Dad And Dad? escrita por MAHximum


Capítulo 1
Capítulo 1: Meus DOIS pais


Notas iniciais do capítulo

Certooo, eu estou definitivamente animada e nervosa por estar postando aqui! TO COM MEDO QUE NINGUEM LEIA ç_ç'
Ou pior... PODEM LER E NÃO GOSTAR! ç_ç'
Mas eu não vou descobrir se não postar, até agora quem leu gostou então...

AI, EU FALO DEMAIS DELS! :X'
Boom proveito :D



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Certo, não que eu não tenha uma vida boa, mas... Sei lá, ela é tão estranha.
Definitivamente não tenho uma vida normal.
Não, não tenho poderes ou sou uma experiência genética. Quero dizer, eu sou normal, minha vida que não é!

A começar pelo meu nome: Allinton. QUEM EM SÃ CONSCIENCIA DÁ O NOME PRA FILHA DE ALLINTON? Provavelmente era pra ser Allison, mas meu pai deve ter cometido um erro. Ou simplesmente queria um nome extravagante e diferente pra mim.

Pensando bem, a segunda opção parece mais aceitável vindo do meu pai... É, deve ter sido isso.

Depois do meu nome vêm as minhas roupas. São basicamente todas masculinas. O que eu até entendo já que sou a única mulher em casa e até a pouco tempo não podia fazer compras sozinha.

Ah, não vou ficar listando as coisas estranhas, porque minha vida é estranha no geral. Desde os meus amigos até os meus pais. Na verdade, é por culpa deles que minha vida é estranha. DEFINITIVAMENTE ELES SÃO OS CULPADOS!

AI MEU DEUS, VOU FUGIR DE CASA DEPOIS DISSO!!!

Não, acho que não tenho coragem de fugir. Se não eu já estaria bem longe daqui há muuuito tempo...

Não que eu não ame eles, é só que ter dois pais... é um tanto constrangedor!

Acho que deixei meio totalmente incompleto o lance de ter dois pais...

Okay, me deixa explicar esta história direito.

Logo que eu nasci, minha mãe morreu. Fui para um orfanato e com menos de um ano de idade eu fui adotada.

Por um casal um tanto peculiar.

Um casal...

...gay.

Agora você entende quando digo que minha vida é estranha?

Eu tenho literalmente dois PAIS. Lucius e Reinald Hanckson.

Eu amo muito os dois, mas às vezes me sinto mal por ser a única mulher em casa. Quando eu era pequena queria ser como eles, um homem. Usava cabelo curtinho e blusas largas achando que cresceria barba no meu rosto. E os dois nunca me disseram que isso não ia acontecer, só aceitei a realidade quando meus peitos começaram a crescer e eu entendi que não era como eles.

Eu já pensei, durante momentos totalmente sombrios, em separar os dois. Não que eu me orgulhe disso, mas Reinald já foi hétero e eu acreditava que seria fácil o fazer ter uma recaída. Como me enganei! Descobri um pouco depois que ele era hétero até o Lucius aparecer na vida dele, depois disso eles se casaram e estão juntos a 14 anos. Isso é o pouco que eu sei sobre como eles se conheceram e tal, eles não gostam de me contar nada a esse respeito. Mas de uma coisa eu sei e eles nem precisam me dizer, basta olhar pros dois juntos: eles se amam, e não é pouco.
Acho que com o tempo, vocês vão ver...

 

 

- ACOORDA! O DIA ESTÁ LINDO E VOCÊ TEM AULA!

Foi assim que eu acordei na primeira segunda feira de aula após as férias.

Alguém berrando. Janela aberta com claridade nos meus olhos. O som ligado em uma estação de radio bem aleatória. E alguém arrancando minhas cobertas.

Belo jeito de começar o novo semestre.
Abri os olhos e vi um dos meus pais, Lucius. Cabelo curto e preto, pele clara, altura baixa e olhos azuis. Ele não é feio, mas também não é o tipo de cara por quem você baba, principalmente aos 38 anos. Lucius é gay, GAY MESMO! Ele com certeza tinge o cabelo porque nunca vi um cabelo branco sequer. Sem dizer que usa mais produtos pra pele e pro cabelo que eu e Reinald juntos.

- Ai Lucius! Desliga esse radio pelo amor de Deus! – Esfreguei os olhos e me levantei lentamente, lembrando do sonho maravilhoso que eu estava tendo com sorvete, algodão doce, paçoca, refrigerante e... mais comida.
Serio, eu preciso fazer uma dieta urgente!

