Love Game escrita por Dayara Cabral


Capítulo 2
You can't start a fire without a spark




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Charlotte se arrumava para mais uma festa de caridade organizada pelo seus pais enquanto pensava no que acabara de fazer. Se ela pudesse pensar um pouco mais nunca teria aceitado o jogo de Bryce, ela nunca faria nada que ameaçasse sua amizade, mas odiava a ideia de perder.

Analisou-se no espelho uma última vez, ela estava tão linda. Usava um vestido branco marchesa que ficava perfeito em seu corpo e seus cabelos caiam perfeitamente em seus ombros. Nos olhos um delineador bem marcado destacava seus belos olhos verdes e um batom vermelho a deixava parecendo uma estrela de Hollywood.

- Tudo pronto, querida? - Phoebe entrou no quarto, vestindo um vestido Calvin Klein vermelho, que junto com seus cabelos loiros a deixava simples e sexy de uma maneira elegante.

- Sim mãe.

- Que bom, porque Bryce Miller generosamente se ofereceu para vir nos buscar, assim não teremos que chamar nosso motorista.

"Generosamente", uma palavra que não fazia parte do vocabulário de Bryce Miller, e Charlotte sabia o que provavelmente se passava na mente do amigo. Por que ele tinha que começar o jogo agora se nem o antigo jogo haviam terminado?

- Senhora Lewis, o senhor Miller acaba de chegar. - E falando no diabo.

- Obrigada, Naomi. - Phoebe sorriu para a empregada, que estava aparentemente assustada. Será que a coitadinha já havia sido assediada por Bryce? - Pode ir filha, tenho que pegar minha bolsa.

- Claro.

Charlotte tentou fingir naturalidade, mas sabia que a mãe só estava tentando deixar a filha sozinha com Bryce. Phoebe era o tipo de pessoa que achava que "melhores amigos de infância" eram os futuros "namorados da adolescência". Ela não se assustaria se a mãe já estivesse enviando os convites para o casamento dos dois.

Charlotte desceu as escadas, vendo um Bryce vestido em um terno Dior segurando rosas brancas e uma caixa de jóias Tiffany's, ele estava levando o jogo a sério.

- Senhor Miller, a que devo a honra de sua presença. - A ruiva sorriu ironicamente, descendo os degraus restantes até o encontro do amigo.

- Charlotte, linda como sempre. - O garoto sorriu, ignorando a ironia da amiga. - Estou aqui por causa de um jogo que estava jogando com uma garota muito linda, então passei na Tiffany's para presentea-la pelas futuras horas de diversão.

- Você já deveria saber que eu não sou o tipo de garota que se vende por colares caros.

- Filha! Não seja tão má com o pobre rapaz. - Disse Phoebe, ao ouvir o que ela acabara de dizer. - Obrigada Bryce, Charlotte ficou muito feliz com o presente.

- Tiffany's? Legal. - Disse Charlotte, sendo obrigada a pegar a caixinha azul com fita branca.

- E essas rosas são para você, Phoebe. Linda como sempre. - Bryce passou o buquê para a mais velha, que não parava de sorrir.

- Obrigada Bryce, vou pedir para que Naomi as coloque em um vaso rapidamente. - Phoebe sorriu, chamando a empregada. - Sei que pergunto isso todos os dias, mas vocês já assumiram seu namoro?

- Mãe! - Charlotte chamou a atenção da loira, que agora  entregava as rosas para Naomi.

- Quase, senhora Lewis. - Bryce sorriu, ele dava essa resposta sempre que Phoebe perguntava. - Onde está Mason?

- Mason está na nossa casa na Califórnia, trabalhando em um novo filme. - A loira sorriu, apontando para a caixinha que continuava fechada nas mãos da filha. - Não vai abrir, Charlotte?

- Tudo bem. - A garota abriu a caixa, sem animação. Revelando um belo colar dourado com pingente de pérolas.

- Por sorte senti que faltava alguma coisa em sua produção. - O garoto olhou para o pescoço nú da garota.

- Que fofo, ele está analisando seu pescoço para ver se o colar ficará bem. - Phoebe sorriu, mais animada que o comum.

- Não precisa ficar tão animada, está na cara que ele estava só olhando para os meus peitos. - Disse a ruiva, sem dar muita atenção para o colar.

- Posso colocá-lo em você? - Perguntou Bryce, já pegando o colar da caixa.

- Mas é claro, Bryce querido. - Disse Phoebe, antes que a filha pudesse dizer qualquer coisa.

Charlotte se virou e tirou o cabelo para o lado, dando espaço para que o garoto colocasse o colar em seu pescoço.

- Adorei o cheiro do seu perfume. Chanel Allure, não é? - Ele sussurrou em seu ouvido, enquanto tentava fechar o colar.

- Sim. - Disse ela, já cansada daquilo. Ela queria ir logo para a festa.

- Ah, Bryce. - Phoebe o chamou, antes que pudessem sair. - Sinto muito pelos seus pais, se precisar de qualquer coisa não hesite em pedir.

- Obrigado, senhora Lewis. - Ele sorriu para Charlotte, seu plano inicial seria deixá-la louca antes de seduzi-la. - Talvez eu precise dormir aqui as vezes, eu e Charlotte podemos dividir o quarto como faziamos aos 6 anos.

- Você é nojento. - A ruiva chamou sua atenção, já estaria batendo nele se não fosse a presença da mãe.

- Filha, seja mais gentil.

