A Filha Do Sol escrita por Let B Aguiar, Taty B


Capítulo 11
Troco beijos na árvore da ninfa fofoqueira


Notas iniciais do capítulo

Hey! Gostaram do capítulo passado? O que acharam do Leo todo envergonhado? Fofo demais né? Quem quer um Leo aí levanta a mão! o/ Ok, foco Taty. Aqui está o esperado mas não tão esperado momento "Ryttie" haha. Leiam e descubram um Ryler completamente diferente :)



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Eu mal podia esperar pela queima de fogos. Encontrava-me num estado de ansiedade tão grande que nem consegui comer direito no jantar. Por mais que a comida aparentasse estar deliciosa, meu estômago dava voltas e mais voltas, e qualquer pensamento envolvendo macarrão com almondegas e frango me fazia ficar enjoada. Matt (talvez se sentindo culpado pela nossa briga) quase me forçou a comer frango assado. Pensei até que ele seria capaz de me dar comida na boca.
– Pattie, come. – ele tentou obrigar.
– Pelos deuses, Matt! Eu não estou com fome. Quantas mil vezes eu vou precisar repetir?
Matt fez sinal de quem se rendia e terminou de comer seu frango. Nenhum deles sequer desconfiava que eu iria me encontrar com Ryler. Na verdade, pareciam pensar que eu iria ver os fogos com Piper e Leo, ou com eles mesmos. Imaginei a reação de meus irmãos caso soubessem disso, e quase vomitei a comida que não havia digerido.
Quíron anunciou o fim do jantar com um trote e algumas palavras, e pediu para que seguíssemos para a Praia do Fogos.
– Chalé de Hefesto, podem sair na frente. Afinal, vocês tem um trabalho a fazer. – Quíron sorria. No mesmo instante, um batalhão levantou da mesa de Hefesto. Todos eram muito grandes e musculosos, até mesmo as garotas. Quem via Leo, diria que ele poderia ser filho de Hermes por ser tão miúdo e magro perto dos irmãos. – Crianças, estejam na praia em, no máximo, trinta minutos. Essa é uma data importante, então nada de atrasos.
Quíron se retirou e todos os chalés levantaram, conversando alto até demais. Quando saímos do refeitório e meus irmãos perceberam que eu não iria com eles à praia, recebi olhares desconfiados, mas ninguém ousou dizer nada. Graças aos deuses, Matt não deu nenhum chilique. Apenas me olhou com uma cara feia. Muito feia. O que fiz para ter irmãos tão ciumentos e desconfiados? Taquei pedra no trono de Zeus?
Corri em direção ao meu chalé para escovar os dentes e pentear meu cabelo. O difícil foi chegar inteira, porque tropecei umas três vezes até chegar lá. Fiz tudo muito depressa, e mesmo assim já tinham se passado quinze minutos desde que deixei o refeitório. Saí apressada, e trombei em alguém que estava parado de costas, bem em frente à porta do chalé.
– Vai aonde com toda essa pressa? – Ryler perguntou, rindo. Ele estava tão lindo que me senti feia como um troll. Ryler vestia seu traje de sempre: camisa do acampamento detonada, bermuda e tênis. Mas não era o que ele estava vestindo que o deixava tão bonito, e sim, tudo. O pacote completo. Ah, aquele rosto perfeito... Os lábios carnudos que chamavam para um beijo, os olhos verdes enigmáticos, o cabelo baixo, e o sorriso ao mesmo tempo sério e brincalhão, hoje pareciam estar muito mais convidativos do que nos outros dias.
– Acho que talvez eu estivesse indo ao encontro de um garoto para assistir a queima de fogos! – devo ter falado isso com um sorriso tão grande nos lábios que Ryler provavelmente ficou cego.
– E estava com pressa de encontrar esse garoto? – ele me olhava profundamente, como se fosse capaz de sentir o que eu sentia. Meu sorriso se tornou mais tímido, e eu corei.
