Em Minhas Memórias escrita por Mary e Mimym


Capítulo 9
Uma pequena lembrança embaraçada.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!! (Provavelmente vocês não lerão agora, até porque ainda é bem cedo, mas foi o único horário que eu encontrei para postar logo). A minha vida está um pouco corrida essa semana, estou em semana de prova. Bem, antes de começarem a leitura, eu queria deixar um pequeno agradecimento aqui (o grande eu já fiz XD), para a leitora TheEpic por ter recomendado a fic, sim, ainda estou mega feliz com isso u.u, boa leitura a todos *-*



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Levei um peteleco do professor de Geografia e o encarei sem entender.

–Por que fez isso? Se não gosta de mim, fala! Não precisa ficar me batendo. – Falei quase gritando.

–E quem disse que não gosto de você, garoto do cabelo azul?

–Então por que me bateu? – Continuei o olhando com certa indignação e acrescentei – E, por favor, não me chame assim.

–Eu sou o professor, eu decido como te chamar.

Que cara abusado!

–Eu posso considerar isso uma ofensa e avisar a direção sobre isso. – Avisei.

–Mas seu cabelo de fato é azul, não pode ficar ofendido com a verdade, então aceite isso calado. – Ele sorriu com a “vitória”.

Aquele professor estava testando a minha paciência.

–Tem como os dois pararem, eu preciso sair e também preciso da resposta de imediato. – O professor de História chamou a nossa atenção.

–Eu só te dei o peteleco para você responder logo o professor, estava demorando muito. – Explicou ele, como se fosse normal sair dando peteleco nas pessoas pela demora de uma resposta.

–Tudo bem, eu ajudo o senhor. – Disse, antes de levar outro peteleco do professor maluco que eu arranjei.

–Obrigado, Ronan. Depois entrarei em mais detalhes sobre o projeto. – O Professor de História se despediu e foi embora um tanto apressado.

Ajeitei a mochila nas costas e comecei a caminhar para a saída também.

–Aonde pensa que vai? – O professor de Geografia me puxou pela mochila e eu me desequilibrei, caindo de costas no chão.

–Ai! – Reclamei pela dor do impacto – Por que fez isso!?

Olhei para aquele professor infeliz que me jogou no chão sem mais nem menos, eu estranhei o fato de que ele estava com o semblante sério.

Arme havia saído da sala de aula e me viu jogado no chão do corredor.

–Ronan, o que está fazendo deitado aí? – Ela perguntou se aproximando.

–Você é amiga dele? – Indagou o professor, sem me dar chances de responder a pergunta de Arme.

–Sou sim. Sou da turma dele, mas estou tendo que assistir, por uma semana, aula no segundo ano, porque preciso fazer uma prova de dependência. E, como ainda está sendo a semana de apresentação no terceiro ano, não estou perdendo matéria. Mas... O que aconteceu?

–Aconteceu que... – Fui interrompido pelo professor de novo.

–E você o conhece há muito tempo?

Ele estava mudando o rumo do assunto por quê? Eu deveria bater nesse cara só para ele parar de gracinha, mas aí eu seria expulso de vez, então é melhor eu respirar fundo e esperar o que esse professor irá fazer.

–Sim... Na verdade estudamos juntos o primeiro e segundo ano do ensino médio e, agora, iremos finalizar o colegial juntos.

–Entendi... – O professor parou um pouco e eu fiquei o encarando, queria saber até onde a brincadeira dele iria, aquele cara era realmente maluco – Se eu fosse você, ficaria longe desse garoto de cabelo azul. – Sussurrou ele para Arme, mas é claro que eu ouvi, aquele professor não sabe ser discreto.

–Tá bom... Valeu pelo conselho, mas... – Arme me olhou – Ainda preciso saber o motivo de você estar deitado no chão. – A minha baixinha se ajoelhou e ficou ao meu lado, eu me sentei e quando fui abrir a boca para contar do acontecido, o professor se antecipou, me atrapalhando pela milésima vez.

–Eu também estava perguntando isso a ele, quando cheguei esse garoto estava estirado no chão, como se não tivesse que estudar, muito folgado esse garoto de cabelo azul, não acha? A maioria dos alunos dorme em sala e ele resolver dormir no corredor... Gente doida é um problema.

Arme o olhou e depois me encarou, totalmente confusa. Eu arregalei os olhos, sem acreditar que aquele idiota estava mentindo na maior cara de pau.

–Você me puxou pela mochila e eu caí no chão! – Me levantei rapidamente, ficando frente a frente com o professor.