- O motorista está esperando há um bom tempo, acho melhor irmos. - Bryce sorriu, puxando Charlotte pela cintura. - Vamos logo, Char?

Charlotte sentia-se com sono. Muito sono. Queria ir para casa após alguns discursos, mas pelo jeito a festa ia durar por um bom tempo ainda.

- Char? - Bryce a chamou, ao ver que ela fechava os olhos bem mais.

- O que Bryce? - Ela se ajeitou na cadeira, perguntando-se se alguém a viu daquele jeito.

- Você consegue se manter acordada? - Ele riu, oferecendo sua mão. - Vamos dançar!

- Ah. - Charlotte olhou pelo salão, vários casais dançavam de forma romântica de mais, de repente ela se lembrou que também estava no jogo e precisava seduzi-lo. - Adoraria. - Ela sorriu, pegando sua mão da forma mais gentil possível.

Nos primeiros segundos da música ela tentou reconhecer qual era a música que tocava, One Republic cantando Apologize. Antes de se dar conta, a ruiva já cantarolava os primeiros versos da música.

- Já vi que gosta da música. - Ele sorriu, conduzindo-a pelo salão como um profissional.

- É legal. - Disse ela, lembrando-se do que estava fazendo e com quem. Estava dançando com Bryce Miller, seu melhor amigo de infância, o qual prometera vencer em qualquer coisa, e agora finalmente era sua chance, e pela primeira vez se sentia como se não tivesse nada para conversar com ele.

Logo se pegou olhando para seus próprios pés, levemente corada. Ela estava com vergonha de estar com o amigo?

- Você tem um certo charme. - Disse ela, finalmente conseguindo encará-lo.

- Está admitindo a derrota, senhorita Lewis? - Ele riu, puxando-a mais para perto, como se eles já não estivessem grudados o suficiente.

- Vá sonhando, Miller. - Ela deu uma risada, tentando esconder seu próprio contrangiento. - A música acabou.

Eles se separaram, voltando para a mesa.

- Vocês estavam tão fofos juntos. - Phoebe sorriu ao vê-los voltando.

- Charlotte estava quase confessando seu amor por mim. - Bryce riu, sentando-se.

- Cala a boca! - Charlotte gritou, preocupada com quem a ouviu.

- Prometa para mim que quando for confessar seu amor que seja quando o Mason voltar para poder gravar tudo. - Sugeriu a loira, recebendo um olhar de reprovação da filha.

- Nunca vai acontecer. - A ruiva sorriu para Bryce.

- Logo vai acontecer. - Ele riu, aproximando-se da garota. - Não é, senhorita Lewis?

- N-Nos seus sonhos. - Charlotte gaguejou, tentando não olhar para ele.

- Sonhos reais. - Ele riu, cada vez mais perto. - Afinal, eu vou ganhar.

- Estou com sono. - Charlotte se levantou. - Não se preocupem, pegarei um táxi.

- Eu vou com ela, senhora Lewis. - Bryce sorriu, levantando-se também. - De qualquer maneira eu tenho que voltar cedo para casa. Mais tarde mando o motorista vir te buscar.

- Não precisa, eu pego um táxi. - A ruiva tentou desesperadamente se livrar dele, vendo que seria inutil.

- Querida, não recuse a gentileza do senhor Miller. - Disse Phoebe. A mãe estava começando a irritar com aquela mania de tentar juntar os dois.

- Tudo bem então. - Ela se deu por vencida, deixando-se conduzir para fora do salão.

Já no carro ela pensava o que estava fazendo ali, queria não estar tão próxima de Bryce, ainda mais quando a única testemunha do seu possível estupro seria o motorista muito bem pago do amigo.

Foi quando ela notou que Bryce passava as mãos em seus cabelos desde que entraram na limosine, e que seu rosto estava apoiado nos ombros do garoto, que sorria de maneira vitoriosa.

- Você não venceu ainda! - Charlotte gritou, ao perceber a cena.

- Disse bem, senhorita Lewis. - Ele a encarou, descendo as mãos até as pernas da amiga. - Ainda!

- O que te faz ter tanta confiança? - A ruiva perguntou, tirando as mãos do garoto de suas pernas.

- O que me faz ter tanta confiança? - Ele repetiu a pergunta, fingindo estar pensando.

Charlotte o olhou confusa, ele já pensava há muito tempo.

- Chagamos ao prédio dos Lewis. - Disse o motorista, estacionando.

- Até mais, senhor Miller. - Disse a garota, preparando-se para abrir a porta.

Antes que pudesse sair do carro, sentiu Bryce a puxando até ele, e antes que pudesse dizer algo em protesto seus lábios se tocaram, fazendo-a se calar.

- Isso, senhorita Lewis. - Ele a soltou, recuperando o fôlego. - Isso me faz ter tanta confiança.

Charlotte o encarou irritada e confusa, e sem dizer nenhuma palavra saiu do carro, batendo a porta irritada.

Entrou em seu quarto e fechou a porta, podia ver que a empregada estranhou ela ter chegado tão cedo, mas nem se importou.

Sentou-se no chão e começou a pensar, por que ele fez aquilo? Claro, porque não se pode começar um incêndio sem uma faísca, nesse caso o jogo do amor não poderia começar sem um beijo.

Bryce tinha vencido a batalha, mas agora que ela viu do que ele era capaz não deixaria ele vencer a guerra. Era hora da revanche, e ela não perderia mais um round.


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