Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 36
Clareira




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Toda a beleza em volta tornara-se um grande borrão. Edward estava focado nela e nos seus movimentos graciosos. Bella abriu os olhos e sorriu largamente antes de tombar na grama e sobre algumas flores. Olhou em volta e depois para o alto deslumbrando o milagre de ver o céu límpido, algo muito difícil em Forks. Havia poucas nuvens naquele instante, o azul do céu deixou-a fascinada então sentiu o vento em seu rosto novamente e fechou os olhos.

Edward lentamente aproximou-se dela, nada poderia se igualar a imagem a sua frente. Bella deitada entre as flores, seus cabelos lindamente espalhados sobre a grama verde. Parecia uma princesa retirada dos contos de fadas exclusivamente para lhe inebriar. Como um ser que parecia tão frágil e doce, poderia também ser tão forte e determinada? Ela era a garota mais bonita que já vira. Ao mesmo tempo em que percebia essa verdade, ele a alcançou, ficando ao seu lado. Seus olhos não conseguiam desviar dela, sentou-se ainda admirando-a e percebeu que deveria estar sempre ali... Ao lado dela, para sempre, era ela e somente ela que o completava. Seus olhos marejaram, porque depois de tanto ler sobre o assunto e ouvir, agora se sentia preenchido apenas com a presença de uma pessoa.

Deitou-se ao seu lado, fechando seus olhos também. Edward estava maravilhado e ao mesmo tempo assustado, afinal de contas estava sentindo coisas além do que deveria sentir por Bella. Ela fazia parte da família, era a preciosidade de todos os Cullen e Salvatore, era a sua princesinha e então além de assustado ficou confuso. Tinha ficado bastante tempo distante dela e quando regressara ela tinha se transformado de uma criança a uma linda garota. Não poderia estar se sentindo atraído, mas se estivesse mesmo... Seria errado? Sentiu um movimento ao seu lado, soube que estava sentada.

Bella com a ponta dos dedos afagou sua mão esquerda, aquele simples toque fez seu coração acelerar. O acariciou ali por alguns instantes, percebendo a textura de sua pele. Quando ela ergueu os olhos para ver seu rosto, Edward estava fitando-a. Ele não podia negar vendo aqueles olhos, estava apaixonado por ela. Bella sorriu e como para confirmar a sua conclusão, tudo pareceu iluminar. Ela aproximou-se mais dele e ainda com as pontas dos dedos acariciou todo o seu braço, Bella então percebeu que seus dedos estavam trêmulos. Não teve tempo de pensar na reação do seu corpo ao corpo de Edward, pois ele suspirara e fechara os olhos novamente.

- Incomoda que eu faça isso? Perguntou sem jeito parando os movimentos dos dedos.

- Não. Disse ainda sem abrir os olhos. Você nem imagina o quanto é bom. Bella sorriu com a revelação.

- Senti tanta falta de nossos momentos. Ela recomeçou de onde havia parado e continuou contornando os músculos de seu braço. Ele enfim, encarou-a.

- E eu mais ainda. Ele sorriu. Agora eu percebo o quanto perdi longe de você, foi muito mais do que pensava. Edward se referia a oportunidade de ficar perto de sua amada, descobrindo esses sentimentos sem que ela estivesse namorando um vampiro de que não confiava.

Bella sentiu-se vacilar com o olhar intenso que recebia de Edward, seus dedos tocaram os dele e ele os manteve ali enquanto sentava-se. Bella sorriu, só que não era um sorriso alegre.

- Preocupada? Perguntou atencioso.

- Meus amigos e a minha família estão em perigo e agora Damon sumido, sei que pode estar aprontando alguma.

- Ei... Vamos fazer de tudo para que ninguém se machuque, Bella.

- Stefan não quis me contar em detalhes sobre o que está acontecendo. Falou frustrada.

- Sabemos que Klaus não está sozinho, ele deve ter lacaios entocados, prontos para agirem ao sinal dele. O problema é que não sabemos onde eles possam estar se escondendo, talvez estejam espalhados pela cidade. Alice não consegue vê-los o que nos faz pensar que Klaus esta encobrindo seus capangas com seu poder.

- Ele pode fazer isso?

