Somos Tão Diferentes escrita por Larissa Cavallari da silva


Capítulo 42
Amor, ligação... É o fim.


Notas iniciais do capítulo

Oii Povõõõ ! Eaai, Como vocês estão heein ? Cara, eu realmente AMEI os reviews, tipo eu sei que eu falo isso em todos os Capitulos mais dessa vez eu gostei muito dos reviews, gostei do jeito que vocês ficaram em relação ao capitulo interior, mais, para decepcionar você devo dizer que nesse capitulo você ainda não saberão qual foi a cena que Braian viu.... MAIS CALMA, esse capitulo vai ser bem tenso, e no proximo todos irão descobrir o que Braian viu, só esperem mais um pouquinho ! AAH, eu não demorei viu ! To levando minha promessa á serio , rsrsr', enfim, eu agradeço á todos que mandam reviews, isso me motiva MUITO, e m,e dá inspiração para continuar a fic, falar nisso, mais 5 ou 6 capitulos ou ate menos e chagaremos ao fim.... BOOOOA LEITURA ANJOS !
PS: Qualquer erro de escrita, por favor, me avisem, ou então desconsiderem ;)



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POV PETER*

Eu e Roselie estávamos indo ate a biblioteca, eu estava ansioso para vê-la, o que é assustador, já que só a vi umas três vezes, e nos conhecemos á apenas quatro dias, mais algo nela, o jeitinho tímido e fofo dela me encantou, chamou minha atenção.

Ela me parece tão frágil, eu sinto vontade de protegê-la de tudo que pode lhe fazer mal, vontade de abraçá-la e nunca mais soltar.

— Terra chamando Peter! — Roselie disse balançando as mãos na frente de meus olhos.

Pisquei algumas vezes, voltando minha atenção para a estrada, não queríamos que nenhum acidente acontecesse só porque estou encantado por uma menina que mal conheço...

— Desculpe Rose. Acho que estou meio distraído. — Falei sorrindo feito bobo, apertando o volante levemente.

— Estava pensando nela... — Rose deduziu, falando em um tom acusador e sorrindo da minha cara. Tenho certeza que ela estava se divertindo com aquilo.

— Quer saber? Eu estava sim pensando nela... Droga pareço um menino inseguro, isso é frustrante! — Falei parando no sinal vermelho.

— É perece mesmo. — Ela disse rindo alto, a fuzilei com o olhar e a mesma parou de rir. — Que foi? Estou sendo sincera poxa! —Ela disse levantando as mãos em sinal de defesa.

Logo chegamos à biblioteca, desliguei o carro e desci, dei a volta e abri a porta para Roselie, que saiu ainda rindo do meu nervosismo, revirei os olhos e caminhei em direção á entrada da biblioteca, entramos e logo o cheiro de café e livro chegou às minhas narinas, inalei aquele cheiro, me sentindo em casa.

Olhei para Roselie e a mesma esquadrinhava o lugar com os olhos, á procura de Bárbara, olhei ao redor, e logo avistei cabelos castanhos com as pontas loiras, este cabelo balançava ao ritmo do vento do ventilador, sorri já sabendo de quem era aquele cabelo.

— Ali. —Falei cutucando Roselie, que ainda procurava Bárbara.

— Aonde? É aquela menina com o cabelo azul? — Rose disse apontando para uma menina Punk, de cabelos azuis, roupas pretas, e com cara de tédio, ela estava junto de uma senhora baixa, com cabelos brancos, que tagarelava algo com ela.

— Não, é aquela ali, de cabelos castanhos. — Falei sorrindo, mesmo que eu esteja vendo só as costas dela, para mim ela é linda.

—Vai ficar ai admirando ela de longe ou vai ir lá falar com ela? — Rose disse cruzando os braços, me fixando.

Respirei profundamente, e assenti, andando em direção á Bárbara, assim que me aproximei, percebi que ela lia um livro, cujo nome não consegui enxergar.

Aproximei-me mais e tapei seus olhos com as mãos, pude perceber que seus pelos se eriçaram quando minhas mãos tocaram sua pele, isso me fez sorrir.

— Quem é? — Ela perguntou, com o tom um pouco baixo.

— Adivinha... —Falei sussurrando em seu ouvido, vendo ela se arrepiar.

—Ta... Hum... Cassandra? —Ela perguntou ainda sussurrando.

—Não, alguém do sexo masculino. — Falei cheirando seus cabelos, que tinha um perfume tão inebriante.

