Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 3
Assassinato


Notas iniciais do capítulo

Helena e Stefan estão juntos e casados.
Mas não podem negar a falta que Damon faz, eles o amam.
Por quanto tempo se manterão afastados?



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Depois do casamento, Helena e Stefan seguiram felizes para a lua-de-mel na Itália. Helena encantou-se com a paisagem do local. As montanhas em especial a extasiaram. Stefan fez questão de mostrar cada cantinho que conhecia os lugares que outrora, cerca de 150 anos atrás ele percorreu com seu irmão. O casarão de sua família ainda permanecia lá, agora como museu. Os retratos de sua família ainda estavam lá e viu um dele próprio e de Damon. Eles saíram do local antes que outras pessoas notassem como ele era parecido com o rapaz do retrato.

Seus passeios não se limitavam a noite, também visitavam muitos lugares durante o dia. O sol não os destruía, ou não podia com tanta facilidade como os livros e filmes costumavam a citar, mas os enfraquecia deveras e podia sim afetar o seu organismo, até que seu coração parasse para sempre, mas isso se permanecesse por um longo tempo debaixo dele sem ter se alimentado o suficiente, algo que eles não desleixavam. Mantinham-se bem alimentados para permanecerem fortalecidos contra esse tipo de situação e também para nunca se sentirem tentados com o sangue humano.

Permaneceram na Itália por um mês e em seguida rumaram para o Alasca, não voltando para Mystic Falls. No Alasca fixaram residência a partir de então, o combinado era que eles frequentariam a Universidade de lá e vez ou outra visitariam seus parentes até quando fosse possível. Durante sua permanência no Alasca, eles não tiveram notícias de Damon. Meredith e Bonnie não o haviam visto mais. Helena e Stefan ficaram sentidos e preocupados com esse sumiço, mas não podiam fazer nada quanto a isso.

No primeiro ano eles voltaram a Mystic Falls para o aniversário de 5 anos da pequena Reneé. Helena achou que ela havia crescido talvez uns 2 centímetros, Stefan disse que precisamente 3. A irmãzinha de Helena ficou encantada com a visita da irmã e não desgrudava dela. Helena também não queria desgrudar da pequena por nada, tinha sentido muita falta dela.

Meredith e Bonnie não estavam na cidade, cada uma fora para uma universidade diferente e a distância era dolorosa para todas. Eles não podiam demorar muito, pois perderiam muitas coisas na universidade, então dias depois se despediram com o coração apertado e partiram novamente.

No ano seguinte além de irem ao aniversário de Reneé, também foram para as festas de final de ano. Fora compensatório, pois encontraram além de Judith, Robert e Reneé, suas amigas. O reencontro com Meredith e Bonnie fora emocionante todas se abraçaram chorando de saudades. Elas eram amigas inseparáveis e essa era a primeira vez que permaneciam tanto tempo longe. Elas ficaram tempo todo juntas, falando de tudo o que tinha acontecido com cada uma. Meredith estava cursando jornalismo e estava de namorado novo. Bonnie cursava história e disse que Matt, um ex-namorado de Helena do tempo de escola tinha se transferido para lá. Helena suspeitou do modo que sua amiga referiu-se ao rapaz, mas não quis comentar nada, deixaria que ela o fizesse. Talvez ainda não soubesse que estava apaixonada.

*****

Enquanto as três amigas se distraiam e riam de suas aventuras na antiga casa de Helena, no quarto que uma vez fora dela, na Itália, Damon curtia a noite numa boate. Era o que mais fazia ultimamente, saia à noite, de preferencia onde podia obter mulheres já desorientadas pelo álcool, de modo que não precisaria nem usar seus poderes, poupando-os. Esses tipos faziam no momento, seu prato preferido.

Logo que entrou na boate uma loura começou a flertar com ele, não se fez de rogado e aproximou-se dela. Nem precisava de muito papo, a garota já estava na dele, caidinha. Dançou um pouquinho, divertiu-se com aquele jogo, não era de ferro. Em seguida, a conduziu para um motel qualquer e enquanto fazia sexo selvagem com ela, a ponto de machucá-la, serviu-se de seu sangue. Ele sugou o seu sangue até que desmaiasse, mas não a matara. Desde que se encontrara novamente com seu irmão e conhecera Helena, não conseguia mais matar. De alguma maneira achava que não era necessário, que talvez fosse errado.

Depois de se alimentar, ele voltou para as sombras de onde permanecia nesses dois anos. Quando pensava em quanto tempo passou dedicando-se a atormentar a vida de seu irmão Stefan, percebeu que fora um tolo, pois a causa dele odiar o irmão, Katherine, não valia a pena. Ele sofreu por ela todos esses anos. Permaneceu amargurado pela falta que ela lhe fazia e, no entanto, fora ele quem a matou com as próprias mãos para salvar Stefan e Helena. Já não amava Katherine, tinha se encanto por Helena, inicialmente por ela parecer tanto com a outra. Helena demonstrou ser completamente diferente de Katherine, ela sim valia a pena, mas estava apaixonada pelo seu irmão.