- Lucius? – Ele ergue a sobrancelha recentemente feita. - Não desligo até você me chamar de modo correto! – Lucius pode ser bem irritante e infantil. Na verdade ele É irritante e infantil. Principalmente com o Reinald... Nunca entendi a relação deles, pra ser sincera! Só sei que dá certo.

- Pai... - Falei em tom de tédio. Se tem uma coisa que os dois não suportam é que eu chame eles pelo nome. Acho que eles têm medo de que eu não os considere como pais. Mas eu considero, só não sei como demonstrar. - ... DESLIGA AGORA!

- Hum, certo. – Ele encarou o radio por um tempo e depois começou a apertar todos os botões. Digamos que a tecnologia nunca foi o forte do meu pai... –Desisto! Vou chamar o Reinald...

- NÃO! Eu posso arrumar... – Gritei. É impressionante o fato de que tudo que Lucius não consegue fazer ele chama o Reinald. EU ESTAVA NO QUARTO! DO LADO DO RADIO! ELE PODIA PEDIR PRA MIM! Mas nããão, é sempre: MIMIMI, REINALD! ME AJUDA!

- Sério? MINHA MENININHA INTELIGENTE! – Ele berrou e depois me abraçou. Não de um jeito: “eu te amo filha”, tava mais pra: “vou esmagar sua cabeça, MUAHAHA!”. Escandaloso, essa é a definição de Lucius. Ele faz o maior tumulto por coisas minúsculas, SEMPRE.

Enquanto eu desligava o radio ele abriu meu armário separando alguma roupa que ele considera ideal pra se usar no colégio.

– Que bagunça seu armário está, Allinton! Eu arrumei semana passada! Você tem uma fuinha morando aqui ou..ou..ou um mamute? Como consegue fazer tanta bagunça em poucos dias?

- Eu arrumo depois, pai... - Resmunguei. Não estava a fim de brigar de manhã. – Agora deixa eu me arrumar em paz! – Empurrei Lucius pra fora do meu quarto. Depois só ouvi:

- Reinald é quem vai te levar hoje!

Abri a porta automaticamente.

- TA BRINCANDO NÉ? – Minha expressão era de desespero e Lucius não entendeu o por que. Mas é bem simples: Reinald geralmente acorda às 10 da manhã, quando ele tem que acordar mais cedo, digamos às 6 da manhã, ele fica em um completo mau - humor. Sério, dá medo!

- Não estou. Ele tem uma reunião às sete e meia, então ele vai te levar pro colégio. –Lucius parou e pensou um pouco. – Tudo bem que o lugar aonde ele vai é pro lado oposto do seu colégio, mas isso são só detalhes. –Ele abanou a mão no alto como se estivesse se livrando de um pensamento ruim.

- Sério Lucius, digo, pai! Me leva, por favor!

- Hum, deixa eu pensar... – ele colocou a mão no queixo como se coçasse uma barba invisível. - NÃO! Hoje será meu dia de descanso...

- Descansar do que? Você nem sai de casa pra trabalhar! – Lucius trabalha com uma loja virtual. Na verdade ele era advogado, mas quando eles se casaram ele resolveu deixar de ser advogado e virar vendedor. Ele não sabe desligar o radio, mas sabe mexer em um computador... Lucius é um mistério pra mim.

- Em compensação eu limpo a casa, faço a comida, varro o quintal, arrumo seu armário, que já está bagunçado, e muitas outras coisas! – Certo, ele é basicamente uma dona de casa...

- Okay, vou me arrumar. Tenha um bom dia! – Dei um beijo no rosto delee voltei pro quarto. Em cima da cadeira que fica do lado do armário tinha uma roupa totalmente ROSA! Certo, é o Lucius.

Peguei uma roupa menos extravagante, basicamente uma blusa roxa, um casaco preto por cima, jeans escuros e um tênis. Esperava não me destacar entre os outros alunos, sempre gostei de ser invisível. Meu material já estava separado há uma semana, então foi só pegar a mochila. Desci e vi Reinald na cozinha, calado com o jornal, lendo de cara fechada.

Reinald, diferente de Lucius, é realmente lindo. Agora com 40 anos ta mais pra galã de novela, mas aposto que quando era mais novo era o tipo: "gato me pega e me faça mulher". Ele é loiro, olhos azuis, alto, musculoso e com um bronzeado natural. Reinald é homossexual. Não gay. Homossexual!