Ela sorriu, como se já soubesse, sorri beijando sua cabeça, e logo ela disse.

—Peter...

—Acertou. —Falei tirando minhas mãos, me sentando á sua frente, do outro lado da mesa.

—O que faz aqui? — Ela perguntou sorrindo timidamente, evitando contato visual comigo.

— O que todo mundo faz na livraria. —Falei sorrindo, ela me olhou e riu alto... AH, sua risada, era tão linda, uma risada delicada.

— Pergunta idiota a minha. Eu só não esperava te encontrar aqui. —Ela disse assim que parou de rir.

Sorri, me esquecendo completamente de tudo, pisquei duas vezes e avistei alguém com os braços cruzados, impaciente. Roselie

— Ah, eu queria que você conhecesse uma amiga minha. — Falei fazendo sinal para que Roselie se aproximasse.

—Oi Bárbara, tudo bem? — Rose perguntou se sentando ao meu lado, um pouco distanciada.

—Oi. Tudo... É Roselie certo? —Bárbara disse fixando Rose um pouco incomoda, me surpreendi ao saber que ela já conhecera Roselie.

— Isso. Como sabe meu nome? —Rose perguntou um pouco surpresa, assim como eu.

— Eu estava na escola no dia que... Peter e você brigaram. —Bárbara disse abaixando a cabeça, um pouco sem graça.

Fixei o nada naquele momento, me lembrando daquele dia, Layla no palco, revelando aquilo, a pontada que senti em meu coração quando descobri sobre Rose e Braian, as lagrimas que derrubei, o ódio que senti no momento e a angustia que senti depois, o jeito que eu fiquei, minhas atitudes, como bater na Roselie, xingá-la, depois ignorá-la. Foram umas das fases mais difíceis que já enfrentei.

— É... Mais isso já passou, decidi superar e seguir em frente, o ódio nunca ajuda ninguém. —Falei ainda fixando o nado, imerso nas lembranças.

—Eu gosto do jeito que você pensa Peter. — Bárbara disse sorrindo levemente.

—Bárbara, Peter me contou que você estuda na mesma escola que agente... Só que eu nunca tinha te visto antes. —Rose disse sorrindo e franzindo o cenho.

—É que, não sou do tipo que gosta de chamar a atenção. Gosto mais de “ser invisível”. — Bárbara disse rindo, passando o dedo pelo o livro que ela estava lendo antes que eu chegasse.

— Entendi, você gosta de ler? —Rose perguntou, olhando ao redor da biblioteca, a maior biblioteca da cidade.

—Sim, na verdade ler é umas das minhas paixões, os livros fazem eu me sentir melhor... Caramba isso saiu muito melancólico né? — Bárbara disse, fazendo Rose rir alto.

— Gostei de você Bárbara, você me parece ser bem legal. — Rose disse sorrindo, pude perceber um brilho no seu olhar, um brilho que não consegui descobrir o que significava.

— Obrigado, não costumo ouvir muito isso. Você também é legal, sabe, eu pensei que você fosse aquele tipo de pessoa ignorante, carrancuda e que manda todo mudo se ferrar... Pelo o menos é isso que falam de você na escola. — Bárbara disse colocando a mão na nuca, e massageando o local.

—Aqueles putos dizem muitas coisas, apenas ignore. —Rose disse piscando. —Peter, eu vou ir ali conversar com uma pessoa, e já volto. —Rose disse se levantando, se dirigindo á uma menina que acenava para ela.

Olhei para Bárbara, e a mesma olhava para mim, foi a primeira vez que mantivemos um contato visual, eu senti meu corpo inteiro acender, seu olhar inocente e tímido despertava coisas em mim.

—Bárbara... Eu sei que é meio estranho, pois só nos conhecemos á quatro dias mais... Sei lá, só diga sim ok? — Falei fixando Bárbara seriamente, que assentiu meio receosa. —Deixa eu te conhecer melhor? — Perguntei sussurrando.

Bárbara corou violentamente, desviando o olhar do meu por breves segundos, voltando a me olhar logo em seguida, sorri pegando sua mão e entrelaçando nossos dedos delicadamente.

—Sim... — Ela sussurrou, fixando nossas mãos, com um sorrisinho nos lábios.

