My Dream escrita por amanda c


Capítulo 38
Minha Londres


Notas iniciais do capítulo

Oi gente eu sei que demorei. Vou dizer que, depois do capitulo da morte da mãe da Cath, eu diria que esse é o mais triste. Chorei escrevendo. Espero que gostem



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Meu despertador tocou. Sentei-me lentamente na cama, perguntando-me o por que de os dias passarem tão rápido. Encarei meu quarto, sabendo que seria a ultima vez que poderia chamá-lo de meu. Puxei minha coberta para mais perto de mim e observei as muitas caixas que havia no canto direito. Suspirei. Hoje era o dia da mudança, eu estava voltando para a Califórnia. 

Ao contrário do que eu pensaria a uns meses atrás, não estava feliz com isso. É duro admitir, mas Londres se tornou a minha casa e eu não queria ir embora. Levantei-me da cama, sentindo uma dor de cabeça forte, como se estivesse de ressaca e meu corpo todo doía. 

- Gripe. - resmunguei para mim mesma. - Era só isso que faltava pra melhorar meu dia.

Fui para perto da caixa que estava escrito "Roupas da Cath" e comecei a procurar uma roupa que se igualasse ao meu humor, ou seja, depressiva. Enquanto remexia a caixa achei um vestido que o Lewis me deu. Ele era bem colorido e animado, igual o meu namorado, e não combinava nem um pouco com o meu humor atual, porém eu queria usá-la, queria ter uma parte dele indo pra Califórnia comigo. Meus olhos arderam quando as lágrimas tentaram vir, mas eu já havia chorado demais noite passada e estava sem lágrimas a disposição para sair. Eu nunca fora uma pessoa sentimental mas, na situação atual, achei que esse excesso de sentimentos fosse adequado. Arrastei-me pesarosamente até o banheiro e liguei o chuveiro bem quente e sentei-me. Quando o ar começou a se encher com uma "neblina" eu despi-me e entrei embaixo do chuveiro. A água escorria pelo meu corpo dolorido e eu relaxei, esquecendo que estava prestes a ir embora. Três batidas na porta me tiraram do meu transe.

- Catita, nós vamos nos atrasar, filha. - disse meu pai, naquele tom triste. Era assim desde a morte da minha mãe, meu pai estava sempre triste e distante. Ele tentava esconder e me consolar, mas eu o conhecia o suficiente pra saber que ele estava mal.

- Estou indo, pai. - disse e desliguei o chuveiro. Enrolei-me na toalha e logo me sequei e me vesti rapidamente. Abri a porta do banheiro e meu pai me analisou da cabeça aos pés e deu um meio sorriso.

- Você está linda. - ele disse, passando a mão pelo meu rosto. - Você andou chorando?

- Um pouco. - menti e ele me abraçou. Meu pai andara fazendo muito isso e me apertava, como se tivesse medo que eu morresse também. 

- Não precisa chorar, tudo vai dar certo. - disse ele, baixinho e eu apertei-o. Duvidava que tudo fosse dar certo, mas precisava ter fé nisso. Meu pai se afastou, com um sorriso de leve. - Vou esperá-la lá embaixo.

- Tá bem. - disse e ele saiu do meu quarto rapidamente, me observando. Enquanto pegava minha bolsa ouvi aquela voz inesquecível vindo da sala, com o costumeiro respeito que tinha com meu pai, num "Bom dia, senhor Parker, a Cath está?". Meu pai sempre foi educado com Lewis e hoje não fora diferente, ele disse "Bom dia, Lewis, ela está no quarto, pode ir lá". Enquanto eu me ajeitava e respirava fundo, tentei afastar todos os pensamentos negativos da minha cabeça e esqueci absolutamente tudo quando ouvi aquelas batidas sincronizadas na porta. Ri.

- Pode entrar, Lew. - eu disse. Ele entreabriu a porta e aqueles lindos olhos verdes azulados apareceram no meu campo de visão. Ele entrou lentamente no meu quarto e vi que ele tinha uma caixa de Ferrero Rocher nas mãos. 

- Bom dia, Catita. - disse ele, sentando na cama do meu lado e me dando um beijo na testa. - Como passou a noite?

- Mal e você? - disse enquanto ele me aninhava no peito dele.

