Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 11
Nada mais importa


Notas iniciais do capítulo

Hey people :)

O ultimo cap. ganhou muitos reviews e eu li todos com muito amor e carinho, até mesmo aqueles de pessoas que queriam me matar (amo vcs tb) *-*

Esse cap de hoje é curto comparado aos outros. Se vocês quiserem eu posto o prox capitulo antes do final de semana que vem.
Obrigada povo *---*



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-Você deve estar enganada – Afirmei cético, ainda sem acreditar no que ouvia. Minha mente estava toda bagunçada e, as palavras ditas pela enfermeira não eram absorvidas.

-Não estou. – Ela respondeu, tirando o simpático sorriso do rosto – Fizemos vários exames, incluindo os de sangue e todos falaram a mesma coisa: Christine está grávida. Não há erros.

-Mas, eu nunca vi uma mulher ficar tão ruim como ela ficou. Essas crises de vômito podem ser outra coisa, não podem?

-Não senhor Carter – Respondeu, com exaustão em sua voz. Provavelmente já cansada da minha teimosia em negar algo tão banal – Cada mulher reage a gravidez de uma forma. Christine obviamente ficou bem mal,  mas nada que precise se preocupar, já que o bebê está bem.

Suspirei alto. A besteira estava feita. Não tinha mais como negar.

-Quantas semanas? –Perguntei com um tom melancólico na voz.

-Doze.

-E os enjoos vão até qual semana?

-Ah, estão no finalzinho já. –Respondeu – Com doze semanas o cansaço, enjoo e tonturas vão desaparecendo gradualmente.

-E ela, vai ficar aqui até quando? Posso vê-la?

-Ela vai ficar aqui até se recuperar totalmente, o que eu tenho quase certeza que vai ser até a tarde de amanhã. – Afirmou confiante – Mas, como ela está medicada, creio que ela irá dormir daqui a pouco... Os remédios dão sono. Mesmo assim, pode ficar no quarto, fazendo companhia.

Assenti com a cabeça. Estava na hora de encarar os fatos, e vê-la. Eu teria que fazer isso de qualquer forma, e era melhor agora do que ela brava depois, perguntando o por que de eu estar fugindo.

-Posso? – Perguntei pedindo permissão para visita-la, já com a mão na maçaneta.

-Claro, pode. Eu vou deixa-los a sós para que possam conversar melhor, ok?

-Ok.

Abri vagarosamente a porta, fazendo um pequeno rangido, que despertou a atenção quase que imediatamente de Lorelei, fazendo-a virar a cabeça em minha direção.

A enfermeira fechou a porta atrás de mim, deixando-nos sozinhos naquele pequeno quarto branco.

Eu coloquei as mãos no bolso, tentando esconder as minhas mãos trêmulas. Dei alguns passos em direção a ela, que ensaiava um sorriso, mesmo toda dopada com os medicamentos e uma agulha presa em seu braço, aonde injetava soro diretamente em seu frágil corpo.

Sua pele também estava melhor, levemente morena e não mais pálida. Os olhos estavam quase fechando, mesmo com sua luta constante de mantê-los abertos. O quarto estava iluminado pela luz de um abajur, localizado ao seu lado, na cama, esta, pequena mas confortável.

Passei a admira-la. Não havia como negar em como estava radiante. Mesmo cheia de medicamentos e agulhas. Era como só de olhar, você podia perceber sua felicidade pela noticia. Uma felicidade que não compartilhávamos.

-Então você estava mesmo certo. –Afirmou, com a voz bem baixinha e fraca.

-Quando não estou? –Brinquei, mesmo não querendo.

-Verdade. Você é o mentalista... Sabe tudo.

-É...

Eu dei um sorriso tímido, aproximando-me mais de sua cama.

-Você... –Ela me analisou rapidamente, concluindo – Não me parece nada feliz. Está triste? Bravo?

-Não, não – Menti, pegando em sua delicada mão. – Eu estou muito feliz, Lore... Só que...

-Só que?

-Só que eu não esperava. Quer dizer, eu nunca pensei em ter um filho, depois... Depois do que aconteceu com Charlotte.

-Então... –Ela virou o rosto, com os olhos vermelhos. – Você não queria esse filho.

Sentei-me na cama e virei seu rosto, na minha direção.

-Claro que quero. – Menti novamente. – Só fui pego de surpresa. Não esperava que fosse realmente isso.

-Patrick... Desculpe-me... A culpa foi minha....

-Não, a culpa foi de nós dois. – Respondi, acariciando sua mão, com a ponta dos dedos – Eu deveria ter me protegido melhor.

Ela fechou os olhos, deixando algumas lágrimas escaparem. E, toda aquela felicidade presente nela segundos antes, desapareceu.

-Lorelei... Por favor, não fique assim – Disse, limpando cuidadosamente o seu rosto. – Eu prometo que vou ser um bom pai pra ele, ok?

Ela não disse nada, apenas assentiu com a cabeça.

Um longo e irritante silencio tomou conta do quarto. Ela virou o rosto para o outro lado, e eu continuei a observando. Eu comecei a pensar se, Red John já sabia do ocorrido. Por que se sim, ela e o bebê, correriam riscos sérios de vida.

