Fire Signs escrita por Sissa Melo


Capítulo 6
Thunder


Notas iniciais do capítulo

OIEM óia eu aqui de novo
Hue
Bom, a música é Thunder, da banda Boys Like Girls, se tiverem alguma sugestão em relação a outras músicas é só deixar o nome e a banda/cantor nos reviews :D
Boa leitura o//



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– Tudo bem - falo - Acho que a partir daqui já consigo me virar sozinha.

Ele solta um riso irônico e me encara por alguns segundos.

Ele sempre parece tão seguro quando fala. A minha teoria é que ele escolhe cuidadosamente cada palavra, antes de dizê-las.

– O que foi?

– Você mal chegou e já bagunçou tudo.

Sorrio. Não sei se isso foi um elogio, mas vou considerar.

– O que quer dizer com isso?

Ele dá de ombros.

– Você parece um trovão. É barulhento, mas se não se aproximar tanto, é inofensivo.

Boa comparação.

– Além de ser invisível para alguns. – completou.

Olho-o atentamente.

– Entenda como quiser – Entrega-me a última mala e dá as costas.

– Obrigada – digo, um pouco baixo demais.

Observo-o descer os três degraus em direção ao outro corredor, enquanto passa as mãos pelos cabelos escuros.

Ele faz isso quando está nervoso, é notável.

Viro-me novamente para a porta de madeira descascada. Alguns centímetros a direita, posso ver uma pequena caixa com a chave do quarto dentro.

Abro-a.

O quarto é pequeno e sem-graça. Exatamente como todos os outros cômodos em que já estive nesse lugar. Tudo parece tão precariamente antigo.

A iluminação é fraca, mas posso ver um galho de ervas daninhas escalando as paredes, onde a tinta descasca.

Suspiro. Não queria estar aqui.

Empurro com força a porta, que range. Cerro os dentes. O barulho me dá angustia.

Arrasto a minha bagagem para dentro do quarto.

O chão é de porcelana branca. A única coisa bonita nesse cômodo, por sinal.

Tudo aqui é branco e cinza.

Inclusive a cortina. Que é muito, muito feia.

À medida que aporta bate com o vento, jogo-me em cima da cama. Estou exausta.

Fecho os olhos e por automático recapitulo todo o meu dia. Isso sempre me ajuda a dormir.

Não que eu precise de tanta ajuda assim, afinal, acho se deitar agora só acordo semana que vem.

Relaxo todos os meus músculos e estico-me para alcançar um dos interruptores, ao lado da minha cama.

Agora, a única luz que ilumina o quarto vem do corredor, que entra pela janela, provocando sombras pelo armário e as paredes.

Tento imaginar a que elas se assemelham, mas não consigo pensar em nada.

Só fecho os olhos e relaxo.

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Estou sentada sob a grama seca. Ainda é de noite, mas não vejo a lua nem as estrelas.

Ando sem rumo, chutando alguns pedregulhos que cruzam o meu caminho.

O vento frio sopra frio.

Estou indo a algum lugar especifico. Não sei onde, nem o porquê, mas sei que preciso chegar lá agora.

Seja onde for.

As batidas do meu coração aceleram-se, dando espaço a um sentimento de liberdade.

A adrenalina e o medo misturam-se, correndo pelas minhas veias.

Acelero o passo. Agora estou correndo.

Sinto gotas de suor acumularem-se sobre minha testa e escorrerem por minhas sobrancelhas. 

Sinto um calor abafado atrás de mim.

Viro-me.

Está longe, mas posso ver um grande círculo de fogo.

E tem alguém no meio dele.

Não consigo ver seu rosto, pois ele está de costas, mas percebo que não está se importando nem um pouco com a situação.

Preciso avisá-lo para sair dali, pois sinto que algo terrível acontecerá se ele continuar ali, parado.

Mas ao mesmo tempo, algo me impede de chegar perto dele.

Abro os olhos, ofegante.

Estou deitada na cama, com o travesseiro no chão.

Recupero o fôlego.

Isso foi real demais para ser apenas um pesadelo.




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