Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 9
Eu preciso de você


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, desculpa a demora pra postar isso, acabou com um capitulo enorme :)

Fico feliz que todos vocês estejam gostando da fic, realmente fico mt feliz por isso *-------*

Qualquer coisa, só dizer :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/343107/chapter/9

3 meses depois…

–Você vai me dizer ou não?

–Eu não sei o que você está falando...Por favor para, para...

–Vai me dizer quem matou a minha irmã ou não?

–Eu não sei de quem você está falando.

–Ah você sabe, Miranda Martins, uma garota linda de cabelos castanhos, inocente, que foi estuprada e morta pelo Red John. Lembrou?

–Não sei quem era essa garota.

Lorelei olhou para mim como se pedisse permissão para o que iria realizar em seguida. Apenas concordei com a cabeça, enquanto encostava a xícara de chá quente que eu segurava em minhas mãos, próximo do meu nariz para sentir o delicioso aroma de jasmim que aquilo exalava.

Ela deu cinco passos para frente e se agachou perante a mulher que agonizava, com os pés e mãos amarrados com uma corda forte e resistente. Com uma arma que dá choque em uma das mãos, ela passou a outra sem nada pelos cabelos lisos da vitima e os puxou para trás com força. Com a arma em mãos, próxima do pescoço da vitima, Lorelei fez um ultimato:

–Tem certeza que você não vai me dizer quem é que está envolvido na morte da minha irmã?

–Eu não sei quem é sua irmã – Respondeu quase sem voz.

–Acho que você vai se lembrar agora – Lorelei deu um sorrisinho aproximando a arma para o pescoço da vitima – Espero que sua memória retorne, querida Lilith.

Lorelei ligou a arma e deu um choque no pescoço dela. Eu virei o rosto mas pude enxergar mesmo com os olhos fechados a luz azulada que a arma produzia ao toque com a pele sensível. Os gritos desesperados inundavam a pequena e confortável sala de estar, onde estávamos desde o fim de tarde.

– O nom...nome dele é Brett – A moça respondeu buscando o ar em cada palavra que pronunciava, lutando para manter os olhos abertos.

–Brett o que?

– Moore,Brett Moore.

Lorelei se levantou e foi em direção a bolsa de couro preta jogada em uma poltrona perto de mim. Guardou a arma e pegou uma faca pequena e pontuda. Olhou para o objeto com um certo prazer estampado em seus olhos cor de mel, passando suavemente os dedos por todo o comprimento da lâmina.

Calmamente caminhou até a vítima e se agachou, olhando nos olhos desesperados dela.

–Boa noite Lilith.

A moça apenas virou o rosto, cerrando os olhos com força. Lorelei passou a lâmina pelo pescoço da vítima, observando o sangue escorrer sem pressa pelo corpo quente da mulher que aos poucos não respirava mais. Esperou mais uns segundos e colocou os dedos no pulso, confirmando:

–Está morta.

Suspirei fundo e levei minha xícara para a cozinha, a lavando. Não queria ser suspeito de um crime que provavelmente seria a CBI a ter que investigar.

Lorelei terminou de guardar as coisas, pegou sua bolsa e abriu a porta, me esperando na frente da mesma.

Entramos rapidamente no meu carro que estava estacionado do outro lado da rua. Estava muito frio por culpa do inverno deste ano, que foi mais rigoroso que a dos outros, e tanto Lorelei quanto eu, usávamos roupas finas, totalmente não adequadas para a estação que estávamos.

Antes de eu dar partida no carro, olhei para Lorelei mais uma vez e pude perceber que ela estava estranha.

–Está tudo bem Lore?

–Está... –Respondeu baixinho com a voz fina,apoiando a cabeça na janela do carro.

–Não, não está. O que houve?

– Um pouco de enjoo, nada de mais.

–Tem certeza que você está bem? Você tomou o remédio?

–Não se preocupa Patrick, eu estou bem – Respondeu fechando os olhos e colocando uma das mãos na barriga – E sim,eu tomei o remédio.

Suspirei alto e liguei o carro. Debaixo de uma fina garoa,dirigi para o motel que ficava uma hora dali.

Os primeiros dez minutos foram normais. Olhava toda hora para Lorelei ,averiguando se ela estava bem.

Depois de quinze minutos dentro do carro em uma velocidade baixa e constante, ela começou a ficar agitada.

