Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 6
Denali e Volturi


Notas iniciais do capítulo

Damon está fechado para o seu irmão e a vida humana.
No entanto, ele salvou os tios de Helena.
Ele não parece ser tão sombrio como diz.



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Stefan voltou para casa ainda pensando em seu irmão e nas mortes que aconteceram àquela noite. Seu semblante era carregado e sentia-se um panaca como Damon mencionara. Quando chegasse finalmente diante de Helena teria que lhe contar o que acontecera. Era certo de que ficaria triste, mas estaria ao lado dela sempre.

Na casa dos Gilbert, Reneé dormia um sono profundo, aliviada por sua irmã a apoiar em um momento tão importante como este que estava passando. Tinha certeza de que sua vida mudaria daquele ponto em diante. Não tinha mais seus tios que eram como pais para ela e estava apaixonada e grávida, se casaria logo. Muitas mudanças em pouco tempo, mas sentia-se confiante, já amava o ser que crescia dentro de si.

Helena estava sentada na penumbra da noite na escada que dava para o primeiro andar da sua antiga casa, que levava ao quarto de sua irmãzinha que dormia. Ela estava divagando como tantas vezes. Quatorze anos haviam se passado desde o seu casamento com Stefan. Estava com 33 anos para sempre presa em um corpo adolescente de 19 anos. Ela havia passado muitos momentos agradáveis com Stefan desde então, nenhum dia era tedioso ou insosso ao lado do seu amor. A única coisa que lhe incomodava era permanecer longe dos seus.

Eles visitavam Meredith e Bonnie cada vez menos. Suas amigas tinham suas vidas, suas famílias. Meredith realmente casou-se com o namorado que conheceu na faculdade e tinha agora três filhos, dois meninos e uma menina. Bonnie namorou um tempo com Matt, seu ex-namorado do colegial, mas logo se viu apaixonada por outro zagueiro do time de basquete da faculdade. Casaram-se três anos depois e têm hoje um casal de filhos. Manter contato com tantas pessoas amadas era perigoso e deveria ser evitado.

Em contra partida, Helena pensava agora que se tivesse por perto, talvez não acontecesse essa tragédia com seus tios. Estremeceu ao pensar que sua amada irmã poderia ter morrido também. Balançou a cabeça tentando afastar tais pensamentos, foi quando sentiu a presença de Stefan.

Ele entrou na casa escura, sem dificuldades de se locomover, já que enxergava muito bem com pouca luz. Foi direto para onde sentia Helena e parou em sua frente sem saber como falar de sua atual vergonha.

Helena o encarou e notou como ele parecia desgrenhado, ao correr seus olhos por suas roupas desalinhadas percebeu pequenas partículas que poderiam ser terra e alguns pequenos borrões. Ela inspirou e sentiu o cheiro de sangue, além do odor forte característico, esse cheiro impregnado nele só podia ser de outro vampiro. Helena encarou o rosto de Stefan novamente, seus olhos estavam baixos, ela sabia que ele estava angustiado.

- O que aconteceu? - Levantou-se assustada com a expressão e com o desalinho de Stefan.

- Damon. - Sussurrou.

- O quê?! Damon?! - Sobressaltou-se.

- O encontrei na cidade.

- Damon... Aqui? - Perguntou e sua mente mesmo contra a sua vontade trabalhou na mesma linha de raciocínio de Stefan quando o viu. - Damon... Não! - Tentou negar para si mesma, mas tendo quase certeza de que Damon matou seus tios.

- Acalme-se, Helena. - Stefan a segurou pelos braços na altura do cotovelo. - Não se engane da mesma forma que eu fiz. Damon não os matou.

- Não? - Ela sentiu o alívio lhe atingir.

- Foram outros vampiros. Existiam quatro deles, um pequeno clã, mas vi apenas três deles. Damon matou o quarto, depois que ele atacou seus tios. A sua companheira fugiu e trouxe reforço. Lutamos com eles.

- Oh Stefan! - Helena o abraçou chocada pelo perigo que ele e Damon tinham acabado de passar e pela verdade agora confirmada das circunstâncias da morte de seus tios. - Você está bem? - Ela afastou-se dele e tateou o seu corpo em busca de algum ferimento escondido.

- Sim, estou. - Ela encheu-lhe de beijos nos lábios, agradecida. - Nós os matamos. Helena, eu matei. - Ele falou como se confessasse.