Sorri, e me inclinei sobre a mesa, ficando bem próximo á ela, fixei seus olhos castanhos, que estava nos meus, olhei seus lábios, eles estavam entreabertos, como se fosse um convite para mim, sem agüentar mais, juntei nossos lábios, em um beijo calmo e delicado, pedi passagem e ela logo cedeu, seu beijo era tímido e delicado, e eu respeitei seu ritmo, indo devagar, a beijei com calma, aproveitando cada momento, cada segundo, explorando cada parte de sua boca, sem nunca separar nossas mãos que estavam entrelaçadas, assim que o ar se fez necessário, nos separamos, olhando um para o outro.

POV ROSELIE*
Eu estava conversando com uma menina da escola, o nome dela é Annie, mais só estou conversando com ela porque eu queria deixar Peter e Bárbara á sós, eu estava conversando sobre a regra ridícula da escola que proíbe escutar musica na sala com Annie, quando vejo Peter e Bárbara se beijando.

Sorri ao ver aquilo, eles se beijando tão docemente, tão delicadamente, chegava á ser fofo, estava parecendo uma retardada sorrindo ao ver aquela cena, quando senti meu celular vibrar, o peguei e o nome “Charlie” piscava no visor.

Bufei e atendi.

Modo Telefone On*

— O que você quer papai. — Falei ironicamente.

— Roselie, nada de ironia agora por favor. Sua mãe passou mal.

— O que? Como ela esta ? Aonde vocês estão? —Perguntei desesperada, me levantando da mesa.

—No hospital onde ela ficou internada antes. — Charles falou com o tom preocupado.

—Ok, estou indo! —Falei desligando o telefone e fixando Peter, ele já não beijava Bárbara, ele estava olhando pra mim, preocupado com minha expressão.

Modo Telefone Off*

Peter se levantou dizendo algo para Bárbara e veio em minha direção, com um olhar preocupado a apreensivo.

—Porque ta com essa cara? Quem era no telefone? —Peter perguntou segurando no meu queixo levemente levantando meu rosto, me fazendo olhá-lo.

—Era Charlie... Minha mãe passou mal e esta no hospital... Eu acho que... Ta acontecendo. — Falei sentindo um nó em minha garganta, uma vontade de chorar.

O médico havia me alertado, dizendo que minha mãe não teria muito tempo de vida, que logo ela começaria a vomitar, passar mal, ficar fraca, e por fim... Morreria.

— Calma, em que hospital ela esta? —Peter perguntou me abraçando fortemente, acariciando meus cabelos levemente.

—No mesmo hospital onde ela ficou internada antes. —Falei sussurrando, incapaz de forçar minha voz.

—Ok, vou falar com Bárbara e logo iremos. —Ele disse e eu assenti, ele se separou e sorriu para mim, me passando tranqüilidade.

Ele se afastou andando em direção á Bárbara, ele falou algo á ela, que olhou para mim e sorriu levemente, sorri de volta.

Peter disse algo e ela sorriu corando, ele se aproximou e beijou sua testa, sorriu para ela e andou em minha direção, me fixando com preocupação.

—Vamos. —Ele disse pegando na minha mão e me arrastando para o estacionamento, aonde estava o carro dele.

Assim que chegamos e entramos no carro, Peter ligou e arrancou em direção ao hospital.

Minha mente só pensava o pior, eu não podia perder minha mãe agora, não agora. Eu ainda tenho tantas coisas para acertar com ela... Tantos problemas, tantos perdões eu ainda tenho que dá á ela... Ela não pode me deixar. NÃO PODE!

Assim que chegamos ao estacionamento sai do carro, nem esperando Peter, entrei e avistei Charles, que estava sentado, fixando o chão.

—Aonde ta minha mãe? —Perguntei assim que cheguei, segurando as malditas lagrimas que queriam cair.

—No quarto, estão examinando ela, pediram para esperar. Olá Peter. —Charles disse sorrindo fracamente para Peter, que sorriu de volta.

— Droga! Como assim esperar? Ela ta morrendo não tem nada para esperar! Eu quero vê-la agora! AGORA !! — Berrei dando um soco no balcão, assustando a moça que estava sentada atrás do mesmo.

— Senhorita, controle-se, por favor. —Ela disse sorrindo calmamente, fazendo um tom profissional.

—Me controlar? HAHA, eu vou socar a sua cara se você não falar aonde minha mãe ta sua vadia !! — Falei descontrolada, sentindo o desespero, e o pressentimento de que minha mãe estava me deixando.

—ROSELIE ! — Peter gritou, me agarrando pela a cintura e me arrastando para longe da moça, que me olhava assustada.

