Start? escrita por Sascha Nevermind


Capítulo 4
#3 - Mudança e Promessa


Notas iniciais do capítulo

Yooooo, minna! o/
Obrigado pelos comentários, gente, são muito importantes pra mim! E que bom que estão gostando! XD
Quero pedir desculpas por qualquer erro na fic, estou digitando tudo pelo celular e o corretor automático não me ama. :s
Espero que gostem do capítulo. :3



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Depois que mudamos de parceiros, Tsubaki foi para o apartamento que antes era de Black*Star e Soul, e ele veio morar comigo. Acho que foi a cena mais estranha da minha vida vê-lo chegar com as suas malas para morar no quarto de hóspedes - por sorte, e eu tinha um. Nunca pensei que um dia fosse morar com um garoto - até mesmo nos meus sonhos de "encontrar o amor da minha vida" nunca pensei em morar com ele, sempre pensava no casamento primeiro. Era mais questão de ser prática do que de ser romântica, na minha opinião. Quer dizer, qual a graça de ir morar com o namorado, depois se casarem e continuarem morando juntos como se nada houvesse acontecido? No fim, teria sido só dinheiro gasto numa festa a toa.
Não que isso venha ao caso.
Os primeiros dias morando com Soul foram estranhos e desajeitados. Seriam de qualquer jeito, eu acho, mas a frase "da primeira vez você não reclamou" não me saía da cabeça, o que só fazia complicar. Ainda mais porque Soul não tocou mais no assunto. Não tivemos um segundo a sós depois de entrarmos na sala - primeiro com o Doktor explicando matéria. No recreio, nos enturmamos super rápido graças à Soul e Black*Star, que nos apresentaram seus amigos, inclusive as irmãs louras e o cara de olhos âmbares da nossa sala - Liz e Patty Thompson e Death the Kid. Depois foi educação física, e toda chance de conversar sobre qualquer coisa evaporou. (Pelo menos eu descobri que meu treinamento com minha mãe antes de entrar na Shibusen rendeu e eu estava com o físico no mesmo nível dos outros alunos. Chupa, sociedade.)
Como aquela seria a última noite em casa do Soul, ele foi embora direto com Black*Star, e eu só o vi na aula do dia seguinte - quando eu tinha que estudar, e não ficar relembrando o passado igual uma velhinha bicentenária.
Enfim... a oportunidade de conversar surgiu quando Soul estava levando suas coisas pro quarto e reclamando que elevadores quebrados não são cool. Mas aí, o que você diz? "Ah, aliás, não consigo parar de pensar no que você falou e você era apaixonado por mim mesmo?" É tipo uma geladeira, nem rola. Então desisti de falar, o que não fez o assunto sumir da minha mente rápido como deveria. Mas sumiu logo, com tantas novidades acontecendo.
Eu e Soul não nos sentíamos bem juntos em casa, nos primeiros dias. Mais ou menos igual quando uma visita chata não se dá conta que tem que ir embora, e acaba com a sua privacidade. Fazia anos que eu não morava com nenhum homem (oi, Spirit) e Soul, sei lá, devia estar com saudades do Black. Então, bolamos uma brincadeira para quebrar o gelo: um de nós fazia uma pergunta, o outro respondia e fazia outra de volta. No começo falávamos de coisas meio bobas, como nossas cores e comidas favoritas, mas depois de uns dias não precisávamos de uma desculpa para conversar - e não só sobre idiotices.
–Porque você tem tantas perguntas? - Soul perguntou, numa de nossas "entrevistas".
Já fazia quase uma semana que morávamos juntos, e eu já havia me acostumado com ele o suficiente para não me assustar sempre que a geladeira era aberta à noite. Por outro lado, ainda tinha vergonha de usar meus shorts velhos de dormir na frente dele, embora Soul não tivesse um pingo de pudor em andar pela casa só de bermuda. O que não era uma tortura pra mim.
Estávamos meio sentados, meio deitados no sofá, um de frente para o outro, e meus pés estavam em cima dos de Soul, mais pela falta de outro lugar para colocá-los do que qualquer outra coisa. As outras opções eram colocá-los no chão - o que era desconfortável - ou em volta dos seus quadris, e isso não pegaria bem.
Me aconcheguei com a almofada do sofá antes de responder:
–Você era praticamente a pessoa que eu mais conhecia e gostava na quinta série... quero saber se ainda é o mesmo.
Soul assentiu lentamente, então perguntou:
–E eu sou?
Pensei por um minuto, comparando o Soul de antes com o de agora. Mas a verdade é que eu não tinha o suficiente para dar uma opinião. Mesmo tendo o conhecido a anos atrás, ficamos cinco anos longe, e uma semana não era suficiente para recuperar o tempo perdido e pensar que tenho direito de falar o que Soul é ou não. Ainda assim, disse:
