A Filha Do Sol escrita por Let B Aguiar, Taty B


Capítulo 26
Missão dada é missão cumprida


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! Finalmente, o penúltimo capítulo das aventuras de Pattie nessa primeira parte da história. Me desculpem pela demora, ela foi intencional, na verdade. Queria despertar a apreensão em seus coraçõezinhos! Heheh, boa leitura!



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Virei-me e senti meus olhos saltando das órbitas. Um cachorro imenso, de pelos pretos lustrosos e olhos vermelhos como rubis rosnava para nós. Mas isso era o de menos. O cão tinha três cabeças gigantes, do tamanho de bigornas. Suas três bocas mostravam os dentes e babavam, rosnando como um bicho pronto para o ataque. Era parecido com o cachorro de Eurítion, porém mais amedrontador, se isso fosse possível.
– Os pescoços. – Leo engoliu seco.
Olhei para os pescoços do cão e a compreensão iluminou meus pensamentos. Em cada pescoço, havia um molho de chaves. E em cada molho guardava, no mínimo, vinte chaves. Todas pareciam ser iguais de longe, mas apenas duas abriam a cela e desacorrentavam Eros. Agora nos restava descobrir quais eram.
– O cachorro de Hécate. – a voz de Eros falhou atrás de nós – Deem um jeito de matá-lo antes que ele mate vocês.
Engoli seco e ergui Kallistei. Ryler fez o mesmo com sua espada, e Leo continuou segurando Érida, que também parecia assustada. O cão deu um latido estridente e correu em nossa direção como um trator. Nos separamos, e as três cabeças se chocaram com força contra a cela. O cachorro ficou atordoado por alguns instantes e em seguida virou-se para mim. Então, me lembrei de como eu costumava brincar com minha cachorra Lara. Aquele era um monstro, mas não deixava de ser um cachorro, certo?
Corri e o bicho correu atrás de mim. Ele era muito rápido e latia furiosamente. Então, a última coisa na lista de “Coisas que não podiam acontecer em momentos críticos” aconteceu: eu tropecei. O cachorro subiu em cima de mim, e eu tive a sensação que um carro havia passado diversas vezes sobre meu corpo. As três cabeças latiam e tentavam me morder. Eu me esquivava e defendia com Kallistei, mas sabia que não podia fazer isso por muito tempo. As patas pressionavam meu abdômen e respirar se tornou uma tarefa árdua.
Repentinamente, o cachorro voltou as três cabeças para trás e saiu disparado em direção a Ryler. Deduzi que Ryler havia feito algo que o irritou, como jogar uma pedra dos escombros em seu traseiro. O cachorro corria atrás dele e tentava mordê-lo a todo custo, ao que ele tentava acertar alguma parte de seu corpo com a espada. O monstro conseguiu arranhar Ryler diversas vezes, e seu rosto estava vermelho de raiva.
– Valdez, tire um apito do seu cinto! – ele berrou para Leo.
Leo estava parado, sem saber o que fazer.
– Um apito?
– Um apito de cachorro! Tire e assopre. Rápido!
Leo mexeu em seu cinto e tirou um apito comprido do bolso. Ele respirou aliviado ao tirá-lo. Ryler se defendia do cão que avançava como um tigre para cima dele, e Leo colocou o apito na boca, assoprando-o. Nenhum som audível foi emitido, mas o cachorro parou de atacar Ryler e passou a choramingar como um Chihuahua, girando desgovernado pelo templo. Ele abaixou as três cabeças, como se aquele som fosse insuportável demais para manter-se são. Ryler tentou se aproximar, mas levou uma rabada (pois é, uma rabada) do cão e voou longe. Leo estava vermelho de tanto assoprar, e também tentava desviar do cachorro. Até esqueceu-se da nossa refém. Aproveitando-se da discórdia geral, Érida furtivamente soltou-se das alegemas chinesas e tentou fugir passando por de trás do cão desgovernado, mas ele deu mais um de seus giros mortais e também a jogou longe.
Diferente de Ryler, ela não teve tanta sorte.
Érida foi arremessada em direção ao espelho translúcido que ocupava a maior parte do altar. Quando seu corpo se aproximou do mesmo, este a sugou como um liquidificador. Eu não acreditava no que meus olhos viam. Ela tentou se segurar nas bordas de prata do espelho, mas a força que a puxava era demasiado forte para que conseguisse aguentar por mais tempo. Sua mordaça foi arrancada brutalmente de seu rosto e o mesmo acontecia com suas roupas.