- Tudo bem, meu amor, foi necessário. - Ela o confortou. - E Damon, como está? - Afastou-se mais uma vez para olhá-lo enquanto respondia.

- Meu irmão está bem, pelo menos fisicamente. - Falou em um suspiro longo.

- O que há com ele?

- O mesmo de sempre, Helena. Esconde-se nas sombras, acha que deve ser sádico e cruel. Sua frieza é assombrosa e fico ainda mais angustiado ao saber que tive minha parcela de culpa nisso tudo.

- Não, Stefan, você não é responsável pelo que Damon quer ser. Vê como tinha razão ao dizer que ele tem chances de voltar a ser o seu velho irmão? Ele quis salvar meus tios. - Helena falou exultada.

- Sim, mas apenas por você. - Ele constatou.

- Existe esperança, Stefan.

- Eu realmente senti isso e por isso o convidei para vir aqui para conversarmos.

- Ele virá? - Os olhos de Helena eram pura esperança.

- É provável que não. Sabe como ele é. Além disso, eu o acusei de matar seus tios antes de saber a verdade e depois ele não quis ouvir minhas desculpas. Acho que estraguei tudo novamente.

Helena segurou o rosto do amado entre suas mãos e o olhou com ternura. Sabia que seria difícil ver os irmãos juntos novamente, mas ela nutria uma esperança quase infantil quanto a isso. Ela o beijou docemente nos lábios para que ele esquecesse os problemas e que a sua angustia fosse aplacada com seu amor.

No dia seguinte Stefan e Helena foram surpreendidos com a visita de Edward e Carlisle. Eles seguiram para Mystic Falls a procura dos amigos logo depois de Alice ter tido uma visão. Ficaram preocupados deveras, ainda mais por não saberem exatamente do que se tratava. Alice não podia ver claramente, pois não tinha ligação direta com a família de Helena.

Os vampiros amigos prestaram seus pêsames e solidariedade para os dois. Souberam do que havia acontecido com os tios de Helena e ficaram tristes pelo acontecido. Eles sentiam muito sobre Damon também, já que seus amigos eram muito afetados com o vampiro que teimava em ser selvagem. Edward principalmente sentiu ainda mais, por ver todos os ocorridos através da mente de seu amigo, ver o quanto ele sofreu.

Algo em especial no ocorrido chamou ainda mais a atenção de Edward. Uma das vampiras que atacara Damon e Stefan era conhecida.

- Irina... - Edward balbuciou ao vê-la na mente de Stefan.

- Como sabe o nome dela? - Stefan olhou-o surpreso, pois mesmo em seus pensamentos não citara o nome dos vampiros.

- Nós a conhecemos. - Referiu-se aos Cullen.

- O que ela tem a ver com o fato? - Carlisle perguntou ao filho.

- Conhece a vampira que quis matar Damon? - Helena quis saber detalhes.

- Carlisle, Irina fazia parte desse clã. - Edward revelou.

- Então ela sucumbiu? - Carlisle disse com pesar.

- Pelo que vejo através das lembranças de Stefan, ela estava com o vampiro Laurent.

- Podem explicar do que estão falando? - Helena disse confusa.

- Sim, claro. - Carlisle suspirou. - Irina fazia parte da família Denali. Inicialmente formada por ela, Kate e Tanya, irmãs biológicas. A história delas é bastante antiga, pois a mãe delas foi morta pelos Volturi. - A sua voz falhara no final. Helena prendeu a respiração ao ouvir o nome dito por Carlisle. Ela sabia a história dos Volturi, a família mais antiga dos vampiros e que detém a ordem e as leis. A primeira vez que Stefan lhe contara sobre isso, tinha ficado apavorada com a maneira fria que eles agiam.

- Porque eles a mataram? - Stefan perguntou.

- Fizeram depois de ser confirmada a acusação de que crianças imortais estavam sendo criadas por ela.

- Os boatos sobre isso eram verdadeiros?

- Sim Stefan. - Carlisle confirmou.

- Crianças eram transformadas? - Helena estava horrorizada, Carlisle assentiu.

- Sabe sobre as leis dos Volturi, temos que ser discretos com os humanos. Não podemos chamar a atenção para nós. E as crianças eram libertas demais, incontroláveis e insaciáveis, Helena. Fora a maior carnificina que já presenciei. Elas não tinham limites. Até mesmo os vampiros as temiam porque não havia consciência, apenas instinto.

- Você presenciou? - A voz de Helena saíra baixa pelo mal estar que aquela história lhe causara.

