Em Minhas Memórias escrita por Mary e Mimym


Capítulo 31
Perguntas


Notas iniciais do capítulo

Voltei õ/Gente, a fic já está indo para a sua reta final. Calma! Não está perto do fim, tipo, faltando dois ou três capítulos, nada disso. Falta ainda, eu só estou avisando para não ficar tão em cima.Enfim, ainda tem coisa para acontecer u.uEspero que o capítulo esteja bom, a ideia surgiu e eu tive que escrever. É isso. Boa leitura >



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Olhei para Ryan, que já estava sentado e ele parecia não entender qual era a do Lass. Estava confuso tanto quanto eu. Pigarreei um pouco e perguntei:

–Aconteceu alguma coisa?

Lass virou o rosto para o lado e respirou fundo.

–Não quero que a magoe.

Ele falava como se soubesse de tudo o que estava acontecendo com Elesis. Aquilo me deu medo.

–Não farei isso. – Sussurrei – Jamais.

Lass me deu passagem, acho que fui bem convincente no que disse, o que não deixou de ser verdade. Sério, não imaginava que Lass fosse tão protetor assim.

Sentei-me na carteira e ele também.

A aula fluiu normalmente, eu não abri minha boca durante a mesma até acabar. Anotei tudo que era preciso para a primeira avaliação e descobri, pelo professor de História, que seria simulado.

Ótimo!

Assim que o sinal tocou anunciando o término de todas as aulas, o professor já havia recolhido seu material e, com um jogo de olhares, avisou que estaria me esperando do lado de fora para irmos à sala do segundo ano.

Lass se levantou e me olhou. Ryan fez o mesmo e acrescentou:

–Amanhã tem jogo, não esqueça de trazer o short da Educação Física, tá?

Assenti positivamente e terminei de guardar meu material. Assim que os dois saíram, saí também. Nem vi quando Arme saiu. Sinceramente, naquele momento estava mais pensativo sobre o fato de eu encontrar Elesis depois de nossa “briga”. Que idiota.

Retirei-me da sala e o professor estava encostado na parede olhando para o relógio. Juntei-me a ele e fomos para a sala do segundo ano.

–Eu preciso dizer alguma coisa? – Perguntei, para ficar mais inteirado no projeto.

–Não, não. – Paramos na porta – Eu só irei apresentar você para a turma e para o grupo que tem mais dificuldade na minha matéria. Serão eles que você auxiliará e avaliará.

–Ok.

O professor de Geografia estava saindo da sala e, quando me viu, não deixou de falar uma gracinha.

–Olha só quem apareceu para me visitar! – Ele abriu um sorriso largo – Também senti sua falta, menino do cabelo azul.

–Ronan. Meu nome é Ronan.

–Não consigo gravar seu nome. – O professor me encarou, dessa vez, sério.

O professor de História ficou em silêncio, mas parecia querer rir das expressões repentinas do outro.

–Bem, - disse o professor de História – viemos aqui para dar um recado para a sua turma, podemos?

–Só se o menino de cabelo azul parar de me olhar com raiva nos olhos. – Condicionou o professor de Geografia.

Esse cara só pode ser maluco. Não sei de onde ele tirou tanta implicância comigo. Para não perder mais tempo, movimentei meus lábios formando um sorriso fechado, sem mostrar meus dentes, mas não foi o suficiente, pois o professor de Geografia continuou me olhando.

Imaginei de a turma do segundo ano estar bem impaciente, então bufei e cedi ao pedido daquele maluco e sorri direito. Forçado, é claro.

–Muito bem, garoto. – Ele afagou minha cabeça e se despediu do professor de História.

–Ele gosta bastante de você. – Disse o professor com ironia e sorriu no final da frase.

Balancei a cabeça negativamente e também sorri. Adentramos à sala e a primeira pessoa que vi foi Elesis. Inevitável, né?

Automaticamente fui tomado por um sorriso bobo no rosto. O professor se dirigiu até a mesa e sentou-se sobre a mesma, eu fiquei ao seu lado e tentei não ficar olhando muito para Elesis.

Lire acenou para mim e eu retribuí. O professor começou a falar sobre o projeto e depois pediu aos alunos que escrevessem os nomes dos integrantes dos grupos num papel e me entregassem.

Fui de mesa em mesa buscá-los, quando Elesis me parou.

–A vida tá de brincadeira com a gente ou é só impressão minha? – Ela me perguntou baixinho.

–Acho que ela só está querendo unir uma amizade que já foi inquebrável.

Continuei pegando os papéis e fui até o professor para entregá-los.

