School Outside The Normal escrita por BiiaahStyles1D


Capítulo 1
Capítulo 1




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As coisas nunca foram muito simples para mim. Moro em uma cidade bem conhecida da Inglaterra, Oxford, a cidade das universidades. Tenho 16 anos e me chamo Valerie, Valerie Johnson.

Meus pais são extremamente misteriosos. Somos uma família de classe média que tem que trabalhar muito para conseguir alguma coisa da vida. Então desde cedo aprendi a ser batalhadora, ainda mais porque meus pais não tem muito tempo para mim e... Bem, eles não confiam em mim, então é tipo uma necessidade. É como se eu precisasse mostrar a todo tempo que eu posso fazer o que eles acham que eu não posso. É como se eu precisasse mais do que tudo orgulhá-los.

Mas naquele dia eu percebi que todo o meu esforço não valeu nada, e nunca valeria.



Acordei com o barulho do meu toque do despertador. O desliguei e saí da cama rapidamente ao me lembrar da palavra que arruína meu dia: Escola.

Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal. Olhei para o espelho e me analisei. Meus longos cabelos castanhos estavam caídos pelos meus ombros de um modo rebelde. Meus olhos cinza tempestuosos estavam demonstrando uma expressão cansada, cheio de olheiras. Soltei um suspiro pesado e fui em direção ao armário.

Coloquei a primeira roupa que vi pela frente e fui tomar café.

Meus pais estavam tomando café com suas expressões cansadas, sérias e misteriosas. Minha irmãzinha de seis anos, Annabelle, estava comendo ao lado da minha mãe, evitando olhar para qualquer um de meus pais.

Eu e Anna desde cedo aprendemos a ter medo dos nossos pais. Eles são frios e nos olham como se desprezassem completamente a nossa existência, o que é completamente verdade. Minha mãe sempre falou que damos muitos problemas, que queria abortar no dia que soube que estava grávida de mim, que somos só um peso a mais para ela e que seria melhor se nunca tivéssemos nascido.

Quando não cumprimos o que eles mandam, nossa mãe nos bate com um cinto. Nosso pai sente pena quando isso acontece, mas sei que pensa do mesmo modo que a minha mãe.

Me sentei ao lado de Anna e comecei a comer. O silêncio se tornou tenso por longos minutos, até que foi interrompido pela fria e irritada voz da nossa mãe:

– Vocês são adotadas.

Eu e Anna olhamos com uma expressão confusa, surpresa e indignada. Anna é extremamente esperta, sabe se virar de um modo impressionante, e nessa idade já leu milhares de livros de Ciências, Física, Biologia, Química, etc... Então não é surpresa ela entender o sentido daquela frase tão bem.

Pude ver meu "pai" olhar surpreso para ela.

– Como assim elas são adotadas, Christine? – Jorge, meu pai falso, falou.

– Elas são. Simples assim – Christine falou como se isso não fosse nada. – O bebê que estávamos esperando há dezesseis anos era menino, seu nome é Peter Mooris. Eu... O troquei pela Valerie. A mãe dela era uma amiga minha. Nunca mais deu notícia.

A olhei pasma. Annabelle segurou minha mão na intensão de tentar me acalmar. Era incrível como ela parecia saber de todas as minhas emoções.

– E-e a Annabelle? – Meu pai perguntou tentando assimilar os fatos. Ele estava irritado com a descoberta, mas nunca ousaria levantar a voz contra Christine.

– Ela é filha da mesma mãe da Valerie. Ela disse que não poderia cuidar dela, então eu fingi uma gravidez falsa e quando ela nasceu eu a assumi. Mas vi que tudo isso foi um grande erro.

E aí eu simplesmente perdi a paciência. Tinha acabado de descobrir que toda a minha vida era uma falsidade. Que todos os xingamentos e os machucados que ela me provocou foram por absolutamente nada. E eu cansei de aturar essa família.

Me levantei de forma brusca e bati minhas mãos na mesa. Soltei um grunhido e os presentes na sala me olharam surpresas.

– Concordo com você – disse com muita raiva. Annabelle estava com algumas lágrimas nos olhos. – Foi um grande erro você ter virado nossa mãe adotiva. Tenho certeza que o verdadeiro filho de vocês se deu muito melhor. Pelo menos ele não ficou com uma bruxa como você.

Ela se levantou da mesa e veio em minha direção com a mão já levantada.

– COMO VOCÊ OUSA FALAR ASSIM COM A SUA...

– COM A MINHA O QUÊ? COM A MINHA MONSTRA PESSOAL? – A mão dela vinha em direção ao meu rosto, mas eu previ seu movimento e segurei seu pulso com força. – Não toque em mim. Nunca mais. ME CANSEI DE VOCÊ! Assim que voltarmos da escola, eu e Annabelle vamos embora. Sem planos para voltar.

Soltei a mão dela e saí esbarrando em seu ombro. Anna pegou sua mochila e me seguiu. Peguei a minha e saímos pela porta escutando os berros de Christine.


Quando chegamos na escola, percebi que eu estava chorando. Alguns olhares vieram em minha direção, mas eu simplesmente ignorei. Deixei Anna na sala dela, e por incrível que pareça, ela não demonstrava nenhum sinal de que havia chorado. Ela estava lidando com isso melhor do que eu.

Limpei uma lágrima que escorreu pelo meu rosto e me virei para ir para a minha sala. Só que assim que me virei, me esbarrei com alguma coisa muito dura. Olhei pra cima e encontrei um par de olhos verdes me encarando com curiosidade. Havia me esbarrado com um garoto que eu nunca vi na vida.

Me afastei rapidamente dele e olhei para baixo. O olhar dele era como se ele tentasse penetrar na minha alma. Percebi que deveria dizer alguma coisa, afinal fui eu que me esbarrei nele.

– E-eu... Me desculpe – murmurei. Já estava dando as costas para ele para sair dali quando ele segurou no meu braço e me fez virar. Pude perceber o quanto as mãos dele eram firmes.

– Me desculpe você, eu que estava atrapalhando – falou. Analisei-o por alguns segundos. Ele era forte e tinha o peitoral definido. Seus olhos, como eu já mencionei, eram verdes, e seus cabelos castanhos claros, Ele era incrivelmente bonito. Corei com tal pensamento e ele sorriu como se tivesse o lido. – Desculpe-me novamente, mas... Você estava chorando?

– Eu... Não foi nada. Com licença – tentei sair, mas ele me impediu. – Quem é você? Nunca te vi por aqui. Sou Valerie, Valerie Johnson.

Pude ver os olhos dele se iluminarem por alguns segundos. Estiquei minha mão para ele apertar, e assim o fez.

– Peter, Peter Mooris.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? ;) Me avisem, por favor, se houver algum erro de ortografia! Thanks!