—ME SOLTA PETER, ME SOLTA AGORA ANTES QUE SOBRE PRA VOCÊ TAMBÉM IDIOTA !! —Berrei me debatendo, tentando me soltar, mais nada funcionava.

Peter me arrastou para fora do hospital, me prensou contra a parede e ficou me prendendo ali, agüentando os socos e os chutes que eu dava nele, tentando me soltar, quando fiquei exausta parei de me debater e comecei a respirar, tentando me acalmar.

—Pronto? Parou com o Show ? —Peter disse visualmente irritado.

—Eu. Quero. Ver. A. Minha. Mãe. — Falei cada frase pausadamente, sem encarar Peter.

—Rose, você vai vê-la, só tenha paciência, mais se você continuar á ameaçar a recepcionista você vai ser presa e ai não vai ver sua mãe, então, controle-se ta ? —Peter disse me soltando.

—Desculpa... É que, é difícil sabe ? Aceitar que sua mãe vai partir pra sempre e você não pode fazer nada... Essa sensação de impotência é horrível Peter. —Falei olhando para o céu, suplicando por um milagre.

—Eu sei que é difícil, mais eu to aqui, com você, pra te ajudar. —Peter disse sorrindo, me puxando para um abraço.

Afundei meu rosto no seu peito, e fechei meus olhos fortemente, sentindo o desespero, a dor, a angustia, tudo me atormentando imensamente.

—Eu vou entrar, vem comigo ? —Peter sussurrou se afastando, acariciando meu cabelo.

—Vou ficar um pouco aqui, daqui a pouco eu entro. —Falei sorrindo fracamente, Peter sorriu e beijou minha cabeça, um beijo demorado, e entrou, me deixando ali com meus pensamentos.

Sentei-me no chão e encarei a rua, os carros passavam rapidamente, revelando famílias dentro, que sorriam, ou simplesmente conversavam, crianças que brigavam no banco de trás ou simplesmente brincavam com algum brinquedo, cachorros com a língua para fora, aproveitando o vento contra seu rosto.

Suspirei e deixei que minha cabeça caísse entre minhas mãos, porque tudo esta desmoronando ? O que aconteceu com a minha vida? AAh, como eu queria acordar com 6 anos e perceber que tudo não passou de um terrível e assustador pesadelo...

—Rose? —Ouvi alguém me chamar, levantei minha cabeça lentamente, sem a mínima vontade de encara aquela pessoa.

Era aquele homem estranho que não me disse seu nome, o que me chamava de Rosinha. Ele estava dentro do carro, parado na estrada, me olhando com um misto de preocupação e curiosidade.

—Você... O que faz aqui ? —Perguntei forçando um sorriso, mais a única coisa que saiu foi uma careta forçada.

—Eu estava indo pro centro quando te vi e resolvi parar. —Ele disse manobrando o carro para o canto da rua e descendo do mesmo, vindo na minha direção. — O que faz aqui ? — Ele perguntou se sentando ao meu lado.

— Não te interessa. — Falei sorrindo com desgosto.

—Roselie, ta na cara que você não ta bem. Desabafa comigo, por favor. — Ele disse suplicando com os olhos, o olhei e senti uma tremenda sensação de que podia confiar nele, o que era extremamente estranho, já que eu nem conhecia ele direito.

—É a minha mãe... — Falei olhando para o chão, sentindo um aperto no coração.

— O que tem ela ?! — Ele perguntou levantando meu rosto, me forçando á olhá-lo, pude perceber um pouco de desespero na sua voz, mais decidi ignorar.

—Sabe... Há alguns meses atrás, ela foi diagnosticada com um tumor no cérebro... Os médicos disseram que o local aonde o tumor esta é impossível de ser removido, eles disseram que nada poderia ser feito por ela, que a única coisa que se podia fazer é esperar... Esperar ate o ultimo dia de vida dela. Ela passou mal, e agora esta aqui, ela ta chegando ao fim, e eu não posso fazer porra nenhuma para impedir isso. —Falei em um tom derrotado, fixando a estrada á minha frente, me sentindo uma completa inútil.

Ele não disse nada, pude perceber pelo o canto do olho que ele estava estático, fixando o chão, olhei para frente me decidindo se entrava ou não, ate que ouvi algo, um gemido seguido de um barulho de choro, franzi o cenho e virei minha cabeça para fixar aquele homem, e me assustei com o que vi.

Ele chorava. De cabeça baixa, seu choro era alto, sua expressão era de pura angustia e sofrimento, tanto sofrimento que meus olhos se encheram de lagrimas.