–Lore, você está mesmo bem? –Insisti percebendo que ela estava ficando meio pálida.

–Estou, já disse.

Continuei dirigindo normalmente. Entramos em uma estrada vazia e com muitas curvas.

Na primeira curva percebi que Lorelei dava sinais que alguma coisa estava errada. Na segunda, ela colocou os dois pés sobre o assento do carro e abraçou os joelhos, balançando vagarosamente. Então na terceira curva:

–PARA O CARRO AGORA – Ela ordenou gritando. Quando eu parei o carro, ela abriu rapidamente a porta deste e tossiu, vomitando tudo que estava presente em seu estomago, se ainda tinha alguma coisa lá, pois antes de sairmos de “casa” ela vomitou no banheiro.

Um cheiro demasiadamente ruim invadiu o carro, trazido pelo vento frio que vinha de fora. Abri a minha janela a procura de um ar fresco.

Lorelei estava com essa forte crise de vômito há mais de uma semana. No começo, era apenas no período matutino, após o café da manhã, mas depois começou a ter crises após o almoço e jantar. Sempre que eu a questionava sobre, ela dizia que estava com gastrite nervosa e depois desconversava, me deixando cada vez mais desconfiado.

Eu estava realmente preocupada com Lore, mas não podia leva-la ao hospital, pois ela só sairia de lá algemada, dentro de um carro da FBI . Ela também não colaborava, evitando de tomar alguns dos remédios por eles terem um gosto “muito ruim”.

Ela limpou a boca com a manga da blusa e fechou a porta do carro. Continuamos seguindo viagem totalmente calados, também porque logo depois ela acabou dormindo profundamente.

Ao chegar, a primeira coisa que ela fez foi colocar a roupa de molho e tomar um banho quente.

Eu, por minha vez, preparava uma sopa, na verdade mais um caldo de legumes variados igual aquelas comidas sem sal servidas em hospitais, para Lorelei comer antes de desmaiar em algum canto.

Faziam três meses que eu estava ajudando Lorelei a encontrar e punir de uma forma não muito justa, os culpados da morte de sua irmã Miranda. Mas, isso não foi suficiente para que ela me contasse algo realmente importante sobre o Red John. Na verdade, ela não me contou nada importante ou não, mesmo eu a pressionando quase todos os dias.

– Sinto cheiro de sopa... –Comentou, parada na porta do banheiro com uma toalha enrolada na cabeça.

–Fiz um pouco para você.

–Eu não estou com apetite nenhum – Respondeu, sentando-se na cama, parecendo meio cansada e fraca.

–Você não tem nada no estômago, se continuar assim vai acabar desmaiando.

–Mas, e se eu vomitar novamente?

–Eu te dou um comprimido pra você tomar depois que comer, certo? Dai, você não vai precisar se preocupar. – Retirei de dentro do armário um prato fundo, e despejei um pouco de sopa quente dentro, levando logo em seguida a ela. – Tome, coma tudo – Ordenei sutilmente, assistindo-a levar a boca um pouco do caldo.

Sentei-me ao seu lado e liguei a TV em um noticiário qualquer. A cada dois minutos, olhava para o lado para averiguar se ela estava mesmo comendo.

Foi então que ali, olhando para ela,que eu comecei a ligar as coisas.

–Lorelei, me desculpe a pergunta mas... –Eu repensei no que iria dizer, tentando escolher as palavras certas para isso, sem ofende-la – Mas... as... – Gesticulei, ainda sem saber o que dizer – Sua você sabe o que... já veio?

– Minha menstruação? – Perguntou –Pode falar tá, não ofende.

–Tudo bem então... Você anda menstruando, Lorelei?

–Patrick, isso é uma coisa meio pessoal, não acha? – Respondeu ficando com as bochechas avermelhadas, evitando o contato visual.

–Foi apenas uma pergunta simples.

–Por que você quer saber disso? Acha que eu estou grávida por acaso?

–Pra falar a verdade, acho. – Afirmei, lendo sua expressão corporal – E tenho motivos sérios para crer nisso.

–Ah, motivos – Ela revirou os olhos e me encarou – E quais são?

–Bom... Estamos juntos há dois meses, fazemos amor constantemente e nem sempre eu me protejo da forma correta, você está com sintomas clássicos de gravidez, seu mal humor é gritante... Quer mais algum?

