Heart In Flames escrita por arya


Capítulo 17
Capítulo 17 - Instruções


Notas iniciais do capítulo

*-* fic de volta



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Poseidon não apareceu naquela noite. De certa forma, Piper já esperava que isso acontecesse. Deuses sempre têm algo mais importante pra fazer. A boa notícia? Dois dias depois ele enviou um pacote. A má era que ninguém sabia o que fazer com ele.

Jason não falava com Piper desde a maravilhosa conversa que eles tiveram, e de certa forma era até previsível. Jason era o pretor, não estava acostumado a ter suas ordens questionadas. Ter que implorar por algo já era humilhante, e ter isso recusado era ainda mais. É por essa razão que ele tinha tantos desentendimentos com Percy. Mas nesse caso era bem pior. Talvez isso possa durar um tempo. Mesmo assim ele estava um tanto... Estranho. Piper rapidamente afastou o pensamento de que ele pudesse ter enlouquecido outra vez.

Já Leo, parecia radiante como nunca. Os dois tinham decidido que não iriam oficializar o namoro até que tudo estivesse resolvido. Ela esperou tanto tempo, não morreria por esperar mais um pouco. E realmente precisavam se focar na missão. Todos sentiam que algo decisivo estava próximo.

Nico estava muito distante de todos. Procurava desesperadamente de todas as maneiras que conhecia uma forma de tirar o casal do Tártaro. Mas todas as opções que tinha precisavam que ele abrisse mão do mundo, ou de alguém. Mesmo sendo filho de Hades e entendendo que a morte é algo natural, a dor de perder alguém não era fácil de aceitar e suportar.

Piper caminhou com o pacote nas mãos, pensando no que fazer com ele. Ela o colocou no centro da mesa de refeições do Hotel.

–E o que vamos fazer com isso? Eu não abri ainda. Queria que todos estivessem aqui para ver junto comigo. Bem... Talvez não todos, mas a maioria de vocês. –Jason não havia saído do quarto. Ela pegou o pacote, e removeu o embrulho. Quando terminou havia mais uma camada, e mais uma, e então mais uma. Estava começando a ficar irritante. Depois de uns três minutos, a caixa tão grande estava reduzida a um envelope. Ela retirou um bilhete dele.

–“Procurem Aglaea. Ela foi esposa de Hefesto há muito tempo, uma das três Graças, filha de Zeus. Afrodite e ela se odiavam, tanto por representarem ambas a beleza e amor, quanto pela disputa pelo deus. Como vingança, Afrodite a obrigou a ficar para sempre nessa ilha guardando o cinto. Aglaea é amargurada desde então, e jamais perdoará Afrodite, então tomem cuidado. Ela não vai querer cooperar com vocês. Vai propor algum desafio impossível para testá-los. Espero que dê tudo certo! Boa sorte, amigos.” –Piper sentou-se. – Que ótimo.

–Ah, pense pelo lado bom, Pipes: É algo ligado com nossos pais, então acho que podemos ter alguma ajuda, certo? Além do mais, essa tal de Aglaea não deve ser nada comparada a você. O cinto é seu, e se ela não quiser admitir isso, eu dou um jeito. –Leo deu aquele sorrisinho travesso típico dele, que fez com que Piper se sentisse apaixonada e ao mesmo tempo assustada. Com “dar um jeito” ele podia querer dizer que iria construir algum autômato para acabar com Aglaea, ou fazer as tatuagens do Team Leo novamente para seduzi-la enquanto alguém furtava o cinto. Piper sentiria muito ciúme se fosse a segunda alternativa, mas... Bem que ela adoraria vê-lo sem camisa. Talvez manter o foco não fosse sua especialidade.

–É, eu podia me transformar em uma águia e arrancar a cabeça dela enquanto Hazel atraía o cinto. Somos uma boa dupla, não somos? –Frank ficava muito engraçado quando queria se aparecer para a namorada. Só não ficava mais engraçado do que as tatuagens do Team Leo. Talvez manter o foco realmente fosse algo fora das forças de Piper.

–Bem...Obrigada todos vocês. Sei que seriam incrivelmente maravilhosos em acabar com Aglaea, mas talvez seja mais fácil simplesmente cumprirmos o desafio que ela propor. Não pode ser tão difícil... E eu tenho a impressão de que será algo direcionado à mim. Não tenho certeza de nada, é só... Uma intuição.

–Com intuição você quis dizer aquela sua adaga de maus agouros? –Leo brincava com os talheres usando uma mão, e com a outra pegava a de Piper por baixo da mesa. Ela fingiu não perceber. Não que fosse incômodo, claro.

–Vamos dizer que eu apenas sei.

***

Eles saíram do hotel. Jason os acompanhou, mas totalmente calado. Concordou quando lhe disseram as instruções, e seguiu em silêncio. Não fosse por um vento frio que de tempos em tempos lhe dava um arrepio na nuca, Piper não perceberia que Jason estava lá. Ela queria abraçá-lo, dizer que estava tudo bem, e que ele logo perceberia que o tipo de amor entre eles era diferente. Mas apenas continuou andando.

Sua adaga realmente lhe mostrou coisas. Porém, sobre o desafio ser para ela, foi um sonho. Um daqueles sonhos em que conversa com sua mãe.

Fazia muito tempo que Afrodite não dava sinais de vida (tirando aqueles bobinhos do hotel). Ela conversou com a deusa, que tinha um talento inegável para mudar de assunto serio para banal e vice-versa em questão de segundos. Conversaram sobre Jason e Leo, sobre casacos de inverno, sobre os filmes que mais gostava de seu pai, sobre a melhor cobertura para cupcake, e sobre sua atual missão. Mas o último e mais importante assunto foi totalmente vago, como se Afrodite estivesse dopada ao falar disso. Tudo que Piper conseguiu entender foi “O desafio é seu” e “Katoptris vai ajudar”.

Quando alguém lhe diz que Katoptris vai ajudar, sua reação não é exatamente uma explosão de alegria. Mas mesmo assim pegou a adaga, no meio da noite, e deixou que ela lhe mostrasse as costumeiras imagens enervantes. Havia uma gruta escura aberta na costa da praia. Depois ela percebeu que se tratava de um túnel. Entrando dentro dele, tudo era escuridão. Então diversas tochas se acenderam, revelando um caminho. E o caminho deu em uma clareira muito bonita. Parecia muito o sonho de consumo de ninfas, dríades, e demais espíritos da natureza. Sentada na pedra da cachoeira, estava a jovem mais linda que Piper já viu, exceto sua mãe. Ela desembaraçou os cabelos usando os dedos, e olhou para o céu, pensativa, como se esperasse alguém. A cena mudou. Ela viu a si mesma cheia de cortes e arranhões. Suas roupas estavam em farrapos. Jogada no chão, ela brandia a adaga inutilmente. Não havia inimigo. Lutava consigo mesma.

Atordoada, voltou a dormir. Mas seus sonhos dessa vez foram com quem menos gosta no mundo: a deusa terra com quem luta. Ela lhe disse algumas coisas horríveis, e Piper sabia que alguém iria morrer muito em breve. A missão estava acabando, e ela precisava ser forte para fazer valer todos os sacrifícios de seus amigos.

Mas agora, tudo o que podia fazer era continuar andando e aguardar o que o destino lhe reservara.


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Notas finais do capítulo

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