A diferença, que eu descobri por mim mesma aos longos dos anos, é: O gay (Lucius) é super orgulhoso de sua opção sexual, nenhum pouco discreto, tem AQUELE jeito que todo mundo repara e sente atração por homens em geral. Já o homossexual (Reinald) não demonstra ser gay, é discreto, não tem aquele jeito, quase ninguém repara que é gay e (pelo menos o Reinald) não tem atração por qualquer homem, só pelo Lucius. E poucos outros caras, não que ele tenha me dito, mas eu reparei.

- Bom dia, pai. – Me aproximei de Reinald, que nem tinha tirado os olhos do jornal, e o abracei. Ele inicialmente não reagiu, acho que estava concentrado demais lendo, mas após algum tempinho levantou a cabeça e me viu.

- Ah, oi filha. – Respondeu de um jeito frio. Geralmente ele é mais carinhoso comigo. E com o Lucius também, ele é o tipo romântico e fofo. Sei que é um pecado pensar isso levando em conta que ele é meu pai, mas se ele tivesse minha idade...

- Quer que eu prepare o café da manhã? – Perguntei tentando animá-lo, odeio o silencio.

- Lucius já preparou. – Ele apontou pra mesa com a cabeça pra mesa com suco, pão, pratos e tudo mais. Me senti culpada por achar que Lucius não precisa descansar.

- Não vai comer, pai? E não me diga que já tomou o café da manhã porque estou vendo seu prato em cima da mesa.

- Estou sem fome. – Curto e grosso.

Sentei e comecei a comer, Reinald ficou parado fingindo ler jornal e me fitando todo o tempo. Eu podia sentir os olhos dele sobre mim, isso me assustava.

Terminei o mais rápido que pude e fui ao banheiro escovar os dentes podendo assim, ficar longe do meu pai. Quando voltei pra cozinha ele não estava mais lá, já me esperava no carro. Com a mesma expressão fria de quem acordou com o pé esquerdo. Eu entrei no carro e partimos.

Quando Lucius me leva pro colégio ele fala um monte, pára em qualquer semáforo (mesmo que esteja verde) e põe uma radio bem aleatória pra tocar. É um desastre.

Com Reinald o mínimo barulho parece um som ensurdecedor de tão quieto que ele fica. É outro desastre.

- Vai defender hoje? – Perguntei tentando puxar algum assunto sobre o trabalho dele. Reinald é advogado, assim como Lucius era, me pergunto se foi assim que eles se conheceram, mas nunca tive essa resposta.

Mas ao invés de uma resposta normal, ele olhou pra mim por uma fração de segundos com uma cara assustada e meio corada.

Okay, definitivamente não quero saber no que ele pensou! Seria informação demais pra mim...

- O que? Do que você está falando, filha? – Ele perguntou com a voz um pouco tremula assim que voltou a olhar pra frente ainda desconfortável.

- Seu trabalho - Esclareci. – Lucius disse que vai ter uma reunião hoje.

- Ah, é verdade...- Ele suspirou. – Ainda não sei se vou ficar na defesa desse caso, mas de qualquer jeito, você não vai me ajudar dessa vez...

Acho que pelo fato de Reinald ser advogado e Lucius ter sido durante um tempo, eu peguei paixão por essa profissão. Portanto, sempre que Reinald defende um caso, eu o ajudo! Mas ele me recusar parecia totalmente injusto!

- QUE? ISSO É TÃO INJUSTO! POR QUE FAZ ISSO COMIGO, PAI? – berrei o que definitivamente não agradou meu pai.

-É um caso que envolve mortes. Não quero você metida nele! –Ele nem tirou os olhos do caminho, mas senti seu olhar frio.

- Que tipo de mortes? – Perguntei curiosa. Ah, sou uma menina no meio da adolescência então morte é um assunto interessante. Eu acho...

- Não sei ainda, mas você está fora desse caso... – Ele parecia inflexível. Pra qualquer um que não soubesse seu ponto fraco: Lucius.

- Isso é enormemente injusto, pai! Aposto que vai deixar Lucius participar! – Falei em tom provocativo e o efeito foi quase instantâneo. Reinald engoliu em seco, ou ele havia esquecido de Lucius e seus palpites ou ele estava com medo de dizer para Lucius que ele estava fora do caso.

- Não vou não. – Ele respondeu tentando disfarçar o nervosismo. É, a segunda opção estava correta. – Vocês dois se metem demais no meu trabalho e sempre dão opiniões contraditórias! Pelo menos esse caso será meu. Só meu!

Hum, é verdade, eu e Lucius adoramos meter o nariz aonde não somos chamados. E  também temos opiniões opostas. Se ele diz preto, eu digo branco, se ele diz grande, eu digo pequeno, se ele diz em cima, eu digo em baixo e por aí vai...

