mecânica, pensando nisso, como é que o vilão tinha descoberto sua fascinação por concertar carros e motos?

Olhando de novo dentro da gaveta achou explicações mais detalhados do passado de sua nova vida e descobriu que sua oficina era no térreo do prédio que ele morava.


Depois de aprisionar os poderes do Herói, Vilão dominou o mundo, os heróis da Supremacia Heróica lutaram bravamente contra ele, a guerra durou meses, os super-heróis foram caindo pouco a pouco, alguns mortos em combate, outros assassinados, alguns passaram para o outro lado e poucos desistiram dos seus poderes. Quando a Supremacia Heróica estava quase derrotada as Academias de todo o planeta se juntaram a luta, no final as pessoas que tinham poderes estavam mortas ou tinham se escondido.

Com o mundo ao seu controle Vilão se nomeou Imperador, matou todos os antigos heróis que passaram para o seu lado e deu o controle de regiões do planeta para alguns dos seus generais, que eram na verdade antigos inimigos da Supremacia, Vilão fez a sua base na antiga capital do pais onde morava, sua cidade natal ficou intocada por temer que o seu pior inimigo se reergueria e o tiraria do poder.

O imperador depois de um ano governado fez estudos sobre como os poderes das pessoas apareciam e começou a recrutar as pessoas que seriam as mais poderosas e começou a montar um exercito para lutar contra as resistências que iam surgindo pouco a pouco.


James já estava a um ano e meio nesse apartamento, acompanhou a queda do antigo sistema de governo, a morte dos seus antigos colegas, mas não sentiu nada, ele estava quebrado da outra vida e queria viver o máximo essa nova, ele sempre ajudava o máximo possível as outras pessoas, nunca com os seus poderes, tirando algumas vezes que usou seus poderes para concertar coisas sem precisar de peças novas ou de muito trabalho.

Já estava quase na hora de recolher imposto pelo Imperador, às 22 horas, ele já estava fechando as portas quando uma garota de uns 17 anos veio correndo na sua direção com uma criança de 7 anos no colo.

– Não feche a porta, por favor! – gritou a moça.

Sem pensar ele deixou a porta aberta até a moça passar e fechou.

– Obrigada.

– Por que você está tão tarde fora de casa? – perguntou James.

– Meu padrasto queria bater na Andrea, eu tive que fugir. – explicou a moça.

James não respondeu nada, simplesmente ele trancou as portas, verificou se estavam realmente trancadas.

A moça estava ofegante, mas ainda segurava fortemente a garota no colo, como se alguma coisa pudesse acontecer se ela colocasse a pequena no chão.

– Posso passar a noite aqui? – perguntou.

– Não, não gosto de ninguém dentro da minha oficina. – falou James grossamente.

James empurrou as duas para uma porta dentro da oficina que levava a uma escada para os andares superiores, ele trancou essa porta também e subiu a escada sem dizer nada, sem ter o que fazer a garota seguiu ele.

No primeiro andar, James entrou no apartamento 101.

– Vai ficar ai parada? – perguntou James quando viu que a garota não saia do corredor.

Depois da pergunta ela entrou e colocou a menina no chão.

– Meu nome é Fernanda, essa é a minha irmã Andrea.

Fernanda era morena, olhos azuis, altura mediana, usava roupa velha e rasgada, enquanto Andrea era loira, os mesmos olhos azuis que a irmã, um pouco mais baixa que a media da idade e usava uma camisa para um adulto como se fosse um vestido, as duas pareciam que não comiam a dias.

– Costuma a entrar em casa de estranhos sem saber nada sobre eles? – perguntou James com um tom rude.

Fernanda corou, mas não respondeu. James foi até a geladeira pegou uma maça e tacou para a morena, que pegou e deu para a irmã, que não se fez de rogada e deu uma enorme mordida, tão grande que não conseguiu fechar a boca.

James soltou uma risada, fazia tempo que ele não ria, fazia tempo que a vida era um mar de tristeza.

– Tem mais comida na geladeira. – informou James indo para o quarto e voltando com um colchão e um travesseiro - Vocês dormem aqui na sala, não roubem nada, amanha de manha vocês vão ter que arranjar um outro lugar.

– Obrigada. – falou Andrea, que tinha conseguido tirar a maça da boca.


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