POV LEÓN

(MESMO DIA, HORAS ATRÁS)

Mais um dia se iniciava. Acordei bem cedo como sempre com o meu celular que fizera questão de despertar todos os dias as 9h da manhã. Depois de um certo tempo (meia hora) enrolando na cama, eu finalmente criei coragem e com muito esforço me arrastei para fora dela. Fui até o banheiro, fiz minha rotina matinal e logo depois que terminei de me arrumar, desci as escadas para tomar café. Quando cheguei na cozinha, eu já pude ver Tomás, Olga, Ramalho e Ludmila (o que era bem estranho) sentados à mesa, cumprimentei-os sem muita cerimônia e me sentei juntamente à eles. Não demorei muito e já enchi uma tigela de cereal e logo comecei a devorá-la.

O clima estava muito estranho na cozinha... Ninguém se falava, pelo contrário, todos comiam calados e cada um no seu canto. Nada saiu muito disso exceto pelos olhares de Tomás que fazia questão de me fuzilar com os olhos, e eu nem me senti intimidado com aquilo, afinal eu já tinha dado nele a surra que ele tanto merecia. Quando terminei de comer, me retirei silenciosamente e, antes mesmo de eu chegar na sala, a campainha tocou. Corri para atende-la, então eu vi Federico acompanhado do André, do Broduey e do Maxi.

- Eaeee mano – Federico disse enquanto batia sua mão na minha, já entrando em casa.

Todos os garotos fizeram a mesma coisa que Federico e adentraram.

- Eae, caras. O que devo a essa visita? – perguntei.

- Você não tinha nos convidado para fazer a noite dos garotos aqui? – perguntou Maxi.

- Sim – disse – mas são 10h da manhã!

- Tudo bem cara, quer que a gente vá embora é só falar – disse Broduey.

- Ahhh, para de agir como mocinha, cara. Eu só estranhei o fato de vocês terem chego aqui tão cedo, só isso.

- Mocinha? Haha, o León tá te zuando, cara – André disse para Broduey, sem noção alguma da vida como sempre.

Nós todos resolvemos deixar todo aquele papo que tivemos por ultimo pra lá e nos reunimos na sala. Cada um se acomodou da maneira que quis (sentado no sofá ou no chão mesmo) e nós pegamos o meu videogame e começamos a jogar para passar o tempo. Entre muita conversa jogada fora, depois de um tempo nós fomos notar a inusitada presença de Ramalho na sala, sentado silenciosamente nos observando e soltando algumas risadas entre algumas conversas ridículas que nós tínhamos. Se ele já ria assim e nós só estávamos falando sobre jogos, imagina quando nós conversássemos sobre as garotas, o cara ia ter um ataque cardíaco. Bem, de qualquer forma a presença de Ramalho ali me deixava um pouco curioso, ele nunca foi muito do tipo de cara acolhedor, que se enturma (exceto com Violetta porque já a conhecia há muito tempo) então eu não pude me conter em fazer algumas perguntas a ele:

- O que você tem Ramalho? – dei uma pausa no jogo e perguntei, logo depois que o fiz, todos os garotos se viraram para ele também aguardando uma resposta.

Ele suspirou.

- Adivinha? – disse com uma cara conformada.

- Mulheres, lógico – Maxi logo respondeu e Ramalho somente assentiu com a cabeça.

- Mulheres? – estranhei, até onde eu sabia a Olga gostava do Ramalho, mas o Ramalho não gostava da Olga (que era a única que eu imaginava querer algo com ele) – você tem namorada?

- Não... – ele abaixou a cabeça – é só a Olga, nosso ultimo encontro foi péssimo.

- Você tá gostando da Olga, Ramalho? – perguntei ainda surpreso, e ele somente assentiu – ah, não se preocupe, eu sei que vocês terão uma outra oportunidade de ter um ótimo encontro muito em breve (me lembrei de Violetta estar planejando algo).

- Pior é que depois do fracasso daquele encontro ela ficou mais insuportável do que nunca – ele suspirava – mas parece que quanto mais chata ela fica, mais eu gosto dela.

- Eu sei bem como é isso – todos nós (os garotos) falamos isso em uníssono.

- Mas fique tranquilo, tudo vai se resolver, acredite em mim – tentei encorajá-lo sem fazer ele desconfiar de que eu sabia de algo.

- Eu espero – Ramalho disse já se levantando para se retirar – vocês tem é muita sorte de serem tão novos e não terem problemas com isso – afirmou e se retirou.

Quando ele saiu todos nós começamos a rir automaticamente, até parece que nós não tínhamos problemas com mulheres. Cada um ali namorava uma doida, exceto André que era um Alone (N/A tadiiiiiiinho).

Nós ficamos cerca de mais uma hora ali jogando videogame e eu já estava bem preocupado com a Violetta (porque ela ainda não tinha acordado) quando a dita cuja me aparece descendo as escadas com aquela carinha linda toda amassada. Se eu fosse um cara normal diria que ela estava parecendo um zumbi de tanto que dormiu, mas eu não conseguia vê-la feia, de maneira alguma. Meus olhos automaticamente se voltaram pra ela e então eu comecei a falar:

- Até que enfim dorminhoca. Isso são horas de acordar?

