Pov. Mônica.

As meninas me olharam com desconfiança! Elas são umas loucas, por pensar que eu vou agarrar o cara, só por que ele é gatinho e não levou uma surra. É lógico que não! Aliás, seu parceiro de quarto vai estar lá! Eu espero.

Sai andando pelos corredores! Notei que estava um pouco escuro e peguei uma lanterna que carregava na bolsa, para chegar até seu quarto. Ainda bem que quando eu as meninas estávamos saindo ei o vi entrando em um quarto, o que ajuda muito! Por que eu poderia levar a noite toda para achar.

Desliguei a lanterna, e me aproximei de um quarto com numero 62 na porta! Se não me falha a memoria é esse mesmo. Girei a maçaneta com cuidado, e aos poucos abri a porta.

Que ele esteja dormindo! Que ele esteja dormindo!

Encostei a porta com cuidado, e vi que seu parceiro de quarto não estava lá. Daria para piorar? Acho que não! Olhei todo o seu quarto, e vi sobre a mesa do criado mudo um spray, que provavelmente seria do tal gás do sono que fez a Isa adormecer.

Missão cumprida! Vamos embora e... Estava abrindo a porta quando lembrei que eu precisava ficar 30 minutos aqui! Droga, o que eu fiz para merecer isso? Só por que eu não rezo? Assaltei a padaria? Comprei pastel vencido? Mofei o sofá da sala? Não mandei minha carta para o Papai Noel? Chutei as plantas? Matei uma galinha no Natal? Comi muita balinha quando era criança? Afe, minha lista está cheia mesmo! Mas tô nem aí, foda-se.

Ok, então esse idiota era realmente o garoto que queria aprontar contra nós? O cara do laboratório disse que um Cebola, usaria a tinta para causar danos nós cabelos das meninas! Se esse gás brilhoso que eu o vi segurar, é o mesmo que fez a Isa dormir, e está sobre essa mesa com certeza deve ser ele! Estou sendo uma boa investigadora não estou? Talvez o CSI me chame para trabalhar com eles e...

Vi o garoto se virar para o lado, e dar de cara comigo.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAH- ele gritou de espanto, quase caindo do outro lado da cama.

– Fica quieto!- voei em cima dele e tampei sua boca.

– O que você tá fazendo aqui, garota?- ele disse tirando a minha mãe de sua boca.

– Eu... – Pensei em dizer para ele de uma só vez sobre a missão, mas era proibido contar isso para alguém durante a missão! Eu devia ter explicado isso para a Julia. –... Quero que você fique caladinho- sussurrei voltando a tampar sua boca.

Pov. Magali.

Eu e as meninas colocamos a Isa em sua cama! Nossa como ela é pesada, acho que quebrei toda a minha coluna. Não é de se esperar que a Mônica goste de deixar o trabalho duro para a gente. Mas essa história de gás do sono está muito estranha! Por que o tal amigo do Quim iria querer aprontar com a gente? Mas também é estranho que o Quim tenha me pedido para não contar isso para seus amigos! Por que ele me pediu aquilo? Acho que na hora nem me liguei em perguntar, eu lembro, que ele também disse que tinha um grupo que fazia muita maldade pelas ruas á fora. Qual será esse grupo? Será que o cara que a Mô esbarrou faz mesmo parte dele?

Isso ainda não tem como saber! Eu estava pensando muito, e acabou que as meninas nem notaram e seguiram sem mim. Sai correndo atrás delas, até ver um garoto indo na direção do quarto em que a Mônica entrou! Será que ele era seu parceiro de quarto? Vou tentar impedir de ele entrar no quarto! Eu sei que é contra as regras ajudar a desafiada, mas a Mô precisa descobrir se ele era mesmo esse Cebola, então o que me resta é ajudar.

– Oi garoto!- disse me aproximando.

– Oi, pera aí... - ele começou a analisar minha roupa e disse. – Você é uma das integrantes das The Escapees?- ele perguntou um pouco surpreso.

– S-sim!- lembrei de que eu estava com a roupa de espiã! E se ele contasse para alguém que eu estive saindo com essas roupas na madrugada? Esse era o problema. – Por favor, não conte nada!- disse um pouco desesperada.

– Contar o que?- notei que ele era mais um dos sem noção, que a gente fala uma coisa e ele soma com outra. Isso me deixou um pouco aliviada.