– Sim, eu estava com pressa. – coloquei uma mecha de cabelo para trás da orelha. Eu tentei fazer o melhor que pude usando a camiseta laranja do acampamento e shorts jeans. Tinha amarrado um lado da camiseta, fazendo com que esta ficasse mais curta. Usava botas de couro de cano médio com pequenos spikes personalizados a mão. Não carreguei na maquiagem; apenas passei uma boa camada de rímel e base. O perfume era o de sempre, mas admito que exagerei um pouquinho naquele dia para que ele notasse meu cheiro marcante. Não era fã de perfumes doces; sempre preferi as notas mais fortes.
– Você consegue ficar mais bonita quando está sem graça. – e, de fato, minhas bochechas devem ter assumido um tom mais avermelhado ainda com tal elogio. Soltei uma risada nervosa e não intencional. Ryler conseguia ser tão bonito a ponto de me deixar com os nervos aflorados.
– Obrigada...acho! Não gosto de ficar parecendo um pimentão, mas ok. – se eu não era capaz de tirar o sorriso dos meus lábios, Ryler também não parecia ser capaz de desfazer o lindo sorriso que ainda ostentava. – O que acha de já irmos, para tentar conseguir um
bom lugar ?
– Acho ótimo. – ele respondeu, e suspirei aliviada. Graças a minha hiperatividade (claro que nem se comparava a de Leo), eu não conseguia manter uma conversa digna com alguém se estivéssemos parados, ainda mais quando esse alguém era um pretendente. Rumamos em direção à praia, lado a lado, conversando sobre coisas aleatórias. Por várias vezes senti o braço de Ryler roçar no meu. Ao contrário de mim, ele demonstrava estar calmo e descontraído, sem fazer esforço. Já eu, me esforçava ao máximo para não ter um ataque nervoso e sair falando um monte de abobrinhas sem sentido.

Quando chegamos, a praia já se encontrava abarrotada de campistas. Notei que vários andavam de mãos dadas. Pelo jeito, aquela data era o ápice dos casais do Acampamento Meio-Sangue. Pensei que Ryler iria pegar minha mão também, porém, ele foi discreto. Talvez estivesse, assim como eu, pensando que meus irmãos estariam por perto e propensos a ver. Os lugares mais próximos da água já tinham sido todos ocupados. Os fogos seriam disparados de uma balsa que flutuava a alguns metros da arrebentação. Foi aí que uma ideia estranha, mas talvez útil, surgiu em minha mente.
– Ryler, e se nós subíssemos numa árvore?
Ele me olhou com estranheza, como se eu tivesse falado a maior besteira do século.
– Subir numa árvore? Eu não sou nem um pouco bom nisso. Vou me estatelar!
– Não, não vai não, eu te ajudo! – insisti – Vamos vai, te garanto que vamos ser os que terão a melhor vista da queima!
Ryler pareceu ponderar, e acabou assentindo.
– Ok. Mas se eu cair, você vai cuidar de mim!
Por pouco não respondi ‘Com toda certeza, eu cuido de você o quanto quiser!’. Enfim, nos distanciamos um pouco da praia e chegamos até o início da floresta. No meio do caminho, Ryler segurou minha mão. Senti meu estômago dar várias cambalhotas, e a única coisa que consegui fazer foi sorrir.

Observei as árvores, e procurei por uma de galhos largos, que aguentassem duas pessoas. Avistei um enorme Ulmeiro que deveria ter, no mínimo, uns cem anos de idade. Disse para Ryler que era nele mesmo que deveríamos subir e foi isso que fizemos.
Sempre tive facilidade para subir em árvores, desde criança. Gostava de ter uma posição privilegiada nas guerras de arminhas de brinquedo que eu e meus primos do Brasil fazíamos. A quantidade de galhos do Ulmeiro também contribuía para que escalá-lo fosse fácil. Porém, Ryler não tinha a mesma facilidade, e por várias vezes eu tive que lhe dar a mão para que não escorregasse. Preferi parar num galho médio, porque subir até o topo poderia colocar Ryler em apuros. Ele xingou várias vezes, mas ao sentar ao meu lado no largo galho da árvore, se aquietou.
– Bom... a vista e a companhia valem o esforço. – ele suspirou, cansado. A vista era realmente bonita. Dali nós conseguíamos ver toda a baía da praia e os vários campistas amontoados na areia. A água refletia a luz da lua cheia. Eu imaginei onde meus amigos e irmãos estariam àquela hora, e concluí que provavelmente procuravam por mim. Pena que eu me encontrava em cima de uma árvore com um cara muito gato.