–Patrick, eu tomo anticoncepcional. – Respondeu, deixando o prato já vazio sobre a cabeceira da cama.

–Sempre?

–Quase sempre, as vezes eu acabo dormindo e esqueço mas, é quase sempre – Explicou-se, colocando as mãos na barriga e a massageando em movimentos circulares. – Impossível eu estar esperando um filho... Isso é apenas uma virose, você vai ver.

–Eu não acredito nisso.

–E o que você quer? Quer que eu faça um teste de gravidez? Um teste na farmácia? – Perguntou-me aumentando o tom de voz.

–Lorelei fique calma – Aconselhei-a, acariciando seu rosto ainda corado. –Foi apenas uma pergunta, não queria lhe deixar brava.

–Ah Patrick... – Ela se aproximou de mim e colocou sua cabeça sobre minhas pernas –Me desculpa pelo meu humor instável...Você deve estar com raiva de mim agora, não está?- Perguntou toda melosa, com a voz um pouco mais fina do que o normal.

–Não.

–Você é tão bom comigo Patrick, eu queria poder retribuir todo esse amor...

–E você pode. Apenas me conte quem é Red John.

–Ah, claro, Red John – disse com a voz um pouco mais grossa, visivelmente zangada. Esse humor inconstante dela ainda iria me matar – Você é muito obcecado pelas coisas, só sabe falar de Red John aqui, Red John ali... – Resmungou, levantando-se meio curvada, com as mãos apoiadas na barriga, indo em direção a geladeira – Nem ele entende em como você ficou tão obcecado. – Concluiu, retirando de dentro do freezer, uma garrafinha quase congelada de água mineral.

–Como assim? Como ele não entende? – Perguntei confuso, sem querer ouvir uma resposta – Ele matou a minha mulher e filha e queria que eu ficasse como? Normal?

– E eu sei? Não consigo entender a cabeça dele... Na verdade, não consigo entender vocês dois. – Afirmou, abaixando o tom de voz, mas ainda sim zangada – Vocês conseguem ser incrivelmente parecidos em praticamente tudo. Me pergunto em como ainda ambos não viraram melhores amigos...

–Incrivel essa sua habilidade de fugir disso. – Respondi sério.

–Patrick, eu não quero brigar hoje, por favor – Pediu, segurando uma cartela dos comprimidos para enjoo em uma das mãos. – Eu acho que você deveria parar de pensar em Red John por uma noite apenas e dormir. Que tal isso?

–Lorelei, não vou mais persistir hoje, mas só por que está doente. –Afirmei, desligando a TV e me cobrindo na cama. –Mas, se você acha que irá continuar fugindo disso, está enganada.

–Tá Patrick...tá. – Respondeu, mais como se resmungasse.

Eram seis horas da manhã, quando o toque do meu celular me despertou. Era Lisbon.

–Hey Jane... desculpe te acordar mas... temos um caso.

–Um caso? Agora? – Perguntei com a voz marcada pela sonolência.

–É, infelizmente sim... Vou passar o endereço pra v...

–Não precisa – A interrompi, já me levantando – Eu te busco na sua casa, ai podemos passar pra tomar café juntos, o que acha?

–Não acho uma boa ideia – Respondeu.

–Meh Teresa, eu pago.

–Ainda não sei Patrick...

–Pense nos bolinhos, Lisbon...eu sei que você ama bolinhos.

-Você não vai me comprar com bolinhos.

-Tem certeza? São recheados... Bolinhos recheados....

–Tá bom, Jane, pode ser. - Finalmente cedeu, levemente contrariada.

Me vesti rapidamente com a mesma roupa de sempre. Passei meu perfume e deixei Lorelei dormindo dopada sobre a cama.

Peguei meu carro e dirigi até a casa de Lisbon, que me aguardava nada feliz na porta.

–Bom dia, Teresa – Cumprimentei, com um sorriso de ponta a ponta estampado em meu rosto – Como vai?

–Do mesmo jeito de sempre, Patrick. – Respondeu, fechando a porta do carro, delicadamente.

–Ótimo – Respondi – Vamos primeiro na cena do crime, ou prefere comer?

–Primeiro cena do crime, já estamos atrasados.

–É, eu sei.

–Que bom que sabe. Afinal... – Ela me encarou aflita – Por que você quis tanto que eu viesse com você? Alguma coisa errada?

–Meh Teresa, nada errado. Apenas sinto falta de passar algum tempo com você.

