Entramos no apartamento de Madge, e ela sobe e me diz para esperar, para ver se tinha arrumado o quarto. Sim, Madge tem mania de ser organizada. Fico sentada no sofá a esperando, até que do nada, uma luz acende, apaga e acende de novo. Pego um travesseiro e me agarro a ele e fecho os olhos. Sinto uma mão em meus ombros, e jogo o travesseiro na coisa.

– AI, Katniss!

– AI digo eu, Finnick! Cacetada! Que susto! – digo e jogo vários travesseiros nele, que por uma obra de Deus, estava sem camisa. Ah, como eu adoro homens sem camisa.

– Desculpa! Não sabia que você era tão medrosa assim. – ele diz rindo e me abraça – saudades.

– Legal, porque eu não senti de você. – digo e ele ri.

– Sentiu sim que eu sei. – ele sussurra no meu ouvido, e eu estremeço.

– Só um pouquinho. – digo e sorrio pra ele. – Já pode me soltar. – digo rindo.

– E se eu não quiser? – ele diz e me abraça mais forte ainda. A campainha toca.

– Agora vai ter que soltar, tem que atender a campainha. – digo e me sinto vencedora.

– O que? Eu consigo abrir e abraçar você ao mesmo tempo. – ele diz e gargalha. Então ele abre a porta, e me deparo com quem? Paul. Sim, Paul. – Posso ajudar?

–Ahm... Oi, Paul, ér... pode entrar, eu acho?! É, entra. – digo e olho confusa para Finnick.

– Com licença. – ele diz e entra.

– Pode se sentar, a gente já volta. – Finnick diz e vamos pra cozinha. – Quem é esse?

– É o Paul, a Madge é doida... ele é vizinho de vocês, ai ela resolveu convidar ele pra cá, não sei porque...

– Foi pra você, Katniss. Você não viu a cara dele quando nos viu abraçados? Ela deve ter percebido algo entre vocês.

– Pra mim nada, eu to muito bem com o Peeta.

– Bom saber. – ele diz e vira de costa pra mim.

– Finn, para com isso.

– Parar com o que? – ele diz ainda de costa.

– Poxa, pensei que você já tivesse superado “a gente”. – digo e vou pra frente dele.

– SUPERADO? Nossa, você fala como se pra você não tivesse tido valor nenhum. E teve? – ele diz cabisbaixo.

– SE TEVE? CLARO QUE TEVE, Finn. Mas eu não escolhi gostar do Peeta... aconteceu só. – digo com a mão no rosto dele.

– ENTÃO ME DIZ, AQUI E AGORA, OLHANDO NOS MEUS OLHOS QUE NÃO SENTE NADA POR MIM! – ele diz olhando diretamente nos meus olhos, e antes de eu responder, ele me beija. Um beijo salgado, por conta das minhas lágrimas que caíam.

– Não sinto, Finn... me perdoa. – digo ainda chorando. Ele me olha, e sai. Bebo um pouco de água e volto pra sala.

– Tá tudo bem, Katniss? O menino saiu voado... – Paul pergunta.

– Tá, tá tudo bem sim... – digo e sento do lado dele. Ele olha nos meus olhos, ia falar algo, mas não falou nada. – Cadê a Madge? Não desceu ainda? – ele faz que não com a cabeça. – bora lá então, você já esperou demais.

Subo as escadas com ele, passo pelo quarto do Finnick, e felizmente sua porta estava fechada. Abro a porta do quarto de Madge devagar, e não a encontro lá. Olho para Paul e ele não a acha também. Abro a porta do banheiro e a vejo no chão, chorando.

– MADGE! O QUE ACONTECEU? – grito.

– Katniss, eu to... – ela volta a chorar antes de completar a frase, Paul aponta para a pia com a cabeça, e então eu entendo. Vários testes de gravidez. Todos positivos.

– Ai... Melhor, não fica assim, vai dar tudo certo, nós estamos com você sempre. – digo e me agacho na frente dela.

– Kat, você não entende! Meus pais vão me matar! Eles não vão aceitar isso! – ela diz chorando.

– Mad, eles vão ter que aceitar, você já tá formada, já tem 18, você que decide daqui pra frente... Mad, você tá com uma vida dentro de você, você tem que cuidar dela, não importa o que os outros pensem, ela é sua responsabilidade, com certeza o Gale vai estar do seu lado.

– Mas Katniss, eu sou muito nova pra ter um filho, não dá! – ela diz chorando.

– Mad, claro que você consegue! Você é uma das pessoas mais responsáveis que eu conheço! Isso foi só um descuido, isso é uma boa notícia, não é pra chorar por isso, se não for de felicidade!

– Como vou falar isso para os meus pais? E pro Gale? Vou me matar! Não vou conseguir! – ela diz.

– Vai sim Mad! Você tem que falar primeiro pro Gale, ver como ele reage. Se ele reagir bem, vocês dois vão e contam pros pais de vocês, mas se ele reagir mal, você esquece que ele existe e cuida dessa criança! Com ou sem a ajuda dele! – digo.

– Você tá certa. Eu não preciso de ninguém. Sempre fui independente, certo? Eu consigo. Eu consigo. – ela fala a palavra mais para si mesma do que pra mim.

– Você quer que eu durma aqui? Ai amanhã nós vamos lá. – digo.

– Você faria isso por mim? Obrigada amiga, te amo muito. – ela diz chorando.

– Claro, só vou avisar minha mãe.

– Olha Mad, desejo tudo de melhor pra você, qualquer coisa é so bater lá em casa. Boa noite. – Paul diz.

– Mas você já vai? Ah, fica. Estraguei a noite, me desculpa. Vamos ver um filme. – ela diz.

– Não, eu é que peço desculpa, de ficar aqui nesse momento íntimo seu e eu nem te conheço direito... Você tem que descansar. – ele diz.

– Ele tá certo, Mad. Você precisa descansar. – digo. – Eu o levo até a porta.

Saimos do quarto de Madge e descemos a escada. O levo até a porta, quando ele diz:

– Ver um filme agora não seria uma má ideia, não acha? – ele diz e sorri.

– Não seria não. Quer ver mesmo? – digo rindo.

– Se você quiser.

– Pode ser, mas não pode demorar muito, tenho que ficar com a Madge.

– Na minha casa então? – ele pergunta. Malicioso. HEEEEEEY JUDEEEEEEE.

– Pode ser. Pra não fazer barulho né?

– É... pra não fazer barulho. – ele diz. Malicioso.

– Então vamos.

Ele sai primeiro e eu fecho a porta. Entramos no apartamento dele e vemos Velozes e Furiosos 6 (como eu amo esse filme). Comemos pipoca e ficamos vendo o filme. Paul é legal, no final das contas. Tiramos uma foto e postamos em nossos instagrams. Olho no relógio do celular e vejo que já está tarde, me despeço de Paul e volto pra casa de Mad. Subo devagar e vejo que ela já esta dormindo. Troco de roupa e me deito no colchão que ela botou no chão. Antes de tentar dormir, entro no instagram de novo, e vejo que Peeta Mellark curtiu minha foto. 5 chamadas perdidas de Peetinha do meu corassaum. Ai meu corassaum.