- Parece que sim. Particularmente acho que estão todos num mesmo local.

- Na casa do Riley? Acha que tem um bando de vampiros recém transformados na casa do Riley? Bella exaltou-se.

- Sim.

- Mas, não vi nada que indicasse que mais vampiros estavam lá. E a cidade parece calma, se houvessem outros vampiros, notaríamos. Bella então pareceu entender algo. - Temos que tirar o Riley de lá. Bella falou determinada a resgatar seu amigo das garras daqueles vampiros inimigos.

- E vamos tirá-lo, Bella, mas antes precisamos saber com quantos vampiros estamos lidando. Apesar de estarem agindo com discrição, são perigosos. Edward contou sobre o plano de desvendar a quantidade de vampiros na casa do Riley.

Era simples, na escola, Stefan implantaria uma câmera em Riley. Como ele estava sendo mantido escravo, sabiam que estava em contato com todos os vampiros. Eles arranjariam uma maneira de acabar com todos eles e depois pegar Klaus sozinho.

- Em que parte do plano, Damon não concorda? Edward respirou fundo para não se importar com a pontada que sentiu no coração.

- Ele tem pressa. Quer acabar com Klaus imediatamente. Bella revirou os olhos.

- Típico. Soltou.

- Ele é extremamente irracional, está ardendo de raiva e não sei como... Edward interrompeu antes que falasse algo que poderia se arrepender depois. Bella olhou-o intrigada.

- Não sabe como...? Quis saber o que ele iria falar.

- Deixa pra lá. Ele balançou a cabeça.

- Por favor, insisto que termine a frase. Ela esperou que ele falasse.

- Não sei como pode estar com ele, não sei como seus tios permitiram isso. Parece que você não enxerga o verdadeiro tipo de vampiro que ele é. Bella ficou paralisada por um momento, na verdade sabia que os Cullen eram contra o namoro dela com Damon, assim como Stefan também era, mas não esperava que Edward expressasse isso.

- As pessoas podem mudar. Foi a primeira resposta que lhe veio.

- Acredita mesmo que Damon possa mudar? Ele tem ideias totalmente confusas sobre certo e errado. Para mim ele é igual a Tânya. Edward falara duro e com ressentimento na voz.

- Não permito que iguale Damon a vaca da Tânya. Bella falou irritada, fazendo Edward ensaiar um esgar.

- É claro que estando com ele no mínimo aprenderia palavreados vulgares.

- Você me diz esse tipo de coisa e não quer que eu fale palavrão? E Damon não tem nada a ver com o meu vocabulário.

- Eu não quero mesmo é que continue com Damon. Edward levantou tomado de ira, seus olhos enegreceram com o seu humor. Ele não serve para você.

- Eu estou apaixonada por ele, Edward! Falou como para defender-se.

- Não pode estar apaixonada por ele! Edward esbravejou totalmente transformado. Seus olhos negros estavam bem abertos, e seus dentes caninos lhe feriam por dentro da boca.

Bella calou-se vendo o qual descontrolado Edward estava. Nunca o vira daquela maneira, não sabia que seu namoro com Damon o estava irritando tanto. Sabia que era porque se preocupava demasiadamente com ela, mas seu namorado já provara que pretendia mudar e que gostava mesmo dela. Edward olhou-a ainda por um instante com raiva e depois como se compreendesse a sua reação exagerada ficou confuso e envergonhado. Virou-se e respirou fundo para controlar suas emoções e para que seu rosto voltasse ao normal. Não acreditava que tinha acabado de protagonizar outra cena de ciúmes. Aquilo machucava muito.

- Desculpe-me. Falou antes de virar e só depois girou lentamente para encará-la. Só estou preocupado com você. Não foi a minha intenção assustá-la nem coagi-la.

- Eu sei Ed. Mas quero que saiba que está tudo bem. Ele tentou sorrir, pegou-lhe pela mão e o fez sentar de frente para ela. Fitaram-se agora mais calmos. Ele ergueu a mão livre e a colocou delicadamente em seu pescoço.