– Será que esse galho vai realmente aguentar nosso peso? – perguntei. Eu estava começando desconfiar que meus cálculos poderiam estar errados e que a qualquer momento nós íamos despencar do galho e quebrar as pernas.
– Espero que sim. – Ryler comentou, olhando para baixo, ajeitando-se no galho. – Mas, por precaução, acho bom você ficar bem perto de mim. Quem sabe eu não posso amortecer a queda?
Eu ri bizarramente, e me aproximei de Ryler, ficando ombro a ombro com ele e entrelaçando mais ainda nossos dedos. Minha mão estava suando por conta do nervosismo, e eu sentia que iria falar alguma idiotice a qualquer momento. Ryler era o contrário de mim. Ele aparentava estar tão calmo com toda essa situação, e eu o invejei por conseguir agir tão calmamente quando alguém pega na sua mão.
– Quanto tempo falta para soltarem os fogos?
Ryler estreitou os olhos.
– Eu não sei, talvez alguns minutos.
A vergonha tomou conta de mim. Não sabia mais o que conversar com Ryler. Um desespero me invadiu e eu quis me jogar da árvore.
– Você fica linda com vergonha. – Ryler olhava dentro dos meus olhos, e eu não pude fazer nada além de olhar de volta. Beleza! Se ele estava tentando me deixar doida, estava fazendo isso com sucesso.
– E você fica lindo quando tenta conquistar uma garota.
Ele riu e se aproximou mais de mim.
– E por acaso eu estou conseguindo conquistar essa garota?
– Não sei. Talvez. – eu respondi, tentando dificultar um pouco as coisas. Percebi que ele gostava de desafios. Ryler logo entendeu meu jogo, e usou a sua própria tática.
– E se eu beijar essa garota, será que eu vou conseguir conquistá-la? Ou vou levar um soco?
Eu sorri abertamente com a sua pergunta.
– Você já conseguiu, seu besta. – e então eu o beijei. Sim, eu o beijei. Eu não aguentava mais, e ele também não, porque me beijou com a mesma intensidade. O beijo dele era, sem dúvidas, o melhor que eu já tinha provado até aquele momento. Os lábios carnudos eram macios, e por incrível que pareça, ele foi delicado. Como não caímos do
galho nos beijando? Boa pergunta. Eu não sabia responder. O que sabia é que aquele momento estava sendo único, e eu não queria parar de beijá-lo. Porém, alguns minutos depois eu precisei respirar.
Assim que partimos o beijo, a queima de fogos começou.
– Feliz 4 de Julho. – Ryler ofegou, e não quebrou nosso contato visual.
– Feliz 4 de Julho! – respondi.
Nós rimos e observamos o show. Não podia me esquecer de elogiar Leo pelo bom trabalho que ele e seu chalé fizeram. Os fogos estavam deslumbrantes, e explodiam de todas as cores no céu: rosa, verde, azul, branco, dourado, vermelho, e várias outras. Os fogos tinham formas variadas, e iam desde os que caiam em formato de cascata aos que só soltavam brilhinhos. Essa queima de fogos me lembrou o final de ano que eu passei no Rio De Janeiro, com toda a minha família do Brasil. Por um instante, eu esqueci de tudo e de todos, e só me concentrei na vista e na minha companhia. Tudo estava tão perfeito que mal parecia verdade. Eu e Ryler soava tão certo... Me sentia confortável e feliz ao lado dele, como nunca antes. Foi inevitável não deixar mais um sorriso escancarado iluminar meu rosto.
– Você parece feliz. – Ryler observou.
– Desde quando você começou decifrar meus sentimentos, oráculo?
Ryler gargalhou.
– Desde quando eu sou seu namorado. – ele sussurrou no meu ouvido. Meu sorriso se tornou maior ainda e nos beijamos de novo. E assim ficamos por um bom tempo. Simplesmente esquecemos todas as preocupações e críticas e aproveitamos a noite, só nós dois.

