POV Beck

Estava gravando quando a Cat me ligou, me dando as últimas notícias: Jade entrou em trabalho de parto. Saí correndo do estúdio, mal avisando ao diretor aonde estava indo. Nossas vidas estão prestes a mudar, e eu quero estar ao lado da Jade. Assim que cheguei, me deram roupas esterilizadas e me permitiram entrar. Cat preferiu ficar na sala de espera. Jade estava suando e gritando de dor, me senti tão impotente ao vê-la assim... Mas quem escolheu "sentir dor"? Acho que nunca passou pela cabeça dela que esta dor não é a do "tipo bom". Perguntei se estava tudo bem, e recebi como resposta um "EU PAREÇO BEM? AGORA VEM AQUI E SEGURA A MINHA MÃO SEU IMPRESTÁVEL!". Fiz como ela mandou. Ela pareceu relaxar quando eu segurei sua mão, mas continuava sofrendo as contrações. Comecei a sussurrar no seu ouvido "Vamos babe, você é forte, todos estão ansiosos pra ver o nosso pequeno, você consegue fazer isso...". Quando a médica disse "Vamos lá senhora Oliver, eu já posso ver a cabeça!", Jade apertou a minha mão com mais força, se é que era possível, e eu fechei os meus olhos e comecei a rezar. "Vamos Jade, não desista agora", eu falava pra mim mesmo. Assim que eu ouvi um choro fraco, lágrimas de felicidade caíram pelo meu rosto. "Você fez isso querida, eu sabia que conseguiria", falei, dando um beijo na testa suada da minha esposa, enquanto enfermeiros limpavam nosso filho. Quando ele foi colocado nos braços da Jade, ambos, eu e ela ficamos paralisados. "Beck, veja, nós criamos vida!" ela disse, com o sorriso mais lindo do mundo no rosto, e uma lágrima escorrendo do canto do seu olho. Não sei se estou preparado para ser o homem que tenho de ser, mas prometo fazer o meu melhor, por essas duas pessoas, as mais importantes da minha vida. "Seja bem-vindo a este lugar, pequeno.", eu disse, beijando a Jade nos lábios.

Logo André, Robbie, Cat e Tori chegaram com flores para a Jade e presentes para o nosso Henry Allan Oliver. Foram tantas discussões até chegar nesse meio-termo... Mas é um belo nome. Eles só precisariam ficar até amanhã no hospital, enquanto fazem exames no Henry. Quando ele não estava dormindo, estava nos braços da Jade, sendo mimado por seus "tios e tias". Peguei ele enquanto as meninas foram ajudar a Jade com o banho. Ele é tão delicado. Olhei bem para suas feições. Henry tem uma pele bronzeada como a minha, e cabelos castanho escuros. A melhor coisa é que ele tem os olhos da Jade. Não resisti e comecei um diálogo com meu filho. "Olha Henry, diga oi para o tio André. Ooi tio André!", falei, fazendo uma voz mais fina para representar Henry. "E esse é o tio Robbie. Olá tio Robbie, por que não larga esse boneco?"

Se eu tivesse apenas um desejo, eu desejaria que ele não seja como eu. Até perceber que a Jade era a mulher da minha vida, eu não compreendia que eu podia ter esta vida, segurá-la pela mão e apresentá-la ao mundo com os braços abertos. Mas agora tudo mudou, e eu estou aqui para ensinar isso a ele. "Vou te mostrar tudo amor. Com os braços abertos."