– Socorro! Ajude-me! – ela gritou para mim, a voz tomada pelo desespero. Eu, que estava à no mínimo trinta metros de distância, corri para ajudá-la, mas não fui rápida o suficiente. Ao estender minha mão à Érida, ela foi sugada para dentro do rodamoinho de energia que espiralava na superfície do espelho e eu juro que pude ouvir seu último grito de angústia antes de ser consumida pelo nada.
A feiticeira imortal e a serva, por fim, sofrerão. E mais um verso da profecia acabara de ser completado.
Eu nunca soube por que senti o ímpeto de ajudar; a cena que presenciei me chocou tanto que este deve ter sido o motivo. Érida escolheu o lado errado, mas havia um futuro e uma chance de se redimir caso saísse viva dali. Porém, qualquer anistia foi aniquilada por um espelho misterioso e claramente poderoso, que sugava e transportava pessoas para o além.
Leo estava visivelmente passando mal de tanto assoprar o apito. Ryler se levantou do tombo e tentava se aproximar novamente do cão, que desistiu de rodar em círculos pela sala e aos poucos ia ficando imóvel. Eu também me aproximei, caso tivesse a oportunidade de golpeá-lo. Antes que eu esboçasse um sinal de ataque, Ryler saltou sobre as costas do cachorro, a espada em riste, e com um urro de guerra enfincou-a entre os dois ombros do monstro, no que a criatura soltou um gemido de dor e se transformou em pó dourado. As três coleiras que portavam os molhos de chaves caíram com um estrondo no chão e eu me apressei em recolhé-las. Ryler aterrissou triunfante, como um verdadeiro filho de Ares. Leo parou de assoprar e até engasgou, colocando uma mão sobre o peito.
– Como sabia o que um apito de cachorro causava num cão? – eu perguntei, observando Ryler embainhar sua espada.
– No exército nós temos treinamento com cães e sempre usamos esses apitos para manter os cachorros em ordem. Nós não escutamos nada, mas os cães sim. Só eles podem escutar sons nessa frequência. Eles ficam desorientados e vulneráveis.
O momento Wikipédia do meu namorado me surpreendeu. Não é que Ryler sabia um pouco de alguma coisa? Andamos até Leo e eu dei alguns tapinhas em suas costas para ajuda-lo a se desengasgar.
– Odeio engasgar com a minha própria saliva. – ele comentou com a voz rouca. – Vocês poderiam ter sido mais rápidos hein, eu pensei que ia ficar sem pulmões!
Dei risada do seu comentário. Faltava pouco para tudo acabar.
– Não é que você usou seu cérebro? – meu amigo arqueou uma sobrancelha para o orgulhoso filho de Ares que havia acabado de matar um cão de três cabeças.
Ele lançou um olhar mortífero para Leo.
– Na próxima vez, Valdez, eu faço você de brinquedinho para o cachorro. Aposto que ele vai adorar.
Leo cerrou os olhos de uma maneira engraçada, quase como se achasse Ryler patético, mas não rebateu. Acho que percebeu que se rebatesse, Ryler o carregaria até o buraco que levava ao Tártaro e o jogaria lá sem dó nem piedade.
Ryler pegou um molho de chaves de minha mão e logo depois se dirigiu até a cela. Ele tentou colocar uma chave na fechadura do cadeado, mas Eros deu um grito.
– Não! Você não pode fazer isso, filho da guerra.
Ryler cerrou os olhos para Eros e entregou o molho de chaves para mim.
– Você também não, filha de Apolo. – alertou-nos Eros. – Apenas alguém que carrega o verdadeiro e puro amor no coração é capaz de abrir o cadeado. E esse alguém é você, filho de Hefesto.
Leo arregalou os olhos e corou. Então ele possuia um amor secreto? Fiquei curiosa e louca para descobrir de quem se tratava, mas não deixei transparecer para não constrangê-lo mais ainda. Assim como Ryler, eu estava chocada com as palavras de Eros. Segundo ele, nenhum de nós carregava o verdadeiro amor dentro de nossos corações. No meu caso, isso até fazia um pouco de sentido, já que eu realmente não amava Ryler. Porém, eu sempre pensei que os sentimentos de Ryler em relação a mim fossem mais fortes do que os meus. Eu sabia que Leo tinha a péssima mania de se apaixonar a cada semana por uma garota diferente, mas tal informação realmente me surpreendeu. Eros disse, em outras palavras, que o amor que Leo sentia por essa pessoa era tão intenso e ingênuo, que chegava a ser puro. Um sentimento livre de segundas intenções e interesses. O tipo de sentimento que nenhum garoto havia demonstrado por mim antes.
