O silêncio mais uma vez reinou entre eles, mas não era tão constrangedor agora. Bill se aproximou de Carol devagar, a respiração ofegante dos dois era alta em contraste com o silêncio.

 O beijo dos dois foi de necessidade, de plena entrega.

 Quando se separaram, um olhou nos olhos do outro. Foi quando risinhos histéricos chegaram aos seus ouvidos. Na porta da cozinha estavam Tom e Evelyn.

- Mas o que diabos vocês estão fazendo aí ? – pergunta Bill sem jeito.

- Só estamos observando. – responde Tom através das gargalhadas.

 Depois dessa cena, os quatro passaram o dia inteiro juntos, com direito a inúmeros beijos entre o casalzinho vergonhoso.

 Dentro deles, algo dizia que estavam completos, a necessidade de amar alguém, hoje foi saciada.

 Os meninos deixaram suas , agora, namoradas no hotel. Não poderiam se encontrar no outro dia porque estariam em estúdio e Bill mostraria sua nova musica aos produtores.

- Boa sorte com a musica Bill – diz Carol.

- Obrigada, mas tenho certeza que eles vão amar, sabe por quê?

- Por quê ?

- Porque ela foi feita para um amor verdadeiro.

Quem não se derreteria com essa frase ? Amor verdadeiro era o que existia entre Carol e Bill, mas todos sabem que o destino sempre põe todos á prova.

Bill mostrou sua música aos produtores, que a adoraram, e pediram que Bill escrevesse mais algumas músicas para o novo CD. O trabalho árduo estava só por começar, os casais se encontravam raramente, matavam a saudade por telefone, e Bill pedia todos os dias desculpas a Carol.

- Desculpa por não poder estar sempre do seu lado, eu sei que estou sendo um péssimo namorado, e logo no começo do namoro.

- Cala a boca Bill. Você nunca me deixa sozinha, porque meu coração e pensamento estão sempre com você.

- Agora vou precisar desligar, pessoal me enchendo o saco aqui. Eu te amo !

- Também te amo, meu amor.

Carol e Evelyn voltaram por uns dias ao Brasil, pra acertar a papelada da transferência da faculdade para a Alemanha, e matar a saudade da família.

- Mããe, cheguei !

- Ah minha filha – diz Eliane, mãe de Carol, dando um abraço na filha – que saudade eu estava de você !

- Eu também mãe, muita saudade da senhora. Cadê o pai ?

- Foi na rua comprar umas coisas, mas daqui a pouco ele está de volta. Senta aqui e me conta as novidades.

- Ai mãe, você não vai acreditar no que eu tenho pra te contar ! Não queria contar por telefone, porque eu queria ver a sua cara.

- Quando você fala assim, boa coisa não é.

- Então se prepara, sabe o Bill ?

- O Biuiola ?

- Não fala assim dele mãe – repreende Carol, sua mãe sempre chamava Bill assim, e isso a deixava extremamente irritada. – é ele mesmo. Encontrei ele na Alemanha.

- Jura ? Ai, estou imaginando o escândalo que você fez.

- Não fiz escândalo nenhum ta ? A Evelyn me segurou. Então mãe, eu e o Bill estamos namorando.

- COMO É ? MINHA FILHA NAMORANDO AQUILO?

- Ele não é aquilo Eliane, ele agora é seu genro.

- Meu Deus, seu pai vai morrer quando souber disso.

- E a Evelyn está namorando o Tom, irmão do Bill.

- Aquele de dread ?

- É, esse mesmo.

- Como vocês começam a namorar assim e nem pedem permissão aos pais ?

- Ele vai vir aqui mãe, ele bem que queria ter vindo comigo, mas ele está em estúdio e não deu pra vir, mas ele vai vir sim.

- E você vai realmente estudar na Alemanha ?

- Sim, vou. Eu e a Evelyn vamos cuidar da transferência.

Carol contou tudo sobre sua viagem, como conheceu Bill e como começaram a namorar. Depois de um tempo seu pai chegou e ela contou a novidade, no começo ele não gostou muito da idéia de ter um genro rockeiro, com piercing, tatuagem, unha preta e maquiado. Mas ele ficou contente ao ver a alegria de sua filha.

 Carol e Evelyn cuidaram de toda a papelada da transferência e chegou o dia de se mudarem por definitivo para a Alemanha. Se despediram de seus pais, e foram em direção ao seus sonhos.