— Não... Não por favor, não... — Ele sussurrou olhando para o céu, chorando alto.

—Você ta bem? — Perguntei colocando a mão no seu ombro.

— Me deixa vê-la ? Por favor ? — Ele perguntou com a expressão angustiada, só de vê-lo assim, sinto vontade de chorar. E isso é frustrante !

— Ta... — Falei achando aquilo super estranho.

Levantei-me e entrei no hospital, sendo seguida pelo o homem que secava as lagrimas.

Entrei e não aviste Charles, somente Peter, sentado no banco, fixando o chão seriamente.

—Peter, cadê o Charles? — Perguntei me sentando ao seu lado, pude perceber que o homem se sentou do outro lado, um pouco afastado.

—No quarto com sua mãe, ele disse que quando você entrasse era pra você procurar o quarto 49. — Peter disse sorrindo levemente, me encarando com preocupação.

—Ok, você não vem ?

—Não, é um momento em família, eu vou depois.

—Tudo bem, tchau. —Falei me levantando, fazendo sinal para o homem me seguir, Peter pareceu não perceber.

Adentramos no corredor em silêncio, ele fungava por causa do ataque de choro que teve, e eu me perguntava, porque ele ficara tão afetado daquele jeito.

Assim que chegamos à porta cujo tinha o numero 49 bem grande paramos, e ficamos ali, encarando a porta.

—Rose... Quando eu entrar tudo vai ser revelado...Eu só espero que você me perdoe quando descobri. —Ele disse sorrindo fracamente para mim.

O encarei confusa, mais antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele abriu a porta e entrou, pisquei atônica e o segui.

Quando entrei avistei Charles segurando a mão de minha mãe, que sorria tão fracamente, que quase era impossível ver seu pequeno sorriso.

—Mãe... — Sussurrei me aproximando da cama, chamando a atenção da minha mãe para mim.

—Rose... Minha filha, que bom te ver querida. — Minha mãe disse com a voz falha.

— Como você ta ? — Falei pegando sua outra mão, a acariciando levemente.

— To com uma tremenda dor de cabeça.

— Mãe... A senhora não pode me deixar. Não agora. Eu preciso de você. — Falei sussurrando, sentindo aquela maldita vontade de chorar de novo.

Oh Rose... — Minha mãe disse acariciando meu rosto, levantei meu olhar e fixei seu rosto, seu rosto estava magro, quero dizer, extremamente magro, eu conseguia ver seus ossos, seus lábios estavam ressecados, olheiras profundas estavam embaixo de seus olhos, seus cabelos estavam sem vida, e alguns fios estavam jogados no travesseiro, fixei seus olhos e vi uma pequena lagrima solitária rolar por sua face, morrendo em seus lábios.

—Vai ficar tudo bem. —Sussurrei a olhando seriamente.

—Sabia que é muito bom ouvir alguém dizendo isso ? Eu sinto um pouco de esperança... Pode repetir para mim querida? — Minha mãe falou em um sussurro baixo.

—Vai ficar tudo bem mãe. —Falei com a voz embargada, tentando sorrir para lhe passar segurança.

— Roselie, quem é esse homem ? — Charles perguntou fixando o homem com um olhar interrogativo.

Ah, legal, agora é a hora que eu me ferro. Quer dizer, eu não sei o nome dele, não sei nada sobre ele, não sei como ele me conhece e nem porque esta aqui.

— Ah... Ele.... Quer dizer... — Falei toda enrolada, coçando meu cabelo totalmente sem resposta.

—Evan... —Minha mãe sussurrou com os olhos arregalados, fixando o homem que a olhei assim que ela disse aquele nome.

—O que? Como assim Evan? — Charles olhou para minha mãe, pude perceber um misto de raiva e esperança no olhar dele.

—Charles, olhe os olhos dele, o cabelo, e a cicatriz na sobrancelha... É ele. —Minha mãe disse se esforçando para se sentar, fixando o homem á todo o instante.

O homem se aproximou meio receoso, mantendo o olhar em minha mãe, que o olhava com lagrimas nos olhos.

—Mãe, quem é Evan? —Perguntou confusa, afinal, o que estava acontecendo ali?!

—Eu sou Evan. —O homem disse parando no pé da cama da minha mãe, alternando o olhar entre ela e Charles.

—O que você ta fazendo aqui? Porque você voltou? Deveria estar bem longe ou então morto. —Charles disse se levantando, cerrando os punhos tão forte, que vi suas veias saltarem.