– Ok, isso foi estranho. Não precisava expor minha vida pessoal desse jeito, sr. Angelical. Qual é o problema de vocês, deuses do amor? – Leo ficou visivelmente irritado. – A Pattie e o namorado dela aqui podem pelo menos me ajudar a descobrir qual chave é a verdadeira?
Eros fitou Leo com interesse.
– Qual o seu nome?
– Leo.
– Eles não podem lhe ajudar, Leo. Esse é um dever que só você pode cumprir. Sinto muito.
Leo bufou e pediu para que eu e Ryler lhe entregássemos os molhos. Se abaixou na altura do cadeado e colocou a mão esquerda sobre ele, como se o acariciasse.
– Vou precisar de concentração aqui, então pare de respirar que nem um búfalo, Ryler.
Ryler fez menção de dar um pedala em Leo, mas eu segurei sua mão antes que esta alcançasse a cabeça dele.
O filho de Hefesto fechou os olhos e crispou os lábios em sinal concentração. Seu cérebro parecia estar fazendo uma análise minuciosa de cada componente da fechadura, da mesma forma que um vidente lê bolas de cristal. Depois do que pareceram ser dois minutos, Leo selecionou um dos molhos de chaves que pendiam do seu braço e escolheu uma chave de formato engraçado, que me lembrou a copa de uma árvore. Olhando de perto, notei que as chaves apresentavam formatos ligeiramente diferentes, mas era impossível deduzir qual delas abria o cadeado.
Ele colocou a chave na fechadura e virou-a. Nós estávamos muito apreensivos e Eros via tudo bem de perto, seus olhos adquirindo um brilho esperançoso a cada segundo transcorrente. O cadeado abriu emitindo um click e Leo sorriu.
– É isso ai, chicos. Nada me detêm.
Meus deuses, Leo conseguia tirar sarro em todo tipo de situação inapropriada. Ele desenrolou as correntes, e em questão de segundos a cela foi aberta.
Eros soltou um suspiro aliviado e olhou para cima. Talvez agradecendo a seu pai.
– Muito bem, Leo. Você é muito habilidoso. Agora ache a outra chave me desacorrente.
– Acho que vou mudar de ramo e ficar apenas com as fechaduras. Demais! – o sarcasmo na voz de Leo era evidente, mas Eros deixou passar.
Leo fez o mesmo procedimento mais uma vez. Com uma simples virada na chave, Eros se desacorrentou.
No instante seguinte, uma luz forte envolveu Eros e nós nos protegemos dela. Quando ela se esvaiu, meus olhos capturaram uma nova pessoa, ou devo dizer um novo deus. Eros estava totalmente recomposto. Os cachos perfeitos adornavam seu rosto outra vez, as roupas brancas pareciam ter sido lavadas e sua pele brilhava limpa, sem nenhum arranhão ou sujeira. Os olhos azuis agora observavam os arredores com seu típico brilho e intensidade atraentes. As asas estendiam-se de suas costas, conferindo-lhe uma aparência divina. Eros estava deslumbrante (sinceramente, não consegui ponderar se essa palavra era digna para descrever a beleza do deus). A sua aura e poder também tinham se reconstituído e eu podia sentir sua essência envolver-nos mais forte do que nunca. Aquele homem exalava amor, e tive a impressão de que se olhasse demais, iria me apaixonar por ele.
– Pelos deuses, como é bom estar livre!
Ele caminhou suavemente para fora da cela. Respirou fundo e se voltou para nós. Até os garotos estavam embabascados com sua influência.
– Muito obrigada, semideuses. Vocês não salvaram somente a mim, mas o mundo todo. Não permitiram que mundo que conhecem se tornasse um lugar frio e sem amor, e serei eternamente grato por isso.
Sorri encantada com a doçura daquele anjo.
– Nós só fizemos o que é certo. Agora o senhor está livre e pronto para voltar para sua amada Psiquê.