–Bem, esse aqui – O professor apontou para mim – será meu auxiliar neste projeto e, os alunos que não estão indo tão bem na matéria, terão ajuda dele, ok?

Olhei imediatamente para Elesis e ela enrugou o nariz, fazendo uma careta. Logo entendi que ela não era tão ruim em história. Na verdade, as matérias que mais são difíceis para ela são mais da parte de ciências, hoje dividida em três, acho que agora piorou mais ainda a dificuldade dela.

Ri dos meus próprios pensamentos e depois me dei conta que o pessoal daquela turma poderia me achar um lunático rindo sozinho enquanto o professor falava.

Ele, por sua vez, me chamou para mais perto e indicou o papel que estava na sua mão e disse:

–Aquele grupo – ele apontou uma fileira – que senta no fundão é o que precisa de ajuda, está disposto a seguir com o projeto?

–Sim. – Respondi.

O professor, então, desceu da mesa e deu seu aviso final, dispensando a turma logo depois. Lire se levantou e veio em minha direção.

–Oi! – Disse ela, num tom animado.

–Oi. – Respondi com menos entusiasmo.

–Você falou com a Arme?

–Ér…

–Tudo bem se não quiser falar sobre isso.

–Não, tudo bem. – Passei a mão na testa e vi Elesis saindo da sala, voltei a olhar Lire, que esperava a resposta – Está tudo bem agora, nós já conversamos.

–Hum… Bom saber que vocês voltaram a se falar. – Lire parecia ter estranhado.

–Por que está assim?

–Assim como?

–Sei lá… É que parece que não acredita em mim.

–É que… Ronan, a Arme te beijou, não pensei que fosse perdoa-la tão rápido.

Agradeci mentalmente pela Elesis já ter saído de sala, já que Lire falou num tom audível até para quem estava fora da sala.

–É difícil explicar… - Parei um pouco para pensar e percebi que realmente eu perdoei muito rápido um ato irracional de Arme – Olha, - tentei esclarecer para Lire e para mim mesmo o que eu tinha feito – a Arme sempre esteve ao meu lado quando eu mais precisei e--

–Ronan, troca o disco. Parece que você está preso a Arme até ficar curado dessa doença. Eu sei que não tenho nada a ver com vocês dois, mas, sendo amiga de vocês agora, sinto-me no direito de tentar abrir os olhos de vocês. Adoro a Arme, mas não concordo com o que ela fez. Não irei juga-la, assim como não irei dizer o que devem fazer depois do ocorrido, mas que precisam conversar melhor sobre isso, precisam.

Lire deu uns tapinhas no meu ombro e se retirou.

–Ei! – Chamei pela loira e ela parou na porta – Por que está me dizendo isso tudo?

–Porque ficou bem claro que você não gosta da Arme como ela gosta de você. Deu para perceber nitidamente isso quando você entrou na sala e olhou para a Elesis.

Lire deu sua palavra final e saiu. Eu fiquei um tanto pensativo depois do que ela disse. Nunca pensei de encontrar uma nova amiga que pudesse me entender e me aconselhar. Ainda bem que ela era diferente de Elesis e Arme e não deixava minha vida como um fone todo enrolado, ao contrário, ela era a pessoa que conseguia desenrola-lo.

Realmente… Quando as pessoas dizem que nem todo anjo tem asa, estão cobertas de razão e eu encontrei o meu.

Estava saindo da escola, quando o grupo que eu ajudaria estava me esperando. Imaginei de eles não quererem nada com a vida e que me dariam o maior trabalho, mas por ficarem na saída da escola me esperando mostrou que queriam alguma coisa. Pelo menos com História. Também, o trabalho salvaria a vida deles por, pelo menos, dois bimestres.

Eles me passaram os nomes deles e disseram que poderíamos nos encontrar nos intervalos das aulas até sexta-feira, antes da semana do simulado. Concordei. Depois disso cada um seguiu seu rumo.

Cheguei em casa e fiz minha rotina diária. Sem esquecer-me do remédio. Pesquisei algumas coisas na internet sobre a matéria do projeto e imprimi algumas folhas. Pensei em chamar Elesis de tardinha, estava calor e quando a noite se aproximava, mudando a coloração do céu, o vento quente também mudava sua temperatura para mais fresco.

Mas essa ideia desapareceu quando ouvi o som de moto. Fui até a janela do meu quarto e vi Elesis chegando com Lass. Nem sabia que ela havia saído com ele.

Não é da minha conta mesmo.

Sentei emburrado na cadeira e ali fiquei. Pensativo. Minha mãe me chamou para jantar. Ela e meu pai estavam estranhos, mas preferi não perguntar nada. O sono logo bateu e eu tomei meus remédios antes de dormir.