- Eu... Fico feliz se estiver feliz. Bella sorriu, mas não sabia que havia muito mais naquelas palavras do que ela poderia saber. Edward percebeu que ela estava mesmo apaixonada e sabia que apesar de tudo Damon também estava apaixonado. Aquelas palavras foram de resignação.

Conversaram mais um pouco sobre outras coisas e então voltaram para casa. Bella estava calada no carro, absorvendo aquele clima bom que era estar com Edward. Tocara novamente em seus cabelos, procurando a flor branca que ele colocara carinhosamente para enfeitá-la. Edward viu o seu gesto e sorriu para ela. Foram momentos agradáveis e ela estava mesmo precisando daquilo.

Já estava escuro quando Bella e Edward voltaram do passeio e por isso encontraram as luzes acessas da casa. Edward ainda sorria quando ouviu um pensamento distante. Era agressivo e cheio de veneno. Imediatamente seu sorriso se desfez ao identificar o dono daquelas palavras. Bella não notou seu estado de espírito enquanto subia as escadas e abria a porta. Bella pegou em sua mão para que entrasse junto com ela e o conduziu até a sala, foi quando ela parou abruptamente ao notar a presença sombria ali.

Damon estava em pé, seu corpo parecia completamente tenso. Seus braços estavam paralelos ao seu corpo e seus pulsos cerrados como se estivesse preparado para brigar. Pelos seus pensamentos Edward sabia que a sua atitude demonstrava e essência de seus pensamentos. Temeu por isso, pois uma pequena parte dele gostaria de brigar com Damon, mas preocupou-se com Bella, não queria que ela se machucasse.

- Damon. Sua voz saiu surpresa, mas aliviada e saudosa e Edward mais uma vez sentiu seu coração machucar. Damon olhou para ela atento e encarou a flor em seus cabelos para depois ver suas mãos unidas. Edward ao ver Damon ali tinha apertado um pouco mais sua mão na dela. Os olhos de Damon poderiam soltar faíscas ao encarar Edward.

- Ei... Vocês chegaram. Stefan os alcançou rapidamente e logo depois Helena também, ficando ao lado de Bella Stefan ficara apreensivo com esse encontro depois que Edward saiu com Bella. Edward viu o quão nervoso Damon ficara quando Helena contara que sua sobrinha tinha saído com ele, estava morto de ciúmes.

- Damon. Bella quebrou o silêncio novamente e chamou a atenção do vampiro enciumado. Onde esteve? - Ele riu sem humor antes de responder:

- E onde você esteve? Parece que andou aproveitando a tarde a dois. Ele olhou novamente para as mãos unidas deles. Bella ficou confusa por um momento e depois ela mesma olhou para a sua mão que segurava a de Edward e a soltou indo em direção a ele. Ela parou bem à sua frente parecendo também irritada.

- Não tive notícias suas durante todo o maldito dia. Não houve nenhuma ligação, nenhum recado, nada. Edward foi sensível e atencioso o bastante para me entreter quando estava prestes a enlouquecer.

- Imagino o quanto ele gostou de entretê-la. Damon encarou Edward numa expressão irônica. Mas Edward não quis responder, estava ele mesmo querendo controlar-se. Damon voltou a olhar para Bella. Agora penso que não sabe como é chegar nem próximo a loucura. Você não pensa no quão preocupado e impotente eu me senti depois de me falar que se encontrou com Klaus. Você estava em perigo e eu nem imaginava... Como queria que eu reagisse diante disso? No final da frase sua voz estava mais grave e tensa.

- Tive um motivo forte para não contar, o seu gênio. Ela apontou para ele acusando-o.

- O meu gênio? Ele riu debochado. Entenda que nada poderá ser um motivo forte se te pôr em perigo. Damon a segurou firme pelos braços. Mas se para você isso não importa, se você quer realmente morrer como imagino, volte para as garras do Klaus, penso que saiba o caminho. Damon a soltou deixando as marcas de suas mãos nos braços dela. Ele deu uma última olhada nela e saiu quase espumando.