- Idem. - respondeu. - Já te disseram que você fica maior gata com esse vestido?

- Só umas 20 vezes. - eu disse, rindo fraco. Ele riu.

- A pessoa que te deu tem bom gosto. - ele disse, arregalando de leve aqueles lindos olhos. 

- Tem mesmo, a namorada dele é muito gata, ele tem um ótimo gosto. - brinquei e Lewis riu com gosto, fazendo eu me sentir bem, como se não houvesse nada errado, até meu pai aparecer na porta do quarto e dizer as três palavras que eu menos queria ouvir.

- Está na hora. - disse ele e eu apertei Lewis.

- Mas já? - perguntei e senti Lew ficar tenso.

- Sim. - disse ele. - Vou te esperar lá embaixo.

Ele saiu e Lewis levantou-se e me colocou de pé, de frente pra ele. 

- Catita... - começou ele numa voz cortante. - Eu não tenho palavras pra dizer o quanto me dói ver você partir.

- Não quero te deixar. - murmurei, mais para mim mesma que pra ele, porém ele ouviu. 

- Eu queria poder ir no aeroporto com você, mas eu e o meninos temos coisas a resolver e... - começou ele.

- Eu entendo, Lew. - eu disse e ele começou a chorar silenciosamente.

- Não quero te perder. - disse ele, me puxando para um beijo cheio de paixão e dor. Dor da perda, dor da separação indesejada, dor por tudo estar tão bem e, de repente, tão mal. 

- Eu não quero te deixar. - repeti, dessa vez mais alto. Ele tirou do bolso um óculos e uma caixinha.

- Tenho dois presentes pra você. Um é meu óculos favorito. - disse ele, colocando o mesmo em mim. - E o segundo é um colar.

Após dizer isso, Lew abriu a caixinha e tinha um lindo colar escrito "faith" que quer dizer "fé". 

- Eu tenho fé que nós vamos poder viver juntos e felizes um dia. - confessou ele e eu olhei-o e depois voltei o olhar pro colar. Peguei-o delicadamente.

- Põe em mim? - pedi e ele assentiu, colocando o colar delicadamente no meu pescoço e dando um beijo na minha nuca depois, fazendo com que eu me arrepiasse. Depois disso, descemos para a sala onde os caras da mudança levavam as caixas para o caminhão e meu pai me esperava na porta. Abracei Lew com vontade.

- Não me esqueça nunca, Tompson. - eu pedi, no ouvido dele. Ele me apertou mais forte.

- Nunca vou te esquecer, minha Tompson. - disse ele e meu corpo todo se arrepiou. Ele se referira a mim com o sobrenome dele. 

- Eu te amo. - sussurrei ao pé do ouvido dele e senti ele se arrepiar.

- Eu sempre vou te amar. - disse ele, no meu ouvido também. Nos afastamos e dei-lhe um longo selinho de despedida e senti meus olhos se encherem com lágrimas que não saiam e fui em direção ao carro do meu pai, entrando no mesmo e colocando o cinto. Olhei para o lado e vi Lew na porta da minha casa, acenando que nem um desesperado e chorando como louco. Meu pai arrancou o carro. Desejei que tudo não passasse de um mal entendido, que minha mãe fosse aparecer no aeroporto dizendo "Eu estava só brincando, vá arrumar seu quarto, Catharine". Eu juro que choraria, mas de felicidade. A abraçaria e diria que a amo e que seria uma filha melhor dali em diante. Mas isso não aconteceu. Chegamos no aeroporto, fizemos check-in, tirei foto com algumas pessoas que diziam ter me acompanhado no the x-factor e terem me adorado e ter sido uma pena eu sair e que eu tenho uma voz linda e coisas parecidas, e finalmente - e infelizmente - nosso voo foi anunciado. Eu nunca fiquei tão mal por ter que viajar e nunca mais voltar a um lugar como fiquei nesse momento. Coloquei meus fones de ouvidos mas nem mesmo Beatles poderiam entender o que eu sentia nesse momento. Por fim, acabei adormecendo em meio a minha tristeza infinita de deixar a minha Londres para trás. 

E o meu garoto também. 


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Notas finais do capítulo

Look da Cath: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=92868127&.locale=pt-br

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