Certo, quando eu acabo com esse projeto de bitch?

Quem é que ela pensa que é para falar desse jeito comigo? E tipo, Andrewzinho? Arrrggg...

– Vanessa? – Perguntou Evanlyn vindo na nossa direção. Ela parecia surpresa, com raiva e espantada por vê-la ali. A garota cujo o nome obviamente era Vanessa, e que devia ser a mesma da qual a diretora estava falando, olhou para a Evanlyn e revirou os olhos. Posso bater nela? – O que você está fazendo aqui? Não acha que já perturbou demais a vida dos meninos?!

– É bom ver você também, nerd ridícula – falou. Evanlyn grunhiu e avançou, mas Peter surgiu por trás dela e a segurou pela cintura. Vanessa sorriu para ele.

Seria bem melhor se ele não tivesse a segurado, inclusive, eu ajudaria ela com certeza.

– Peter! – Gritou animadinha. Fiz aquele gesto que diz "vou vomitar", e percebi Andrew sorrir de lado. – Meus dois meninos aqui! Que saudades! Como têm passado meus garotos melhores amigos?

– Ha-ha! Essa é boa! Por sua causa, eles não são mais amigos! – Falou Evanlyn irritada. Acho que eu e ela temos algo incomum, só não entendi o porquê dela estar irritada com a morena.

Ela é uma idiota. Foi a primeira paixão de Peter e Andrew, e foi ela que destruiu a forte amizade que eles possuíam. Ela era minha amiga, até se tornar metida por ter dois garotos lindos aos seus pés. E só pra constar, era outra colega de quarto da Hannah e da Lunna antes de você chegar. Todos achavam que ela era a garota da profecia, mas depois confirmaram que não – explicou Evanlyn na minha cabeça. Adorava esse negócio de telepatia dela.

– Você só veio aqui para resolver o que causou com esses dois, então faça logo isso e dê o fora daqui – fui direta e seca. Evanlyn sorriu para mim e Vanessa me encarou irritada.

– Afinal, quem você pensa que é garota? – Perguntou Vanessa, já bem irritada. – Uma novata idiota, isso sim. Não se meta com alguém que é mil vezes mais poderosa do que você!

Aí, eu e Evanlyn começamos a rir. Sim, começamos a rir. Ela era tão, mais tão ridícula! Ah, isso era engraçado. Não sou de me achar, mas até parece que essazinha é mais poderosa do que eu.

– Do que estão rindo? – Perguntou ela. Peter e Andrew estavam se aproximando de nós.

– Valerie, Valerie Johnson – me apresentei e estendi minha mão para ela, que ficou meio que pasma e apertou minha mão com relutância. – No dia que existir alguém mais poderoso do que eu, estarei disposta a não me meter, mas enquanto houver gente metida a besta como você, terei o maior prazer. (N/A: Rimou xD).

Pisquei pra ela e puxei Evanlyn pela mão, para que pudéssemos conversar melhor. Quando fui sair, fiz questão de esbarrar meu ombro no dela, e escutei ela soltar um grunhido, o que fez Evanlyn abafar uma risada.

Quando entramos no dormitório, começamos a rir baixo. Apesar de tudo, Evanlyn era uma ótima amiga.

– Hahahaha... Você viu a cara dela? – Perguntou ela ainda rindo. Afirmei com a cabeça. – Tomou o que mereceu! Aquela piranha de duas caras!

– Por que você a odeia? – Perguntei, parando um pouco de rir.

– Por que você não foi com a cara dela? – Retrucou arqueando uma das sobrancelhas.

– Porque ela falou comigo como se fosse a dona do pedaço, e ainda falou com o Andrew como se ele... Como se ele fosse um animal selvagem que ela conseguiu domar! Mas ele é indomável! – Respondi.

– Ah, então você está afim do Andrew? – Arregalei os olhos.

– Não, não! Claro que não! – Retruquei rapidamente, um pouco nervosa. – Só não gostei dela, tá legal? Ela é muito metidinha pro meu gosto.

– Mas ela já foi muito legal – sussurrou olhando para baixo. – Ela era como você, Valerie. Simpática, mas durona e respondona. Odiava que dissessem não pra ela injustamente, e também foi uma das pessoas mais adoradas da escola, principalmente por aqueles dois lá. Igualzinha a você. Quando eles começaram a brigar por ela, uma onda de maldade e manipulação entrou nela, e ela ficou com um ego muito inflado, sendo que acabou usando os meninos pra tudo, pois a única coisa que eles queriam era agradá-la. Por isso eu não gosto de você. Porque vocês são iguais, e vai que você se torna que nem ela?

– Nunca! – Neguei. – Andrew e Peter são idiotas. Idiotas por terem se apaixonado. Mas, quem escolhe por quem se apaixonar? Ela se tornou assim porque é alguém egoísta, que só pensava nela mesma. Eu não sou assim. Sempre eles, depois eu. Esse é meu lema. Odeio pessoas como ela. Que tal sermos amigas, só que dessa vez pra valer?