–Afaste-se. – Ele esticou o braço para afastar nossa distância – Não gosto de gente alterada perto de mim. – Despois disso, ele saiu andando – Tchau menina do cabelo lilás, foi um prazer em conhecê-la.

Ele se despediu de Arme e me deixou com a maior cara de pastel.

–Ele é o nosso professor? – Ela me perguntou, me trazendo de volta para a realidade.

–Infelizmente. – Abaixei a cabeça.

–Por que você deitou no chão?

–E-eu... Eu não deitei no chão! Não acredite nesse professor doido! – Gritei e Arme se assustou.

–Desculpa!

–Não... Eu que peço desculpas, não deveria gritar com você. – Desfiz a burrada – É que esse professor me irrita, ele me pôs para fora de sala, me deu um peteleco na cabeça, me jogou no chão, me apelidou de “garoto do cabelo azul” ou “ô de cabelo azul”. – Respirei fundo e continuei, agora, mais calmo – Não sei se sairei vivo até o final do ano...

–Você saiu de sala?! – Arme ficou espantada.

–Despois eu conto... Longa história.

–Nossa! Não vejo a hora de voltar para a nossa turma, preciso presenciar esses momentos. – Arme riu, não sei onde ela achou graça, mas tudo bem.

–Você não vai voltar para a sala? – Perguntei – Até onde eu sei, você está tendo aula nessa semana.

–É... Você deu sorte de não ter ficado de dependência ano passado. - Ela suspirou – Eu pedi para beber água, mas é melhor eu voltar mesmo, perdi muito tempo por causa dessa confusão.

–Culpe aquele professor de Geografia maluco.

–Estou prevendo que as aulas com esse professor serão duradouras e cheias de confusões. – Arme começou a andar em direção a sua sala – Depois você me conta mais o que aconteceu.

–Tá. – A observei entrar na sala de aula e parti para a minha casa.

Minha mãe, com toda a certeza do mundo, irá me dá uma bela bronca por eu ter sido expulso da sala de aula. Isso jamais aconteceu na minha ficha de estudante. Mas para tudo tem uma primeira vez, né? Espero que ela entenda isso.

–Mãe! – A gritei assim que cheguei em casa, mas ela não respondeu. Deduzi que ela havia saído, o que era meio óbvio.

Joguei meu material no sofá, o molho de chave na mesa e fui para a cozinha ver se tinha algo para comer. Parei antes de pegar alguma coisa, olhei para a porta do banheiro no corredor da minha casa. Lembrei-me do acontecido comigo mais cedo, quando tossi.

–Pego ou não pego? – Perguntei a mim mesmo.

Andei involuntariamente até o banheiro, parecia que eu não comandava mais minhas pernas, mas também não relutei para impedi-las. Parei no meu destino, caminhei até o armário da pia e peguei uma caixa de comprimidos.

Flashback ON

–Ronan! – Minha mãe gritou e eu a olhei, foi a última imagem que tive naquele dia, depois não me lembrava de muita coisa.

Quando acordei minha cabeça doía, não reconheci, de primeira, onde eu estava, parecia um quarto de hospital, o Monitor Cardíaco sinalizava os meus batimentos, estavam fracos...

–É bom vê-lo acordar novamente, meu amor... – Eram palavras da minha mãe, não entendi muito bem, eu havia dormido tanto assim?

A olhei tentando compreender o que acontecia, seus olhos estavam cheio de lágrimas.

Alguém, com um jaleco branco, entrou no suposto quarto que eu me encontrava, era um médico...

Flashback OFF

–Ronan?

Olhei para trás assustado.

–Ah! – Coloquei a mão sobre o peito, o susto foi realmente grande, fiquei até ofegante – Oi, mãe.

Eu estava tão perdido na lembrança que surgiu do nada, que fui surpreendido com a chegada cautelosa da minha mãe.

–O que está fazendo com essa caixa de remédio? Aconteceu alguma coisa? Você... – Ela parou um pouco antes de continuar – Por que está tão cedo em casa?

–Longa história, mãe.

–Eu tenho o dia todo para te ouvir. – Ela cortou logo a minha tentativa de enrolação.

Guardei a caixa de remédio e saí do banheiro.

–Quer mesmo saber o que aconteceu?

–Se eu perguntei, né? – Tenho certeza que ela me perguntou isso com muita ironia em cada palavra.

Abaixei a cabeça e ri, realmente eu fui muito idiota, mas vamos relevar isso, pois ainda estou assustado.

–Voltou a sair sangue do seu nariz?

–Não... Não do nariz... – Olhei para a minha mãe e ela logo entendeu.

