Projeto Tenten escrita por Ana Flávia Souza


Capítulo 5
Missão - parte II


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o mega atraso, mas sabe como é... Semana de prova, final de bimestre, e eu sou meio que a representante da minha sala e a pessoa responsável pela biblioteca, então eu tinha muita coisa pra fazer...Mas aqui está, e a próxima sai no sábado que vem ou então na quarta que vem...



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Missão parte II

Passei a noite olhando as estrelas que brilhavam de um jeito quase incomum e sobrenatural. Encontrei várias das minhas constelações favoritas. Até que ouço algo no meio do mato que chamou minha atenção. Desço do galho em que havia me empoleirado e me aproximo da origem do barulho.

Afastei alguns galhos e me deparei com Hyori, agachado e tentando, inutilmente, se esconder.

– Eu estou te vendo, Hyori, pode sair daí. - Disse com um suspiro. - O que veio fazer aqui exatamente?

– É que eu estava preocupado com você e a Hinata-san. Você anda distraída, aí eu pensei que poderia se meter em encrencas como você e o Lee costumavam fazer.

– Não fale como se me conhecesse a tanto tempo assim. Eu não cheguei a passar nem um mês direito na sua vila, e a quanto tempo está nos seguindo?

– Digamos que eu saí meia hora depois das duas. - Ele estava sorrindo, mas dava para notar seu cansaço pois seu peito subia e descia em um ritmo rápido e descompassado e ele estava ofegante.

– Mas já se passaram quase dois dias desde que eu deixei a sua vila. - Disse incrédula, eu e Hinata havíamos passado por mais um vila e ele havia nos seguido até aqui. Tenho que admitir que ele tinha coragem e garra. De certa forma, Hyori me lembrou aquele pássaro que me perseguiu até em casa. Será que ele continuava lá? Duvido, deve ter ido embora quado percebeu que não teria mais comida.

– Eu estava seguindo vocês esse tempo todo, sua amiga me percebeu enquanto estavam na vila, mas não disse nada. - Senti uma pontada de raiva da Hyuuga.

– Certo... Agora eu acho melhor você voltar para a sua vila.

–Não! Eu vou acompanhar vocês até a próxima vila, que pelo que eu sei ainda é no país do fogo. certo? - Suspirei e encarei-o, séria. Ele estava realmente decidido a ficar, isso era fácil concluir apenas olhando em seus olhos.

– Bem, se você insiste. Não sou eu quem vai te mandar ir embora. Mas, como condição, você vai ficar de vigia um pouco enquanto eu durmo, se ficar cansado acorde a Hinata para ela assumir o seu lugar.

Não esperei resposte a me enfiei dentro da barraca. Dormi quase que automaticamente.

No dia seguinte acordamos bem cedo e partimos em direção à próxima vila. A última que ainda era no país do fogo. A próxima seria uma vila no país do rio. O nome me era familiar mas eu não consigo me lembrar de onde seja. Talvez uma missão qualquer a algum tempo. Andamos metade do dia até avistarmos a vila. Percebi que estava muito silencioso. Eu achei que Hyori fosse ficar conversando ou comigo ou com Hinata, mas ele permaneceu quieto durante todo o caminho. Parecia até um guarda-costas daquele tipo caladão e serio.

Parecia o Neji. Quase dei um soco nele e mandei que conversasse comigo e com a Hyuuga. Mas lembrei do que ele tinha dito. Sobre não explodir com pessoas que não tem nada a ver com o que eu estou sentindo.

Respirei fundo e contei até dez para me acalmar. Fomos direto até o líder dali. Dessa vez a vila era as margens de um rio. Sua economia era voltada basicamente para a pesca. Não sei o que a Hokage queira de informação daqui, mas deixei isso de lado.

Percebi que estava sendo uma inútil a missão inteira. Fiquei frustrada com isso.

– Então vocês são as Ninjas enviadas da folha? - Disse uma mulher sentada em uma cadeira atrás de uma mesa que se encontrava no meio do cômodo, a mesa era a única coisa arrumada dali, pois o resto do quarto estava uma bagunça pior do que muito quarto de menino.