Então ela me deu bom dia e começou um papo com os garotos sobre o porquê eles estavam fazendo farra na casa dela. Essa conversa não foi muito prolongada até que alguém tocou a campainha e as meninas chegaram. Violetta as mandou subir e então todas sumiram.

- Sua namorada é uma estraga-prazeres. Só porque eu queria ficar um tempo com a minha Naty – disse Maxi.

- Ah cara, você acha que eu não queria ficar o dia inteiro com a Violetta também? Mas a gente fez um acordo, e teremos que cumprir – eu disse firmemente.

Maxi torceu o lábio mas concordou.

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Nós não tínhamos exatamente nada para fazer aquele dia, então passamos o resto da tarde jogando videogame de forma completamente alienada (ou seja, não prestamos atenção em nada ao nosso redor) exceto quando Tomás e Ludmila saíram de mãos dadas e não voltaram mais. Quando já estava tarde e já era hora de nós subirmos para o quarto e farrear, Ramalho nos apareceu todo feliz e disse que teria um fim de semana inteiro em um resort com a Olga e nós nem demos atenção, pois já sabíamos que isso era coisa das garotas.

Finalmente subimos até o meu quarto, e quando nós íamos começar a jogar MAIS videogame (que era só o que nós tínhamos para fazer), Federico nos sugeriu algo bem mais atrativo:

- Caras, o que vocês acham de espionar as meninas hein? Essa hora elas já devem estar fazendo festa – sorriu quase maliciosamente – vamos ficar atrás da porta porque elas com certeza vão falar da gente.

Todos os garotos concordaram, porém eu pensei um pouco.

- Isso é errado – quando eu disse isso eles torceram os lábios – Mas se vocês querem fazer, façam direito. Ao redor da casa tem uma varanda enorme que vai do meu quarto até o quarto da Violetta. Nós podemos ir pela varanda e ouvir pela porta de lá, que provavelmente vai estar aberta e só com a cortina na frente – sugeri.

- Cara, você tá sugerindo algo errado pra gente? – Broduey estranhou.

- Confesso que eu também estou curioso – disse conformado.

- Então demorou, rapazes – disse Federico.

Então todos nós fomos em passos cautelosos até em frente o quarto da Violetta e nos sentamos na frente da porta para ouvir toda a conversa. Tudo dava pra ser escutado com clareza. E para a nossa surpresa, nós ouvimos coisas que nunca imaginaríamos, até segredos dos próprios rapazes que eu nunca ia imaginar, foi uma zueira total. Descobri que Maxi era safado, Federico garanhão e que Broduey não tinha limites (cada um teve a zuação que merecia), mas quando chegou na hora de Violetta falar, eu fui o mais zuado.

- AWNNNN, ELE TÁ TODO XONADINHO – Maxi dizia enquanto fazia um coração com as mãos.

- Ain, o León é tão fofo – Federico piscava os olhos.

- Eu sempre soube que era você, meu amor – Broduey disse fazendo biquinho.

Os meninos não paravam de me zuar, diziam que eu estava preso ou algo do tipo. O que eu podia fazer se eu realmente amava a Violetta? E eu sei que apesar daquilo tudo, todos eles amavam de verdade as garotas com quem estavam. Cansados das zuações (e com medo de sermos descobertos) nós finalmente saímos de lá e voltamos para o meu quarto. Lógico que não pudemos deixar de comentar alguns fatos mais importantes.

- Maxi, você não respeita a Naty não, rapaz? – André perguntou.

- Claro que sim, mas que pergunta! É que as vezes o clima esquenta né, você sabe – ele disse envergonhado.

- E o Federico então, foi beijando a menina assim do nada... – Broduey disse.

- Ah cara, eu conversei muito com ela pela internet depois que sai do Studio. Durante toda a viajem eu pensei nela, e quando eu a vi simplesmente rolou, ué – deu de ombros.

Todos os olhares do quarto foram até mim depois daquilo.

- É melhor nem falar mais nada sobre o León porque ele vai ficar irritado – disse André.

- Mas que você sabe que você tá dominado, isso é verdade cara – Maxi disse – lembra como você virou um vegetal quando a Vilu veio pra cá e te deixou?

- Mal respirava – Broduey disse.

Quando eu ia responder pra me defender, todos me ignoraram, me mandaram calar a boca, apagaram as luzes e se deitaram pra dormir, assim, do nada mesmo.

Eu ri com todas aquelas atitudes e também me deitei. Fiquei perdido em meus pensamentos por um tempo com imagens da Violetta, e que mesmo sendo difícil de assumir, eu sabia que os meninos tinham razão em grande parte daquilo que me falaram. Todas aquelas imagens na minha cabeça me tranquilizaram e então eu logo adormeci. Sabia que grandes coisas me aguardavam no dia seguinte.