Muito Bem, Parabéns, Aqui Estamos. escrita por bksbm


Capítulo 1
1º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio.



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A chuva caia pela janela, ela acompanhava as gotas escorrendo, bem de perto. Seu rosto grudado ao vidro gelado, seu corpo, apoiado sobre o pequeno espaço entre sua banheira e a janela, estava coberto por um cobertor de lã, que vinha sendo seu único companheiro nos últimos dias.

Já fazia alguns meses que tudo tinha acontecido e tudo que ela pensava desde o amanhecer até o último momento de consciência antes do sono era em como as coisas chegaram a este ponto. Tanto tempo sem se falar e onde estaria ele? O que estaria fazendo exatamente naquele momento? O que ELES poderiam estar fazendo se estivessem juntos naquele momento?

As lágrimas escorrem pelo seu rosto, confundindo sua visão com a imagem semelhante que se dava na janela quando as gotas de chuva batiam com toda a força e escorriam com a simplicidade de uma brisa. Assim como suas lágrimas que saiam por um impulso interior mais forte que ela, e escorriam ao perceber quão inofensivas eram ao tocar sua face.

Era impossível que ela soubesse. Ou talvez não, afinal, quem diz “Eu te amo” uma vez depois de três ou quatro anos reprimindo, jamais seria capaz de não pensar no dono desse amor. Mesmo que tivesse um motivo concreto para desacreditar de tudo que um dia imaginou que pudesse se realizar. Mesmo depois de todo o tempo que esperou pensando assim.

 De qualquer forma, como ela saberia se ele ainda conseguiria pensar nela evitando que tudo reprimisse esse amor? Ela queria, e, agora, tinha total convicção disto. Mas o fato é que tudo era mais complicado do que simplesmente querer. É como dizem: “Querer nem sempre é poder.”. Exatamente isso.

  Espera aí. Quem disse que ela não podia? Ela podia. E também sabia disso. A questão não era essa, e sim o medo. Medo de tudo dar errado, de perder o que construíram nesses quatro anos ‘trabalhando’ juntos, mas talvez Lanie tivesse razão quando dizia que eles não tinham nada de realmente concreto. Talvez. Talvez não.

  A questão é que nos Hamptons ele sentia o mesmo. Com um pouco mais de sofrimento, é claro. Ele pensava nela a todo o momento. Das duas formas possíveis: Uma cheia de amor e de saudade daquela mulher irritante, ao mesmo tempo fofa, que ele seguia feito um cachorrinho, desde que matara Derrick Storm, a outra, cheia de ressentimento e arrependimento, por ter falado o que não devia, na hora que não devia, e ter estragado tudo.

  Ele relia todos os e-mails e mensagens não respondidas dentro dos últimos dois meses, e continuava pensando nela. E se culpando por conseguir ser tão cego mesmo depois de tudo. Em todas as mulheres com quem ele cruzava na rua, ele procurava um único perfume. O perfume que ela exalava quando ele lhe ajudava a tirar sua jaqueta, ou o mesmo que saia do seu cabelo todas as manhãs.

  A chuva continuava incessantemente. Depois da meia noite, seus olhos, fechando a todo o momento, convencem-na da hora de deitar e tentar esquecer-se dos problemas, pelo menos por oito horas. É exatamente ali, deitada no meio de uma cama de casal (sempre acreditando na teoria de que é melhor deitar no meio para manter os dois lados quentes, do que trocar no meio da noite e se dar conta de que, aquele alguém que você gostaria de encontrar, não está lá) que ela toma a decisão.

 Tentativas não faltaram. Ela enviou vários e-mails e não foram respondidos, assim como suas mensagens e todas as suas ligações. Talvez devesse ser assim mesmo. Talvez ela devesse se afastar de vez, e, depois de quatro anos, estava tudo acabado. E se seria assim, teria de passar muito tempo longe de tudo que faria lembrá-la dele. Tudo, inclusive o seu ambiente de trabalho.

 Tiraria férias. Dois meses apenas seriam suficientes. Iria viajar, tentar se distrair e esquecer que perdeu a grande chance de ter o homem da sua vida ao seu lado todos os dias, tornando tudo muito mais fácil. Iria para Paris. Contraditório, não? Ir para a cidade dos apaixonados para esquecer alguma paixão? Talvez sim. Mas dizem que Paris tem uma magia como nenhum outro lugar, capaz de transformar todos os problemas com sua serenidade. E estava decidido, seu destino era este. Katherine Beckett estaria sozinha, por dois meses, longe de tudo e de todos que lhe foram familiares nos últimos quatro anos.


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