– Sim, somos nós. - Respondi antes que Hinata o fizesse.

– E esse aí quem é? - Disse a mulher apontando para o moreno parado ao meu lado.

–Esse é Hyori, ele está bancando o nosso guarda costas. - Ele sorrio com a minha declaração, como se aquilo fosse uma piada só nossa, o que estava um tanto longe de ser a verdade.

– Ok. Podem se sentar então. Vamos resolver isso o mais rápido possível.

Sentei em uma cadeira e Hinata sentou em outra ao meu lado. Hyori ficou de pé, com as mãos apoiadas nas costas da cadeira em que eu estava. Tentei prestar atenção ao que as duas conversavam. Estava decidida a ser mais útil na próxima vila. Mas para isso eu teria que conversar com Hinata para entender melhor o nosso objetivo ali. Só a menção de uma conversa com a Hyuuga uma semana atrás me fariam ter enjoo ou então um súbito ataque de raiva. Mas, por algum motivo que desconheço, essa ideia não me parecia tão ruim.

Fiquei tão entretida em meus pensamentos que quando reparei já estava andando em direção à saída do prédio em que estávamos. Ficaríamos nessa vila por três dias, até que as condições climáticas estivessem favoráveis para a travessia do rio.

Olhei para o céu e constatei que realmente haviam inúmeras nuvens de chuva que dificultariam uma passagem segura para o outro lado. Enquanto andávamos até a pousada, começou a chover e a chuva rapidamente tornou-se mais forte.

– Se quiser, pode voltar para a sua vila agora ou pode esperar a chuva parar. Você que escolhe, Hyori. - Disse para o garoto que ainda estava nos seguindo. Agora ele estava encharcado, o cabelo grudando no rosto e no pescoço. Ele sorriu pra mim e estava quase respondendo quando foi interrompido:

– Acho melhor ele ficar, TenTen-san. - Disse Hinata em tom brando e acolhedor, como sempre.

– Certo, você tem razão, Hinata - É eu sei, isso saindo da minha boca parece uma coisa meio estranha, mas pela primeira vez em anos, eu concordava com ela.

– Certo, eu vou procurar alguma estalagem barata para passar as noites. E procurar alguma coisa que eu possa fazer para ajudar- E com isso ele saiu andando pelas ruas.

– Então TenTen-san, vai continuar dizendo que não aconteceu nada entre vocês? - Seu tom era travesso agora. Desde quando a Hinata é assim?

– J-já disse que n-não rolou nada, que droga. - Falei irritada, e por azar senti meu rosto esquentar.

– Mas você corou, e isso mostra o contrário. - Ela com certeza estava se divertindo muito com a minha situação.

– Você não tem muita moral para falar nesse assunto, não é Srta. Uzumaki? - Bingo. A garota ficou mais vermelha que os olhos da Kurenai.

– I-isso n-não ve-vem ao caso a-agora. - Percebi que ela começava a tremer. Não sei como o Naruto aguentava isso. Provavelmente ele acha fofo, essa reação dela.

– Assunto encerrado então. Vamos, temos que descansar um pouco. - Andamos pela vila até achar uma estalagem pequena e barata. O dono do local era um senhor de idade com olhos amendoados e acolhedores. Ele era gentil e nos ofereceu dois dos seus melhores quartos. Fiquei um pouco contente de não ter que dividir o quarto com Hinata.

Naquela noite, comemos bastante, junto ao dono da estalagem. A comida era toda feita com diversos peixes locais e estava maravilhosa. Comer me deixou sonolenta. Fui para o meu quarto e sem demora caí em um sono sem sonhos.

No dia seguinte, acordei com o barulho de chuva. Abri a janela do quarto e me deparei com um céu totalmente encoberto por escuras nuvens de chuva, Não tinha vento, o que mantinha as nuvens no lugar e o clima abafado. A Paisagem era toda composta por tons de cinza e preto. Era uma vista triste.

Tomei um banho e fui em direção ao salão onde era servido o café. Fiquei o dia todo ali, sem sair da estalagem.