—Eu...

—Cale a boca, dê meia volta e suma de nossas vidas. — Charles disse interrompendo “Evan”.

—Charles... Não. Não cometa o mesmo erro duas vezes. Por favor. —Minha mãe sussurrou, colocando a mão levemente sobre o braço da minha mãe.

—Dá pra alguém me explicar que porra esta acontecendo aqui!? — Falei me alterando, fixando todos completamente confusa.

—Roselie... Filha. Evan é seu irmão. —Minha mãe disse, sem tirar o olhar de Evan, que agora me fixava com temor e tristeza.

—O-o-oque? —Falei arregalando os olhos, fixando Evan confusa. — Como? Isso é i-impossível.

—É verdade Roselie...— Evan se pronunciou, fixando o chão.

—Eu acho que me devem uma explicação? Não concordam!? — Falei encarando-os.

—Tudo bem... Você era pequena, uma criancinha linda e inocente, naquela época não tínhamos a Clarie... Tínhamos apenas você e Evan... Era aniversário de um prima nossa...Você e Evan eram super colados, Evan te tratava com tanto amor, um amor fora do comum... Pena que não percebemos isso antes... Naquela noite, Evan disse que não iria para o aniversário, pois estava se sentindo mal, perguntamos se ele tinha certeza e ele disse que sim... —Minha mãe parou de falar porque começou a chorar, e não conseguia falar e chorar ao mesmo tempo, então, Charles resolveu continuar.

—Você estava linda naquele dia, com um vestidinho branco, parecia uma princesinha... Minha princesinha... Assim que Evan viu que você iria, ele te chamou, e cochichou algo em seu ouvido, você nos olhou e disse que não queria ir, pois iria ficar cuidando de Evan, mais pude perceber um pouco de tristeza no seu olhar, Evan sussurrou algo no seu ouvido e seu rosto se iluminou... Agente achou aquela sua atitude muito fofa, afinal, você tinha 4 aninhos e queria ficar em casa cuidando do seu irmão mais velho...—Charles disse encarando Evan com os olhos cheio de lagrimas.

—Assim que papai e mamãe saíram... Eu olhei pra você e sorri, sorri porque eu realmente te amava, você correu para a cozinha e voltou com uma bacia enorme cheia de salgadinho, colocou na mesa e agente começou a comer, então, eu acidentalmente mordi minha língua, e automaticamente dei um gemido de dor, você ficou preocupada e se aproximou de mim, você tocou meu rosto com suas minúsculas mãos, e perguntou se eu estava bem... Aquele seu toque, por mais inocente que foi me esquentou, eu senti uma coisa fervendo dentro de mim, sem pensar eu te puxei e te beijei... Você ficou tão assustada, quando me afastei você correu de mim... Eu te chamei mais você continuou correndo, aquilo me irritou. Você se escondia atrás dos moveis e eu os tirava do lugar, quebrando tudo sem me importar, naquele momento, minha mente estava escura, e meus pensamentos podres. — Evan disse me fixando, pude perceber o ódio que ele sentia de si mesmo, e a angustia presente em cada palavra.

—Sua mãe dizia á todo instante que estava sentindo alguma coisa, um mal pressentimento, eu e Daniel resolvemos ignorar... Foi o nosso pior erro. — Charles disse fixando o chão com pesar.

— Eu consegui te pegar, e te levei pra cima, pro meu quarto, você chorava mais eu tentava te acalmar, dizendo que tudo iria ficar bem... Deitei-te na minha cama e acariciei seus cabelos, ate você se acalmar, eu não ia fazer nada... Eu juro, mais eu percebi que seu vestidinho havia levantado um pouco, revelando sua pequena calcinha branca com desenhos de ursinhos... Eu não sei por que mais aquilo me excitou. E acredite, sinto nojo de mim mesmo ao lembrar da excitação que eu senti, sem me controlar eu arranquei minha roupa em um piscar de olhos, você de inicio deu risada, uma risada alta, na minha mente doente, aquela risada foi como se você também quisesse aqui tanto quanto eu... — Evan disse dando uma pausa, fixando minha mãe que o fixava com tristeza. — Subi em cima de você... E fiz a pior coisa que alguém pode fazer no universo...Eu violentei você...Eu violentei minha irmãzinha que tinha apenas 4 anos...4 anos. — Ele disse murmurando para si mesmo.