Ainda perdido em meus pensamentos, quando a voz fraca dela me chamou.

-Patrick, você vai ficar?

-Não posso, tenho que ir pra CBI – Respondi, mentindo novamente. Depois dessa noticia, ir pra CBI era tudo que eu menos queria no dia.

-Então... Você volta pra me buscar amanhã?

-Hum... Eu não sei. Eu posso te deixar dinheiro, ai você pode pegar um taxi até o motel.

Ela fez uma cara de decepcionada, com certa angústia estampada nos olhos.

-Se fosse a Teresa, aposto que você nem sairia do hospital. – Comentou, passando a mão nos cabelos desalinhados.

-Não diga isso, Lorelei. As pessoas estão começando a desconfiar de alguma coisa. Se eu faltar no serviço, é bem capaz deles te descobrirem aqui. E você não quer isso, quer?

-Não quero isso, eu só quero que você pelo menos vá me buscar, já que nem ficar aqui você pode...

Dei um suspiro alto. Ela estava começando a testar a minha paciência.

-Tudo bem, você me liga amanhã e eu venho te buscar, está certo?

Ela deu um grande sorriso, satisfeita.

-Obrigada amor.

Me inclinei e lhe dei um beijo na testa.

-Agora preciso ir.

-Tudo bem – Ela bocejou - Estou  morrendo de sono mesmo.

Sorri, me levantando e indo em direção a porta.

-Tchau.

-Tchau amor. Amanhã eu te ligo.

Abri a porta e deixei-a lá, sozinha e morrendo de sono, naquele quarto de hospital.

Eu já tinha feito planos para mim naquela noite, e nenhum deles a incluía.

Peguei o meu carro e segui rumo ao motel, pensativo em tudo que estava acontecendo. Como eu pude ser tão idiota a ponto de deixa-la grávida? Quer dizer, eu imaginava que isso poderia acontecer, mas não tão cedo. Agora, era como se nós dois tivéssemos um elo entre nós, que nos ligasse para sempre. Provavelmente ira querer se casar comigo e se mudar para uma grande casa em Sacramento, ter um cachorro chamado Bob e comer Lasanha aos domingos na casa da mãe. Não era isso que eu queria. Eu havia prometido a mim mesmo anos atrás que, se fosse pra retirar o anel do meu casamento com Angela, do dedo, seria para colocar o anel de Teresa, e não de Lorelei.

Quando entrei no meu quarto, um cheiro cítrico delicioso invadiu minhas narinas. Era o perfume de Lorelei, impregnado em quase tudo presente naquele quarto. Parecia uma forma de não me deixar esquecer do erro cometido.

Tranquei a porta e as janelas, conferindo-as depois. Não queria ser pego de surpresa por alguém como Red John ou até Lisbon.

Peguei uma das minhas garrafas de uísque que estava do lado da TV. Quando tempo que eu não bebia alguma delas. O pó acumulado sobre a embalagem era notável.

Despejei um pouco sobre o meu único copo de uísque ainda presente naquele ambiente. Foi o único que eu não consegui jogar fora, já que ele pertencia a um jogo de taças e copos que eu e Angela ganhamos no nosso casamento, há quase dez anos atrás.

 Dei o primeiro gole.  O gosto do álcool passando pela minha garganta era terrível, mas necessária. Não gosto de usar o álcool para aplacar os meus demônios internos, realmente não.  Mas eu não tinha escolha.

Engravidei Lorelei.  E eu não queria isso.

Lorelei era apenas o meu brinquedo de manipulação. Eu até tinha alguns sentimentos mais fortes por ela, mas nada, nada que me fizesse ansiar por uma criança, por uma vida em familia com ela. Nunca.

E agora eu só consigo pensar em como eu fui tão ridículo, em como a feitiço voltou contra o feiticeiro.  Red John provavelmente deveria estar rindo de mim, de ser tão burro a ponto de engravida-la.  Algo que eu presumo que ele jamais faria.

Dei um suspiro alto, cansado.  Deixei o copo sobre a mesa, e fui até o pequeno armário de madeira, que ficava perto da minha cama. Lá dentro, bem no fundo, havia uma pequena caixinha de plástico azul, aonde eu guardava pequenas lembranças da minha antiga vida em Malibu.

Entre colares de Angela, chupetas usadas de Charlotte e alguns papeis rabiscados com giz de cera, havia uma foto antiga, desgastada e com alguns pequenos rasgos na ponta. Era uma das ultimas fotos que tirei das duas antes de Red John covardemente, as assassinarem.

Na foto, Charlotte, com seis anos, fazia uma careta engraçada junto da mãe, que sorria alegremente, juntas em uma praia da cidade.

Minha vingança me fez tomar decisões erradas. Muitas. Mas uma coisa é certa, não posso deixar essa criança ter o mesmo rumo que a minha pequena Charlotte teve.


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Notas finais do capítulo

*-* Só eu acho que o Patrick seria um ótimo pai?

A partir do próximo capitulo algumas coisas vão começar a acontecer para o que está escrito na sinopse ocorra. Espero que gostem.

Novamente agradeço os reviews. Vocês são fofos demais *----*