Fiquei conversando com Hyori e Hinata pelo resto do dia, até que começou a escurecer e eu resolvi voltar para o meu quarto. O dia seguinte foi a mesma coisa.
No terceiro dia a chuva havia parado, mas o rio estava muito agitado, não teria como atravessá-lo até o dia seguinte. Andei até um pier, que ficava na metade do caminho entre a estalagem e o rio.

– Vocês tem alguma área aberta onde eu poderia treinar? - Perguntei a uma mulher, que estava passando ao meu lado. Essa ideia tinha surgido de repente, mas eu acho que seria uma boa treinar um pouco.

– Bem, temos um campinho que está abandonado no canto leste da vila, não sei se é do tamanho que você quer, mas é alguma coisa.

– Obrigada. - Respondi e fui andando para a estalagem chamar Hyori para me ajudar nos treinos. Ele estava na mesma estalagem do que eu e Hinata e parecia aborrecido e entediado. Chegando lá, foi fácil encontrá-lo. Ele estava na varanda, do lado de fora do refeitório olhando para o horizonte.

– Olá, Hyori. Você vai fazer alguma coisa hoje? - Perguntei casualmente, sentando do seu lado.

– Tenten! que susto - Disse colocando a mão no peito e cerrando os olhos. Para recuperar-se do susto. Tive que conter o riso. - Na verdade não tenho nada para fazer. Por quê?

– Porque você vai treinar comigo. Vem! - Puxei-o pelo braço e segui para o leste, tentando achar o tal campinho. Demoramos cerca de vinte minutos para chegar até lá. Hyori permaneceu em silêncio, mas pude perceber seu olhar sobre mim, mesmo que quando eu olhasse para ele, o garoto nunca estivesse olhando.

O campo não era grande,mas também não era pequeno. Mais ou menos uns dez metros por quinze. Ao seu redor, com exceção do lado voltado para a vila, havia um mato denso que começava a invadir as laterais do campo. No meio da parte descampada não tinha nada a não ser uma falha de grama em forma de círculo.
Coloquei um dos meus pergaminhos no chão e o desenrolei parcialmente.

– Ei, Hyori! Fique sentado apoiando as costas no tronco daquela árvore. - Falei, apontando para a árvore que estava mais perto do campo, fora do alcance do matagal.

– Por que eu devo fazer isso? - o moreno parecia meio atordoado.

– Pra me ajudar no meu treino é claro, é pra isso que você veio, afinal.

Peguei algumas shurikens de três pontas, o seu peso era diferente das shurikens normais e estas em especial, tinham um peso menor, devido ao material de que eram feitas. Tudo isso enfluenciaria na trajetória das armas. Mas eu não me preocupei muito com isso e assim que Hyori sentou lancei doze das armas de uma vez só.

Tenho o prazer de informar que nenhuma shuriken acertou o garoto, elas formaram um contorno em volta dele, que estava branco como a neve e tremia levemente.

– Tenten, eu sei que você é um gênio arremessando armas, mas da próxima vez me avise o que pretende fazer. Eu quase morri de susto.

Tentei, com todas as minhas forças, me manter séria, mas a cara de pavor extremo que ele fazia me fez cair na gargalhada.

– Olha só quem está rindo - Disse uma voz meiga e animada, que eu logo reconheci. - Vim aqui chamar vocês para um lanche, se vocês quiserem.

– Depois nós vamos, Hinata. Só vou acabar de treinar aqui. - Respondi sem o tom irritadiço e ríspido que usara com ela durante toda a viagem desde a saída da vila.

– Está bem, esperarei, aqui, que terminem o treino.

Devem ter-se passado uns quarenta minutos desde a chegada da Hyuuga quando eu esvaziei o meu estoque de armas. Hyori, que havia pego uma pequena foice para se defender, arfava sem fôlego algum. A sua volta estava uma mistura de todas as armas que possa imaginar. Kunais, pequenos tridentes, shurikens, foices e espadas, entre tantas outras.

– Acho melhor pararmos por hoje. - Sorrimos e voltamos para a estalagem para tomar banho e depois sair para comer.