Por um tempo pensou que pudesse conquistar o seu coração, mas não demorou muito para que entendesse que eles se pertenciam. Deixou o caminho livre para os dois, estavam casados agora e viviam felizes em algum lugar. Sentiu inveja, inveja por eles terem um ao outro, por terem amigos e familiares. Amargurou-se ainda mais, sabia que não poderia fazer parte desse tipo de coisa... Família. Ele era um ser das trevas, das sombras, era maligno e por isso deveria andar sozinho. O amor para ele era impossível. Afastou qualquer sentimento relacionado de seu coração e seguia a sua vida assim, se é que podia chamar de vida.

*****

9 anos depois

Helena estava vibrando, parecia que era ela quem completaria 15 anos, mas era a pequena Reneé. Sorriu ao lembrar-se da forma como Damon chamava a sua irmã. Admirava a debutante, feliz por sua irmã estar feliz e ser uma pessoa tão especial.

Sua tia Judith e Robert os recebeu mais uma vez. Helena tinha feito um curso de maquiagem artística e assim maquiava-se e a Stefan para parecerem mais velhos. Vez ou outra adicionava uma marca no rosto para fazer o efeito, além de usarem roupas que o ajudavam na representação.

Seus tios pareciam não notar e eles agradeciam por isso. Ainda eram Judith, Robert e Reneé, já que sua tia descobriu que não podia ter filhos. Depois disso ela exigia com mais frequência um sobrinho de Helena, mas ela não podia dar esse presente a tia, já que vampiras não podem engravidar. Seu organismo não consegue gerar um bebe.

Ao saber que Helena também estava fadada a nunca experimentar o prazer de ser mãe, sua tia ficou triste por um tempo, mas logo se animou novamente, redobrando os mimos e atenção para com Reneé. E Reneé agora completaria 15 anos, sua festa estava linda. Sua irmã tinha se tornado uma bela jovem. Seus cabelos cor de mel como os da tia, estavam bastante longos e seu corpo esbelto.

- Ah Helena, sinto-me tão feliz hoje! - Reneé a abraçou depois de ter valsado com um rapaz muito bonito.

- E é para estar. É por isso essa festa.

- Que bom que pôde vir. Não seria a mesma coisa sem você. Pensei por um momento que seu trabalho não permitiria.

- Para você, meu bem, posso conseguir tudo. - Abraçaram-se novamente. Helena viu Stefan aproximar-se e ao se afastarem Reneé notou a presença do cunhado.

- Stefan, vamos valsar, por favor. Você é o homem mais bonito e elegante da festa. - Dito isto ela puxou o cunhado que se deixou ser levado pela garota.

A festa fora um sucesso, Mystic Falls falou dela ainda por muito tempo. Mas como nem tudo era perfeito, novamente os dois vampiros tiveram que partir. Nessa época, já não estavam mais no Alasca, tinham ido para o Canadá. A distância era inevitável, já que teoricamente humanos não podiam saber que vampiros existiam. Uma lei mantida há séculos. Quanto mais longe das pessoas que amavam melhor, porque inevitavelmente vampiros atraiam vampiros e foi assim que conheceram um clã consideravelmente grande de vampiros. Eles se denominavam de Cullen.

Eles eram sete, Carlisle o líder, fazia o papel de pai dos outros. Ele tinha uma companheira, Esme. Os outros faziam papel de filhos para os humanos, mas pareciam que levavam mesmo a sério. Entre eles existiam também casais, Alice e Jasper. Rosalie e Emmet. O único que não tinha companheira era Edward a quem Stefan se apegara facilmente.

Alguns deles tinham talentos extraordinários, assim como o próprio Stefan que podia sentir a intensidade dos sentimentos e ligação entre as pessoas, mas não podia influenciar como Jasper. Alice podia prever o futuro, Edward podia ler qualquer mente ao seu redor e Emmet era extremamente forte. Helena e Stefan permaneceram na mesma cidade que eles por um tempo. A afinidade surgiu e tornaram-se amigos, já que os Cullen também eram “vegetarianos”.

Três anos se passaram e eles não tinham retornado para Mystic Falls até receberem uma ligação. Houvera uma fatalidade, fora o que disseram. Judith e Robert estavam mortos. Eles não conseguiam assimilar a informação e logo que receberam a noticia partiram para lá, pensando no estado em que Reneé poderia estar. Helena ficou arrasada, sua tia Judith e seu tio Robert a quem lhes dedicou todo o carinho e atenção, ocupando o lugar de seus pais e que desempenharam o papel maravilhosamente estavam mortos, não como ela, mas absolutamente mortos. Não os veria mais e isso partiu o seu coração.

Quando lá chegaram encontraram Reneé desesperada e um jovem que os dois nunca haviam visto a consolava, concluíram se tratar de Charlie, um jovem que chegara a cidade a 2 anos e que Reneé sempre mencionava até revelar que estavam namorando. O garoto parecia de boa índole, o que fez com que os vampiros super-protetores ficassem um pouco mais relaxados, mas não menos atentos. Reneé, agora de cabelos curtos na altura do queixo, estava em um estado lastimável e não havia nada que falassem ou fizessem que a consolasse.

