Em Minhas Memórias escrita por Mary e Mimym


Capítulo 1
Conhecendo um pouco de mim


Notas iniciais do capítulo

Oie!! Eu (Mary) venho com uma fic feita só por mim. Diante de tantos acontecimentos, eu decidi escrever essa história, não será muito longa como a que venho escrevendo com a Iasmym, mas será bem emocionante, adoro fazer fics assim *-*. Enfim, espero que gostem...

P.S.: Ronan irá narrar toda a história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/341867/chapter/1

Olá! Não, melhor não, vamos começar de novo...

E aí, gente, tudo bem? Não... Assim também não. Vou tentar mais uma vez.

Bem... Começar a falar sobre sua vida não é tão fácil, pelo menos pra mim, que nem sei por onde começar. Farei um pouco diferente, mudarei o tempo conforme eu conto a história, ou seja, poderei estar falando do passado e dar uma passadinha no presente e vice-versa.

Antes que eu me esqueça, essa história é sobre mim. E quem eu sou? Ah, mais um garoto que sofre com a fase adolescente. Eu sou o Ronan.

Eu cresci junto com uma menina, que mais parecia um menino, mas ela nunca irá saber que eu falei isso, senão estou morto, era só o jeito mesmo, porque ela era linda. Enfim, diferentes das garotas, ela gostava mais de brincar com os meninos e de lutar. Eu não gostava da parte da luta, porque ela gostava de começar a se aquecer me batendo. Mas isso não vem ao caso.

Teve um dia, no aniversário dela de oito anos, que ela caiu enquanto andava de bicicleta, o tombo foi feio, ela se arrastou no chão e se ralou toda. Quando eu vi a cena da queda, entrei em choque, ela não chorou, se sentou no chão e manteve a cabeça baixa. Não entendi o porquê, mas nem fiquei me perguntando isso, saí correndo até ela para socorrê-la.

–Você está bem? – Perguntei.

Ela não me respondeu, apenas encarou o chão. Olhei para a bicicleta caída no chão e percebi uma coisa.

–Essa bicicleta é muito grande pra você, por que estava andando com ela? – Me sentei ao seu lado.

Mais uma vez não obtive resposta. Aquele silêncio estava me deixando preocupado. Aproximei-me mais um pouco e levei minha mão até seu queixo. Ela reclamou um pouco de dor e virou o rosto. Entendi na hora o que estava acontecendo.

–Você machucou seu rosto? – Indaguei.

Ela fungou baixinho, mas eu ouvi. Nunca a presenciei chorando na minha frente. Ela chorava em silêncio para que eu não percebesse. Ela se levantou correndo e foi pra casa.

–Elesis! – Levantei-me e a chamei, mas foi em vão.

Pensei em voltar para casa e tentar esquecer isso, eu era criança, seria fácil esquecer o acontecido, mas eu não esqueci... E nem fui para casa. Corri até a casa da Elesis. Chamei pela mãe dela e logo fui atendido.

–A Elesis tá bem, tia?

–Tá sim, Ronan. Ela só se me machucou, porque caiu da bicicleta, se ela não fosse teimosa, não estaria assim agora. O pai dela avisou, mas sabe como se amiga é, né?

–É... Eu imagino. Eu vi a queda e tentei ajuda-la, mas ela não quis. – Disse num tom tristonho.

–Quer vê-la? Ela está no quarto.

–Claro! – Abri um sorriso e nem esperei a tia me dar passagem na porta, dei um jeitinho e entrei correndo.

Parei em frente ao quarto dela e bati na porta.

–Elesis. Sou eu, o Ronan.

–Vai embora!

Espantei-me com o que ela disse. Elesis nunca me mandou sair de perto dela, ou, até mesmo, me mandou ir embora.

–M-mas eu queria ver como você está... – Falei derrotado.

–Estou um monstro, satisfeito? Agora vai embora, Ronan! Me deixa em paz!

–Por favor, Elesis, não me manda ir embora, eu quero saber se está bem, se você se machucou muito. – Eu já falava com cabeça baixa, me senti abatido pelas tentativas fracassadas de tentar falar com ela.