– Você pode me mostrar à escola?- esse foi o único pretexto que encontrei, para ele não entrar nesse quarto.

– Sim, mas á essa hora não está muito tarde não?- ele perguntou olhando em seu relógio.

– Não imagina! Você vem ou não?- disse fazendo sinal para que ele me seguisse.

– Se você quer tanto, então ok!- ele disse me seguindo.

Pov. Mônica.

Então agora eu consegui constatar que as coisas podem piorar! E muito. Ele estava assustado olhando para mim, e eu que nem uma tonta em cima dele tampando sua boca. Pera aí, em cima dele? Ok, o que eu não faço em nome do meu trabalho?

– Me larga! Quer fazer a droga de explicar o que faz aqui sua maluca?- ele tirou a minha mão de sua boca muito indignado.

– Você é o Cebola?- perguntei para ganhar tempo, ou melhor, perder por que eu preciso ficar 30 minutos aqui. Por que eu fico me lembrando disso?

– Sou! Agora vai dizer que veio aqui só para saber isso?- ele perguntou desconfiado. Será que ele não notou que eu estou de preto? Ela não parece tão espero. Ou melhor, muito! Como ele sabia que eu não viria aqui só para saber seu nome?

– Mais ou menos!- sai de cima dele, e peguei o spray, que estava sobre a mesa do criado mudo. – O que é isso?- perguntei. Claro, eu deveria usar um método diferente para saber se esse era o gás do sono, mas ele estava acordado!

– Um spray?! Já que você já fez o interrogatório quer ir embora?- ele se levantou, e pegou o spray de minhas mãos.

– Não!- disse para irritá-lo, e sentei na cama de seu parceiro de quarto que eu rezo para não aparecer, ou será que sim?

– Hã? Você vai ficar aqui?- ele perguntou completamente confuso. Adoraria descobrir por que a Cascuda tinha que justamente fazer esse tipo de desafio? Nem doía pular de um prédio. E se ele tentar algo comigo? Acho que seria comum! Afinal eu tô precisando esquecer alguém mesmo.

– Vou! Agora se deita aí, e fica quieto até dar exatamente 23 horas e 60 minutos!- disse olhando no meu cronômetro que ficava encaixado na câmera.

– Você veio aqui para me filmar?- o asno perguntou finalmente notando a câmera. Ele era cego? Outro CDF que comeu os óculos, por que nós roubamos o lanche? Será? Talvez.

– Não te devo satisfações!- me joguei na cama, e joguei minha mochila no chão.

– Deve sim! Você vem no meu quarto com uma câmera, e fantasiada de preto e quer que eu engula?- ele disse se pondo a minha frente. É faz sentido! Cadê o sono desse garoto quando eu preciso dele?

– Quero! Cala a boca aí, porra! Não tá vendo que eu tô lendo essa revista de skatista?- perguntei folheando uma revista que estava em cima da cama. Tentei parecer mais natural possível.

– Ah, é? É assim, né?- ele perguntou com um olhar desafiador.

– É sim!- não olhei para ele, e fiquei lendo a revista.

– Ok, eu vou agora mesmo falar com a coordenadora que você tentou transar comigo, e ainda tentou um homicídio- ele sorriu desafiadoramente, e eu quase dei um infarto. Transar? Homicídio? De onde ele tirou isso? Esse cara é mesmo esperto.

– O que?- demorei um pouco para digerir suas palavras! Mas não podia demostrar desespero, era o que ele queria. – Vai! Assim eu jogo vídeo game sozinha- dei língua para ele, e liguei o vídeo game que já estava conectado á tomada.

– Tudo bem! Já estou indo- ele tirou a camisa, e vestiu outra! Quando notei que ele ia tirar o resto perguntei:

– Ah, não! Você só pode estar brincando! Vai tirar a roupa na minha frente?- perguntei debochada, não acreditando. Esse cara é outro sem-vergonha que eu chamo de pessoa comum, e normal da terra? Pode ser que ele tire! Eu não vou olhar mesmo! Por que eu ia querer a imagem nua de um físico masculino? Qual a graça nisso? Bando de pessoa sem noção. Tô sambando para ele. Ri com meu próprio argumento.

– Sim! Ou você espera que eu vá com essa roupa?- ele disse bagunçando o cabelo na frente do espelho, e passando um pouco de perfume. –... Não está com vontade de ir embora, não?- ele riu debochado.

Então esse já era outro plano?