Projeto Tenten escrita por Ana Flávia Souza


Capítulo 3
Pássaro do destino


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui estou eu de novo... Os capítulos que eu já postei tem em média 2000 palavras, mas os próximos serão maiores, beeem maiores!! Espero que gostem, e comentem por favor
Leiam as notas finais!!



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Chegando ao cemitério, parei no portal da entrada. Fiquei um tempo ali, só parada, observando a "vista". Várias lápides enfileiradas se estendiam a minha frente. Caminhei por entre lápides, deixei uma flor no túmulo de uma ninja que eu havia conhecido durante a guerra e que também morrera. Enfim cheguei ao meu destino. Comparado a outros, a lápide do Neji era mais limpa e arrumada, talvez porque depois de todo esse tempo os familiares e amigos das outras pessoas tenham deixado de vir visitá-las com frequência. Ou nem vinham mais.

Recolhi as flores murchas e as substituí pelas novas. Fiz uma oração para ele. Alisei a foto que se encontrava sobre a pedra, era uma foto do Time Gai. Eu, Lee e o Gai-sensei estávamos rindo, mas Neji estava apenas com um meio sorriso de canto, quase imperceptível.

– Eu voltei. É claro que você já deve ter percebido que eu sempre volto não é? Enfim, eu vou sair em missão com sua prima, a Hinata. Eu sei que no fundo eu a culpo pela sua morte, mas eu também sei que não é culpa dela. Eu só, Eu só... - Lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu nem tentava limpá-las. Era sempre difícil vir aqui. Eu sempre acabava falando com ele, desabafando. E chorado, chorando muito.

– Eu ficarei seis meses fora mais ou menos, não poderei vir aqui te ver. Mas eu volto, eu prometo. - Sorri, um sorriso verdadeiro que eu só conseguia dar aqui. Mas não era um sorriso de felicidade. - Você deve achar isso ótimo não é? Não vai ter que me aguentar falando feito uma matraca toda semana.

Reparei que um pequeno pássaro voava acima da minha cabeça, descrevendo círculos no ar. Olhei novamente para a foto e toquei o rosto do Neji de leve com dois dedos. Então sinto algo no meu ombro, me viro para olhar. O pássaro esta empoleirado no meu ombro, olhando para a foto em cima da pedra da lápide. Fiquei olhando o pássaro por um tempo. Ele me parecia familiar, mas como poderia?

Sequei uma lágrima com as costas das mãos. Eu sentia que estava fadada a continuar assim pra sempre, que meu destino era nunca conseguir esquecer, ficar presa ao passado sem conseguir seguir em frente.

Quando o pássaro levantou voo, puxando de leve minha roupa uma frase que o Neji costumava dizer veio na minha cabeça:

"Ninguém pode determinar o destino dos outros"

Olhei o pássaro voando na minha frente e, em um ato idiota respondi:

– Você tem razão. - Sequei o rosto com a manga da blusa. - Meu destino não é esse, eu escolho como será o meu destino. - O estranho foi escutar o pássaro piar, como se estivesse concordando. Decidi que já era o suficiente. Levantei, fiz uma ligeira reverência para Neji e saí do cemitério. Tive a impressão de que o pássaro me seguia, mas não quis olhar pra trás pra descobrir.

Não estava com vontade de ir para casa agora, então resolvi dar uma volta pela vila. Sem nem perceber, meus pés me levaram até a academia ninja. Como eu já tinha ido até lá mesmo, resolvi entrar.

Era um dia de avaliação, tanto teórica como prática. O segundo ano estava no pátio sendo avaliados por sua Sensei. Eles deveriam acertar cinco shurikens nos alvos. Decidi que eu assistiria eles.

– Sam, é a sua vez. - Ouvi a professora chamando. Era uma turma pequena, dezoito alunos no máximo e a maioria era menino. Consegui ver apenas três meninas ali no meio, uma delas era bem pequena, seus cabelos tinham uma cor dourada e eram cacheados. Ela estava no fim do grupo de alunos e quase não aparecia.

Fiquei ali observando cada aluno, até que chegou a vez da pequena. Notei uma certa agitação por parte dos outros alunos. Ela passou por entre o aglomerado de pessoas e ficou diante do alvo, respirou fundo e atirou cinco shurikens, todas atingiram o alvo formando uma linha.

Os meninos gritavam e aplaudiam. Mas a menina abaixou a cabeça. Pude perceber que seu rosto estava corado. Olhei novamente para o restante da classe e vi que apenas um menino não aplaudia, ele apenas sorria e olhava pra ela de um jeito interessado e orgulhoso.

Levantei de onde eu estivera sentada. Aquela garotinha certamente não era do tipo que gostava de ser o centro das atenções. Mas ela teria que aprender a lidar com isso cedo ou tarde. E o menino que não a aplaudiu certamente gostava dela e respeitava o seu espaço pessoal. Não consegui deixar de sorrir. Estava quase saindo quando me viro e digo:

– Ei garota! - Todos olharam pra mim. - Não deixe que sua timidez a impeça de ver quem realmente te admira. E não se deixe levar pelos outros, você tem um ótimo futuro como kunoichi.

