Minha Vida Fora De Casa! escrita por Jade Potter
No outro dia eu acordei e já vi todas as minhas malas na sala.
---O que é isso?
--- Á suas malas! ---falou Miguel saindo da porta, eu o olhei sem saber o que falar.
---Eu sei! Mais eu não sabia que queria se livrar de mim assim tão rápido. ---tá! Eu não sei o que foi isso. Talvez tenha sido um momento de paquera...
---Eu não queria, mas sabia que ia acabar indo de qualquer jeito, então... ---falou. ---E também você não vai se livrar de mim, tão cedo!
Eu sorri com a idéia, e eu realmente não sabia o que estava acontecendo comigo.
---Eu preciso que você vá á um lugar comigo. ---falou.
---Contando que eu não vá algemada, eu aceito! ---falei, e depois me senti uma garota que estava começando a ficar dependente de outra.
---Bom... É um enterro. ---falou.
---De quem? ---falei assustada.
---Você vai ver. ---falou. ---vem.
---eu preciso me arrumar. ---falei, por que eu estava completamente desarrumada. Não me olhem assim! Não vou me entregar de bandeja pra ele. Eu não quero nada com o Miguel!
---Então vá;
Botei um vestido preto com um sapato preto alto, luvas e um chapéu. Se era um enterro eu precisava ir bem arrumada.
Assim que ele me viu começou a rir, eu olhei pra ele irritada.
---se não quiser que eu vá, eu não vou! ---falei e comecei a subir ás escadas.
---Não! Eu quero. ---falou e eu olhei pra trás. ---É que não precisava... Deixa pra lá. Vamos.
*
Chegamos no lugar e quando eu ia olhar, vejo um carro todo arregaçado no meio das latas velhas.
---Onde estamos? Eu pensava que nós íamos pra um enterro!
---E estamos. No enterro do meu carro! ---falou, eu olhei pra ele e o bati. Como ele teve coragem...
---MIGUEL! Eu detesto você. Eu vim toda arrumada e você... Você não fala nada!
---Eu queria saber como você iria reagir. ---falou ele rindo.
---Gostou da minha reação? ---falei. ---ótimo! Bem pouco que o seu carro morreu! Assim você aprende a não prender os outros...
---Quê! Eu trago você pra vê-lo no seu leito de morte e você o esculhamba?
---Eu não culpo o seu carro, a culpa é toda sua! ---falei e ele sorriu.
---Serio? Bom... Pelo menos agora estamos separados. ---falou ele serio.
Eu o olhei agora seria.
---Por que ele tá assim?
---Um ladrão pegou a minha chave e deve ter estraçalhado ele todo. ---falou ele.
---Tem como você comprar um carro novo? ---falei com um tom de brincadeira. Ele me olhou e falou irritado.
---Você ta rindo? ---falou e me botou de cabeça pra baixo.
---ME SOLTA!
---É isso que dá dar risada da desgraça alheia. ---falou ele e me fez cócegas.
Ele me soltou e eu tive uma vontade imensa de beijá-lo, mais ao mesmo tempo eu tinha medo, medo que possa me entregar e me ferir de novo.
Depois que nós saímos do suposto enterro e depois de eu ter cacetado ele todo, nós fomos pra um restaurante comer alguma coisa, eu seria uma amiga. Pelo menos isso, por incrível que pareça eu não queria machucá-lo como ele fez comigo, apenas não conseguia mais...
---Esse é o pior jantar da minha vida! ---declarei pra ele que riu e fingiu estar magoado, o motivo pelo qual eu falei isso foi por que o Miguel esqueceu a carteira e nós tivemos que fugir do lugar depois de comer, pois é! Baixaria!
Nós estávamos perto de casa, quando ele falou:
---Eu realmente não sei o que aconteceu! Simplesmente a carteira sumiu. ---falou.
---Você deve ter feito isso pra que eu aceitasse fugir com você sem reclamar. ---falei rindo.