Desde aquela conversa nada agradável em Newport beach, nós dois nos distanciamos. Na verdade, continuei igual, mas Teresa se tornou um pouco mais fria comigo do que o habitual como se eu fosse o culpado pelo Red John gostar tanto de matar as mulheres com que eu saia. E eu não aguentava mais isso.

Quando chegamos a cena do crime, meia hora da casa de Teresa, Rigsby e Cho nos aguardavam pacientemente do lado de fora da residência, que por acaso era nada mais do que a mesma casa aonde Lilith, amiga intima de Red John, que acabou sendo torturada e morta por Lorelei noite passada, estava.

A cena do crime continuava igual, com o corpo desfalecido da mulher estendido sobre o carpete marrom, suas mãos e pés amarrados com uma corda firme e marcas nítidas de sangue seco por todo seu rosto pálido.

Teresa observava o corpo concentrada, como se procurasse por alguma prova que o assassino havia deixado. Sem sucesso, voltou os olhares a Cho, que logo começou a dizer as novidades do caso:

–O nome dela é Lilith Smith, 39 anos, solteira e corretora de vendas aqui mesmo em Sacramento. Não tinha filhos e sua familia que vive em Seattle, já foi comunicada e está a caminho para o velório.

–Esse crime... – Ela agachou-se ao lado do corpo, averiguando atentamente – Parece muito com os outros quatro crimes ocorridos em Sacramento, nos últimos três meses. Não é, Jane?

–Não sei, acho que não. – Menti, observando o lugar.

–Temos uma testemunha, Chefe – Cho revelou, sério, como sempre.

Senti um nó no estomago quando ele disse. Lorelei e eu tomamos cuidado suficiente para que ninguém nos visse. E eu tinha certeza disso. Então, de onde saiu essa possível testemunha?

–Quem? – Perguntei, interrompendo a conversa.

–A vizinha Mary Linz disse que ouviu alguns gritos ontem de madrugada. – Respondeu – Vocês vão falar com ela?

–Sim, vamos. – Teresa olhou o corpo pela última vez antes de se virar, caminhando junto a mim em direção a porta.

Nós fomos andando em direção a casa da vizinha, um pequeno sobrado amarelo, até que bem cuidado, com a grama aparada e uma bela cerca azul.

–Senhora Linz, somos da CBI – Anunciou, batendo forte com a mão fechada, na porta – Queremos falar com você, abra agora.

Uma moça alta de lindos cabelos loiros cacheados, usando apenas um roupão de seda lilás por cima de uma lingerie azul – escura, com uma taça de alguma bebida alcoolica em uma das mãos, abriu a porta, nos cumprimentando com um grande e malicioso sorriso.

–Policiais novamente? – Perguntou, revelando sua voz bela voz.

–Somos da CBI, podemos entrar? – Teresa perguntou, nitidamente irritada ao vê-la.

–Claro, entrem. – Ela abriu a porta nos deixando passar. Sentia seus olhares me acompanhando até o grande sofá de couro preto que se destacava em uma sala praticamente quase sem mobílias. Sentei e Teresa fez o mesmo.

–E do que querem falar?

–Sobre os gritos ouvidos ontem de madrugada.

–Ah sim... Os gritos. –Respondeu, deixando a taça sobre uma mesinha de centro – Ouvi umas duas mulheres gritando ontem. Achei que a vizinha estava assistindo algum tipo de filme violento, e nem liguei. – Revelou, parando logo a minha frente, com as mãos na cintura.

–Mais nada?

–Não que eu me lembre... Mas claro... – Sorriu maliciosamente, apoiando suas mãos em meu joelho – Com um policial tão bonito assim, fica fácil esquecer as coisas...

Sorri, tentando não olhar seu belo corpo.

–Não sou policial, sou apenas um consultor.

Ela tirou as mãos de cima do meu joelho e cruzou os braços.

–Dá no mesmo. – Afirmou.

Teresa me encarou séria, como se me proibisse de fazer aquilo. Logo, voltou seus olhares para a moça, a questionando:

– Do que a senhora trabalha?

–Sou uma acompanhante de luxo. – Afirmou orgulhosa.

–Uma prostituta então? – Perguntei.

–Não querido, acompanhante. Eu não vou atrás dos homens, os homens que vem atrás de mim.

–Ah, desculpe “acompanhante” – Brinquei, não sendo correspondido pela garota.

