Acordei bem disposta na manhã seguinte. O sol fazia questão de bater bem na minha cara como todos os dias, o que de certa forma era bom porque assim eu não precisava de despertador. Só que dessa vez ele parecia mais forte, mais brilhante ou qualquer coisa do tipo. Me levantei, fui até o banheiro e fiz a mesma coisa que faço sempre. Minha cara estava COMPLETAMENTE amassada e eu estava com expressão horrível, normalmente eu sempre acordava mal, mas dessa vez era demais... estranhei tudo aquilo e corri para o relógio para ver que horas eram, e pra minha surpresa os ponteiros marcavam 12h. Quase pulei quando vi aquilo, já eram meio dia e eu ainda não tinha feito nem um esboço do encontro surpresa da Olga e do Ramalho (apesar de já ter algo em mente).

Tentei terminar rapidamente de me arrumar e logo corri para o telefone, liguei para a Fran e chamei as meninas para aparecerem aqui em casa imediatamente para podermos colocar em prática aquilo que eu mais ou menos havia criado em minha mente.

Logo depois de tê-lo feito, desci as escadas e já pude ver León sentado no sofá juntamente com Maxi, André, Broduey e Federico. Minha casa já tinha virado baderna, eu ri com aquilo tudo.

- Até que enfim dorminhoca – León logo disse ao me ver – isso são horas de acordar?

- Bom dia pra você também  – disse e mostrei a língua pra ele – o que é esse povo todo na minha casa? – perguntei como se os desprezasse.

- Ah, é que nós vamos fazer a noite dos garotos, lembra amor? – León sorria.

- Então, mas são MEIO DIA! – debati.

- Tudo bem Vilu, quer que a gente vá embora é só falar – Maxi disse e me mostrou a língua em seguida, mas tudo em um tom de brincadeira.

Quando eu ia responder alguma coisa, a campainha tocou e me salvou. Dei um breve sorriso tímido para os garotos e saí correndo em direção a porta. Quando a abri, lá estavam as três garotas que me ajudariam com tudo. Não perdi tempo e logo as convidei pra entrar, quando elas entraram já foram logo caminhando até a sala e de encontro aos meninos. Lógico que um grande barulho e uma grande zueira começou entre eles, mas eu tive que cortar.

- Vamos garotas! Subam no meu quarto que eu falo pra vocês o que eu tenho em mente – quase ordenei.

Elas fizeram biquinho e estranharam a minha atitude, mas logo fizeram o que eu havia pedido. Tudo bem eu fui meio rude, mas imagina se eu deixasse aquelas meninas farreando, cada uma gosta de um garoto que ali estava, então nós nunca faríamos o que tinha que ser feito.

Chegando no meu quarto as meninas se acomodaram. Pude ver que elas já tinham trago a mala que nós usaríamos no dia seguinte e com as roupas que usaríamos nesse dia. Cada uma largou sua mala em algum lugar e logo elas sentaram na minha cama. Não perdi tempo e já comecei a conta-las o meu plano.

- Então garotas é o seguinte: eu vou reservar esse fim de semana em um resort para o Ramalho e para a Olga. Logo que se eles soubessem que isso é coisa minha nunca aceitariam o presente... então o plano é fazer com que um pense que isso é presente do outro.

- E como nós faremos isso? – logo perguntou Cami.

- Essa é a questão – eu respondi – nós temos que escrever duas cartas. Um no nome da Olga e enviá-la para o Ramalho, e um no nome do Ramalho e enviá-la para a Olga. Então vai ser assim: Fran e Cami vão fazer as cartas e se encarregar de entrega-las de alguma forma, enquanto eu e a Naty procuramos um bom resort para reservarmos no nome deles.

As meninas concordaram com o que eu havia falado e logo nós partimos para a ação. Foi muito trabalhoso arrumar algum lugar para hospeda-los de ultima hora, tanto quanto foi fazer as cartas de uma maneira inteligente para que ninguém desconfiasse... Foi tão trabalhoso que nós gastamos a tarde inteira para fazer aquilo tudo, mas o mais importante era que nós conseguimos fazer. Depois de muito esforço, tudo já estava feito. E para a nossa surpresa, logo que nós terminamos e finalmente iríamos fazer as coisas de garota (dar inicio a festa do pijama), Olga adentrou o meu quarto, nos fazendo gelar.

- Violetta! – disse em um tom estranho.

- O-olguinha... –eu estava com medo de ela ter descoberto tudo.

- O RAMALHINHO ME CHAMOU PARA OUTRO ENCONTRO!!!! E COMEÇA HOJE E VAI ATÉ O DOMINGO!!!  – disse pulando de alegria, e quando ela fez aquilo, todas nós ficamos aliviadas – Eu posso ir? É um fim de semana só... e é bem nesse fim de semana que você vai ficar fora. Tirando hoje, mas você consegue se virar sozinha né minha bebezinha?

- Sim Olguinha – eu disse sorridente.

- AAAAH EU TE AMO VILUZINHA! – quando ela disse aquilo pulou em cima de mim e começou a me encher de beijos, despertando o riso de todas as garotas no quarto.

- Tudo bem Olga, já entendi. Agora vá se arrumar senão você vai perder a hora! – disse a empurrando.

- Muito obrigada meu amor, muito obrigada – disse e se retirou.