– Certo – disse sorrindo. – Mas, se você virar uma Vanessa, eu vou atrás de você, e vou fazer você decorar meu livro de Física todo! Bom, vou atrás da Cat, até mais, Valerie.

Dei tchau pra ela e fui pro elevador, que por sorte já estava no andar. Entrei e apertei o botão J. Esperei alguns minutos e assim que chegou corri para o meu quarto, que há tanto tempo eu não entrava.

Abri a porta e me surpreendi com o que vi. Era um quarto completamente diferente do que o que eu entrei pela primeira vez. As paredes e o piso eram brancos, quase pra um tom rosado. No chão, as partes para o lado da parede eram de madeiras marrons escuras. Tinha duas beliches encostadas na parede(meio que faziam parte da parede), a janela no meio extremamente linda, umas almofadas e cadeiras no meio do quarto, com um tapete de pele de zebra e um magnífico lustre no teto. Havia escadas para que subíssemos nas camas de cima dos beliches e gavetas na base delas. Era tudo muito perfeito.

– E aí? O que achou? – Perguntou Hannah, que estava na cama de baixo do beliche do lado direito. Lunna estava na cama de cima desse mesmo beliche. – Aquele outro beliche é seu, pode escolher a cama.

– Está tudo perfeito, meninas! – Exclamei. – Vou ficar com a cama de cima. Mas, espera... E as nossas roupas?

As duas se encararam e sorriram. Elas saíram de seus beliches e me guiaram a uma porta, que ficava do lado direito do quarto e logo depois dos beliches. Estava trancado, mas havia um daqueles aparelhos para colocar senha, elas digitaram uma senha bastante complicada, mas fácil de memorizar. Entramos lá e minha boca se abriu. Era um closet, com milhares e milhares de roupas. Ele era tipo, enorme! Tinha três andares, escada rolante.. Era tipo um mine-shopping!

– Tem esse aparelhinho aqui – começou Lunna – que nos ajuda a escolher que roupa vamos usar, e é ativado por código ou voz. Cada andar é para uma de nós. O da Hannah é esse primeiro, o meu o segundo e o seu o terceiro. Tem um desses aparelhinhos em cada andar. Os aparelhos são pra mostrar qual categoria você quer, no caso daqui, vestidos. Esse é um lugar totalmente mágico, só pra avisar. Podemos tancar nosso andar, se quiser. Há um botão para isso.

– E tem as fadinhas da moda, que ficam voando por aí fazendo roupas, e elas nos ajudam a ficar nada mais nada menos do que perfeitas – completou Hannah sorrindo.

– Tipo.. Uau! – Falei maravilhada. – E aquela outra porta é o banheiro?

Elas assentiram, e eu apenas sorri. Saímos do quarto e Lunna trancou o closet com o código, que logo depois ela me fez memorizar qual era.

Decidi que precisava me desabafar, então contei pra elas sobre Vanessa, que ficaram muito surpresas com a notícia, e assim que eu acabei de contar tudo, ouvimos uma batida na porta e Hannah foi atender.

– Hannitah! – Gritou uma menina animada, abraçando a ruiva. – Que saudades, beija-flor! Onde está a Lunnete?

Ela entrou no quarto e nossos olhares se encontraram. Me levantei rapidamente, super irritada.

– O que você está fazendo aqui?! – Perguntamos juntas.

– Esse é o meu quarto! – Falei.

– Não, esse é o MEU quarto!

– Na verdade, quando você foi transferida, esse quarto ficou vazio. E alguns meses atrás, Valerie chegou e virou nossa nova colega de quarto – explicou Lunna secamente.

– O que houve, Lunnita? Por que está falando assim com sua melhor amiga? – Posso voar nela agora ou depois?

– Você deixou de ser nossa amiga no dia que se tornou uma pessoa metida e ignorante – disse Hannah.

– É aqui que eu deixo as malas? – Perguntou um garoto, entrando no nosso quarto. Vanessa assentiu.

– Se você colocar essas malas no chão, eu vou fazer com que aura desaparece, levando você junto – ameaçou Lunna e o garoto hesitou.

– Ridículas, é o que vocês são – falou. O rapaz colocou as malas no chão e saiu correndo. Vanessa andou até a cama de baixo do meu beliche e se deitou, sendo que antes deu uma piscadela para mim.

Percebi que meus dentes e meus punhos estavam cerrados, e os das meninas também. Percebi também que o clima mudou lá fora, sinal que Hannah está de mal humor, pois começou a trovejar, e, juntando meus poderes, a chover. Enquanto a piranha somente adormeceu.

– Se ela aparecer morta qualquer dia desses, não me culpem – avisei. Saí do quarto irritada batendo a porta com toda a força que consegui e entrei no elevador.

Estava na hora de saber como foi a conversa dos meninos e o porquê daquela coisa ficar aqui na escola.