E de repente tudo se estabilizou. Meu mundo voltou a girar normalmente.

POV L.

Minha cabeça começou a girar e muitas cenas se passaram em minha cabeça. Mantive os olhos bem fechados por que sabia que estava tudo girando e se eu abrisse eu iria cair. Movimentei minhas mão em volta de mim e encontrei sua mão.

– Me tire daqui por favor – consegui dizer a ela com um gosto amargo na boca.

Ela assentiu e segurou minha mão o mais forte possível. Abri os olhos e vi sua expressão de apavorada. Ela estava assustada e totalmente preocupada comigo.

Eu não deveria deixa-la naquele estado, mas eu precisava sair dali o mais rápido possível. Fomos andando com as mãos presas por entre a multidão. Minha cabeça iria explodir a qualquer momento e eu estava pensando nela.

Ela me levou até o carro e me sentei no banco de carona. Ela estava ao logo ao meu lado quieta e dirigindo sem rumo. Ela me olhava esperando uma explicação, mas eu nem me esforcei a dizer.

Achei que ela merecia uma explicação então pedi para que ela parece em qualquer esquina. Ela estava pensativa demais e parecia estar ansiosa.

– Você merece uma explicação.

– Sim, eu mereço.– disse mordendo o lábio.

Eu não a olhava em seus olhos, mas ela me fitava com atenção, talvez tentando captar cada movimento meu.

– Quando eu beijei você eu tive uma crise de – respirei fundo e olhei para ela – Bom, eu não sei exatamente o que foi aquilo, mas eu me lembrei de tudo – ela arregalou os olhos e tive vontade de sorrir, mas meus lábios endureceram – Do jantar onde nos conhecemos, do dia em que tentei te beijar na sua casa, no jardim, nosso acampamento, a Jade e... E quando eu capotei o carro.

Ela me fitada boquiaberta. Ela não disse uma palavra se quer. Ligou o carro e partiu para sua casa. Eu não me manifestei a quebrar o silencio, mas estava cansado daquilo. O que sera que ela estava pensando agora? Por que não disse nada?

Chegamos em frente a casa e ela não entrou. Apenas olhava para frente com as mãos ainda no volante.

– Me diga alguma coisa, por favor – supliquei.

– Não há o que dizer e sim que me desculpar – não entendi de imediato mas depois ela continuou – Nada disso haveria acontecido se eu não tivesse entrado em sua vida. Me perdoe por acabar com seus planos.

– Julia, você não tem que se...

– Vá embora, e não volte mais. Por favor. Me exclua de sua memória e de todas as suas lembranças. Finja que eu nunca entrei naquele camarim um dia. Acredite em mim, vai ser o melhor para os dois.

Eu não podia acreditar no que ela estava dizendo. Meus lábios pareciam pedras e eu não reagi. Minhas pernas estavam pesadas e nem caminhar atrás dela eu podia.

Ela foi até dentro e buscou minhas coisas. Eu não podia acreditar que ela estava falando sério. Impossível.

Sai do carro e fui em sua direção lentamente. Ela estava parada em frente a porta fitando a rua vazia e fria.

– Eu não posso mais ficar sem você – disse friamente a ela.

– Acredite em mim, você pode – respondeu.

– Você não sabe o que eu sinto.

Ela se virou para mim e me olhou incrédula.

– Nem você ao menos sabe o que sente. - disse.

– Eu amo você.

– Não deveria – sua expressão era séria.

– Por favor Julia, pare.

– Não, vá embora!

E eu desabei. Levei minhas mãos ao rosto e chorei em sua frente. Eu estava sendo um idiota, mas não tinha outra forma de expressar o que eu estava sentindo.

Ela não podia estar fazendo isso comigo.