Depois daquela cena automaticamente eu e as meninas começamos a rir. Tudo estava dando certo como havíamos planejado, Olga já estava bem mais flexível e nem um pouco carrancuda (já estava como a Olga de antes). Só esperava que depois desse encontro as coisas melhorassem.

Nós resolvemos esquecer tudo aquilo e finalmente nós começaríamos a festa do pijama. Todas fomos no trocar (colocar nossos pijamas) e logo começamos. Coloquei um som alto para que nós pudéssemos dançar e cantar, e assim foi. Nós estávamos farreando e nos divertindo como nunca... fizemos guerra de travesseiro, corremos pelo quarto, pulamos na minha cama e nos jogamos nos colchões que estavam no chão e várias outras coisas. Se nós já estávamos assim, imagine os garotos. Mas eu tinha criado uma regra quanto à isso: os meninos não podiam entrar aqui e vice-versa, porque senão minha casa viraria uma bagunça (imagina os meninos nos vendo de baby-doll) ainda mais porque não tinha nenhuma supervisão de um adulto na casa.

 Mas como toda boa festa do pijama, tinha chego a hora de conversar. Desliguei o som, me sentei e logo as meninas entenderam. Nós fizemos uma roda sentadas em cima dos colchões jogados no chão, eu sabia que aquela era a hora de fazer confissões ou algo do tipo.

- E aí garotas? Do que vamos conversar? – perguntou Naty.

- Garotos, é óbvio – Cami logo respondeu.

- Garotos é? – Fran perguntou e logo suas bochechas ficaram coradas.

Todas nós notamos aquilo.

- Só por que você ficou desse jeito, você começa Fran! – eu disse – você tá gostando do Fede, não é? – joguei direto.

- Não gente, não é isso – ela disse completamente tímida – vocês são doidas!

- Então o que é? – perguntei – eu sei que você tá escondendo algo.

Ela suspirou como se estivesse conformada e logo começou a falar.

- TÁ BOM, TÁ BOM EU ASSUMO! – jogou suas mãos pro alto – mas a culpa não é minha.

- Não é sua? Conte-nos mais sobre isso, mocinha – Naty disse.

- Sabem ontem, quando o Fede finalmente chegou? – perguntou e nós assentimos com a cabeça – então, eu já sabia de tudo porque à tarde, quando ele havia chego, eu fui busca-lo no aeroporto.

- E...? – perguntei, estava ansiosa.

- Então, quando ele me viu... – ela supercorou quando começou a falar de novo – invés de me cumprimentar como qualquer pessoa normal... – pausou por um segundo – e me dar um beijo no rosto, ele – parecia que ela iria explodir – ele chegou e já me roubou um beijão no meio do aeroporto.

Todas nós gritamos e nossos queixos caíram aquela hora. Federico estava tão sem vergonha assim? Se bem que eu sempre soube que ele gostava da Fran.

Depois de todas as manifestações de surpresa, Cami voltou a Falar:

- Gente, alguma de vocês já...? Vocês sabem... aquilo.

Automaticamente todas nós recusamos e dissemos que não, exceto Naty que só abaixou a cabeça, envermelhada.

- Naty – eu arregalei os olhos – o Maxi e... – não sabia nem qual palavras usar.

- NÃO, GENTE  EU NUNCA FIZ ISSO POR FAVOR – ela logo afirmou, nos fazendo ficar aliviadas – mas o Maxi é bem taradinho às vezes – confessou.

- É, eu sei como se sente... as vezes sinto que não sei onde o Broduey vai parar – Cami disse.

Todas nós rimos, mas de repente todos os olhares do quarto foram até mim.

- Só falta você falar, Vilu – Francesca disse – Afinal, é o León ou o Tomás?

Eu corei.

- O León, garotas. Sempre foi ele – disse aquilo com o coração cheio e então suspirei - o Tomás não serve pra mim. - Quando disse aquilo me lembrei da noticia mais recente que eu tinha sobre ele.

- Quer saber de uma coisa? Eu sempre soube que seria ele, mesmo quando eu era um capacho da Ludmila – Naty disse sorridente – vocês são muito perfeitos juntos.

- OOOOOOOOWN – Cami e Fran disseram isso juntas.

- Mas hein, eu percebi que ontem você estava querendo bater naquela Lara né? Até eu vi o jeito que ela olhou pro León – Naty afirmou.

- Nem me fale, nem me fale – eu disse – só espero que ela não estrague essa viajem porque eu vou passar o tempo inteiro com o León – disse com os olhos brilhando.

- E eu com o Maxi - Naty disse.

- Eu com o Broduey - Cami.

- E eu com o Fede - Francesca disse ainda toda envergonhada.

Todas quase vomitaram arco-íris aquela hora.

Depois de muita zoação da parte das garotas (e muito mais conversas sobre os nossos namorados) nós finalmente ficamos cansadas e fomos dormir. A noite tinha sido maravilhosa, tudo estava saindo perfeitamente bem. Isso era muito bom, mas infelizmente era pra se desconfiar. Resolvi tentar esquecer de todos esses pensamentos, mas eu sempre me lembrava daquela tal de Lara. Não sei por que exatamente, mas eu tinha a impressão de que talvez, só talvez minha viajem pudesse ser um lixo e sair completamente diferente do que eu planejei por culpa dela. Bem, não era cabível tirar conclusões precipitadas agora, eu ainda tinha esperança de estar somente paranóica (se é que isso é algo bom).