— Naquela noite, assim que chegamos, nos assustamos com a bagunça da sala, tudo quebrado e revirado, ouvimos seu choro e subimos as escadas, te encontramos na cama, no quarto de Evan... Seu vestidinho branco ficou vermelho, manchado com seu sangue, você chorava e gemia de pura dor, havia um bilhete... No qual Evan pedia perdão. — Charles disse com desgosto.

—Estão mentindo... Eu me lembraria ! — Falei não segurando as lagrimas que começaram a rolar.

—Você teve pesadelos, chegava a gritar pedindo socorro, tivemos que te colocar para fazer terapia, a psicóloga disse que seria melhor se “apagássemos” Evan da sua vida, transformamos o quarto dele em outra coisa qualquer, tiramos todas as fotos, CDC’s DVD’s tudo que era de Evan ou relacionado á Evan, queimamos tudo e daquele dia em diante prometemos nunca mais tocar no nome “Evan”. Com o tempo você foi esquecendo-se de quem era Evan, e parou de ter pesadelos... — Charles disse voltando a fixar Evan, que mantinha seus olhos em mim.

—Roselie, eu me culpo todos os dias por isso, naquela noite eu andei, andei e ande, por horas, sem destino, meu coração parecia que iria parar, meus olhos estavam inchados de tanto chorar... Eu havia acabado de destruir a vida da minha irmã...Eu me senti um monstro, entrei numa maldita depressão, eu me cortava, bebia e usava drogas, cheguei á vender meu sangue para ter dinheiro para drogas...Toda noite, antes de dormir, eu sussurra um “desculpa”, com a esperança de que você pudesse ouvir e me perdoar. — Evan disse me olhando com os olhos marejados.

Olhei para Evan de inicio espantada, eu podia sentir o ódio inundando meu ser, querendo explodir e sair para fora, eu encarava Evan com todo meu desprezo e ódio, naquele momento, a única coisa que eu queria, era matá-lo, sem dó, nem, piedade.

—É tudo culpa sua....— Sussurrei, o fixando, juntando os pontos.

— Roselie, o que esta dizendo ? — Minha mãe dizia, percebendo que eu explodiria.

—É TUDO CULPA DESSE FILHO DA PUTA !!! — Falei berrando, sentindo meu corpo inteiro tremer. — Você sabia, que eu passei anos me perguntando por que Charles entrou em depressão e começou a beber, agora eu sei por que, foi porque ele criou um desgraçado, Charles começou a beber feito louca, ate que ficou sem controle, depois ele começou á ter casos com prostitutas nojentas e repulsivas, e ele não fazia esforço algum para esconder isso da minha mãe, um dia ele chegou em casa louco, e forçou minha mãe a transar com ele, depois de um tempo, Clarie nasceu, as coisas amenizaram, ate Clarie fazer 3 anos, depois Charles voltou a ter seus casos, minha mãe... Ela não agüentou mais aquilo e provou a Vodka... Aquilo foi sua assinatura no contrato da desgraça, ela não parou mais, cada vez se afundava no alcoolismo, sobrou para mim... Uma menina de 9 anos, cuidar da irmãzinha de 3, eu perdi minha infância, minha alegria e tudo, anos se passaram, e eu fui obrigada a viver naquele inferno... Charles espancou minha mãe, e por isso ela esta com esse maldito tumor... Ela foi para o hospital, e eu também estava no hospital, então Clarie teve que ir morar com uma tia minha, a qual foi assassinada e Clarie foi seqüestrada, eu era uma idiota revoltada e acabei me envolvendo com um traficante chamado Derick... Tudo. Por. Sua. Culpa. — Falei cerrando os punhos, fechando meus olhos fortemente.

—Roselie...Eu sinto muito, Eu...

— CALA A BOCA SEU DESGRAÇADO, FILHO DA PUTA !!! EU VOU MATAR VOCÊ, ARRANCAR SEUS ORGÃOS E MASTIGÁ-LOS, EU SINTO VONTADE DE TACAR FOGO EM VOCÊ E GRAVAR, SÓ PARA QUE EU POSSA REVIVER O PRAZER DE TE VER QUEIMANDO E GRITANDO DE DOR !! — Berrei, colocando as mãos na cabeça, tentando amenizar a dor alucinante que me atormentava.

—Saia daqui. — Charles disse fixando Evan, que me olhava com culpa.

—Filho... — Ouvi minha mãe sussurrar, chorando alto.

Evan olhou para sua mãe e suspirou, saindo do quarto.

