Em Minhas Memórias escrita por Mary e Mimym


Capítulo 12
Carta?


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta u_u, fiquei sem internet e tirei esse momento para escrever e eu escrevi muuuito, tipo, adiantei bastante os capítulos. Bem, nesse capítulo irá mostrar um meio que o Ronan encontrou de se comunicar com a Elesis, sem ela saber. É estranho, mas espero que vocês entendam. Ele só não irá concluir o que começou, é apenas uma ideia que irá surgir. Enfim, sem mais delongas, boa leitura!!



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Depois que voltei do bebedouro, fiquei com a impressão de que alguém me observava. Entrei na sala ainda com esse pensamento na cabeça. O professor de Educação Física estava dizendo como trabalharia com a turma.

Por mais que eu gostasse de esporte, não prestei muita atenção. Sentei-me e abri o caderno numa folha qualquer. Peguei o lápis e o balancei entre os dedos.

Bati com a ponta na mesa. Eu queria escrever algo, mas não sabia o quê.

–Caso tenham alguma dúvida, mesmo sendo um pouco improvável alguém ter alguma dúvida na minha disciplina. – Ele riu – E não conseguir falar, ou ter vergonha, é só escrever algo e me dá.

A turma riu e fez alguns comentários.

–Não aceito cartinha dizendo o quanto me odeia, por favor. – Esse professor era bem hilário – É sério, qualquer coisa, não tenham vergonha, é só falar comigo, ok?

Parei para refletir um pouco. Eu poderia escrever o que sinto. Sei lá. Esboçar, de alguma maneira, o que está acontecendo comigo. Não seria bem um diário. Como se fosse cartas para ninguém. Talvez... Se um dia, quem sabe, eu voltar a falar com a Elesis, não entregue para ela?

Finalmente um professor legal e que me ajuda mesmo sem saber. Estou traumatizado com aquele de Geografia, então não estou observando muito como são os professores. Mas esse me parece bem legal.

Agora que sei o que escrever, só basta começar, né? Olhei para a folha em branco. Bateu uma preguiça... Escorreguei um pouco da cadeira e inclinei a cabeça no encosto da mesma.

Estava entediado com alguma coisa. Talvez fosse o motivo de estar tendo aula de Educação Física e não estar na quadra para jogar.

Voltei a sentar-me direito e retomei a olhar para o caderno.

–Droga! Como eu começo isso? – Resmunguei um tanto alto e o professor ouviu.

–Tudo bem, rapaz? – Ele perguntou e a turma me olhou, isso já está ficando chato...

–Ah, sim, claro. Eu só... – Respirei fundo – Está tudo bem, só é chato ter essa aula e não poder praticar.

–Entendi... Mas semana que vem usaremos a quadra, também não vejo a hora de ver vocês suplicando por um copo d’água. – Ele riu.

–Esse ano só tem professor do bem. – Comentou Ryan – Se continuar assim, não sei se sairei vivo no final do ano.

Concordei plenamente com o que ele disse. Até o Lass sorriu, coisa raríssima de se ver.

O sinal, incrivelmente, tocou rápido anunciando o intervalo. Todos saíram da sala apressadamente. Eu fui fazendo tudo lentamente, levantei, olhei em volta, peguei o caderno e caminhei a passos curtos até o pátio. Sentei no canto, no chão mesmo.

Arme e Lire vieram em minha direção. Elas falavam de alguém cuja Arme não estava gostando nem um pouco.

–Ela é insuportável! E não é gentil, Lire! – Gritou a minha baixinha, nem se importando se estava chamando atenção.

–Claro que ela é! Você nem viu como ela me tratou. – Lire parecia com raiva, eu nunca imaginei que um dia a veria assim.

–E você também não viu como ela falou comigo. – Arme cruzou os braços, eu segurei o riso, fiquei curioso para saber o motivo da discussão.

–Arme, com certeza, você a tratou mal.

–Claro que não!

–Nem adianta negar, quando o professor pediu para você chama-la, você fez a maior cara feia.

–Ainda bem que eu não ficarei mais naquela sala, com aquela garota insuportável!

A minha baixinha sentou-se no chão e nem falou “Oi” comigo. Tá certo que mais cedo havíamos brigado, podendo assim dizer, mas ela estava bem irritada.

–Do que estão falando? – Perguntei, querendo acabar logo com a minha curiosidade.

–Arme acha que Elesis é uma pessoa chata.

–Insuportável. – Corrigiu a baixinha.

Senti que minha mão suava só de ouvir o nome dela. Respirei fundo e tentei aprofundar mais o assunto.

–E por que vocês estavam discutindo?

Arme permaneceu calada e Lire me respondeu.

–Porque eu acho diferente. – Eu concordo com a Lire, mas é melhor não cutucar a onça que está ao meu lado – A Elesis derrubou meu estojo e me devolveu gentilmente.

–Você nem fala com ela direito, isso não quer dizer nada. Eu só acho--

Lire ainda não havia terminado de falar e cortou a minha baixinha, eu não sabia se deixava a duas daquele jeito ou se intervia ou ria da situação.

–Eu a achei super legal e simpática, você também nem conhece a garota e já sai dizendo que ela é insuportável.

–Meninas, eu acho desnecessário as duas brigarem por alguém que nem está aqui e nem fala direito com vocês. – Disse, achei melhor me intrometer.

