Angels [and Devils] escrita por NandaC


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, iniciando minha outra fic, já pensada ha um tempo. Espero que gostem e talvez eu demore pra postar!!



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ANGELS [AND DEVILS]

PRÓLOGO

            O garoto bufou, de novo, ainda bem que era a última caixa. Sinceramente, odiava mudança. Tinha que carregar tudo que já tinha lugar pra outro. Quase não havia visto o próprio quarto, sabia que o antigo dono havia deixado alguns móveis e uma cortina longa e branca do teto ao chão, mas não sabia o que eram os outros objetos.

            Era uma bela casa, porém sempre ocupada e logo depois vazia, mas desta vez, pelo menos se gostassem da casa, seria definitivo.

            Ichigo Kurosaki era o dono do quarto que ainda tinha pertences de seus antigos donos. O quarto foi quase inutilizado por todos os anos da casa até aquele, quando fora usado era como quartinho de tralhas.

            O rapaz era ruivo. Mas ruivo de um jeito diferente: seus cabelos eram de um laranja forte, como se alguém os tivesse pintado com crayon ou lápis de cor, eram curtos e rebeldes, arrepiados em todas as direções.

            Tinha um belo rosto, o maxilar e o queixo retos e suaves, mesmo que quase sempre travados sabiam, às vezes, fazerem os lábios sorrirem. As sombrancelhas que, acima dos belos olhos amendoados cor de âmbar, quase sempre moldavam sua expressão numa carranca sem igual. Seu nariz aquilino e os lábios um tanto cheios completavam o rosto, o pescoço, marcado pelos nervos erguia a cabeça sobre o corpo, as clavículas, marcadas, em arco até os ombros, estavam sempre relaxadas.

            O corpo deste era atlético, alto e esguio, porém com músculos bem definidos. Sorte de quem o vira limpando o quarto apenas de bermuda, no calor escaldante da tarde de verão, ainda com medo de retirar os panos dos móveis, apesar de um deles ser óbvio. Seus ombros largos, seguidos por braços fortes e mãos grandes entravam em equilíbrio com o quadril esguio, as pernas torneadas e os pés amplos.

            O quarto era grande, tinha um banheiro que por sorte os pais arrumaram. Tinha grandes janelas, uma voltada para frente da casa, outra para os vizinhos e uma enorme voltada para os fundos, esta estava coberta pela grande cortina branca, e parecia ter, encostada a janela, uma pequena, finíssima, mesinha, apesar de isso não fazer sentido.

            As janelas faziam Ichigo adorar o lugar, afinal, ele adorava janelas.

            Havia se mudado a menos de uma semana, e sem parar a escola ou outros compromissos, faltava pouco na arrumação. Encher o guarda roupas, arrumar a cama e a escrivaninha, e colocar todos os livros, mangás, e CD’s na estante. Incrivelmente, os móveis misteriosos não atrapalhavam em nada, pelo contrário, já pareciam até parte do quarto. Esses móveis eram dois, a “tira de mesinha” na janela, e a mesinha com algo em cima. Talvez fosse a hora de descobri-los. Abriu todas as cortinas de um tom azul claro, as que já tinha, e deixou a da “tira de mesinha” fechada, como esteve desde que viram a casa, e talvez, até antes disso.

            Ele chegou perto da janela e pelo tecido já gasto e transparente percebeu que havia uma expansão da janela. Uma expansão além das paredes como se saltasse pra fora. Ichigo, curioso, puxou o pano com força, o fazendo se rasgar e destruir o resto de cortina que havia ali. O brilho do sol invadiu o quarto e os olhos o fazendo piscar. Outro lençol branco foi lentamente removido mostrando não uma “tira de mesinha”, mas sim um sofázinho comprido e confortável em toda a extensão da “área adicional” da janela. Passou de leve os dedos pelo tecido almofadado, era de um azul tão clarinho, talvez por agencia do tempo, com seis almofadas um pouco mais escuras. Não tinha poeira, ou rasgos, ou cheiro de velho, estava muito bem conservado. Pegou as almofadinhas, as examinou e colocou de volta no lugar. Abriu o conjunto de três vitrôs de vidro liso, formando meio hexágono e contemplou a brisa que lhe tocou o rosto. Deitou-se ali, á vontade e olhou o céu pela janela aberta. Estava cansado, mas ainda havia trabalho a fazer.

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            Depois de um longo tempo pode se sentar de novo ali. Suspirou e se esparramou, o cansaço tomava conta de cada fibra daquele corpo, olhou o relógio, tinha começado as quatro, agora já eram seis, e em cerca de uma hora os vizinhos começariam a chegar graças às boas vindas planejadas em conjunto com sua mãe. Tinha que tomar um banho, estava já sem camisa, maldita época para se mudar, depois do banho ele descobriria o outro móvel.

            Foi dali até o banheiro em alguns passos, se despiu e deixou que a água percorresse cada caminho entre seus músculos, relaxando instantaneamente cada um desses.

            Saindo do banheiro, com apenas uma toalha amarrada na cintura, jogou roupas quaisquer na cama e as vestiu lentamente, foi ao banheiro para colocar a toalha, voltou para fechar a porta do guarda-roupa, foi fechando a porta espelhada que, de relance, ele viu algo no sofázinho, pelos vitrôs ainda abertos o vento soprou frio fazendo-o se arrepiar enquanto pelo espelho tentava ver o que era.

            Fechando a porta devagar viu um montinho de cabelos negros, um vestido branco e pequenos pés descalços. Ele refletiu por um segundo: “O que uma criança faz aqui?!”

            A garota estava sentada sobre as pernas mirando bem além da janela, seu vestido branco parecia grande e imaculado e seus pés eram pequenos e puros. Quando aquela menina entrou no quarto? Destemido e irritado ele foi até ela.

—Ei! Garota! O que está fazendo aqui?! – Ela se virou porém nem chegou perto de encará-lo, ela estava muda. – Deve ser filha de algum vizinho. – a voz rouca constatou.

            Ele agarrou o braço dela sem delicadeza e a arrastou até a cozinha, a procura da mãe. Pena dele que não percebeu o sorriso maligno no rosto dela.

— Mãe! – ele pronunciou um pouco mais bravo do que o normal. – Poderia impedir as crianças de subirem pro meu quarto?! – Ele soltou a “criança” e Masaki sorriu gentil.

—Que criança? – Ela olhou o filho com os calorosos olhos castanhos, tinha uma bandeja na mão. Os longos cabelos ondulados e castanhos estavam presos, e seu corpo não mostrava que ela era mãe de três filhos, parecia muito jovem.

— Essa! – Ele apontou a garota cabisbaixa ao seu lado.

— Querido... Não tem criança aí. Talvez eu devesse ter te ajudado com a arrumação do quarto.

            O rapaz olhou para o lado e surpresa. Ela estava ali sim. A mãe falou, distante: “Vai ver ela fugiu da sua cara de mal.” Ele estava em transe, tudo distante, foi quando ela finalmente o fitou.

Bam.

            Foi como se mais algumas atmosferas fizessem pressão sobre ele, um suor pegajoso brotou em sua testa e suas mãos. O pulmão pareceu não ter mais vontade de fazer seu trabalho.

Bam.

Mais algumas atmosferas surgiram quando seus olhares se encontraram novamente. Ela sorriu e seus grandes olhos purpuras também. Todas as atmosferas se multiplicaram. Os joelhos, não aguentando a pressão cederam, e ela...

Bam.

Sumiu.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Reviews!!