Os olhos de Eros encheram-se de lágrimas.
– Oh, minha amada Psiquê... estou louco para vê-la. Como conseguirei contar-lhe que nosso filho Voluptas é um trapaceiro?
Leo riu debochadamente.
– Trapaceiro? Seu filho queria te matar!
O deus assentiu, resignado.
– Eu sei disso. Esperava tanto de Voluptas, e ele acabou me decepcionando. Devia ter escutado meus instintos e não ter permitido que virasse um deus.
Eros calou-se por alguns segundos e pareceu refletir sobre algo. Na verdade, ele olhava Kallistei, que eu continuava a segurar.
– Vocês encontraram minha mulher... não é mesmo, filha de Apolo?
– Sim.
– Sinta-se honrada. Nunca pensei que Psiquê daria sua espada para alguém. Vejo também que ela lhe deu um de meus kits reservas. Não quero saber o motivo, só peço que faça bom uso. Não sei se você sabe, mas eu e seu pai temos uma desavença. Eu supostamente não deveria gostar de você, mas seria egoísmo de minha parte. Eu reconheço quando alguém me presta um favor. Sei que vocês passaram por inúmeros perigos para chegar aonde chegaram, e estou muito admirado. Você, filha de Apolo, mandou para o Tártaro uma das feiticeiras mais poderosas de todos os tempos. Você, filho de Ares, tenho certeza que com muita coragem defendeu sua amada. E você, filho de Hefesto, libertou-me desta prisão. É por isso que sou extremamente grato a vocês três.
Nós sorrimos e assentimos. Eros era sem dúvidas nenhuma a melhor pessoa que eu já havia conhecido. O deus estava solto, enfim. A profecia se cumpriu. O mundo poderia dormir em paz aquela noite. Tudo estava terminado; nós havíamos completado a missão. Eu sentia orgulho de mim mesma e dos meus amigos, mas o que me deixou mais satisfeita foi ter presenciado a compaixão de Eros. Só de pensar que cada coisa voltou ao seu devido lugar, todo o esforço que depositamos nessa missão valeu a pena.
Quando eu abri a boca para agradecer Eros, uma luz extremamente forte invadiu o templo pela segunda vez e quase me deixou cega. O brilho intenso persistiu até que uma mulher materializou-se diante de nossos olhos. Fiquei sem ar quando prestei atenção na moça. Ela era simplesmente a mulher mais bonita que eu já havia visto. Tinha os cabelos castanhos e ondulados, corpo bonito, vestia calça jeans e uma camiseta. Era tão parecida com a minha mãe que por um breve instante pensei que ela tinha pegado um voo até Paris. Mas eu sabia que isso era impossível. Na verdade, tinha uma leve suspeita de quem se tratava...
– Meu filho! – exclamou e abraçou Eros. Sabe aquele abraço de urso? Imagine que o abraço dado pela mulher foi duas vezes mais forte.
– Olá, mamãe. – disse Eros sem fôlego.
Afrodite envolveu o rosto do filho com as mãos e beijou sua testa.
– Oh, meu filho querido... estava tão preocupada com você! Estive chorando durante todos os dias em que esteve raptado! Você está bem?
Afrodite empregava um tom maternal em suas palavras, dando a impressão de que conversava com uma criança, e não com um adulto.
– Estou, mamãe. Eu também estava preocupado com a senhora e senti saudades. Mas creio que não é comigo que deve conversar agora...
Afrodite virou-se para nós. Ela examinou Ryler atentamente, fazendo o mesmo comigo e com Leo segundos depois. Sua aparência não parava de mudar. Ela assumia formas diferentes a cada segundo – era loira, ruiva, morena e até mesmo um cover da Natalie Portman.
– Eu me lembro de você, pequeno semideus...Leo Valdez, não é? Filho de meu marido Hefesto?
– Ao seu dispor, madrasta. – Leo não demonstrava estar muito feliz por encontrar Afrodite. A deusa grunhiu e se empertigou.
– Não me ouse chamar de madrasta mais uma vez! Esse título não cabe a mim!
Leo levantou as mãos em rendimento, me surpreendendo novamente com sua audácia, mas Afrodite decidiu ignorá-lo e se ocupar observando Ryler.
– E você é...
– Ryler Langdon, filho de Ares.
– Parece ser. Tem o mesmo jeito do seu pai. Fica com esse queixinho levantado para cima, acho uma graça!