–Quem é você para falar alguma coisa, Ronan?! – Arme se levantou e eu já tinha a plena certeza de que ela falaria algo e depois se arrependeria, fechei até os olhos esperando ela continuar – Você gosta dela, para você, ela é a melhor pessoa do mundo! Vai lá, corre como um cachorrinho depois da Elesis ter te abandonado por três longos e problemáticos anos!

Lire ficou espantada com tudo, ela não sabia desse detalhe. Eu percebi sua expressão de surpresa, porque ela soltou um breve “Ah!”. Abri os olhos e levantei também. Arme me encarava.

–Eu sei que está fora de si hoje, não estou bravo com você por ter me dito isso tudo. Só você sabe o que eu passei e por isso sou muito grato, mas você está passando dos limites. – Disse tudo calmamente para ela entender.

–É só para isso que eu sirvo, para ter gratidão por ajudar você. – Eu não sabia mais o que falar, ainda mais vendo que a minha baixinha choraria a qualquer momento.

–Ela está na TPM, hoje. – Sussurrou Lire, só para eu ouvir e entender o que se passava com Arme.

Assenti com a cabeça e abracei a minha baixinha. Ela desatou a chorar.

–Desculpa. – Murmurou ela em meio ao soluço.

–Você está muito ciumenta, sabia? – Ri em seu ouvido e ela me abraçou mais forte.

–Arme, vamos comprar um bolinho? A fila não está muito grande.

Ela desfez o abraço e me olhou.

–Tá...

Eu enxuguei suas lágrimas e lhe dei um beijo na bochecha.

–Compra dois. – Tirei o dinheiro do bolso da calça e entreguei à Lire.

–Vamos?

Arme se virou e as duas foram, respirei aliviado por não termos levado tudo tão a sério, a ponto de discutirmos gravemente.

Sentei-me novamente e peguei o caderno.

–Por onde eu começo? – Bati com o lápis na cabeça levemente, é claro.

Eu não sabia

–Não! – Parei de escrever – Não posso começar assim. Está mostrando que sou muito incerto, duvidoso. Vamos começar de novo.

Apaguei o que escrevi, algumas pessoas passaram por mim. Devem ter me achado um louco, porque estava falando sozinho. Ignorei.

É muito raro alguém escrever uma carta, pois bem eu decidi escrever uma para você. Não irei falar da infância, pois essa nos lembramos muito bem, quero lhe contar do meu presente, o que eu realmente queria fazer e falar para você.

Parei. Lire e Arme estavam se aproximando. Fechei o caderno, não queria ficar ouvindo questionamento do que eu fazia.

–Está mais calma? – Perguntei.

–Sim... Desculpa por ter me exaltado. Estou naqueles dias, sabe? – Arme virou o rosto, estava corada e fofa, tive que sorri – Quer? – Ela me ofereceu um pedaço do seu bolinho.

–Não, obrigado. Estou sem fome hoje.

–Eu lembro os dias que você não queria comer. – Comentou Arme – Sua mãe vivia reclamando “Você já ficou bastante dia sem comer! Como ainda está sem fome?!”

Minha baixinha imitou tão bem a minha mãe que eu caí na gargalhada.

–Viu? – Perguntou Lire, sentando no chão junto com a gente – Vocês dois são muito fofos, um completa o outro. Deveriam ficar juntos.

Sei que Arme corou mais ainda e eu também. Viramos nossos rostos para lados opostos.

–Que fofinho. – Agora Lire que achou graça, a única também, porque eu estava envergonhado e Arme igualmente – Vou parar de falar isso, os dois ficam muito encabulados. – Concluiu a loira.

–Vamos mudar de assunto, isso sim. – Disse Arme – Vamos marcar para sair, eu sei que o tempo está meio ruim, mas é só para nos divertirmos mesmo. Antes que as matérias realmente comecem.

–Shopping? – Opinou Lire.

–Não... Um lugar diferente. – Disse Arme, eu fiquei pensativo, também queria um lugar diferente.

–Que tal... – Pensou Arme – No Museu?

–Museu?! – Eu e Lire perguntamos juntos.

–Nossa! – Exclamou a minha baixinha, rindo – Tudo bem, Museu não.

–Vamos ao teatro, soube de uma peça muito boa.

Fiquei surpreso ao ouvir isso, não se escuta muitos adolescentes falando sobre Museus ou Teatros. Achei a ideia da Lire mais aceitável e Arme também, pois a mesma concordou.

–Então está combinado, vamos ao Teatro esse final de semana, ok? – Perguntei.

–Por mim, tá marcado. – Disse a minha baixinha, bem animada.

–Então estamos combinados. Que horas? – Quis saber e perguntei diretamente para Lire.

–Eu vejo hoje no site, quando chegar em casa, e mando uma mensagem para vocês, tá bom?

–Perfeito. – Disse, levantando-me, pois o sinal havia tocado.

Arme e Lire foram rapidinho ao banheiro e eu segui para a minha sala. Sem querer acabei esbarrando em alguém, porque andava de cabeça baixa.

–Desculpa. – Disse, me abaixando para pegar meu caderno, que havia caído.

–Você sempre diz isso, né Ronan?

Levantei o rosto. Meu coração acelerou de tal forma, que pensei que teria um ataque cardíaco. Ela apenas riu da minha reação.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Qualquer erro, já sabem, é só avisar ^^
Próximo capítulo será postado quinta-feira, porque eu acho que amanhã terei grupo de estudo, então não sei se dará para postar. É certo de quinta mesmo. Até!!



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