A vingança foi feita. Rafael melecou meu nariz com chantili. Fiquei toda suja.

– Eu te mato. – falei sorrindo á ele.

Eu sabia oque devia ter acontecido, mas não sei se eu queria que acontecesse. Talvez Rafael não quisesse me beijar ou talvez não tivesse coragem. Eu estava feliz por estar lá com ele, ele me fazia feliz. Era incrível eu estar passando uma tarde incrível com uma pessoa que sempre sonhei em conhecer. Era maravilhoso demais para ser verdade!

Já estava ficando tarde e o Sol estava se pondo. Estávamos deitados na toalha, que estava esticada na grama, olhando o por do Sol. Rafel se sentou e me olhou. Sentei também, pois sabia que ele iria dizer algo.

– Eu sei que isso não vai te deixar muito feliz, mas eu preciso saber sua opinião – respirou fundo e continuou – Você acha que foi certo eu ter terminado com a Jade?

Eu me assustei. Meu ídolo estava pedindo conselhos amorosos para mim. Era de se assustar.

– Não sei exatamente. Ela te fazia feliz? – perguntei tristonha.

– Ela é uma pessoa legal, sabe? – ele não olhava em meus olhos quando iria descrever ela por isso eu sempre achava que estava mentindo – Companheira... Mas eu não a amo. Não acho que seja a pessoa certa para mim.

– Então acho que você esta certo de ter terminado. – respondi com sinceridade amiga.

– Me sinto melhor quando estou com você do que quando estou com ela. – me disse, mas desta vez me olhava profundamente nos olhos.

– Sou apenas uma fã. – minhas próprias palavras me machucaram.

– Você sabe que não é apenas uma fã. – sua voz estava tremula como se quisesse falar alguma coisa.

– Uma amiga talvez... – disse esperando que ele me dissesse algo que me fizesse sorrir.

– Pode ser – fez uma pausa e sussurrou – Ou talvez eu quisesse que fosse mais que uma amiga.

Eu fingi não ter escutado oque ele disse. Começamos a arrumar as coisas para irmos embora. Colocamos as coisas no carro e eu fui me despedir daquele lugar lindo. Fiquei olhando as flores e ele me chamou para irmos, pois o parque iria fechar logo.

Fomos embora em silêncio. Eu não gostava daquilo, mas não disse uma palavra. Começou a chover e eu observava as gotas caindo pela janela do carro. Chegamos em casa e minha irmã veio logo abraçar Rafael. Aquilo me irritou profundamente e eu fiquei vermelha de raiva. Controlei-me para não demonstrar o quão de ciúmes eu estava sentindo. Quando passou minha raiva, e Carolina finalmente soltou ele, ficamos sentados no sofá conversando com minha mãe e eu contei como foi nossa tarde. Sem contar alguns detalhes especiais, claro. Eu não iria contar á minha mãe a conversa que tive com Rafael. Eu confiava nela, mas não era a hora certa para conta-la do que estava acontecendo. Talvez não tivesse acontecendo nada...

Rimos um pouco e resolvemos pedir pizza. Duas pizzas, uma de calabresa e outra de queijo com catupiry. Comemos na copa, sempre rindo muito. Rafael contou-nos umas histórias de seus shows, fãs malucas, homens apaixonados por ele, micos que ele pagou e etc. Terminamos de comer, eu e minha mãe fomos para a cozinha lavar e secar a louça. Ela me fez algumas perguntas inconvenientes como: “Rolou alguma coisa?”, “Vocês se beijaram?”, “Ele te disse oque sente?”. Ignorei todas. Eu estava mesmo preocupada com Rafael e Carolina juntos, sozinhos, na sala. Queria terminar logo de lavar a louça para ir ver oque eles estavam fazendo.

Quando terminamos, chamei Rafael para subir. Pude subir as escadas com meus próprios pés novamente e odiei, eu queria que ele me carregasse. Egoísta. Fui tomar banho enquanto ele ficou me esperando no quarto. No meio do banho pude jurar que ouvi meu celular tocar, mas continuei meu banho normalmente. Terminei o banho e me vesti no banheiro, claro.

– Meu celular tocou? – perguntei quando sai do banheiro.

– Sim. Vitor te mandou uma mensagem. Desculpa, mas eu não pude deixar de ler. – respondeu.

– Tudo bem. – respondi, peguei meu celular.

A mensagem estava assim:

“Soube que você tirou o gesso. Que tal se nós saíssemos para tomar um sorvete ou coisa assim?”

Respondi apenas:

“Não sei se vai dar, mas quando der te ligo.”

Rafael foi para o banho com as expressões exaltadas. Era claro que ele estava com raiva. Mas eu não sabia o por quê. Ciúmes? Talvez...

Ele terminou o banho, se vestiu no banheiro e veio em direção à cama. Sentou-se.

– Eu acho que devo voltar com a Jade. – disse ele e me fez ficar enfurecida.

– Independentemente das suas escolhas, o que importa pra mim é sua felicidade, ver o sorriso estampado em seu rosto, te ver com os olhos brilhando, ver multidões atrás de você, ouvir suas músicas nas rádios mais famosas em primeiro lugar, ver fãs te esperando horas e horas na porta dos hotéis, fãs dormindo na fila para poder ficar um pouquinho perto de você, o que importa realmente é você.

Ele se assustou com minhas palavras. Acho que ele pensou que eu ia brigar com ele e fazer drama. Ele estava errado. Por mais que doesse, oque eu mais queria era vê-lo feliz.