Nos dias seguintes não saí da casa para quase nada, tirando uma ou outra ida até a praia que tinha na margem do rio. Na manhã do dia em que partiríamos rumo à outra vila, acordei com Hinata e Hyori em cima de mim. Pelo que eles disseram, eu não acordava de jeito nenhum e que, se eu não acordasse em dez minutos, eles atacariam um balde de água em mim.

Levantei ainda sonolenta e fui tomar banho. Era um dia ensolarado e o rio já estava tranquilo. Por volta das onze da manhã, me despedi de Hyori e do dono da estalagem.

Confesso que fiquei triste de ter de dar tchau para o garoto que tinha nos seguido até ali. Quase chorei quando ele me abraçou, mas mordi o lábio para me segurar. Pegamos um barco médio para fazer a travessia.

Ao chegarmos do outro lado, pegamos nossas coisas e começamos a andar novamente. O clima entre nós duas tinha se suavisado um pouco, mas ainda assim ficávamos em silêncio enquanto andávamos. Devem ter-se passado cerca de sete horas, o sol já começava a se por, quando avistamos uma casa na margen da estrada. Estaquei no mesmo lugar. Eu reconhecia aquela casa.

O cheiro de Curry já chegava ao meu nariz antes de chegarmos ao local. Estávamos quase na frente da casa de Curry quando um menino saiu de lá com um balde na mão

– Ranmaru-kun! Nossa como você cresceu! - Ele mantinha o mesmo corte de cabelo e suas expressões ainda lembravam as de uma criança, mas ele havia crescido um pouco.

– Tenten! Que surpresa, vou chamar a vovó Sanshou aqui, ela vai ficar feliz em ver você. - Depois disso ele entrou, andando rápido.

– Você conhece eles, Tenten? - Perguntou Hinata com um sorriso de canto.

– Sim, eu já vim aqui com o Neji o Lee e o Naruto. Vamos entrar. Estou com fome. afinal, nós só paramos duas vezes para comer.

Entramos e sentamos em uma mesinha que ficava em um dos cantos do lugar. Logo, Karashi apareceu e seu olhos se arregalaram ao me ver.

– Nunca pensei que fosse te ver de novo! Vão querer alguma coisa? - Ele perguntou pegando alguma coisa para anotar o pedido.

– Eu quero um Curry doce por favor. - Só de lembrar daquele Curry da vida a minha boca já ficava seca e ardida. Devo ter feito uma careta pois Karashi deu uma risada.

– Você não mudou nada nesses anos todos, né? - Depois disso ele se afastou sem nem esperar minha resposta. Franzi o cenho e evitei olhar para a Hyuuga ao meu lado.

Ficamos sentadas esperando o Curry por apenas uns cinco minutos. Quem trouxe o prato foi a vovó Sanshou. Não aguentei e me levantei para abraçá-la.

Ficamos os cinco ali, conversando, e eu me senti feliz como não me sentia a muito tempo, rimos com a lembrança do Lee comendo o Curry da vida com entusiasmo e de como ele foi o único que conseguiu. Mesmo quando, no meio da conversa, o nome do Neji foi sitado eu não fiquei tão deprimida quanto eu ficava. Até consegui sorrir ao lembrar da tentativa fracassada de reanimá-lo com o Curry da vida na batalha que ocorreu ali perto.

Foi uma sensação muito boa. Mas logo bateu o sono e eu subi para um quarto que eles haviam separado para mim assim que Hinata consentiu em fazermos uma pausa de alguns dias ali. E qual não foi a minha surpresa ao ver um certo pássaro pequeno e marrom em cima do parapeito da janela, que estava aberta. Poderia ser um pássaro qualquer, eu sei, mas algo me dizia que não era.

– Eu não acredito! Até aqui?


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Notas finais do capítulo

Comentem para eu saber se vocês estão realmente gostando ou não!! E se eu tiver dez comentários nesse capítulo eu prolongo a história, se não só terão mais 3 capítulos...Deixem recomendações também *_* me deixem feliz!! Até o próximo capítulo e espero que tenham gostado ^^



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