---Você fugiria comigo, mesmo sem essa desculpa. ---falou com um sorriso lindo.
--- Você se acha!
---E você não negou... ---falou e seu sorriso aumentou ainda mais. Eu preciso de um tempo! Eu vou acabar cedendo e me machucando. Sem pensar acabei...
**
...
Eu acordei de uma hora pra outra no quarto de Alex e com uma baita dor de cabeça.
Alex veio até mim, e sentou na cama, eu sentei e a olhei completamente confusa.
---O que aconteceu? ---falei. Ela me olhou e sorriu bondosa.
---Nada, não importa mais. Já passou...
---Aconteceu alguma coisa com o Miguel? ---falei.
---Não... Quer dizer, mais ou menos, Você deu um murro na cara dele de uma hora pra outra. ---falou ela, eu estava pasma. ---Vocês, diz ele, estavam no maior clima quando você deu um murro na cara dele...
---Ele ta bem? Eu não fazia idéia... Eu realmente não sei por que eu fiz isso! Eu fiz mesmo isso?
---Fez, ele disse que depois que você deu um murro na cara dele, você começou a chorar e pedir desculpas, mas depois você, de repente, desmaiou. ---falou ela preocupada. ---eu estou seriamente preocupada.
---Será que eu tenho distúrbio de personalidade múltipla? Eu nunca iria querer machucar o Miguel! ---falei. Ela me olhou sorrindo.
---Ele sabe disso!Só está confuso. Você também está. ---falou. ---Quer ir lá?
---Quero, tenho que me desculpar e...
---Quer saber o que eu acho disso tudo? ---falou Alex.
Fiz que sim com a cabeça.
---Você está com medo. Está com medo de ir fundo demais, e pensando que o murro o deixaria longe, acabou fazendo. E depois... Parece que você não agüentou a pressão e acabou desmaiando.
---Não! Eu... Eu tenho completa segurança do que eu quero, Alex.
---Pois não parece, você é minha melhor amiga. Se a alguém nesse mundo que eu quero o bem é você.
Eu só fiquei a olhando. Estava tão confusa que poderia pular de uma torre e ficaria em duvida se teria feito isso ou não.
---Eu só quero descer, ta legal! ---falei e desce.
Assim que eu desci encontrei o Miguel passando gelo na testa, onde pelo jeito, eu dei o murro. Ele me viu e eu nunca me senti tão culpada, ele sorriu pra mim, depois de eu ter dado um murro na cara dele!
Só tinha eu e ele na sala-cozinha.
Fui até ele e passei o gelo em sua testa, ele fechou os olhos como se o meu toque o tivesse feito ficar nas nuvens.
---Desculpe. ---falei em um sussurro. ---Eu não sei o que deu em mim. Por que eu sempre tenho que bater em você?
Ele abriu os olhos e sorriu.
---Sinceramente... Eu não sei. ---falou ele e pareceu não querer explicações sobre o meu ato de maluquice. ---Só espero que não seja, por eu ter feito algo errado...
---Não... Você não fez nada de errado. Eu acho que eu tive algum colapso de rebeldia.
Tirei o gelo da sua testa e a alisei. Me levantei um pouco e beijei a sua testa.
---Isso foi pra compensar. Nunca mais me deixe te machucar de novo... ---falei e ele não falou nada apenas ficou me olhando, até que a porta se abre com tudo e Vitor sai dela.
---OLAAAA MUNDIÇAAAA! ---gritou.
Eu sorri ao ver a figura mais engraçada de todo o mundo.
---VITOR! ---gritei e o abracei.
---Oi minha flor!
---Sempre chegando na hora errada, não é Vitor? ---falou Miguel o fulminando no olhar.
---Não posso fazer nada se minha presença não te deixa feliz, baby! ---falou ele.
---Vitor! ---falou Alex quando viu ele na porta.
---Oi pra você também, mundiça dois! ---falou. ---tenho ótimas noticias!
---ótima que não é. Pelo jeito sua presença agora é constante, não é? ---falou Miguel.
