Fire Signs escrita por Sissa Melo


Capítulo 7
Fix You


Notas iniciais do capítulo

Esse negosso de escrever ta me viciando, não faço mais nada da vida.
A música é Fix you, da banda Coldplay (eu prefiro a versão da banda Secondhand Serenade )
Boa leitura :D



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Coloco a mão no bolso direito da minha calça jeans desgastada e desço os degraus.

O cenário está exatamente idêntico ao suposto devaneio que tive. Em exceção ao fato de que o céu está iluminado por estrelas e lua é radiante. Faz alguns anos que não vejo o céu assim.

Parece loucura, mas corro os olhos pela planície na tentativa frustrada de encontrar algum sinal de fogo.

Ao contrario do que imaginei, não há ninguém do lado de fora a essa hora.

Sento-me na grama. Meu coração ainda pulsa forte, quase saltando do peito.

Sinto a incômoda grama alta pinicar o meu quadril, mas não me importo.

Não sei se é permitido ficar vagando por aí à uma hora dessas, mas também não me importo.

Nem sei que horas são.

Fecho os olhos e respiro fundo, enchendo ao máximo os meus pulmões. O ar daqui é puro, apesar de tudo.

Abro-os novamente. Vejo uma figura, um vulto passar por entre as árvores á minha direita.

Olho mais atentamente.

Nada.

Está tudo tão quieto que posso ouvir a minha respiração, ainda ofegante.

- O que faz aqui sozinha a essa hora?

Meu coração dispara.

- Matthew! Nunca mais faça isso, quase me matou de susto. – grito, levando as mãos frias ao pescoço.

- Tudo bem, só... – ele senta-se ao meu lado – não grite.

Coloco as mãos na grama, apoiando todo o meu peso sobre os meus braços.

- Eu tive um pesadelo – digo, sabendo que ele não irá perguntar – Foi quase como um devaneio ou algo do gênero.

- Eu tenho isso toda hora – diz, inclinando a cabeça para cima e fechando os olhos.

A brisa é calma e traz consigo um leve aroma de terra molhada.

Isso me lembra a minha infância, quando  meus pais reuniam a família, e íamos para a fazenda do meu tio.

Eu passava horas e horas sentada na grama, apenas apreciando a paisagem.

Exatamente com estou agora.

Sinto um leve cheiro de fumaça.

Matt ainda está com os olhos fechados.

- Sentiu isso? – pergunto, quase sussurrando.

- Isso o que? – diz ele, no mesmo tom.

- Cheiro de... Fumaça. Não está sentindo?

- Não. – Responde com firmeza, alguns segundos depois. – É coisa da sua cabeça.

Isso também?

Então agora eu estou imaginando cenas estranhas e sentindo cheiro de fumaça assim, do nada.

Legal, eu mal cheguei aqui e já estou pirando.

Ele ri.

Não sei o motivo e franzo o cenho.

- O que? – pergunto. A minha fala soa baixa, quase como um murmúrio.

- Nada – ele diz – Só achei a cena meio... Irônica.

Olho para ele. Permito-me espiá-lo mais, enquanto ele mantém os olhos fechados.

Pela primeira vez reparo que ele tem um piercing em uma das sobrancelhas escuras.

Mesmo de olhos fechados, ele permanece misterioso, quase indecifrável.

Conversar com ele é um enigma.

Matthew levanta-se, em silêncio.

- Boa noite novata – murmura.

Um sorriso idiota se estampa no meu rosto, enquanto ele desce a colina, cauteloso.

Olho para o lado novamente. O sorriso bobo se desfaz.

Vejo uma pequena mancha escura.

Escura como carvão.

Eu sabia.

Não fora só um sonho.




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