Living a Teenage Dream escrita por A nova Cinderela


Capítulo 14
Desejo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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– Eu estava só brincando. Não vou voltar com ela – me disse, sem nenhuma expressão de brincadeira.

Ficamos deitados em silencio em minha cama assistindo TV. Eu estava deitada em seu peito e ele mexia em meus cabelos, isso me fez adormecer rápido demais. Talvez ele não soubesse, mas eu adormeço muito mais rápido quando estão mexendo em meu cabelo.

Acordei pela manhã e novamente ele não estava lá. Fui levantar com desespero e ele saiu do banheiro rapidamente.

– Calma! Estou aqui! Deita ai. – disse ele tentando me acalmar.

Respirei fundo, aliviada. Ele já sabia como eu ficava quando acordava e não o via lá.

Não pude deixar de notar uma mala feita no canto da parede. Não podia ser dele, ele não podia estar indo embora já.

– De quem são aquelas malas? – perguntei assustada.

– Suas! – respondeu sorrindo.

– Minhas? – perguntei quase gritando assustada.

– Calma! – sorriu – Lembra quando você disse que gostaria de dormir vendo as estrelas no céu? Então, vou realizar seu maior desejo. Vamos acampar. – ainda sorria.

Eu estava assustada, mas feliz.

– Já avisei sua mãe. Serão dois dias em uma fazenda de um amigo meu em Londrina. Fiz suas malas – pegou minha mala que estava no chão e colocou sobre a cama – Aqui são as roupas que eu achei que iriam ser necessários, aqui os sapatos e aqui as roupas intimas. – disse-me constrangido.

Eu fiquei vermelha de vergonha.

– Desculpa, não deveria ter arrumado essa parte. – disse ele.

Não respondi, apenas sorri com seu constrangimento. Ele sorriu também, mas ainda estava com vergonha. Não precisei rever a bolsa para ver se estava tudo certo mesmo. Confiava no bom gosto dele com roupas. Apenas tomei um banho e me vesti. Descemos para tomar café e fomos para o aeroporto onde iriamos de avião até Londrina. No caminho de carro, liguei para minha mãe avisando que estava indo. Chegamos à pista de pouso onde seu jatinho estava nos esperando e meu coração já começara a acelerar. Sim, eu nunca havia andado de avião e estava apavorada!

– Não precisa ter medo, eu estou aqui do seu lado. – sorriu pra mim, confiante.

É claro que ele estava confiante, não era a primeira vez dele em um avião. Ele já viajara muitas vezes nos ares.

A decolagem me deu um frio na barriga. Senti uma pontada no peito tão forte como um soco. Na hora de descer que meu coração acelerou, mas ele segurou firme minha mão e eu me senti segura. Aterrissamos e seu carro já nos esperava na pista de pouso. Era um conversível preto. A famosa “Jabuticaba”. Fiquei com vergonha de ir entrando no carro, mas Rafael abriu a porta para que eu entrasse.

O dia estava lindo, o céu não tinha nuvens. Estava em um azul água. Rafael dirigia a 80 km por hora nas ruas de Londrina. Parecia que não estava preocupado se alguém nos visse junto. Mas eu estava muito preocupada. A cada esquina que cruzava eu rezava para que ninguém o reconhecesse. Chegamos a uma entrada de um condomínio, eu estava preocupada, pois na entrada havia o nome do condomínio no qual Rafael morava com sua família. Ele iria me fazer conhecer eles e eu estava nervosa e nem um pouco preparada para aquilo e acho que ele percebeu, então disse:

– Fica tranquila, só vamos ficar alguns minutos para eu pegar umas coisas. – sorriu.

Eu assenti e fiquei em silêncio. Será que eles gostariam de mim? Como amiga do Rafa, claro. Eu iria conhecer a tão linda família S. e isso era legal para mim, uma fã. Rafael parou em frente a uma casa enorme e incrivelmente linda. Eu estava de boca aberta!

– Esta é sua casa? – perguntei admirada.

– É sim – sorriu.

Eu estava admirada com o tamanho e a beleza de sua casa.

Ele pegou em minha mão para me convencer a entrar com ele e aquele toque me fez estremecer um pouco. Ele abriu a enorme porta da frente e lá estava seu pai Amarildo, na sala assistindo TV, Bruna, sua irmã no sofá com o tablet no colo e Marizete sua mãe, ao lado de Bruna vendo algo na internet.

Quando escutaram o barulho da porta abrindo se levantaram e vieram até nós. Rafael soltou minha mão e fechou a porta assim que eu passei.

– Mãe, pai, Bruna, essa é a Julia. Minha amiga. – ouvi uma risada sarcástica vindo de Bruna, como se ela estivesse insinuando alguma coisa.

– Oi pessoal. – cumprimentei um por um com um beijo no rosto.

Sentamo-nos no sofá e conversamos um pouco. Marizete insistia para nós ficarmos para almoçar e depois irmos para a chácara. Rafa disse que eu quem sabia se iriamos ficar ou não era eu isso me deixou muito constrangida. Resolvemos ficar para o almoço. Resolvi, no caso.

– Ju, vou pegar umas coisas e por no carro, você espera ai ou vem comigo? – perguntou ele se levantando do sofá.

– Vou te ajudar. – eu disse com medo de ficar sozinha lá com os pais e a irmã dele.

Ele percebeu meu medo na voz e sorriu. Crianção. Pensei.

Fomos até um quarto que havia nos fundos da casa. Era escuro e estava cheio de teias de arranha. Havia umas madeiras espalhadas e caixas de mudança. Era bem apertado fazendo com que eu e Rafael andássemos agarrados. Era estranho me sentir tão perto dele.

– Oque você vai pegar aqui? – perguntei com um pouco de nojo do lugar imundo.

– A nossa barraca. – disse ele rindo.

Fomos procurando, um colado no outro até que me senti presa na parece por ele. Eu estremeci. Eu podia sentir a respiração de Rafael, aquele hálito fresco batendo em meu rosto. Ele me segurou pela cintura e foi se aproximando cada vez mais.

– Ahm... – eu disse tentando impedir que ele fizesse aquilo.

Ele colocou o dedo em minha boca fazendo um sinal para que eu ficasse quieta. Seus lábios estavam quase encostando-se aos meus. Seus olhos estavam nos meus. Eu podia ler sua expressão. Ele parecia querer muito aquilo. Eu então me entreguei, coloquei minha mão em sua nuca e acariciei seus cabelos macios. Então, aconteceu.

Foi um beijo intenso e caloroso. Seus lábios eram macios como seda. Eu não queria mais parar, me viciei em seu beijo. Eu estava alucinada. Será que aquilo era só um sonho? Se fosse, eu não queria mais acordar. Eu estava vivendo um sonho adolescente.

Quando paramos, me dei conta do que havia acontecido. Eu beijei meu melhor amigo e ídolo. Eu deveria ficar feliz ou apavorada? Eu estivera fora de mim enquanto o beijava.

Soltei-o e fiquei imóvel em sua frente. Sua reação foi a mesma. Seus olhos olhavam para o chão com a expressão assustada. Foi então que ele disse:

– Desculpa, eu não sei oque aconteceu! Eu... – eu fiz o mesmo sinal para que ele ficasse em silêncio.

– Acho melhor a gente esquecer isso, não é mesmo? – disse a ele, ainda muito assustada.

– Esquecer? Julia, eu nunca vou esquecer oque aconteceu! – disse ele incrédulo.

– Rafael, é o melhor a fazer!

Eu queria sair correndo e ir embora para minha casa. Estava muito constrangida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem ai. Beijos.