–Mais ou menos... você mudou bastante, mas está muito mais maduro, e... sei lá. - dei de ombros. - Você continua leal aos amigos, misterioso e na sua e com uma obsessão em ser cool. Então, de qualquer modo, no fundo você ainda é o mesmo.
Soul sorriu, de um jeito meio orgulhoso, e olhou para a televisão desligada.
–Valeu. Mas... - acrescentou, voltando a me olhar. - Eu não tenho obsessão por ser cool.
Com essa, eu fui obrigada a rir. Fala sério!
–Não, claro que não.
–Não mesmo! - insistiu. - Tá rindo do que?
Dei uma risadinha, e abracei minha almofada.
–Como foi mesmo hoje de manhã? Ah, sim! - fiz "cof cof" e imitei o Soul: - "Putz, acabou o leite, Maka, isso não é nada cool!"
–Foi um caso isolado. - disse.
–Ah, é? - ri. - E que tal essa: "Maka, cozinha você, eu não fico tão cool na cozinha."
–Era modo de falar! Você cozinha melhor que eu!
–"Maka, não mexe nos meus CDs, não fica cool organizado."
–Ah, vai se ferrar, garota. - Soul disse, rindo. - Isso não prova nada.
–Não prova o caramba!
Dei um chute nele, mas Soul agarrou meu pé e não quis soltar. Franzi a testa e puxei de novo, ele segurou mais forte.
–Esse pé é meu. - avisei.
–Era. Agora é meu.
Eu ia reclamar e exigir meu pé de volta, mas desisti quando ele começou a massagea-lo.
–E você, Soul? - murmurei, ao invés disso. - Qual a sua desculpa para querer saber até a cor da minha meia?
Pensei que ele fosse fazer alguma piadinha, mas ficou sério - tanto que fiquei com medo de ter dito algo errado. Ele desviou o olhar, e quando me olhou de novo, estava com uma expressão engraçada. Resignado, mas de um jeito... doce?
–Uma arma tem que aceitar morrer pelo seu artesão. - disse, finalmente.
–Ah. - murmurei, constrangida. - Me desculpe.
–Relaxa, Maka, não to te culpando. É só que... Eu quero saber se morrer por você... bom, valeria a pena. Se eu estaria morrendo por alguém legal.
Ele sorriu e deu de ombros, como se aquilo não importasse, mas eu podia ver nós olhos dele que importava. E, na verdade, eu também me importava.
–Não fica assim, Soul. - disse, me inclinando para frente até poder alcançar sua mão, e a segurei. - Não é a Shibusen que vai te dizer pelo que você deve ou não morrer. É uma escolha sua, e eu não vou te cobrar nada.
–Esse só é mais um motivo para eu concordar com a Shibusen. - Soul respondeu, com um meio sorriso.
Isso me deixou incrivelmente irritada. Ele não podia concordar tão fácil assim! Era de sua vida que estávamos falando!
–Nesse caso, eu quero uma promessa. - exigi.
Ele franziu o cenho.
–Mas eu já prometi ao Shinigami-sama.
–Não essa promessa, baka! Quero que me prometa não morrer! - Ele abriu a boca para interromper, mas dei um tapa na sua testa e continuei. - Se acontecer de estarmos quase perdendo uma batalha, e você ver o que vai acontecer, - engoli em seco. - Não fique para assistir.
Ele me encarou por alguns segundos, primeiro tentando entender o que eu queria dizer, e depois, quando entendeu, fechou a cara.
–Fugir não é cool.
–Morrer também não.
Soul inspirou fundo, parecendo irritado, então propôs:
–Não posso fugir e te deixar, Maka. Mas posso prometer lutar, o máximo que eu puder. Eu te prometo que nós dois vamos voltar para casa.
Encarei-o, não muito satisfeita, mas pelo seu olhar, aquilo era o melhor que eu ia conseguir. E, bom, voltar para casa juntos era a melhor coisa que podia acontecer.
–Nós dois. - repeti, para deixar bem claro.
–Eu prometo. - Soul concordou.
Sorri.
–Então, eu prometo também. Vamos dar o nosso melhor.
Nossa primeira luta juntos foi três dias depois disso, contra um serial killer. Foi assustadoramente fácil - na medida do possível quando um cara com as mãos de tesoura (sorry, Edward) quer te matar. Mas, como eu já sabia lutar antes de para a Shibusen e ele era novato ainda, não foi exatamente desafiador. O problema foi depois: uma bruxa apareceu e puxou briga. Essa foi mais difícil, mas conseguimos derrota-la, só para depois descobrirmos que não era uma bruxa e sim uma gata com poderes mágicos.
Assim, ganhamos duas almas e uma gata/colega de apartamento. (Essa última parte graças a mim, que não ia deixar ela na rua sozinha e fazendo coisas erradas.) Apesar de tarada e sem muita moral (que gato não é assim?), Blair era uma ótima companhia.
Os dias foram passando, e eu fui me acostumando com Soul, Blair, e com a Shibusen. Era divertido - e irritante - dividir o apartamento com eles, e minha escola era tudo o que eu sempre sonhei.
O que mais podia querer?


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Notas finais do capítulo

=^-^=
Kisus :*