Fiquei mais um tempinho esperando, mas nada de ela aparecer. Resolvi ir embora mesmo. Comecei a andar quando ouvi a porta se abrir devagarinho. Olhei para trás rapidamente e sorri.

Meu coração acelerou de tal forma, que pensei que fosse sair do meu peito. Não entendi bulhufas do que significava aquilo. Eu estava apaixonado e nem sabia. Como criança é ingênua... Se eu percebesse logo de imediato, talvez não vivesse tanta coisa, tantos conflitos entre nós dois e tantas decepções.

Enfim, fui até o quarto dela e entrei a passos lentos. Elesis permanecia com a cabeça abaixada, deixando seu cabelo vermelho cair sobre seu rosto.

–É... – Eu nem sabia o que falar naquele momento – Eu nem te dei os parabéns hoje... – Ri meio sem jeito e continuei – Tá ficando mais velha hoje, hein? Daqui a pouco está me alcançando.

Ouvi um pequeno riso sair de sua boca, aquilo me fez sorrir grandiosamente. Senti-me bem, feliz. Sou dois anos mais velho que a Elesis, por isso fiz a brincadeira.

–E então... Já viu a roupa que vai usar hoje? – Perguntei, me aproximando dela e sentando-me na beirada da cama.

–Eu não quero ir para a festa, estou horrível. – Elesis virou seu rosto para que eu não a visse.

–Você não está horrível, é exagero seu, com certeza. – Usei um jogo de palavras como se fosse um desafio, quem sabe assim ela não vira para mim e me mostra seu rosto?

E não é que deu certo? Elesis virou-se para a minha direção com uma expressão de raiva e eu acabei arregalando os olhos, não pelo machucado no rosto, a bochecha dela estava vermelha e ralada, mas pela raiva mesmo.

–Olha! – Ela gritou e se levantou da cama. – Todos irão rir de mim!

–E desde quando você se importa com isso? – Perguntei, levantando também.

–É que não quero que ninguém fique falando do meu machucado. Eu fui uma irresponsável, não deveria pegar a bicicleta, ela é grande e eu ainda sou pequena. Tentei ultrapassar meu limite e acabei me machucando toda! – Ela falou indignada consigo mesma.

–Você só quis experimentar algo, não fez por mal. Só que houve uma consequência. Talvez se pedisse ajuda ao seu pai, conseguiria andar na bicicleta grande.

–É, mas agora não tem mais volta. Todos vão rir de mim, porque eu caí da bicicleta.

–Isso é tolice, Elesis.

–Não é não!

–Eu ri de você quando caiu? Eu estava lá, eu vi tudo, mas mesmo assim não comecei a rir ou zoar de você, corri para ver o que havia te acontecido, fiquei preocupado. Não pense que as pessoas irão rir de você, até porque elas nem saberão o que realmente aconteceu. Você se machucou, como toda criança se machuca e vai deixar que isso atrapalhe sua festa? Que te atrapalhe a fazer a disputa de quem come mais brigadeiro? – Eu ri na última pergunta. Sempre fazíamos isso nas festas de aniversário, tanto na minha quanto da Elesis. Ela também riu.

Senti um alívio em saber que a ajudei nesse momento.

–Obrigado. – Elesis me deu um abraço. Por essa eu não esperava, mas correspondi na hora. – Você é realmente meu melhor amigo.

–Espero ser sempre... – Disse enquanto desfazíamos o abraço.

–Agora vai embora se arrumar para a festa. Eu irei te vencer hoje!

–Haha! Duvido!

–Depois não chore quando eu comer mais brigadeiro que você.

–Eu não choro. – Falei debochadamente.

Elesis deu os ombros.

–O fato é que você irá perder, Ronan.

–Não vou não, Elesis.

Nos encaramos como se fossemos xerife e bandido em um velho Oeste, prontos para nos enfrentarmos. Ser criança é tão bom, a imaginação não tem limite nesse tempo. Depois começamos a rir um do outro. Eu fui para minha casa, minha mãe avisou que sairíamos para comprar o presente da Elesis, me arrumei e fomos.

