- Aminha vontade é de matar aquela garota. – dizia Emily andando de um lado para o outro a frente dos espelhos do banheiro.

-Ela não tem culpa de você ter quebrado o nariz. – estávamos no banheiro do hospital, Emily realmente tinha quebrado seu nariz, e ninguém sabia ainda a explicação daquela cadeira ter quebrado. E era tudo mais entranho ainda para mim, pois eu tinha uma teoria do que tinha acontecido. Ela poderia ser uma feiticeira. Como eu.

- Mas eu não estou acusando-a de ter quebrado meu nariz. O que eu estou dizendo é que, mesmo ela tendo, chegado atrasada, provavelmente atrasado o professor a chegar na sala e ainda ter atrasado a aula com o showzinho dela, não vai acontecer nada com ela, e eu tive que ter um nariz quebrado, e toda a escola falando de mim. – ela não tinha nem um pouco de razão, pois a garota deve ter seus motivos para estar praticamente pedindo conselhos do professor. E pelo o que parecia, eles eram amigos. Mas, eu não podia ignorá-la, ou discordar dela. Eu não queria inimigos, principalmente depois do que aconteceu na escola com a garota que me chamou de bruxa. Eu teria que aprender a controlar meus pensamentos, tudo o que eu pensava realmente acontecia.  – Alice! ALICE! – Emily me chamava, e não era uma das primeiras vezes. – Você não está me escutando. – ela dizia fazendo gestos com a mão. U,ma enfermeira a interrompeu.

- Senhoritas. Foi bom encontrá-las. Bom, Emily, seu pai disse que não poderia vir, pois ele está em uma reunião, tentamos ligar para sua mãe o celular dela está desligado. Lamento muito, mas, você terá de ir com seu professor para casa. Se você já tiver acabado, pode vir, ele está te esperando. – ela dizia forçando um sorriso pra garota que deu sua ultima olhada no espelho passando sua mão pelo seu curativo o olhando fixamente pelo seu reflexo. Ela olhou para mim, e forçou um sorriso me puxando pelo braço e indo em direção ao corredor onde estava o professor nos esperando com sua cabeça apoiada em suas mãos e seus cotovelos apoiados em seus joelhos. Quando percebeu nossa presença levantou nos olhando.

- Então, é algo grave, ou a gente pode ir? – ele perguntava para Emily.

- não eu só quebrei meu nariz. – Emily respondia indiferente cruzando os braços em seguida e revirando seus olhos castanhos.

A viagem seguiu calmamente, apesar de a calma depender somente de Emily. Nós voltamos para a escola. Estava no intervalo do almoço. Entrei no salão enorme e avistei a garota que provavelmente causou o acidente da Emily. Ela estava com a garota loira incrivelmente bonita. Em uma mesa não tão longe dali, eu conseguia avistar Tom. Ele não havia percebido minha presença. Estava meio triste mexendo em seu prato de comida. – oi. O que aconteceu? Você parece triste. – ele abriu um sorriso depois de me ver.

- eu achei que vocês não iam voltar, e eu teria que ir embora sozinho. – ele dizia forçando um biquinho. Soltei uma risadinha. Sentei ao seu lado, e ele pegou em minha mão. Eu não iria comer nada, já havia desejado uma maça quando estava no hospital longe de Emily, que neste momento, estava um tanto triste também, e toda hora passava a mão em seu curativo e olhava para a garota que estava atrás da gente, que parecia ainda não ter notado nossa presença. As duas garotas mantinham um olhar preocupado. Mas isso não era da minha conta.

O sinal tocou e as ultimas duas aulas foram incrivelmente chatas. Uma delas eu tive que ficar isolada em um canto, pois nem Tom e nem Emily iria ficar comigo. E a ultima eu tive que aturar Emily conversando sozinha atrás de mim. Resmungando palavras que nunca iria entender. Mas pela minha sorte, a mãe de Tom foi nos buscar, me safei de ter uma viagem longa escutando Emily reclamar sobre a vida não tão perfeita assim dela.

