Somos encaminhados a outra parte do salão, onde todas as 32 cadeiras estão.

– Esse era o plano desde o início. Acho que ele quis escolher os melhores jogadores. – Cochicha Anderson.

– Talvez sim, talvez não. – Eu disse.

– Proponho que não ataquemos uns aos outros enquanto tiver outras duplas de outras equipes no jogo. – Disse Daniel.

– Por mim tudo bem. Oito contra vinte e quatro é um bom número. – Disse Anderson.

– Eu e minha pupila estamos fora dessa. – Disse Jadson.

– Como assim? – Pergunta Daniel um pouco confuso.

– Agora é si contra si. Não vou me aliar a vocês para depois ter que ficar contra vocês. É melhor não nos aliarmos. – Jadson responde.

– Eu estou com o Jadson. Não quero me aliar a vocês nem a ninguém. Seremos eu e minha mestra. – Disse Camila num tom de brincadeira.

– É sério isso Camila? – Pergunto.

– Sim. Vamos ser amigos somente aqui fora. – Ela responde.

– Então que seja. – Respondo. – Estamos fora.

– Tudo bem. Mas, não fiquem bravos quando eliminarmos vocês. – Disse Daniel.

– Pensando bem cara, é melhor nós ficarmos separados mesmo. – Diz Anderson.

– O que está acontecendo com vocês? – Diz Daniel.

– Nós vamos até o fim nisso e não queremos ser sentimentais na hora de eliminarmos uns aos outros. – Disse Jadson.

– Então está bem. – Diz Daniel inconformado. – Mas não digam que eu não tentei ajudar.

– Todos os jogadores podem se acomodar. – Diz Dr. Castro. – Minha dica é que a única pessoa em que podem confiar é seu líder ou seu pupilo. Porque é o único que vai poder ganhar junto com você. Caso o contrário, você deverá se virar para vencer. E como sempre, vocês terão o direito de escolher um poder. Cada dupla de líder e pupilo ou pupila será colocada num local diferente da arena. No colete de vocês só haverá a luz de seu parceiro ou parceira. Último lembrete: poderes de controle da mente e destruição com a mente não podem ser escolhidos.

*****

Sentamo-nos em nossas cadeiras e colocamos os capacetes.

– Escolha seu poder. – Diz a voz eletrônica feminina.

– Quero o poder de controle da terra.

– Poder efetuado.

Sou levado para dentro da arena.

– Eles não inovaram dessa vez. – Digo para Grazielle ao meu lado.

– É muito bom ter você aqui comigo. – Ela diz. – Espero que ter lutado em duas arenas e vencido uma ajude em alguma coisa.

– Quem sabe?! – Digo em tom irônico. – Vamos sair daqui.

Estamos em uma cidade. Diferente da que estivemos na arena do ano passado. Essa cidade é de estilo futurista. Trilhos no ar, cores para todos os lados, carros que voam – pois os que eu vejo não têm pneus.

– Qual é o seu poder Grazi? – Pergunto.

– Eu domino o ar. Posso usá-lo em meu favor. Veja.

Ela fecha os olhos e levanta os braços lentamente. Quando une os dois braços em um ângulo de cento e oitenta graus ela faz um giro com os dois braços para frente e uma forte rajada de vento passa por ela na direção dos braços. O ar encontra a parede externa de concreto de um prédio e a quebra.

– Gostou?! – Ela pergunta.

– Com toda certeza. Agora é minha vez.

Concentro-me e piso na terra com toda a minha força e um bloco de terra sai do chão e com minha mente eu o empurro para frente até chegar ao prédio que a parede de fora havia sido derrubada e quebro a parede do térreo. O prédio começa a desabar em nossa frente.

Grazielle fica um pouco perplexa, mas logo volta ao normal.

– Podemos ir agora? – Pergunto.

– Claro... Ainda bem que estou com você.

Sorrio para ela e começamos a andar.

******

Camila está ao meu lado.

– E aí, está surpresa com a arena? – Pergunto.

– Na verdade não. Acho que não vai ser tão difícil de ganhar. Qual o poder que você escolheu? – Ela pergunta.

– Escolhi o poder de elasticidade. – Digo. – Observe.

Começo a esticar minhas pernas atingindo o topo de um prédio de dez andares. Ao chegar lá, eu sento-me e encurto minhas pernas até ao tamanho normal.

– Chega mais rápido? – Digo em um tom alto.

– Claro. – Ela responde na mesma altura.

Como um raio ela chega ao meu lado.

– Meu Deus. Escolheu a super velocidade? – Pergunto já esperando a resposta.

– Sim. Nossos poderes combinados serão bem úteis.

– Vamos. Temos que sair daqui e procurar nossos inimigos. – Digo.

Nós estamos usando um colete similar ao do ano passado. Estilo macacão do exército que vai dos pés ao pescoço. Porém, é totalmente preto com listras azuis dos lados e uma luz no ombro que indica o parceiro ou a parceira.

Começamos a andar.

******

– Tudo bem Rodrigo? Pronto para vencer isso daqui? – Pergunto.

– Acho que sim. – Ele responde.

– Tenha certeza. Não quero perder para a Stéfani ou para o Daniel e muito menos para o Jadson. – Digo tentando encorajá-lo.

– Farei o meu melhor.

– Qual foi o poder que você escolheu? – Pergunto.

– Eu estava sem ideias na hora e escolhi o primeiro que me veio a mente.

– E qual foi? – Pergunto um pouco ansioso.

– Olhos de raio lazer. – Ele responde meio sem jeito. – Veja.

Ele aponta para uma parede e de repente sai um tiro de lazer roxo dos olhos dele perfurando a parede.

– Muito bem. Agora eu mostro meu poder. – Digo.

*******

Olho para Saulo que está um pouco confuso.

– Não está com medo está? – Pergunto.

– Só preocupado com minha Sté. – Esse era o apelido carinhoso dele para ela. – Espero que ela esteja bem.

– Quero que você saiba que se você precisar enfrentá-la, você vai e vai vencê-la. Entendeu? Não estou aqui de brincadeira. Amor é do lado de fora. Isso aqui é um jogo.

– Está bem chefe. Vamos ao que interessa. Quer ver meu poder? – Saulo pergunta.

– Quero.

– Tape os ouvidos.

– Por quê? – Assim que termino de perguntar um barulho ensurdecedor toma meus ouvidos. – Pare. – Grito.

– Gostou? – Ele pergunta. – Controlo o som. Muito eficaz não é?

– Com toda certeza. Eu já quis escolher um poder antigo meu. – Digo.

Começo a me transformar num lobo de pêlos cinzentos e pontiagudos com uma cauda espinhosa.

– Uau. Isso vai ser de ótima serventia para nós. – Saulo diz.

Volto a minha forma normal.

– Espero que sim.

Saímos dali e começamos a nos aprofundar pela cidade.

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