Fui para o quarto e liguei o ventilador para deixar o ambiente mais agradável. Estava quente demais. Apaguei assim que deitei na cama.

O celular despertou e eu levantei logo. Fui tomar banho e não esqueci de pegar o uniforme de Educação Física. Estava sem fome, então passei direto pela cozinha e fui para o banheiro do corredor para tomar os devidos remédios.

–Filho! – Minha mãe me chamou, mas não dei atenção – Ronan!

Entrei no banheiro e, quando agachei para pegar a caixa do medicamento ouvi em alto e bom som:

–Ronan Erudon!

Levantei rapidamente e deixei o remédio na pia e me apresentei na cozinha.

–Sim, senhora. – Fiz continência e minha mãe riu, jogando o pano de prata em cima de mim, pois a mesma secava as mãos, pois tinha acabado de lavar o arroz.

–Para de graça e pode tratando de tomar café da manhã.

–Estou sem fome, mãe.

–Nada disso. Anda.

–Não…

–Ronan, obedeça a sua mãe. – Meu pai entrou na cozinha e eu senti fome rapidinho. Eu lá ia discutir com o meu pai? Nem pensar.

Sentei-me a mesa e peguei uma faca e o pão, cortando-o logo em seguida.

–A mãe de Elesis me pediu para ir com elas até uma loja no Centro da Cidade para ver o vestido de Elesis para a festa. – Avisou a minha mãe.

Por isso ela estava preparando o almoço logo de manhã.

–Deixarei tudo pronto para quando você chegar da escola, tá?

Assenti.

–Vai ser o príncipe da Elesis? – Perguntou meu pai.

–Eu já te disse isso. – Respondeu minha mãe no meu lugar. Eu só fiquei prestando atenção neles dois e não disse nada, com isso fiquei enrolando para passar a margarina no pão.

–Eu sei que você disse, mas eu queria saber do nosso filho.

–Ele vai.

–Tá… Eu só queria ter certeza, porque a Elesis já tem namorado, né?

–É, mas o Ronan faz parte da vida dela mais que esse namorado dela.

Estava sendo engraçado o tom que eles usavam no diálogo. Eu só esperava que aquele jogo de frases não se agravasse.

–Tá bom, tá bom. Eu só queria saber mais sobre isso. – Meu pai encerrou o assunto e se sentou a mesa também.

–Está tudo bem? – Quis saber, só para ter certeza que eles não brigariam.

–E por que não estaria? – Perguntou meu pai.

Dei os ombros. Levantei-me da mesa e bati as mãos para tirar os farelos de pão. Meus pais nem perceberam que eu nem havia comido. Melhor assim. Voltei para o banheiro e só ouvi risadas vindo da cozinha e minha mãe falando “Para com isso.” e continuava a rir. Senti um alívio.

Peguei um comprimido e fui para a cozinha beber um copo de água para ajudar a empurrar o medicamento. Despedi-me dos meus pais e saí.

Vi uma cena assim que fechei a porta de casa e fiquei mega surpreso.

–Pensei que nunca fosse sair de casa. Você é muito lerdo, seu imbecil. Me fez ficar aqui te esperando.

Elesis se levantou da calçada e bateu na calça para tirar a poeira.

–Vai ficar aí de boca aberta me olhando ou vamos para a escola?

Fechei a boca e passei a mão no cabelo e depois nos olhos para saber se eu estava acordado ou não.

–Ou! Ronan! – Elesis avançou em minha direção e eu recuei com medo de levar um tapa da ruiva.

–Eu já estou acordado. Só fiquei surpreso. Não imaginava que encontraria você me esperando para irmos à escola juntos.

–Não é isso que fazemos de manhã? Duh! – Elesis fechou a mão e bateu na testa, como uma linguagem de sinais, me chamando de idiota. O terceiro insulto hoje de manhã.

Ri comigo mesmo. Isso era bem comum quando éramos mais novos.

–Vamos ou não?

–Sim.

Comecei a andar e ela me acompanhou. Uma boa parte da nossa trajetória foi em silêncio, depois ela começou a falar sobre ir para a loja ver o vestido que usaria, reclamou, obviamente, pois odiava vestidos, mesmo ficando muito linda com eles. Não ousei comentar isso.

Elesis não comentou sobre o fato de eu e Lass dançarmos com ela. Também não quis entrar no assunto. Assim que essa conversa acabou o silêncio tomou conta entre nós. Quando estávamos chegando perto da escola, Elesis quebrou a quietude:

–Você gosta da Arme?


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Notas finais do capítulo

VISH '-'Algum erro? Bem, nos vemos qualquer dia desses, até mais ;*