Ao irem atrás de informações sobre as circunstâncias das mortes dos dois, souberam da polícia que o casal deveria ter sido vítima de algum lunático, pois encontraram os corpos dilacerados e o seu sangue quase que completamente drenado. A polícia estava atrás de suspeitos, mas Helena e Stefan achavam que eles poderiam não encontrá-lo, pois o suspeito poderia ser um vampiro.

Depois de todos os trametes e depois de Charlie finalmente os deixar a sós, eles permaneciam na sala consolando-se. Helena estava sentada no sofá abraçada a Reneé e Stefan no outro sofá de frente para elas. Em meio a tantos problemas, Stefan percebeu tardiamente algo incomum. Encarou Reneé discretamente e aguçou os ouvidos. O ruído tornou-se claro e óbvio e o assustou. Helena percebeu e o encarou querendo saber respostas para a reação dele. Stefan apenas encostou o seu indicador em sua orelha direita e ela entendeu que deveria escutar. Ele viu curiosidade no rosto dela e depois assombro. Helena encarou a irmã assustada.

- Reneé, há algo que ainda não nos contou? - Helena não queria enrolação, queria explicação.

Reneé levantou os olhos lacrimosos para ela, de maneira tímida e confusa.

- So-sobre a morte deles? - Ela gaguejou o que significa que escondia algo, Helena e Stefan pensaram. Mal sabe ela que esse algo já fora revelado para os dois. - Eu co-contei tudo. Eles tinham ido jantar fora, fiquei aqui em casa, esperando os dois.

- Sim, sim, sobre isso nós já sabemos. Ficou aqui com o Charlie. - Helena afirmou.

- Isso. - Ela soltou em um suspiro.

Stefan apoiou os cotovelos sobre os joelhos e uniu as pontas dois dedos de uma mão a outra. Helena sabia que ele iria impor-se agora.

- Reneé. – Ela o olhou, parecia um pouco vermelha e desconcertada. - Há algo que queira nos contar?

- E-e-eu? - Stefan assentiu e ela olhou para a irmã em dúvida. Helena também assentiu, passando-lhe confiança para falar. - Charlie e eu... Bem... - Reneé parecia muito envergonhada em pronunciar as palavras. - Íamos contar hoje para meus tios que estou grávida. - Os dois vampiros suspiraram. Eles já sabiam antes mesmo de Reneé contar, afinal estavam ouvindo dois corações batendo em Reneé, o dela e um com uma sonoridade diferente, parecia lutar pela vida que começava. - E isso não é tudo, vamos nos casar. - Ela declarou de repente confiante e decidida.

*****

Stefan não tinha muito como se impor diante de Reneé. Helena, casou-se com ele apenas um ano mais velha. E Helena tinha amadurecido muito desde que se conheceram. Sabia que Reneé também poderia ser suficientemente madura e estar preparada para um casamento e para filhos. Charlie parecia mesmo ser um bom rapaz que queria a felicidade de sua cunhada, sentiu isso nele.

Pensando por um lado ainda mais positivo, esse casamento veio a calhar. Estava pensando como seria com Reneé. Não podia deixá-la sozinha, a mercê da sua própria sorte. Ela era a irmãzinha de sua esposa, da mulher que amava e ele também a amava como tal. Não sabia se daria certo morarem os três juntos. Reneé era muito esperta e logo descobriria o que eles eram. Entraria em pânico, com certeza. Agora com o casamento, ela ficaria bem, com alguém que a amava verdadeiramente e com o seu bebe. Uma família. Assim como era com seu irmão, antigamente. Assim como é com Helena.

Lembrou-se da expressão de Helena quando constatou que a sua irmãzinha estava grávida e depois da conversa que tiveram o brilho que viu surgindo em seus olhos. Helena ficou feliz com a ideia de ter um bebe na família, já que ela não podia ter um. Decidiu que cobriria sua sobrinha de carinhos. Ela seria estragada isso sim, isso porque Reneé fora a última criança na família.

Stefan prosseguia sua caminhada pelas ruas escuras de Mystic Falls. Ele queria sondar o local. As suas suspeitas sobre a morte dos tios de Helena não saiam de sua mente. Tinha sido um vampiro. E se isso fosse verdade, sabia que o vampiro estaria em algum lugar por perto. Talvez 20 minutos depois, quando se aproximava da igreja em que se casara com Helena, farejou um cheiro. Surpreendeu-se quando constatou que o cheiro era familiar.

Ele deixou-se guiar pelo odor, caminhou com passos mais largos e rápidos. Vez ou outra parava para verificar se estava indo pelo caminho certo. Aproximando-se de uma viela mal iluminada, notou que o cheiro familiar estava ainda mais forte, concentrado. Diminuiu os passos, desacelerou e continuou avançando cautelosamente. Parou completamente nauseado e desejoso ao mesmo tempo ao ver a cena a sua frente. Seus pensamentos começaram a trabalhar selvagemente, açoitando-o com o que parecia óbvio. Tinha sido ele, tinha sido ele, repetia cheio de ódio.

- Damon! – Soltou irado.


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