Virei-me de costas e saí andando. Estava começando a ficar com fome então resolvi passar no Ichiraku lámen. Encontrei Hinata saindo de lá então resolvi esperar um pouco para me aproximar mais. Depois de uns cinco minutos parada no meio do caminho eu entro na tenda e dou de cara com Naruto, que estava saindo.

– Oi Tenten! Veio fazer o que aqui? - Ele pergunta com o mesmo sorriso bobo de sempre no rosto.

– Comer. - Digo secamente- Por quê?

– Por nada, só perguntei. Você esta estranha. - Eu o fuzilei com os olhos, não é muito legal ser chamada de estranha. Ele pareceu entender o recado e saiu andando.

Comi meu Lámen em silêncio e depois voltei para a minha casa. Quando estava chegando ouço um pio atras de mim. O mesmo passaro de antes estava agora no peitoril da janela da minha casa.

– O que está fazendo aqui? Sai. - Tentei espantá-lo, mas isso só o fez empoleirar-se no meu ombro de novo. - Você que sabe então.

Entrei em casa e subi para o meu quarto. Abri a janela para expulsar a ave, mas pelo que parece ela não queria ir embora de jeito nenhum.

– Já que você não vai embora acho que vou te dar um nome. Não é legal ficar te chamando de pássaro. - Nessa hora ele voou até um porta retrato e começou a bicar o vidro no lugar onde o Neji estava. - Você quer que eu te chame de Neji? - O pássaro bicou novamente o vidro e ficou olhando para mim. O que deu nesse pássaro?

– Eu devo estar ficando maluca. Esta certo Nejimaru, esta bom assim? Não vou conseguir te chamar de Neji, seria muito estranho.- E eu estou esperando o que? Que ele responda? - Fique aqui Nejimaru. Eu já volto.

Desci até a cozinha e peguei um prato, coloquei algumas frutas nele e voltei a subir. Deixei o prato em cima da mesinha e fui tomar um banho. Amanha era quinta, meu último dia antes da missão. enquanto tomo banho fico pensando o que faria no meu tempo livre de amanhã, me despedir dos meus pais não levaria nem uma hora.

Não estava muito afim de treinar também. Talvez eu fique em casa mesmo ou peça alguma missão bem fácil só para reunir mais um pouco de dinheiro.

Perfeito, é isso que eu farei.

Saí do banheiro e coloquei um pijama, a ave acompanhava meus movimentos com a cabeça. Deitei na minha cama. Demorei para pegar no sono por ter aquela sensação de estar sendo observada, o que de fato eu estava. só que por um passarinho marrom chamado Nejimaru.

Acordei mais cedo do que eu pretendia, algo bicava o vidro do meu quarto. levantei para ver o que era. O maldito pássaro que, ainda, estava no meu quarto.

– Quer sair? - Por que eu estava falando com um pássaro? Ele não respondeu, claro. Apenas olhou para fora. Também olhei e me deparei com um lindo nascer do sol. Abri a janela para ver melhor.

O céu ainda estava escuro, mas, a partir do horizonte, ele começava a ficar alaranjado, como se alguém tivesse pincelado aquela parte do céu com tinta laranja e ela estivesse escorrendo para o resto. Pouco a pouco luz começou a lançar sombras pelas ruas e a iluminar o meu rosto. E então, algum tempo depois o céu foi clareando e ficando em uma tonalidade clara de azul.

– Realmente lindo não é? - De novo eu estava falando com o pássaro.

– É, tem razão. - Por uma fração de segundos eu pensei que a ave realmente tivesse respondido, e então percebi que a voz vinha de fora. Debrucei-me no parapeito e olhei para cima. Sentado no telhado e olhando para o horizonte estava Rock lee.

– Lee! Você me assustou. - Disse indo um pouco para o lado pra permitir que ele entrasse. Agora estávamos os três no meu quarto, digo... Eu, o Lee e o Nejimaru, meu pequeno pássaro perseguidor.

– Desculpa Tenten, não era a minha intenção. - Ele lançou um olhar preocupado pra mim.

– Ta tudo bem, não foi nada. Mas então, veio fazer o que aqui? - Perguntei, o pássaro pousado no meu ombro.

– Soube que você sairia em uma missão com a Hyuuga e que demoraria bastante para voltar então resolvi vir me despedir da minha companheira de time. - Agora ele sorria abertamente.

– Aah, então é isso. Hoje eu vou ver se pego missões pequenas para juntar mais dinheiro para a missão, quer vir comigo? - Perguntei enquanto juntava algumas coisas e as colocava em uma mochila. Inclusive uma estranha kunai com uma lâmina tripla.

