Os Jovens Mutantes escrita por Dafine Kerouac


Capítulo 1
Liberdade em fim




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Quando eu nasci, eu não tinha pai, minha mãe foi contratada para ser uma barriga de aluguel, eu nasci pra ser cobaia de várias experiências, eles usaram o cordão umbilical para modificar meus genes, e só quando já havia seis meses de gestação é que conseguiram ver que tinham duas crianças ao invés de uma. A minha mãe, só vi durante seis meses, me lembro bem porque minha memória nunca falha. Depois disso eu fui separada de minha irmã, ela foi roubada pelo doutor K. e eu vim morar com o doutor Alex, quando o projeto foi "extinto", ele me cria como uma filha, e também é mutante ele pode controlar as pessoas e ainda fazer elas acharem que estão cumprindo a própria vontade, ele é legal comigo, só que como ele não consegue emprego em outro lugar, às vezes eu tenho que fazer alguns serviços, não me importo em ajudar, só que para isso é preciso... Pegar emprestado de outras pessoas, mas eu devo muito a ele... Há propósito, eu me chamo Alice. Alice Melodee.

– Alice.

– Pai.

– Sabe filha, as contas estão se atrasando, você bem que podia dar um jeito de conseguir mais dinheiro...

– De novo pai? É a décima vez nesse mês.

– Filha. Por favor. Você precisa me ajudar, você quer me ajudar. Saia por aquela porta e faça o que você deve fazer.

Seus olhos ficam vermelhos quando age assim. Eu tento resistir ao seu comando mais não consigo, o jeito é obedecer.

Todas as vezes que meu pai pede dinheiro, nós vamos ao banco, e enquanto ele distrai as pessoas eu uso meu poder mental para abrir o cofre e pegar todo o dinheiro. Custo a entender como ele gasta tudo em menos de uma semana...

Naquela hora, o banco não era tão movimentado, era a primeira vez que iríamos roubar lá. Eu entrei sem ser notada enquanto meu pai tentava usar seu poder, mas parecia que algo o estava bloqueando... Havia um bloqueador ali. Encarei todos eles mas não consegui descobrir qual deles era o bloqueador, até eu estava sem poderes, até que por pura sorte eu vi uma garota pouco mais velha que eu quase que se escondendo, era uma funcionária, meu pai tirou arma da cintura e apontou pra todos ali.

– Vamos fazer isso da forma tradicional.

– Pai.

– Cale sua boca.

Estava exercendo sua autoridade de novo. Onde estava a bloqueadora quando se precisa dela.

– Vá para o cofre. Agora!

Eu segui para o cofre, não havia mais bloqueio nenhum. No caminho, senti que eu estava sendo seguida vire-me para trás e dei de cara com a bloqueadora, que estava fazendo força pra conseguir expandir o poder. Por dois segundos, ela conseguiu e eu pedi ajuda.

– Me liberte.

– Seus olhos estão lilás, você está sendo controlada por aquele homem, ele é seu pai?

Sua voz era doce. Ela conseguiu estender seu poder.

– Me ajuda, eu não quero fazer isso.

– Fuja. – ela disse

– Fugir? Mas pra onde?

– Vá para este endereço. Eu o mantenho ocupado por algumas horas, vou pelo menos tentar.

Ela me entregou um papel que eu memorizei rapidamente. Por um instante eu pensei em como eu iria sair dali sem que meu pai me visse? Então eu olhei pra cima e vi a saída de ventilação, era por lá que eu iria.

– Muito obrigada.

– Boa sorte.

Eu fiz com que a tampa se afastasse e então pulei e fui engatinhando até a saída tentando fazer o mínimo possível de barulho, pro meu pai nem desconfiar que eu não estivesse fazendo o que ele mandara. Tentei flutuar, pra nem encostar-me no metal, mas o espaço era muito pequeno, eu já estava tendo que me arrastar. Quando vi a "janela" da saída me senti extremamente aliviada.

– Até que em fim.

Enviei ondas magnéticas pra que a janela se desprendesse e me deixasse livre pra sair, eu estava exatamente em cima de onde meu pai estava. Pulei para fora com habilidade, vi meu pai, ele apontava a arma para aquelas pessoas não hesitaria em atirar, eu tinha que fazer algo me concentrei e enviei ondas que o fizeram cair no chão com dor.

– Mas o que é isso? Alice pare já com isso, você vai acabar me matando.

Não ia, só estava me assegurando que ele iria estar lá quando a polícia chegasse. Meu pai desmaiou e o atendente logo chamou a polícia.

– Você vai me pagar caro por isso sua ingrata... – disse antes de apagar

A bloqueadora saiu do banco não voltaria mais pra lá.

– Vamos!