Bella não teve reação por alguns instantes, pois odiava estar assim com Damon, queria apenas que ele entendesse os seus motivos, da mesma forma que queria protegê-la, ela queria proteger os seus. No momento, invés de palavras duras e daquele aperto em seus braços, ela desejava palavras doces, abraços e carícias. Com certeza ela não teria aquilo hoje e nem em um futuro próximo. Damon estava irado com ela e parecia algo impossível de se dissolver tão cedo. Imagine se ela contasse que Klaus e ela...? Não queria nem pensar na reação de Damon.

- Imagino que não tenham se alimentado. Preparei algo muito saboroso. Helena cortou o silêncio, querendo dissipar aquele mal estar.

- Não estou com fome. Bella falou um tanto distante. Vou para o meu quarto.

- Bella. Edward a chamou quando estava já nas escadas. Ela virou para olhá-lo, mas ele não encontrou palavras para dizer. Só queria que ela soubesse que ele se importava muito com ela, que a queria bem e segura. Queria consolá-la por tudo o que estava acontecendo, a queria em seus braços. Isso tudo não passou despercebido por Stefan que franziu o cenho.

- Boa noite, Ed. Bella falou num fio de voz.

- Boa noite. Ele se limitou a responder.

Bella se jogou na cama frustrada com a discussão que teve com Damon. Não conseguiu evitar algumas lágrimas. Estava triste por ter que ficar longe dele, por não ter que mentir. Damon tinha razão de estar daquela forma.

No andar de baixo, Edward sentou-se no sofá meio perdido. Tinha descoberto que estava irremediavelmente apaixonado por Bella e que ela estava apaixonada por Damon, mas do que isso, o sentimento era recíproco e estavam namorando.

Stefan sentou de frente para Edward, Helena ao seu lado. Ele estava processando as novas informações. Damon tinha razão de sentir-se ameaçado então, aquilo só poderia ser brincadeira. De repente todo o seu mundo virou de perna a cabeça, todos estavam loucos.

- O que está havendo? Perguntou mesmo sabendo o que estava acontecendo, só não acreditava. Foi impossível não captar os seus sentimentos, porém hoje eles se mostraram mais definidos. A ligação que sente por Bella agora... Edward remexeu-se no sofá.

- Não posso evitar. Confessou.

- Edward... Helena falou como um lamento. Deve estar confuso. Edward riu amargo.

- Damon começaria uma guerra se preciso Edward. Não permitirei que ela fique no meio disso. Stefan não queria que a sobrinha se machucasse.

- Ela não ficará no meio de nada, Stefan. Sei que ela o ama, não vou interferir.

- Eu não tenho certeza disso. Stefan falou.

No dia seguinte, todos tentaram seguir como se fosse um dia normal, mas Bella estava ansiosa pelo início do plano contra Klaus. Stefan esperaria uma oportunidade para implantar em Riley a câmera.

No horário do lanche, Stefan aproximou-se de Bella para avisá-la que já tinha feito o combinado e que teve que hipnotizar Riley para que ele não contasse sobre a câmera para Klaus e para destruí-la no dia seguinte sem que ele visse. Bella não pôde evitar se sentir apreensiva. Caso Klaus descobrisse sobre a câmera, não sabia o que ele poderia fazer com seus amigos. Tentou manter o pensamento positivo enquanto as aulas terminavam. Bella não esperou encontrar Damon na saída, provavelmente ele ainda estaria com raiva e magoado com ela, então foi com surpresa que o viu sentado dentro do carro no estacionamento da escola.

- Vamos todos para a casa dos Cullen, ver a gravação do Riley. Damon quer te levar. Stefan falou ao seu lado e indo embora sem lhe dar tempo de responder.

Caminhou lentamente até Damon que tinha saído do carro para esperá-la. Ele parecia hesitar, estava preocupado e temeroso, Bella ainda mais. Parou a sua frente e sem delongas lhe deu um abraço apertado que foi retribuído.

- Essas últimas horas foram um martírio. Damon falou em seu ouvido.

- Passaram tão lentamente como que para me provocar mais dor. Respondeu.

- Odiei cada minuto. Ele acariciou suas costas. Desculpe, fiquei tão irritado por se colocar em perigo. Amo você tanto, que só imaginar você no mesmo ambiente que Klaus, me causa náuseas. Estou disposto a fazer tudo por você e gostaria tanto que em sua cabeça oca houvesse um pouco de juízo.

