Depois da cerimônia que não teve nada do que eu havia idealizado, teve o momento do banho de arroz. Se Loki já não queria seguir com o protocolo de um casamento normal, nessa parte então não foi muito diferente.

– Que droga é essa? Agora eu vou ficar todo sujo de arroz – ele se queixou encolhendo os ombros diante dos arroz que caiam em cima dele.

– Leve pelo lado bom, é sinal de prosperidade – disse sorrindo entredentes – os gregos cospem nos noivos sabia?

– A tá, arroz da prosperidade agora?

– Loki....

– Quê?

– Cala a boca.

A festa foi divertida, eu pelo menos me diverti. Não tenho culpa se meu agora marido tem uma tendência fantástica ao mau humor, e justo hoje, um dos dias mais importantes na vida de uma mulher, que sou eu. Ele poderia ter chilique em outras horas, mas não hoje. Será que ele não poderia agir como um noivo normal. E agora ele saiu da mesa me deixando sozinha com minha mãe do lado, onde ele se meteu?

Mas antes que eu pudesse apedrejar Loki mentalmente... ele mais uma vez saiu pela tangente conseguindo me surpreender, me deixando bobamente desconcertada.

Algumas pessoas estavam fazendo discursos para os noivos, e então depois que tio Freyr terminou o seu, Loki apareceu subindo no palco branco adornado de flores, ele deu um pigarro e então todos olharam para ele, inclusive eu.

– Bom... – ele começou gesticulando os braços – já que todos aqui falando algumas baboseiras melosas, bem eu pensei – ele pegou a bombinha e deu uma puxada – por que não?

Ele deu mais uma puxada de ar na bombinha e continuou.

– Eu queria falar algumas coisinhas para minha esposinha. Eu sei que eu não sou o tipo romântico, e sei que você está um pouco zangada comigo...

Eu não diria pouco, pensei franzindo meu cenho.

– Mas, antes que lance adagas mentais em cima de mim, eu queria que soubesse que você está... muito linda.... tão linda que eu fico parecendo um idiota, tão idiota que faço coisas estranhas como mascar chiclete, usar a bombinha toda hora, essas coisas, sabe?

Alguém fez um “own” no meio da plateia e eu mudei minha expressão de séria para estática e depois “amolecida”.

– Você sabe – ele continuou dando aquela coçadinha tradicional na nuca – odeio coisas de casamento, mas se for para ficar com você dentro dos termos, então tudo bem, eu estou aqui firme aguentando essa festa chata – notei que Odin e Frigga riam baixinho, enquanto algumas pessoas ainda estavam meio chocadas com a sinceridade dele – tudo isso por você benzinho. Eu te amo.

Eu estava sorrindo, e levantei da mesa indo até ele no palco, sorrindo faceira tomei o microfone de sua mão. Loki tinha um sorriso matreiro enquanto me olhava.

– Eu também tenho umas coisinhas pra te falar – encostei o dedo indicador na gola do paletó dele - é eu fiquei um pouco zangada mesmo, eu queria casar com um príncipe romântico, mas acabei ganhando de presente um príncipe meio que às avessas, sabe? – ele deu um meio sorriso – Além do mais, apesar de você ser um chato, fresco e resmungão – eu falei séria e ele me encarou confuso, então suavizei meu semblante - não te trocaria por nenhum outro no mudo, queridinho. Também te amo.

–

O som do aplausos seguiu após um beijo acalorado do recém casal. Após isso a festa pareceu ficar mais divertida para Sigyn. Houve o momento em que Sigyn teve que jogar o buquê. A garota se perguntava quem o pegaria. Ela pegou o buque da irmã há quase dois antes. Fechando os olhos com força jogou o buquê e então olhou para ver quem tinha pegado: Pepper Potts.

A secretaria pessoal de Tony Stark não esperava por aquilo, ficou com sorriso bobo no rosto enquanto olhava para o ramalhete de flores que agora segurava. E não demorou muito para que o casal fosse embora. Sigyn estava ansiosa para conhecer a bela região da Toscana mas a viagem seria daqui a dois dias, então o casal de pombinhos recém casados ficaria hospedado no melhor hotel de Oslo, só para terem um pouco de privacidade.

A chegarem no hotel, Loki pegou as chaves da reserva e foi com sua noiva para o elevador.

– Tá?

– Tá o quê? – ele perguntou.

– Vai me pegar no colo ou não?

– Te pegar no colo?

– É, os noivos fazem isso, caso você não tenha percebido.

– E acha que isso me importa?

A garota fez um beicinho.

– Você podia ser romântico de meu jeito pelo menos uma vez...

Loki gargalhou.

– Você nunca aprende – nesse momento o elevado parou – bom, já que insiste tanto.

Sigyn soltou um gritinho quando se viu sendo rapidamente carregada no colo e então a porta do elevador se abriu.

– Na verdade – Loki falou enquanto andava com ela nos braços – eu planejava te carregar só aqui, seria mais fácil pra mim.

A jovem riu.

– Você nunca muda...

– Chegamos... – ele colocou o cartão e a porte se abriu, dando um pequeno empurrão e então finalmente o casal adentrou. Loki a colocou no chão. A jovem fitava abobada o quão lindo o quarto era, inclusive as malas do casal se encontravam lá, na cama cheia de pétalas de rosa, do lado, uma garrafa de champanhe com duas taças.

– Depois não me acha romântico – ele zombou.

– Pois é – ela riu sem graça – é tudo lindo...

Ela sorria, e como ele amava aquele sorriso tão espontâneo.

– Mas a gente não precisa disso – ele a puxou pra perto de si – não por hora.

Então beijou-lhe os lábios com ternura. Depois beijava-lhe o pescoço, Sigyn derreteu ao seu toque fechando os olhos enquanto sentia a outra mão desfazendo o seu penteado. Perguntava a si mesma se ele sempre a deixaria assim com o coração batendo descompassado, como se sempre fosse a primeira vez.

E ansiava internamente que sim...