- Obrigada senhora T. –  eu dizia fechando a porta e esperando Tom descer também. Nós iríamos fazer uma festa do pijama, eu a Natalia a Ana os meninos e a prima da Natalia. Ela era ate legal. Tom iria me ajudar a arrumar as coisas, e era ele quem ia pagar as duas pizzas, pois era muita gente, e entre essas pessoas teria Noan que come em um dia mais do que eu como em um mês.

A campainha tocou, eram os meninos. – Ei baxinha. – Steve dizia mexendo em meus cabelos.

- Ei cachinhos. – eu disse mexendo em seus cachos castanhos incrivelmente perfeitos. Ele entrou e cumprimentou Tom que estava sentado no sofá. Eu terminei de cumprimentar os outros garotos. Eu sentei com eles. Estávamos assistindo televisão. Logo as meninas chegaram. Nós ficamos assistindo televisão ate a pizza chegar. Tom pagou o entregador e colocou as duas pizzas na mesa, Noan que já havia sentido o cheiro de longe estava lambendo os lábios. Enquanto comíamos a pizza, nós assistíamos Beastly (A fera). Nó havíamos feito um trato. Iríamos assistir dois filmes de romance, e o resto da noite ia ser de terror. Depois de Beastly, nós fomos assistir Moulin Rouge. Como sempre, eu, Nati e Ana choramos no final.

 - Agora a gente vai ver o que? – perguntou Noan animado.

- Eu quero assistir Jogos Mortais – disse Steve. – mas eu estou indeciso entre ele e a Casa de Cera. – ele disse fazendo biquinho e analisando os dois filmes em cada mão.

- Por mim tanto faz, eu estou com sono, é bem capaz de eu dormir no meio do filme. – Disse Nati.

Eu também já estava um pouco cansada. Me deitei no colo de Tom e coloquei minhas pernas no colo de Steve. Depois de um tempo já havia dormido com Tom fazendo carinho em meus cabelos.

 Acordei nos braços de Tom na sala de estar, os meninos deviam ter subido para dormir à muito tempo. Ainda estava escuro e não estava achando meu celular para ver as horas. Tentei dormir novamente. Me aconcheguei nos braços de Tom novamente e senti seu perfume, mas simplesmente não conseguia dormir.

   Já estava amanhecendo e ainda estava acordada olhando pela janela com meu cobertor nos ombros sentada no sofá que ficava junto da janela. Escutei passos na escada.

- O que está fazendo acordada a essa hora garota? – perguntou Steve enquanto vestia sua camisa e sentava do lado de Tom para tentar encher seu saco logo enquanto o sol está nascendo. Só o Steve mesmo.

- Acordei de madrugada. Não consegui dormir de novo. – eu disse baixo assistindo a cena de Steve passando a mão nos cabelos de Tom. – E você, o que faz acordado à essa hora? – eu perguntei ainda olhando Steve mexendo com Tom que parecia nem sentir.

- Mexendo com Tom. – Isso estava meio obvio. – Tive uma ideia. – Ele levantou do sofá pegou uma lata de chantilly e despejou um pouco na mão de Tom que estava jogada para fora do sofá, em seguida, passou os dedos levemente sobre seu nariz. Sem sucesso sua tentativa, Tom simplesmente levou sua outra mão ao rosto. Ele tentou novamente, sem sucesso, dessa vez Tom nem se mexia. Steve fez bico. Eu peguei a lata de chantilly de sua mão e despejei diretamente em seu rosto. Era incrível como Tom simplesmente não acordava.

- Desiste, ele não vai acor... – Fui interrompida por um bocejo meu. Já estava com sono novamente. Subi para meu quarto, pois não queria ver a reação de Tom quando acordasse naquele estado. - ...dar. Eu estou com sono, vou subir. – eu dizia apontando para a escada. Steve assentiu.