- Amo você também, Damon. Desculpe por ter que mentir. - Bella não estava lamentado apenas por conta do passado, lamentava por ter que continuar mentindo. Damon se desvencilhou de seus braços e segurou seu rosto entre suas mãos para beijá-la os lábios com amor.

- Tenho que levá-la. Falou a contragosto. Bella assentiu e seguiram para a casa dos Cullen.

- Por onde andou enquanto estava irritado comigo? Ousou perguntar já dentro do carro.

- Estive buscando entre seus amigos algo que parecesse incomum.

- Tipo algum vampiro prestes a lhe fazer mal?

- Tipo isso. Confirmou e Bella ficou agradecida por ele estar preocupado com seus amigos.

- Obrigada. Disse sinceramente. Damon a olhou ternamente.

- Faço isso por você, sei que se acontecer algo com eles você ficará triste. Ele tinha razão.

Chegaram à casa dos Cullen e Bella voltou a ficar ansiosa. De repente lhe ocorreu um fato. Se Klaus mencionasse a troca de sangue que houve entre eles e a sua chantagem, estaria em maus lençóis principalmente com Damon. Bella sentiu sua mão sendo pressionada pela mão de Damon e tentou controlar seu estado de espírito.

Carlisle, compenetrado, os recebeu e os acompanhou até a sala onde todos os vampiros já estavam acomodados diante de uma TV desligada e conectada a outros aparelhos. Bella olhou em volta tentando sorrir e cumprimentando a todos. Quando seu olhar alcançou os olhos de Edward, notou neles algo diferente, eles pareciam tristes, mas tentou disfarçar quando ela o encarou. Sorriu para ele que retribuiu, enquanto Damon enlaçava seus ombros com seu braço, de maneira carinhosa, mas possessiva. Edward desviou o seu olhar dela então e encarou a tevê desligada.

- Sentem-se aqui. Esme pediu mostrando duas poltronas, que Bella não conhecia. Ficariam distante de Edward e ela não poderia indagar o seu olhar triste, mas quando aquilo terminasse seria a primeira coisa que ela faria: descobrir o que afligia seu amigo. Jasper parecia comandar a situação. Ele mexeu em alguns botões enquanto todos esperavam.

- Logo que Stefan me ligou avisando que já tinha implantado a câmera em Riley, liguei os aparelhos para testar se estavam funcionando e estavam. Fiquei monitorando por algum tempo e continuava tudo OK. Neste momento ele já deve estar em casa, então... Vamos ver. E apertou um último botão que fez a tevê ligar já projetando uma imagem. Todos ficaram atentos.

Bella respirou fundo tentando se acalmar. Diante deles a imagem se revelava. Riley parecia estar na cozinha, viam o sanduíche que ele estava comendo. Bella reconhecia aquele balcão, aqueles móveis. Estivera muitas vezes ali com seu amigo, antes de tudo mudar. De repente ouviu-se um ruído e Riley girou, fazendo a imagem virar um borrão por alguns instantes e depois a figura de Klaus apareceu. Mesmo ele não podendo vê-la, Bella sentiu-se acuada.

Klaus parecia imponente naquele momento, talvez por não estar fingindo ser apenas um garoto normal. Ele parecia totalmente perigoso, assim como no dia em que Bella estivera com ele. Seu olhar era inquisidor a medida que se aproximava da câmera.

- Então, qual o relatório do dia, primo querido? Riley pareceu levantar e pigarreou antes de responder.

- Stefan está agindo normalmente, não parece que Bella o revelou. Ainda estão escoltando-a, vi quando o primo dela foi pegá-la. Não passou despercebido à Bella que ele não falou namorado. Klaus pareceu considerar o que tinha escutado.

- Parece que a nossa garota está fazendo as coisas certas. Ele riu e Bella sentiu sua mão sendo pressionada pela a de Damon. Ou é mais esperta do que pensei. Seu coração deu um solavanco. Continue de olho, sabe que ela é muito importante, não é? Claro, ela era muito importante para que ele desenvolve-se a sua vingança, pensou. Ouviu-se ao fundo a campainha soar. Vá atender, é o lanchinho especial. - Seu ar tornou-se zombeteiro.