A polícia chegou rápido, meu pai foi levado, é claro que ele não passaria muito tempo acordado lá, logo ele convenceria alguém a soltá-lo, eu não sabia se havia feito a coisa certa, mas eu tinha uma missão a cumprir, eu precisava libertar minha irmã das mãos de Doutor K. a essa altura ele já devia ter percebido que ela não tinha o poder mental, eu tinha que saber se ela estava ou não viva, caso sim, poderíamos efetuar uma troca, a liberdade dela, em troca do meu poder, eu teria realmente coragem de entregar o meu poder para o sugador.

– Ei garota, pra onde você vai? Sobe aqui.

Estava imersa em meus pensamentos, nem percebi que a bloqueadora havia subido em uma moto.

– Rápido!

Subi na moto e ela deu a partida em uma velocidade incrível. Em alguns minutos nós estávamos em sua casa, era simples e discreta.

– Droga! Raul levou a chave!

– Tudo bem. Eu posso?

– Mas não destrói a casa não!

– Claro.

Forcei um pouco a fechadura e ela abriu.

– Que legal você tem autocontrole.

– Treinei durante muitos anos.

– Pode entrar.

– Obrigada.

Do lado de dentro a casa estava muito bagunçada.

– Esse garoto me paga!

– Seu namorado?

– Meu irmão.

Uma criança surgiu no corredor.

– Diana, o Aul saiu e disse ia pegar o Doutor K.

– O quê? Esse garoto não pensa? Ele deve estar ficando louco!

– Vocês também têm problemas com o Doutor K?

– No dia que você encontrar um mutante que não tenha problema com o Doutor K. você me avisa tá? Esse idiota levou um dos meus irmãos.

– Então todos vocês são mutantes?

– É. Eu bloqueio os poderes, mas ainda não desenvolvi muito bem, só consigo por alguns poucos segundos. O meu irmão que foi sequestrado pode parar o tempo. Raul pode projetar ilusões e com um pouco mais de esforço transforma em verdade, e Levi, é um sugador, mas ele não tem controle por isso sempre está muito bem vestido, pra não ter perigo de encostar-se em nós e tomar nosso poder.

– E os pais de vocês? Também tem poderes?

– Mamãe e papai morreram em um "acidente". E você, qual é o seu dom?

– Bom, eu produzo ondas de energia magnética, posso abrir e quebrar coisas com a mente, leio pensamentos também, mas é só quando eu quero, e quando estou muito inspirada eu consigo voar.

– Nossa que legal!

Era interessante, uma criança com cara de anjo tendo esse poder horrendo.

– Seus pais têm poderes também?

– Bom, minha mãe eu não sei, só a vi nos primeiros seis meses de idade. Meu pai, primeiro eu não tenho pai, mas se considerarmos o Alex meu pai, ele tem o poder de controlar as pessoas.

– Doutor Alex, ele participou do projeto mutantes não foi?

– Foi sim. Quando o projeto foi arquivado ele me adotou.

– Você não tem pais, e é a única com esse poder.

– É sim.

– Doutor K. deve estar louco atrás de você.

– Está mesmo, eu nunca passo mais do que seis meses em uma mesma cidade. Isso porque o meu pai tinha muito medo de eu fosse levada e perdesse o meu poder, acho que é só isso que importa pra ele.

– Você sempre rouba bancos?

– Desde os dez anos. Antes ele trabalhava com exibição, e com testes de sistemas de segurança, eu era a cobaia.

– Que horrível!

– Pois é eu devo muito a você, se não fosse o seu poder eu estaria cometendo crimes com o meu pai agora.

– Não me agradeça, não quero ser grossa, mas você não pode ficar aqui por muito tempo. Duas noites no máximo. Eu lamento. Mas já temos mutantes demais nessa casa.

– Tudo bem. Eu não esperava que eu pudesse morar aqui. Já foi muito você ter me ajudado.

– Calma, não pense que eu estou te expulsando daqui, é que essa casa é muito perigosa tanto pra você quanto pra mim, se você ficar aqui é só mais um motivo para o doutor maluco vir pra cá.

– Eu entendo. Mas sabe de uma coisa? Eu vou encontrar esse cientista e vou resgatar minha irmã.

– Você acha que pode?

– Claro que sim! Eu faço qualquer coisa pra salvar minha irmã, ela foi pega em meu lugar, eu devo isso a ela.

– Você vai fazer isso sozinha?

– Além do meu pai, eu não conheço mais ninguém, nunca estudei, nem tive nenhuma relação social com nenhuma outra pessoa.

– Puxa vida, dá dó de pensar que você vai sozinha enfrentar ele. Não tem medo de perder seu poder?

– Não. Eu só quero minha irmã.

Estava certa disso.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, e vem muito mais por aí, amo histórias ficcionais, com vampiros, mutantes, e todas essas coisas que só existem na imaginação.



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