Olhei para minha mãe e Charles, e fechei meus olhos, saindo do quarto, felizmente Evan não estava mais ali, me joguei no banco que tinha em frente á porta e me rendi ao choro.

Chorei alto, chorei por minha mãe, por Claire, por Braian, pela a minha vida desgraçada, pelas as feridas, os cortes, o passado, chorei por tudo... Tudo que eu agüentei com um sorriso falso, tudo que eu tive que agüentar sem derramar uma lagrima...

—Porque eu não posso ter uma porra de vida feliz e normal? —Resmunguei em meio as lagrimas.

As pessoas passavam por mim me olhando preocupadas, mais eu não ligava, apenas deixei que as lagrimas caíssem, eu não agüentava mais ficar fingindo que tudo esta bem, fingir que eu sou forte porque eu não sou.

Eu banco a revoltadinha forte, mais no fundo eu sou uma menina frágil, derrotada, fraca e solitária, que só gostaria que alguém me abraçasse e dissesse que “Tudo vai ficar bem”.

Depois de um longo tempo ali chorando, senti meu celular vibrar, funguei e o peguei, o nome “RESTRITO” piscava no visor, franzi o cenho mais resolvi atender.

Modo Telefone On*

— Quem é? — Perguntei com a voz rude, eu estava sem paciência e saco nenhum para ser gentil naquele momento.

— Olá Roselie. — Ouvi a voz falar do outro lado.

Um arrepio percorreu minha espinha instantaneamente, aquela voz, aquela maldita e desgraçada voz.

—Derick. — Disse colocando todo meu desprezo na minha voz.

— Também estou muito feliz em ouvir sua voz. —Ele disse ironicamente.

—Vai se ferrar Derick, pra que me ligou? —Falei revirando os olhos, me levantando, entrei em um corredor, um pouco afastado da porta do quarto da minha mãe, não queria que ela ouvisse.

—Quero que você venha me ver. — Ele disse com um tom despreocupado, como se fosse o pedido mais comum do mundo.

—HAHA, é pra rir agora ou depois? Você fumou vidro com cola por cima seu doente? O que te faz pensar que eu vou te ver? —Falei me encostando na parede, sentindo vontade de mandá-lo ir tomar no cú.

—Simples, ouça só isso meu amor... — Ele disse do outro lado, ouvi um barulho de algo sendo arrastado, e logo ouvi um gemido, seguida de um barulho relacionado á um tapa. — Diga olá para a Roselie. — Derick disse para alguém, e logo sem seguida ouvi um choro, seguido de um sussurro.

—Rose...Tira-me daqui...—Ouvi uma voz fina e baixa, a voz que fez meu mundo parar, e meu coração pular. Clarie.

—CLARIE, MEU AMOR!! CLARIE ! — Gritei desesperada, sentindo meus olhos encherem de lagrimas.

—E então Roselie, vai vir me ver agora anjo? — Derick disse ironicamente, e logo em seguida deu uma risada vencedora.

—Seu desgraçado, filho da mãe, eu vou te matar! Solte a Clarie agora seu viadinho dos infernos! — Falei me forçando a me controlar, antes que alguém ali me internasse pensando que sou louca.

— Você não esta em posição de dar ordens Roselie... Espero você aqui, ás 20h:00min, se você se atrasar 5 minutos, eu arranco um dedo da sua Clarie, mais 5 minutos outro dedo, e assim vai, ate ela ficar sem nenhum, vou te enviar uma mensagem com o endereço, e venha sozinha, eu tenho homens que estarão á quilômetros daqui, eles verão seu carro, e verão se você vier com alguém, e se você trouxer alguém... Ah Roselie, diga adeus á sua irmã, ah! E ao Braian também. — Ele disse rindo alto do outro lado da linha.

—BRIAN !? — Gritei sentindo mais desespero, Derick esta com meu mundo em suas mãos. — Derick, minha mãe esta morrendo, eu não posso deixá-la nesse momento!

—Dane-se, eu não me importo, venha logo Roselie, não queremos que sua irmã fique sem dedos não é? Ate mais meu amor. — Ele disse logo em seguida desligando.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E entãoo ??? Tenso né ? rsrs', Derick, Derick porque sempre tão mal ? Roselie, tadinha, nunca tem paz, se eu tivesse uma vida assim... Putz, seria meu "inferno particular" >< , Bom, eu quero, MUITOS Reviews, gosto de lê-los , gosto muito ! Beijos e ate o próximo que será na sexta feira que vem, se tudo der certo ! BYE !



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