–Acho que vocês deveriam ir. – Ela sugeriu praticamente nos expulsando.

–Eu concordo – Teresa respondeu, pegando em minha mão – Nós temos que ir.

–Até logo Mary.

–Até logo “consultor”.

Teresa e eu fomos para o carro. Antes que eu pudesse dar partida, a encarei sorridente.

–Você saiu tão rápido... Por quê?

–Não gosto de mulheres oferecidas.

–Meh, só por isso?

–É.

–Não minta Teresa, é errado... Eu sei que está com ciúmes.

Ela sorriu, com as bochechas avermelhadas.

–Se sabe, por que pergunta?

– Gosto de ver a sempre tão forte e destemida santa Teresa, assim, envergonhada. – Revelei, ligando o carro.

Ela deu um tapinha no meu peito, virando o rosto para o lado.

Dirigi até uma grande e bonita padaria onde havia uma grande diversidade de bolos e chás. Todos deliciosos.

Escolhemos um lugar próximo de uma grande janela que dava para a rua. Pedi um chá de Camomila e ela um suco de laranja, além de vários tipos de bolinhos.

Nosso pedido chegou logo, mesmo com o lugar lotado. Os olhos dela brilhavam como os de uma criança, ao ver os doces.

–Parecem ser tão deliciosos...- Disse, mordendo um bolinho coberto por chantilly – Vou engordar muito.

–Não se preocupe, vai demorar até isso acontecer. – Dei um gole rápido no meu chá quente, assoprando-o logo em seguida – Ao menos que isso vire um hábito. O que provavelmente acontecerá.

–Como assim?

–Meh Teresa, não acha que nós devemos sair assim, mais vezes?

Ela lambeu os lábios cheios de chantilly, e passou a me encarar confusa.

–Por que você me trouxe aqui?

–Porque eu gostaria de falar com você.

–Por que não podíamos falar na CBI?

–Meh, eu queria falar com você em particular.

–Poderíamos ir a minha sala.

–Digo, sem ninguém conhecido por perto ouvindo a conversa, nem nos interrompendo.

– Ninguem nos interrompe.

–Ah Lisbon, por favor. Eu nunca consigo ter um tempo a sós com você sem alguém indo nos encher o saco.

–Eles não enchem o saco, Patrick – Repreendeu-me séria – É o serviço deles. Além de serem nossos amigos.

–O que eu tenho que falar, não pode ter ninguém por perto. Apenas bolinhos coloridos e chás quentes. –Brinquei, tirando finalmente um sorriso daquele rostinho tão sério.

–Então diga logo.

–Teresa... Sabe daquela conversa que tivemos a três meses atrás? Sobre como Red John é uma ameaça a nós... digo, você.

–Lembro.

–Desde aquele dia, percebi que nós acabamos nos distanciando um pouco... E, eu queria lhe pedir um favor.

–Um favor?

–Sim. Quero que você não se afaste de mim. Eu sei que você tem medo, mas eu juro que, eu estarei sempre te protegendo de todo o mal possível. Mesmo daquele mal que eu não posso ver, no caso do Red John.

–Patrick... – Murmurou.

–As pessoas começaram até a notar que algo está errado entre nós, querida.

–Errado?

–Sim, errado. – Dei outro gole no chá, agora mais morno, antes de continuar – Outro dia, peguei Grace e Cho, discutindo sobre o que eu teria aprontado para deixa-la tão zangada comigo.

–Mas... eu não sei o que fiz... – Afirmou cabisbaixa. – Eu tenho te tratado normal como todos os dias.

–Não está. Você está fugindo de mim.

–Não estou fugindo de você. Estou sendo apenas eu.

–Você não consegue fingir – Brinquei – Tem que tentar ser mais natural, se quiser esquecer o que houve entre nós naquela noite.

Ela sorriu e ainda meio envergonhada, voltou a comer seus tão deliciosos bolinhos.

Passamos alguns minutos em total silêncio, observando os carros que passavam pela grande avenida onde a padaria ficava localizada, quando a voz de Teresa, levemente rouca e baixa, interrompeu bruscamente meus pensamentos.

–Eu preciso de você, Patrick. Mais do que você pode imaginar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

qualquer erro, podem dizer, eu to morrendo de sono e nem revisei o capitulo dessa vez :s

Tomara que tenham gostado :) O prox capitulo será revelador hehehe :)