A imagem dos cômodos da casa de Riley estava trêmula por conta de seu andar. Ele abriu a porta e algumas garotas estavam esperando sorridentes. Bella franziu o cenho sem entender por um instante o que estava acontecendo. Então dois homens vestidos com roupas escuras e de olhar tenebroso surgiram de trás das garotas.

- Entrem, Klaus está esperando. Um deles falou e todos entraram. Bella então entendeu que aquelas garotas eram o lanchinho a que ele se referiu. Aquilo lhe deu náuseas.

- Eles vão matá-las? Perguntou nervosa, ninguém ousou responder. A verdade que ninguém sabia o que esperar.

Eles continuaram caminhando até a cozinha. Klaus estava no mesmo lugar e quando os viu se aproximar parecia analisar cada garota. Eram no mínimo dez garotas aparentando pouca idade. Todas alegres de mais, pareciam não notar o perigo. Com certeza estavam sob efeito da hipnose dos vampiros que as levaram. Bella encarou os dois vampiros que estavam agora em frente a Riley, eles não lhe eram familiar.

- Essas duas ficarão comigo esta noite, levem as outras com vocês. Klaus estava segurando duas garotas pelas mãos. Riley, vá e veja se os outros precisam de alguma coisa. Bella ficou triste ao ver o amigo sendo tratado como um servo por aqueles vampiros.

As garotas e os vampiros que as levaram entraram em um cômodo da casa que antes era um quarto. Nele agora havia muitos artigos de divertimento, quase como se eles tivessem sua própria casa de jogos. Através do ângulo da câmera de Riley, podíamos ver os olhos sedentos de alguns vampiros.

- Trouxemos a refeição. Pode-se ouvir uma voz divertida.

- Parecem suculentas. Eles começaram a se aproximar.

- Droga! Da próxima vez pedirei a Klaus que me deixe ir pescar, vocês machistas só trazem garotas. Uma voz feminina em choramingo soou.

- Não reclama. Responderam-lhe.

- O que o garoto faz aqui? Um deles perguntou.

- Klaus o mandou para ver se precisavam de alguma coisa.

- Não precisamos de nada... A não ser que queira oferecer seu sangue. A garota falou.

- Deixe-o, ele é de Klaus. Um dos vampiros interrompeu o avanço da garota com uma das mãos em seu ombro. Vá e coloque a van para dentro da garagem. E lhe deu as chaves do carro.

- Van? Estão transportando as pessoas como se fosse carne de açougue. Bella liberou a sua indignação. Damon pressionou sua mão novamente.

- Vejo cinco deles. Jasper falou.

- Mais os dois que levaram as garotas. Edward completou. Na tela os vampiros pareciam se divertir, dançando com as vítimas ao som de uma música.

Aos olhos inocentes talvez aquela cena passasse despercebida, apenas como um bando de garotas metidas em uma festa no mínimo questionável, mas para Bella e principalmente para os vampiros que estavam ali, aquilo eram apenas caçadores rondando e se divertindo com suas presas.

- Basta. Carlisle soou resignado e foi quando Jasper desligou o aparelho que Bella soltou o ar e piscou.

- São muitos... Bella constatou.

- Estamos em vantagem, sem problemas acabarmos com eles. Damon falou despreocupado.

- Ainda acho que são muitos... Muitos vampiros perigosos perto demais do Riley. Damon fitou-a incapaz de ser egoísta e ciumento naquele momento.

- Vamos cuidar disso, Bella. Ok? Edward a tranquilizou mesmo distante.

- De qualquer forma, Riley o está servindo. Klaus precisa dele para vigiar você. Damon a lembrou.

- Qual será o próximo passo? Rosalie perguntou.

- Temos que tirar Klaus da casa e acabar com o bando. Jasper sugeriu.

- Como vamos atrair Klaus? Foi a vez de Stefan perguntar.

- O café da Esme... Vamos festejar sua inauguração e convidá-lo. A ideia logo que surgiu na cabeça de Bella foi posta pra fora. Ela nem ao menos a considerou antes de expor. Todos permaneceram em silêncio por um instante, pensando na ideia.

- Vai ser ótimo! Alice falou animada.


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