–Você tossiu. – Ela suspirou – Foi naquele dia que você pegou chuva, não foi? Sua imunidade abaixou e aconteceu isso. Quantas vezes eu preciso te dizer que você não pode pegar chuva, hein Ronan?!

–Mas mãe... – Ela nem me deixou argumentar.

–Mas nada! Eu não estou brigando com você, meu filho. Estou só te alertando do que te faz mal. Aliás, eu nem preciso ficar lembrando, né? Você sabe do desespero que eu passei no seu acidente e ainda passo, porque você... – Minha mãe limpou uma lágrima que escorreu sem que eu percebesse, esse assunto realmente era atordoante para ela – Não faça mais isso, Ronan. Você sabe que é perigoso para a sua saúde. Eu não me perdoaria se acontecesse algo mais grave... E só de imaginar que pode acontecer...

Minha mãe desatou a chorar, não foi um choro tão excessivo, porque ela escondeu seu rosto, limpando rapidamente as lágrimas. Aquilo me machucou profundamente, afinal, a culpa foi minha por ter saído na chuva sabendo das consequências.

–Desculpa... Eu não deveria ter saído na chuva, mas... – Decidi apenas me desculpar – Eu sinto muito.

–Sinta mesmo, porque estamos tratando da sua vida. – Minha mãe me deu um abraço confortante – Mas agora me diga o porquê do senhor estar casa tão cedo.

Nossa! Minha mãe não deixa passar uma! Cadê o momento triste de uns segundos atrás?

–A senhora quer mesmo saber? – Comecei a negar com a cabeça, vai que ela nega também?

–Claro que sim! Anda, fala. – Minha mãe cruzou os braços e esperou a minha resposta.

As mulheres mudam tão rapidamente de reação que chega a ser assustador.

–O professor me liberou mais cedo. – Eu não menti, vou deixar bem claro que apenas omiti a verdade.

–Por causa da tosse? Você avisou ao professor que...

–Não! – Antecipei-me – Ele só me liberou mais cedo, não tem nada a ver com o sangramento.

–Hum... Se eu souber que essa liberação foi por causa do seu mau comportamento na sala de aula... Ronan... Eu não sei o que farei com você! – Ela me encarou, droga! Não consigo esconder nada dessa mulher! Quero dizer: da minha mãe!

–É... – Cocei a nuca, estava sem saída, tive que contar a verdade – Eu chamei o professor de palhaço e...

–O que? Você fez o que, Ronan? – Agora a minha mãe está fazendo aquele olhar ameaçador. Medo...

Comecei a andar e voltei para a cozinha, se eu fosse morto, pelo menos não seria no corredor da minha casa, seria perto da comida. Minha mãe me seguiu até a cozinha e continuou me encarando, com os braços ainda cruzados.

–Eu irei ter uma conversa com o seu pai.

–Não! Calma! Não precisa disso tudo, olha o coração. – Brinquei, mas levei um belo fora da minha mãe.

–Eu que te digo para olhar o seu coração, antes que eu o arranque daí.

–Falando desse jeito a senhora me motiva mais a fugir de casa.

Nós dois rimos do que eu disse, quando minha mãe fica nervosa acaba dizendo coisas realmente assustadoras, mas aí eu entro com o meu bom humor e acabo amenizando as coisas.

–Serei chamada na escola? – Ela quis saber.

–Acho que não... O Professor não disse nada sobre isso, mas também ele que pediu para ser chamado assim, mal começou a dar aula e começou de implicância comigo.

Pronto, disse tudo que estava preso. Vamos ver se assim a minha mãe me dá razão, ou não...

–Mesmo que ele tenha certa implicância com você, deve respeita-lo acima de tudo, pois ele é o seu professor, se você não gostar do que ele disse, é só conversar com ele e, caso não se resolva, vá à direção, mas nunca desrespeite um profissional na sua área de trabalho.

Ai! Levei um tapa do conhecimento e da sabedoria. O fato é que minha mãe estava certa.

–Tomou o remédio? – Ela voltou ao assunto inicial.

–Não... Antes de eu tomar, a senhora chegou.

–Marcarei uma consulta médica para você.

–Tá...

Acho que o pesadelo está voltando... Já estava anunciando a sua volta na minha vida quando encontrei a Elesis, mas agora se concretizou com o ressurgimento da minha doença... E para piorar tudo, tenho um professor que, com certeza, não facilitará os meus dias... Ô vida!


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Notas finais do capítulo

E então...? Se tiver erros é só avisar. Espero que tenham gostado... Até o próximo capítulo!!



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