Ela virou-se delicadamente para mim e me examinou dos pés a cabeça. Grifos de Apolo! Ela fez exatamente como suas filhas costumam fazer!
– Hum...vejamos o que temos aqui. Qual o seu nome, querida?
– Patricia Veloso, filha de...
– Apolo. – ela completou. – Só os filhos de Apolo são tão bonitos quanto meus filhos. Você é muito bonita, Patricia, mas está um caco. Na verdade, os três estão.
Revirei os olhos. A futilidade do chalé de Afrodite possuía raízes fortes.
– Bom... devo agradecê-los por terem salvado meu filho. – disse ela. – Vocês são heróis muito bravos. Especialmente você, querida. Estava na hora de alguém mandar aquela feiticeira barata para o Tártaro. E com muita classe, por sinal.
– Obrigada. Hum... Lady Afrodite... Posso lhe fazer uma pergunta?
– Claro! – a deusa exclamou, me lançando um sorriso soturno. – Qualquer conselho que estiver precisando em relação ao seu coraçãozinho...
– Não! A pergunta não tem nada a ver com isso! – sua expressão murchou. – O que aquele espelho faz? O que aconteceu com a serva de Circe que caiu dentro dele? Que lugar é esse?
Afrodite observou o espelho tremezulente de rabo de olho.
– O espelho é um artefato mágico muito antigo, de origem incerta. Foi confeccionado antes da era dos deuses... O que se sabe é que pertence a deusa Hécate e tem o poder de absorver todo o mal que ousa passar perto de sua margem e levá-lo de volta à sua essência. Resumindo, ele leva a outra dimensão, uma dimensão onde existem apenas coisas ruins... Dizem que Hécate produziu esse espelho em homenagem à deusa Nyx, a mãe de todo mal que assola o mundo. E bem, podemos presumir que esse templo é um templo pagão de adoração à Hécate. Não sei como veio parar aqui, em Paris...
As feições da deusa se tornaram um pouco sombrias. Mas Afrodite rapidamente tornou a sorrir e quase fiquei cega. Seus dentes eram perfeitamente brancos.
– Vocês devem estar cansados...
– E com fome. – Ryler completou.
– Sim, e com fome. Esse lugar está instável. Irá ruir a qualquer instante. Não vou deixar que morram tão injustamente! E não se preocupem com os mortais. A névoa está conduzindo todos para bem longe daqui. Então, já que cumpriram a missão e salvaram meu bebê – Eros fez uma careta ao escutar isso - por que não voltam para o Acampamento Meio-Sangue?
– Ah, não sei...talvez seja porque não temos um meio de transporte. – Leo ironizou.
Afrodite lhe lançou um olhar desgostoso. Imaginei-a lançando o mesmo tipo de olhar para seu marido Hefesto.
– Não seja por isso! Faço questão de mandá-los para lá como uma forma de recompensa pelo o que fizeram. – ela tornou a dirgir sua atenção a mim. – Patricia, sei que nosso encontro foi breve, mas ainda nos veremos. Afinal, eu sou a deusa do amor, estou presente em qualquer lugar onde amor está. E prevejo belíssimas histórias de amor envolvendo você... Ah! – ela suspirou e colocou uma mão sobre o peito. Não pude evitar olhá-la com estranheza. Eu não queria fazer parte de belíssimas histórias de amor arquitetadas por uma deusa tão imprevisível como esta. – Mande lembranças para minha filha Piper, e espero que apreciem o bônus de minha recompensa.
Dizendo isso, Afrodite e Eros sorriram para nós, e a deusa do amor estalou os dedos. Grunhi ao ter acreditado que não experimentaria a sensação de ser sugada por um liquidificador uma quarta vez. Eu só tive tempo de vê-la dando uma piscadela para mim, pois num piscar de olhos eu e meus companheiros caímos de bunda no meio do anfiteatro de nosso refúgio, o Acampamento Meio-Sangue.


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Notas finais do capítulo

Ebaaaa! Por que eu pareço uma idiota escrevendo essas notas hein? Deuses... Espero que esses capítulos finais não estejam sendo decepcionantes! Não esqueçam que haverá uma continuação... Até o próximo ( e último) capítulo, seus lindos! E esperem por notas da autora gigantescas... hehehe.
Besos xX
Taty



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