- Eu... Estive com os Volturi por um tempo.

- E porque não continuou com eles? - Carlisle riu como se fosse óbvio.

- Incompatibilidade de ideias. Não gostava de algumas coisas que ocorriam.

- Eles deixaram você simplesmente sair?

- Sim. Eles não tinham nada contra mim, não podiam me prender lá. Além de criarmos certo laço pelos anos convividos. Da maneira deles são justos.

- E o que aconteceu com as Denali? - Agora era Stefan quem perguntava.

- Elas saíram ilesas porque Aro um dos líderes pôde verificar que elas não sabiam de nada e não tinham nada a haver com o ocorrido. Aro tem um talento semelhante ao de Edward, porém ele só pode saber sobre os pensamentos através do toque.

- O meu não se compara ao dele, afinal, Aro pode através desse toque saber todos os pensamentos que teve em toda a sua vida. Enquanto eu só posso ler aquilo que se passa no momento. - Edward disse.

- A família Denali segue sua vida, são vegetarianas como nós e tiveram dois acréscimos em seu clã. Carmem e Eleazer, também vegetarianos.

- É simples Stefan. - Edward respondeu ao pensamento de Stefan. Ele havia se perguntado como Irina chegou ali. - Há alguns anos Irina envolveu-se com um vampiro não vegetariano que fazia parte de um pequeno clã, aparentemente este clã que foi destruído por você e seu irmão. Esse vampiro tentou conviver com os Denali e seguir seu estilo de vida. Porém ele fracassou e Irina não quis deixá-lo, seguiu com ele. Ao que parece não foi apenas seus passos que ela seguiu, ela voltou a se alimentar de sangue humano também. Ela desapareceu, não sabíamos nada sobre ela, até hoje.

- Convivemos um tempo com os Denali, uma grande família. Isso antes de Laurent aparecer. Somos como... Primos. - Carlisle riu a referência feita.

- Por que...? - Edward fez uma careta de desgosto aos questionamentos de Helena.

- Aro guardou para si o porquê, Helena. Ninguém sabe exatamente o que queriam ao transformar crianças. Algo tão desumano... - Edward gemeu ao ver os pensamentos de Carlisle sobre a época.

Edward e Carlisle não sabiam o que fazer com a informação que tinham sobre Irina. Falariam com o resto da família quando voltassem para casa para tomarem a melhor decisão. Já Helena ficou completamente entristecida ao saber de fatos tão terríveis, mas logo isso se dissipou com a chegada de Reneé. Os Cullen conheceram a tão falada Reneé e também sentiram a presença da criança em seu ventre, o que fez com que tudo o que tinham dito e relembrado ficasse no passado. Edward ficara irracionalmente emocionado ao ouvir o coração da criança no ventre de Reneé. Ele constatou que era porque ficara longe desses momentos tão importantes para os humanos por um longo tempo.

Os dois conheceram Charlie Swan em seguida, o futuro marido de Reneé. Na tarde do dia seguinte a sua chegada, enquanto conversavam com Stefan e Helena, Edward recebera uma ligação de Alice. E dera a notícia que acabara de receber para seus amigos:

- Alice vê uma linda menina em seus braços Helena. Acho que o bebe de Reneé será uma menina então.

- Uma menina? - Helena falou emocionada como se fosse a própria mãe da criança. Edward assentiu e Helena abraçou Stefan feliz.

Não demorou muito para que Edward e Carlisle seguissem novamente para a sua cidade e para a sua família. Não podiam demorar muito longe de sua casa e também não poderiam ficar muito tempo perto de humanos. Assim, voltaram para o seu clã.

Certo dia quando Reneé tomava um sorvete ao crepúsculo com algumas amigas passeando pelas ruas, esbarrou em Damon. Os olhos verdes de Damon a impressionaram, ele era com certeza um dos homens mais bonitos que já vira. Porém, não foi isso que a fez parar, obrigando suas amigas a fazerem o mesmo, ela achava que o conhecia de algum lugar, mas o rápido esforço que fez ao seu cérebro não foi suficiente para recordá-la de onde.

Damon analisou aqueles traços conhecidos e logo percebeu que a garota que propositadamente esbarrou uma vítima em potencial, era nada menos que a irmãzinha de Helena. Ele sorriu ao notar traços de Helena no rosto da garota. Ela e suas amigas suspiraram ao vê-lo sorrir.

- A pequena Reneé. - Ele cantarolou para ela.

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