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– Nós devemos voltar. – eu tentei falar, enquanto Ryler me beijava. – Ry, eu estou falando sério... já se passaram 20 minutos desde o final da queima de fogos. Daqui a pouco vão vir procurar por nós.
– Deixe eles procurarem, então! – ele ralhou.
Ryler encontrava-se num estado que mexeria com a sanidade de qualquer menina de 15 anos. Seus lábios estavam um pouco inchados de tanto me beijar, e seu olhar transmitia o mais puro desejo. Eu não deveria estar diferente, mas um sentido aguçado me avisava que se não fossemos embora naquele minuto, estaríamos em sérios apuros. É claro isso não expressava minha vontade, porque, sinceramente, eu passaria a noite em cima daquele galho se fosse preciso.
– Ry...
Ele bufou e parou de vez de me beijar.
– Está bem. Vamos.
Ryler desceu primeiro, e me obrigou ficar esperando. Segundo o próprio, era perigoso descer na frente dele. Eu tive que concordar, pois sabia que se ele caísse em cima de mim eu morreria esmagada ou quebraria todos os ossos do meu corpo. Quando pisou no solo e fez sinal para eu descer, não hesitei e desci a árvore com muita habilidade. Sem querer ser arrogante, eu era muito boa em escalada.
A floresta estava mergulhada na escuridão, e os únicos barulhos que escutávamos eram o de folhas de árvores balançando, ninfas conversando e monstros emitindo grunhidos estranhos. Era um pouco assustador andar por aquela floresta a noite, e para ajudar, estava sem minha espada. Eu duvidava que Ryler estivesse sem a dele, afinal, ele é um filho de Ares. E nenhum filho de Ares anda desarmado.
Enquanto andávamos pela floresta, Ryler me puxava algumas vezes para trás das árvores e me beijava mais um pouco. Foi aí que tudo deu errado.
O acampamento já era visível quando Ryler me encostou numa árvore, e começou a me beijar. De novo. Eu não reclamei, pois isso era um beijo-amasso de boa noite. Então, eu escutei alguns barulhos, como galhos sendo quebrados por passos.
– Ryler – chamei – Tem alguém vindo.
Ele desgrudou seus lábios dos meus na hora e se concentrou nos barulhos. Os sons se aproximavam cada vez mais, e eu escutava algumas risadas e sussurros.
– Merda. – Ryler sussurrou.
– O que nós vamos fazer? Se virem a gente, nós estamos perdidos! – sussurrei de volta.
– Não vão conseguir ver a gente, está muito escuro para enxergar.
Eu olhei por cima do ombro de Ryler e vi quem estava fazendo o barulho. Um casal também trocava beijos atrás de uma árvore, mas eu não conseguia ver quem era.
– Tem um casal numa árvore próxima a gente.
– Você consegue ver quem é?
– Desculpe, mas eu não sou uma coruja. – murmurei. Pelo visto eu falei um pouco alto demais, porque o casal parou de se beijar e um dos dois ficou em alerta.
– Quem está aí? – uma voz feminina perguntou. Eu reconheci a voz imediatamente.
– Annabeth, os livros de arquitetura estão mexendo com a sua cabeça. Não tem ninguém aqui além de nós! – o menino reclamou.
– Fique quieto, cabeça de alga. Eu sei que tem. – Annabeth ralhou. De repente, um brilho fraco e diferente iluminou o pedaço em que estávamos, e eles nos viram. Os dois chegaram mais perto, e vi que o brilho vinha da espada de Percy, a Contracorrente.
– Ryler? – Annabeth indagou, com certo espanto. Ryler se virou e tirei minhas costas da árvore. Nossa aparência não deveria estar nada boa. A cara que Percy e Annabeth fizeram foi de pura surpresa.
– Oh. Meus. Deuses! – Percy exclamou. Ele estava um pouco descabelado, mas bem pouco se comparado comigo – Santo Poseidon! O que vocês dois estavam fazendo?
– Não é do seu interesse, Jackson. – Ryler rosnou. Dei um tapa no braço dele.
Annabeth me encarou, com os braços cruzados. Seu cabelo estava arrumado, e eu o invejei. Queria que o meu estivesse do mesmo jeito.
– Vocês estão namorando? – ela arqueou uma sobrancelha, desconfiada.