---Miguelito! Que broca é essa no seu rosto? ---falou.
Ele olhou pro Vitor e sentou no sofá sem falar nada.
---Enfim... Qual é o motivo da sua chegada? ---falou Alex.
---Eu me separei do Orlindo Orlando, vi que ele na verdade era pobre também. E ainda... Depois do nosso divorcio ele queria pensão alimentícia pensando que eu era rico e só se casou comigo por causa disso! Pode?
---Ele ainda demorou... ---falou Miguel, eu ri.
---Enfim... Vou voltar a morar com vocês, mundiças. Já falei com a sua mãe, Alex. ---falou Vitor com um olhar significante para Alex.
---Isso é uma chantagem?
---Se você não quiser virar mulçumana, É! ---falou e deu a sua risada diabólica.
---Seu gay de uma figa! ---falou ela e foi pra cozinha.
Vitor olhou pra mim e sorriu:
---Como você está, fofa?
---To indo... E você?
---To duro! Sem nada, isso quer dizer que eu estou triste. Por isso eu vou me deitar e desarrumar ás minhas coisas... ---falou e foi pro seu quarto.
---Ainda bem que eu não moro mais aqui, esse ser me deixa sem vontade de viver. ---falou Miguel.
Eu fui pro sofá e sentei do seu lado.
---Bella... ---falou ele, eu olhei e dei de cara com os olhos azuis. ---Eu gostaria de te dar um presente de aniversario.
---Eu pensava que tinha esquecido! ---falei.
---Como poderia esquecer... ---falou e depois balançou a cabeça como se quisesse expulsar algo de lá. ---Posso te levar á um lugar essa noite?
Eu estava com medo, medo de dar um murro nele de novo. De me machucar.
---Eu não sei...
---Bella, eu... Eu só quero te recompensar. ---falou imitando ás minhas palavras.
---Tá. ---falei sem compreender que eu iria sair de noite com o Miguel. Perigo!
**
Estava me arrumando, botei um vestido azul um sapato alto e desci. Ele estava me esperando embaixo, mais eu vi uma mesa com velas e peru e com vários tipos de comida, estava tudo perfeito. Ele nunca tinha feito um jantar pra mim assim.
---mileide! ---falou pegando a minha mão. Eu estava chorando, mas não de tristeza e sim de felicidade.
Ele afastou a cadeira pra eu sentar, e depois se sentou do outro lado.
---Vamos fingir que estamos em um restaurante cinco estrelas. ---falou.
---Está, realmente, parecendo com um. ---falei.
---Que bom isso, quer dizer, que eu fiz um bom trabalho. ---falou e sorriu.
---Obrigado. ---falei. E então comemos, falamos de tantas coisas divertidas. Era como passar um domingo com o seu marido tentando aproveitar os poucos minutos que você tinha até o a semana começar de novo.
---Posso? ---falou em pé, me convidando pra dançar.
---Eu sou uma péssima dançarina. ---falei. ---Não sei dançar.
---Não precisa saber, para poder. ---falou e pegou a minha mão e quando eu vi já estava de pé dançando de um lado pra o outro, uma valsa maravilhosa onde ás únicas pessoas da pista eram nós.
Dançamos até a musica terminar, quando a musica acabou eu senti o meu coração palpitar como se a coisa que viria a seguir fosse a coisa mais fantástica no mundo e foi. Nós nos beijamos.
Minhas mãos estavam na nuca e as dele na minha cintura. Foi um beijo feroz mais gentil. Como se o mundo fosse acabar amanha e só tivesse agora para nos beijarmos.
Nós fomos subindo ás escadas ainda nos beijando, cada minuto era precioso, e eu não sabia o que eu estava fazendo, só queria beijá-lo, não me importava aonde eu iria parar, um dia eu iria chegar.
E a noite foi assim... Eu o beijando, ele me beijando e eu sabia que isso não teria fim, não importava o quanto eu lutasse.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
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