Achei o presente perfeito. Chegamos em casa, me aprontei para a festa e, mesmo antes da hora, corri para a casa dela.

–Elesis! – Chamei na porta, estava tão ansioso para entregar o presente.

–Oi Ronan, chegou cedo. – Disse a mãe dela e eu ri.

–Oi tia, posso entrar?

–Claro. Está diferente hoje. –Ela comentou olhando para mim – Seus olhos estão mais brilhantes.

–Ér... – Fiquei envergonhado com o elogio e a mãe da Elesis percebeu.

–A Elesis ainda está se arrumando, está penteando o cabelo, vai lá.

–Tá. - Entrei na sala e tudo estava enfeitado para a festa. Deixei o presente na mesinha da sala e corri até o quarto.

Bati na porta e Elesis perguntou quem era.

–Sou eu, Ronan.

–Entra.

Entrei e fiquei paralisado ao ver como Elesis estava. Ela usava um vestido vermelho rodado, com um laço atrás, estava impecavelmente linda.

–O-oi. – Não conseguia falar muito coisa, foram as únicas letras que saíram naquele momento.

–Oi, Ronan. Chegou mais cedo.

–É... Eu queria ficar com você antes de todo mundo chegar e você me deixar de lado. – Fui dramático, confesso.

–Para com isso. – Ela sorriu, o sorriso mais lindo.

Estava acontecendo algo comigo, eu sentia, só não sabia dizer o que era. Elesis terminou de pentear o cabelo e voltamos para a sala que, por sinal, já tinha gente.

–Eu trouxe seu presente, espero que você goste.

–Sabe que se for alguma coisa rosa, eu... – Antecipei-me.

–Você irá odiar, eu sei. – Conheço bem essa ruivinha, sei o quanto ela odeia rosa – Se for azul você irá gostar? – Brinquei.

–É claro! Eu gosto de você, então... Olho todo dia nesses olhos azuis e seu cabelo... Nem preciso comentar, né?

Eu gosto de você”. Essa frase ficou ecoando em minha mente. Nem me toquei no final da frase.

–Ronan! – Elesis me chamou, acho que entrei em um pequeno transe.

–Fala.

–Preciso falar com os convidados, depois você me mostra o que você queria, tá?

–Tá bom.

Ela saiu de perto de mim e foi cumprimentar o pessoal que chegava, avistei até meus pais chegando à festa. Sou apressadinho, sabe? Fui pegar o presente que deixei na mesa e entrei em desespero ao ver que ele não estava mais lá.

Meus olhos ficaram inundados de tristeza e lágrima. Não quis estar daquele jeito, mas foi automático. Passei as costas da mão no meu olho para secar e fui até a mãe da Elesis, talvez ela soubesse onde estava.

–Tia. – A chamei.

–Fala, Ronan, o que houve?

–Eu deixei o presente da Elesis na mesinha, o embrulho era vermelho com estrelas, a senhora o viu?

–Sim.

Sorri feito bobo com a resposta dela.

–Obrigado, tia. Pensei que tinha perdido o presente.

–Não, meu anjo, eu coloquei dentro da caixa de presentes.

O desespero me tomou de novo. Eu não tinha posto meu nome no presente, pois planejei de eu mesmo entregar a ela.

–Tia, tem como a senhora dizer a Elesis que aquele presente era... – Fui interrompido por alguém que foi falar com a mãe da ruiva.

–Ronan, depois você fala, tá?

–Ok... – Saí dali e sentei no sofá derrotado. – Agora ela nunca saberá que o presente era meu...

Elesis se aproximou de mim e eu logo desfiz minha tristeza, sorrindo para ela.

–Vem, os meninos estão brincando lá fora, vamos brincar com eles. – Elesis me puxou e eu fui.

A festa foi bem divertida, até esqueci o presente. Um erro grande da minha parte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Esse foi um pequeno pedaço, apenas lembranças, o próximo capítulo virá com grandes acontecimentos e, com certeza, o drama na vida dos dois irá começar.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em Minhas Memórias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.