– Hum...não conte...
– Deuses! Quando as pessoas souberem disso...- Percy falava como uma filha de Afrodite.
– Ninguém vai saber disso, Jackson. – Ryler o repreendeu. – Pelo menos não por enquanto.
Os dois nos encararam, estupefatos. Percy continuava atônito, ao contrário de Annabeth, que adotou uma postura séria.
– Eu juro que se você contar para alguém o que viu agora, eu acabo com você. – Ryler ameaçou.
– Ninguém vai saber, Ryler. – Annabeth o interrompeu. – Mas nós podemos fazer um trato: não contamos sobre o namoro de vocês, e vocês não contam sobre o nosso...
– Amasso. – Percy completou. Annabeth olhou frustrada para o namorado. – O que?
Olhei para Ryler e ele expressava raiva e vergonha simultaneamente.
– Feito. – eu concordei com a condição. – Nós não iremos contar sobre a sua vinda à floresta.
Annabeth assentiu.
– Vem, Pattie. – Ryler chamou. – Vamos embora.
Ele pegou em minha mão e me arrastou para fora da floresta, deixando um Percy e uma Annabeth confusos. Nós caminhamos por mais alguns metros quando ele voltou resmungar.
– Aquele idiota do Jackson, se eu pudesse cortar a língua dele...
– Ele não vai contar a ninguém, Ryler – eu garanti. – E nós também não.
Ryler me encarou, em dúvida.
– Pattie, acho melhor, por enquanto, nós não assumirmos nosso namoro.
– Eu também acho – falei. – Ainda não estou pronta para lidar com a reação dos meus irmãos e de todos os outros do acampamento.
Faltavam alguns metros para sairmos completamente da floresta, quando Ryler me parou novamente e pegou minhas mãos.
– Siga esse caminho. Eu vou me afastar um pouco para não desconfiarem, caso alguém veja. – eu concordei com o que disse, apesar de achar que não iria adiantar de nada. Não fazia sentido eu estar saindo sozinha da floresta.
Trocamos um último olhar expressivo.
– Boa noite. – ele me deu um beijo com gosto de boa noite. – Te vejo amanhã.
– Boa noite, Ry.
Ele virou para a esquerda, e se afastou o bastante para eu não o enxergar mais.
Andei em direção ao meu chalé, e surpreendentemente, não havia nenhum campista fora de seus chalés, exceto Percy e Annabeth. Fiz o mínimo de barulho possível para não acordar meus irmãos, que já dormiam pesadamente. Mas alguém acabou acordando.
– Pattie? É você? – a voz de Will soou sonolenta. Eu só conseguia enxergar onde ele se deitava por conta da luz da lua, que entrava pela janela do quarto, iluminando todo o recinto. Andei até a cama de Will, dei um beijo de boa noite em sua testa e fui para o meu quarto. Não entendi como ele escutou minha entrada no chalé, porque alguns dos meninos roncavam alto, e deduzi que eram Carlos e Austin.
Depois de ter colocado o pijama, repassei todo o meu dia ao deitar em minha cama. Ryler estava realmente mexendo comigo, e eu sabia que o que sentia por ele era algo intenso. Fazia pouco tempo que nos conhecemos e conversamos de fato, mas era impossível não me apaixonar por aqueles olhos verdes e seus lábios maravilhosos. Talvez estivéssemos indo rápido demais. Para mim, isso não tinha a mínima importância. Eu estava certa de que sentia uma atração por Ryler, e certa de que essa atração era recíproca. Porém, eu ainda não me sentia segura o bastante para assumir nosso namoro. O medo da reação das pessoas, especialmente a de meus irmãos e de Leo, que certamente que não seriam nada boas, me impedia de expor meu mais recente relacionamento. Tinha ciência do que acabara de fazer, mas se tivesse a chance, não faria nada diferente. Eu havia me apaixonado por um filho de Ares. Eu estava namorando um filho da guerra.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam desse ship? Hahahaha eu acho os dois muito fofos, mas... Ops, não posso revelar os meus futuros planos, se não a história perderá a graça.
Comentem, se possível! E obrigada a aqueles que sempre comentam ♥
xX