- Quando vai falar pro pai? - Perguntei novamente cutucando a ferida.

- Quando ele tocar no assunto. – Francamente eu acho que Lucius já havia tocado no assunto logo que acordou. Mas Reinald não teve coragem de dizer que iria resolver o caso sozinho, com certeza não tava a fim de brigar e ouvir um escândalo às seis da manhã.

- Mentira, vai deixar ele participar! – Acusei esperando que ele respondesse algo do tipo: “claro que não vou!”, mas ele ficou quieto. – PAI, VOCE NÃO VAI TER NEM A DESCÊNCIA DE NEGAR QUANDO TE CHAMO DE MENTIROSO?

- Isso seria outra mentira... – Ele respondeu  meio sem graça. – Desculpe filha, mas realmente não to com paciência pra ouvir escândalo do seu pai hoje, então eu acabei aceitando que ele me ajude.

- Lucius consegue tudo na base do escândalo! É pior que criança! Posso fazer isso também, sabia?! – Eu já estava indignada.  Lucius tem 38 anos! TRINTA E OITO! Além de que é casado e tem uma filha. MAS É PIOR DO QUE EU JAMAIS FUI! Eu também quero conseguir tudo armando barraco...

Acho que ele leu meus pensamentos, pois quase pulou do banco e me olhou com cara de preocupação e desaprovação.

- NÃO MESMO! – ele foi direto. – Eu já tenho uma bicha histérica em casa e não preciso de outra! A ultima coisa que eu quero é uma mini Lucius! NEM PENSE EM UMA COISA DESSAS, ALLINTON! – Ele estava mais com medo do que preocupado. Mas se eu fosse ele também estaria, segurar as pontas com duas pessoas escandalosas em casa deve ser impossível. Principalmente quando uma delas tem recursos bem baixos, me refiro a Lucius, que quando não consegue a base da choradeira, tenta... hum...outras coisas que prefiro não saber. Reinald cede, sempre.

- Como se fosse possível eu ficar como meu pai. Pra ser como ele só nascendo de novo. NASCENDO HOMEM E GAY! – Reinald levantou as sobrancelhas claramente querendo dizer: “Oi, eu estou aqui. Sou homem e gay, e ai?”

Eu meio que me esqueço que Reinald também é gay, sei lá, ele é tão diferente de Lucius. Minhas conversas com ele não envolvem o capitulo anterior da novela, por isso muitas vezes eu acabo dando uns foras desse tipo perto dele.

- Não foi isso que eu quis dizer, pai. – Ele continuou me olhando com a mesma cara. – Desculpe... – Abaixei o rosto e fiquei olhando pro chão, mais alguns minutinhos e já estaria no colégio. Só precisava sobreviver esses minutinhos.

- Você... – Reinald parou por uns segundos e olhou pra frente com uma cara pensativa. – Você não é muito diferente dele.

QUEEE? COMO ASSIM? AH, CLARO! TUDO QUE EU QUERIA OUVIR AS SEIS E MEIA DA MANHÃ É QUE EU ERA PARECIDA COM MEU PAI! PAI LUCIUS!
AH, MUITO OBRIGADA VIDA!

- Certooo... Isso era pra ser um elogio ou um insulto? – Reinald parou um pouco pra pensar. Acho que nem mesmo Reinald, que casou com Lucius, acha que ser parecido com ele é um elogio. Depois de muito pensar ele respondeu:

- Um comentário. – Ele falou e logo depois destrancou a porta. Foi quando percebi que já tinha chego ao colégio. – Boa aula!

Soltei o cinto de segurança, me inclinei e dei um beijo de despedida no meu pai. Abri a porta olhando pro colégio, ia ser um desafio. Antes de fechar a porta acenei pro Reinald e segui pra dentro do colégio tentando ser invisível.

Fase 1 do meu dia: Casa? Foi completa!
Fase 2: Carro? Foi completa!
Fase 3: colégio? Boa sorte pra mim...


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Notas finais do capítulo

AEAEAE, sobrevivi ao primeiro capitulo! *O*
Cara, eu me identifico TANTO com a Allinton! *--* não que meus pais sejam gays e tals, mas seila, o jeito dela e tudo mais... *-*
E o Lucius me seduz com muito vigor -QQ
Pena que não deu pra colocar Lucius e Reinald na mesma cena nesse capitulo, mas ja dá pra entender que vai ser toda aquela melação misturada com pegação, HOHOHO :X

Espero que tenham gostado! :D'
E quero comentarios .-.'

Valeeu de novo *-*
bjs, MAH.