– Acho que é melhor não. Se não o dinheiro teria de ser dividido e você ganharia menos. - Ele parecia inquieto. Mas não comentei nada.

– Esta bem, eu vou sozinha então. Até daqui a algum tempo. - Disse abraçando ele. Ato que ele estranhou, pelo que deu para perceber.

– Você esta diferente. Aconteceu alguma coisa? - Ele levantou uma das sobrancelhas.

– Você é a segunda ou terceira pessoa que me faz essa pergunta só entre hoje e ontem sabia? - Falei, mas percebi que fui um pouco grossa com ele, Lee não merecia isso, afinal de contas ele era meu amigo e também tinha passado pelo mesmo que eu. - Desculpa. Já estou indo Lee.

E com isso eu saí do quarto.

Peguei qualquer coisa pra comer e fui em direção da sala da Hokage. Chegando lá, tive que esperar por um tempo até que ela acabasse e falar com algum Jounnin e seus alunos. Assim que eles saíram eu entrei.

Ela pareceu surpresa por me ver. Shizune estava em um canto organizado uma pilha de relatórios.

– O que veio fazer aqui Tenten? - Ela me estudava com curiosidade. A sala toda cheirava a Saquê. O que não era nada estranho em se tratando da Hokage.

– Eu quero algumas missões rápidas pra juntar mais algum dinheiro. - Fui direto ao assunto, sem enrolação.

– Não vai precisar, quando as duas chegarem na aldeia da areia receberão um pagamento e assim será em todas as vilas ocultas, e é um dinheiro que as sustentará por toda viagem. - Ela parecia estar me dispensando, parecendo não, ela ESTAVA me dispensando.

– Mas eu quero juntar dinheiro mesmo assim. - Me mantive ali, firme. Ela me estudou mais uma vez e então suspirou jogando um pergaminho com uma missão Rank D.

– É apenas para espantar um Cachorro que fica voltando todo dia na mesma hora para roubar comida e bagunçar o lixo. Nada demorado, como você pediu, quando terminar volte aqui e eu te dou mais alguma coisa se quiser.

– Obrigada Hokage-sama. - Peguei a missão e saí. Fiquei o dia inteiro fazendo esse tipo de missão. Eu tive que limpar um lago de uma casa que estava cheio de embalagens de plástico. Tive também que ajudar uma senhora com as compras. No fim eu tinha conseguido juntar dinheiro o bastante para, pelo menos, um mês.Tirando o que eu já tinha.

Quando voltei para casa já estava anoitecendo. Jantei com meus pais e me despedi deles, minha mãe foi a que ficou mais triste, mas não tanto. Antes de dormir tomei um banho bem demorado e revisei minha mala umas três vezes.

Quando fui dormir notei que o pássaro ainda estava ali, em cima da mesa. Ele não tinha me seguido durante o dia, mas não saíra do meu quarto. Deitei e dormi quase que na hora, estava realmente cansada pelo dia cansativo que foi hoje.

Acordei no dia seguinte antes mesmo de o sol nascer. Recolhi minhas mochilas e peguei algumas coisas na cozinha para comer. Saí de casa quando o sol estava começando a aparecer no céu, lançando sombras na rua que iam encolhendo conforme o tempo passava. Quando cheguei aos portões da vila o céu já estava claro. Não havia sinal da Hyuuga. Para minha sorte, ou não, o pássaro não tinha me seguido até ali.

Depois de meia hora eu a vejo andando em minha direção. O que será que ela estava pensando? Eu achei que "de manhã" significava que sairíamos assim que o sol nascesse. Mas ela não parecia ter pressa em me alcançar. É então que eu percebo quem estava ao lado dela. Naruto.

Ele estava falando alguma coisa pra ela, que eu não consegui escutar, e agora que ela estava mais perto, pude ver que estava corada. Mas isso já tinha virado rotina desde que éramos apenas Gennins.

– O-olá, Tenten. - Disse ela timidamente. Então Naruto fez uma coisa que me surpreendeu. Ele deu um beijo na bochecha da Hinata e então, levemente corado, disse se afastando:

– Boa sorte na missão Hinata. Vou estar te esperando. - E então ele desapareceu no meio das pessoas que já andavam por ali.

Eu tive que segurar a Hianta se não ela cairia desmaiada no chão. Mesmo depois de todo esse tempo ela ainda fazia isso. Mal dava pra acreditar. Fiquei esperando ela acordar, o que aconteceu depois de dez minutos.

Assim que ela acordou, me explicou que o loiro tinha dito que tinha começado a gostar dela a um tempo, e desde então ele tenta conversar com ela com mais frequência. Então, depois de um longo resumo da vida amorosa da Hyuuga nós finalmente saímos de Konoha, em direção a primeira vila que visitaríamos.



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Notas finais do capítulo

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Se tiverem vários comentários nesse capítulo o próximo capítulo sai mais cedo, se não só no próximo sábado mesmo ^-^



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