Ballare Tutta La Vita - Hiatus escrita por Anna


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eis que finalmente sai o resultado.

— Boa leitura.



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Uma semana já tinha se passado desde que tinha feito o teste, e até agora eu não tinha nenhuma resposta sequer. Minha mãe vivia dizendo que a única coisa que podia ser feita era esperar. Mais acontece que eu não conseguia esperar, nunca consegui e acho que nunca irei conseguir.  

Nos primeiros três dias eu ficava o tempo inteiro ao lado do telefone esperando ele tocar, verificava o meu celular a cada dez minutos, e abria o meu e-mail pelo menos sete vezes ao dia. Além de que eu não estava conseguindo dormir direito esses dias, a curiosidade e a dúvida não me deixavam fazer isso.

E eu precisava descansar pelo bem da minha saúde mental e física.

Nos dias restantes eu finalmente decidi fazer o que minha mãe tanto pedia para que eu fizesse esperar. Eu estava esperando. Tudo bem que não estava esperando tão pacientemente quanto deveria. Mas... O bom é que eu o estava fazendo, certo? Estava tentando me distrair de alguma maneira.

E por mais incrível que pareça, eu estava conseguindo, de fato. Tentava fazer cada dia uma coisa diferente, desde correr pela praça até jogar paintball. Tentava também não ficar pensando como seria maravilhoso estudar na Arti Dello Spettacolo, não queria criar falsas expectativas.

Uma noite dessas, eu pensei até que estaria me iludindo, pensei que nunca seria capaz de entrar para uma tão grande escola como aquela. Que abriga jovens do mundo inteiro, com culturas e ideias totalmente diferentes das minhas. E o pior? Eles eram, sem sombra de dúvida, muito mais talentosos do que eu.

Minha mãe não podia nem sequer saber disso, porque ela já tinha deixado bem claro: Se eu ao menos sonhasse em pensar nisso ela arrancaria a minha cabeça fora.

Mais ao mesmo tempo eu pensava - pensei isso na noite seguinte - que eu conseguiria. Que eu era também boa o suficiente para poder entrar naquela escola, a escola dos meus mais lindos sonhos. Pensava que seria uma ótima experiência para eu conhecer outras pessoas de outras etnias.

E também tinha outra coisa... Queria conseguir entrar para poder mostrar para meu pai que eu podia sim fazer tudo o que eu quisesse. Que eu podia sim enfrentar alguma coisa grande. Queria amostrar isso a ele, porque afinal ele sempre ficou um pouco duvidoso sobre o meu talento.

Agora eu estava esparramada em cima do sofá, com o cabelo em um coque que já estava se desfazendo, com um dos meus pijamas mais antigos, e o meu rosto estava todo amassado. Eu estava simplesmente horrível.

Ouvi a porta se abrindo e pelo canto de olho pude perceber que era minha mãe. Que ao contrário de mim, estava impecável.

- Ual. Alana, minha filha você está horrível! - Ela exclamou colocando sua bolsa próxima a mim. Quanta sensibilidade a minha querida mãe tinha.

- Obrigada, mamãe. - Disse revirando os olhos, depois a encarei. - O que você tem ai? - Perguntei ao perceber que ela estava com um envelope em mãos e um grande sorriso no rosto.

Antes que ela pudesse até mesmo responder eu já tinha me levantado do sofá e arrancado, sem cerimonias, o papel da mão dela. O envelope era do tamanho médio e em si era algo muito fino, a textura era ótima e dava vontade de ficar passando os dedos por ele e fazer desenhos aleatórios. No meio do envelope tinha o símbolo da Arti Dello Spettacollo que era constituído de dois pássaros com uma grande bandeira no bico. A bandeira era constituída por cada cor e desenho de todas as bandeiras até então existentes.

Bastou dez segundos para finalmente a ficha cair. Eu estava segurando uma carta da Arti Dello Spettacollo, eu estava mesmo com a carta. Finalmente. Essa era a única palavra que eu conseguia pensar no momento, finalmente. Comecei a pular e minha mãe me acompanhou.

-É melhor você ler o que está escrito no envelope, antes de comemorar ou fazer algo do tipo. – Sinceramente não sei como consegui escutar ela dizendo isso. Estava tão eufórica, mais por sorte –ou azar- ouvi claramente o que ela disse.

E como sempre ela tinha razão. Não fazia o mínimo pingo de sentido comemorar antes de saber que era o certo. Porque se não tivesse passado teria comemorado em vão, e isso nem seria o pior. O pior é que eu acabaria iludida, além de ficar decepcionada comigo mesma. Tinha que abrir antes de fazer qualquer movimento em forma de comemoração, ok isso era óbvio.

Desci do sofá e respirei fundo uma fez antes de tirar o lacre do envelope. Tentei me acalmar um pouco enquanto fazia este movimento. Porque eu sabia que quando ficava muito animada lia tropeçando nas palavras, e no final de contas não entendia nada.

Quando finalmente consegui abrir o envelope por completo, passei os olhos por ele antes de começar a lê-lo de verdade.

Prezada senhorita Alana Revelli,

É com grande honra e também grande alegria que gostaríamos de avisá-la e parabenizá-la que a senhorita fora aceita em nossa grandiosa escola na tão aclamada área de dança. A senhorita tem até uma semana inteira para poder vir até a capital de nosso querido país, Roma. Para começar suas devidas aulas tradicionais e seu curso. Também estamos enviando junto a essa carta de admissão uma folha com o que a senhorita pode e não pode levar, assim como as regras de nossa escola.

“Parabéns, senhorita Revelli”.

Tive que reler três vezes antes de soltar qualquer grito ou ar de felicidade. Eu simplesmente não estava conseguindo acreditar que eu tinha entrado para uma das melhores escolas de toda Itália. Não conseguia descrever como eu estava me sentindo naquele momento. Era como se todas as dúvidas tivessem ficado no passado, e só agora eu tinha uma certeza. E eu estava com a certeza em minhas mãos.

-Mãe... – Comecei dizendo e ela me olhou com uma cara de “foi tão ruim assim”, ela já estava vindo à minha direção me dar um abraço quando eu comecei a pular. – MÃE EU ENTREI! DÁ PARA ACREDITAR? –

Do mesmo jeito ela veio e meu deu um abraço tão apertado que sentia que meus ossos estavam sendo esmagados. Mesmo assim eu não liguei para isso e também a abracei fortemente eu queria pegar aquele momento de felicidade e tranca-lo em uma caixa, cuja senha só eu saberia. Mas por mais que eu queira fazer isso eu não podia, afinal não tinha como.

O dia passou-se normalmente e alegrada mente. Com muitas pessoas me parabenizando por ter conseguido entrar em uma escola tão boa quanto aquela. Digo muitas pessoas por que... Minha mãe fez a questão de ligar para t-o-d-a-s as minhas tias, primas, colegas de trabalho dela e ainda amigas de infância dela. Todas pareceram estar muito felizes por mim... Ou fingiam estar, não sei direito.

Agora eu estava me revirando na cama procurando uma boa posição para eu poder dormir. Para eu dormir durante quinze minutos e depois acordar novamente. Já fazia umas duas ou três horas que eu estava nisso. Simplesmente o sono não vinha igual na noite que eu tinha feito o teste.

Só que desta vez eu não poderia ir até o telhado, porque hoje estava chovendo. E Pierre não estaria lá para conversar comigo, ou para me perturbar. Suspirei cansada levantei da minha cama, peguei o meu cobertor me embrulhei nele e fui até o quarto da minha mãe.

-Mamãe? – Murmurei fechando a porta atrás de mim. Pude ver ela me encarando, mesmo no escuro. Acho que ela já sabia do que se tratava porque abriu um espacinho para mim na cama.

Fui até lá com passos curtos. Deitei-me junto a ela e me cobri melhor, o meu sono parece que tinha finalmente se achado. Pois depois de alguns minutos senti meus olhos pesarem cada vez mais até que finalmente eles se fecharam por completo.


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Notas finais do capítulo

Alguém?