Maiores Pesadelos da Humanidade escrita por B Chan


Capítulo 11
Bem-vindos a área glacial!


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeee o/
Então, nesta noite trago duas coisas. Um pedido de desculpas pela demora, mas este não é novidade. E a segunda é a estipulação de uma data para atualizar a fic porque se depender do meu tempo esta historia nunca recebera um capitulo novo. Que tal novo capitulo todos os sábados? Talvez até antes, mas se passar de sábado e eu não tiver postado podem começar a pensar no meu linchamento. OK?
Este é o maior capitulo da fic, espero que gostem ^^



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Felix observa o cano de sua vorbereitet. Ele desliza o dedo pelo metal gelado terminando a circunferência batendo levemente sua unha na arma. Recebe o tilintar do metal oco em resposta. O rapaz suspira.

- Sente falta de alguém? – Pergunta um soldado sentado à frente do general no banco mais próximo a porta da aeronave.

- O que? – Responde Felix em tom forte levantando os olhos castanhos escuros para encara-lo.

- Nada – Diz o soldado.

- Ótimo – O rapaz levanta e se aproxima de um comunicador encrostado a parede. Ele aperta um botão mantendo-o pressionado enquanto fala – Marlleni, estamos próximos da área glacial?

Alguns segundos depois a voz um tanto modificada pelo radio da pilota responde.

- Estamos agora mesmo a sobrevoando. Permissão para aterrissar?

- Negada – Responde Felix – Espere mais alguns instantes.

- Creio que não seja uma boa ideia, general – Responde Marlleni – Nos encontramos a um longo tempo percorrendo o céu do ambiente, ele pode nos perceber e provocar alguma nevasca ou algo assim para congelar a aeronave em segundos.

- Ela não resiste?

- Vamos quebrar como vidro.

O rapaz abaixa a cabeça enterrando seu dedo cada vez mais fundo no botão do comunicador, suas articulações chegam a ficar brancas.

- Mesmo desta maneira me obedeça e mantenha o móvel no ar.

Assim ele solta o botão sem esperar a resposta do outro lado. Vagarosamente retorna ao assento depositando seu corpo cansado na frente do soldado. Deixa que sua cabeça seja coberta pelas mãos tremulas fazendo-as subir pelo rosto e chegar ao cabelo emburrando-o para trás.

- Não sabe como derrotar o monstro, não estou certo? – Comenta o soldado se encostando a porta e posicionando as pernas sobre o banco. Ele faz companhia ao general enquanto este decide quando irão pousar.

- Para ser sincero, realmente não faço ideia do que farei – Responde Felix apoiando os cotovelos nos joelhos e direcionando o olhar para a porta. Agora que se encontra mais tranquilo, com a cabeça literalmente mais fria, e permitiu-se dormir um pouco pensa melhor em suas decisões. Não deveria ter expulsado o cérebro da equipe, não agora.

- Podia usar metal – Sugere o soldado.

- Ele é capaz de transformar em gelo fino uma aeronave inteira, o que acha que faria com uma simples bola de metal? E não sugira uma rede, também seria congelada.

O homem dá de ombros.

- Então, fogo. Fogo derrete gelo, certo?

- Acho que não temos tecnologia suficiente para produzir uma chama tão quente a ponto de não ser congelada por ele. E mesmo se tivéssemos onde a armazenaríamos? Algo tão potente derreteria até o metal mais resistente de qualquer arma.

- È, estamos em um beco sem saída – Responde o soldado.

Silencio se segue.

- Talvez eu devesse telefonar para Theodor – Diz o rapaz.

- E se redimir?

- Talvez.

- Caramba! Fotógrafos! Câmeras! Alguém apareça para registrar este momento! O grande Felix vai pedir desculpas a alguém!

O soldado levanta e sacode as mãos enquanto fala ironizando a cena. O general se levanta e quando passa pelo companheiro dá-lhe um leve tapa na nuca. Assim vai para uma sala onde há telefones que são utilizados para se comunicar com pessoas fora da aeronave, visto que não é fácil encontrar sinal em certas áreas.

Felix encontra a sala cheia de soldados telefonando para suas famílias. Muitos deles se localizam de costas deste modo não notando a presença do rapaz quando entra.

O general para próximo a um soldado esperando-o deixar o telefone, enquanto isso observa um de seus homens, um dos melhores, conversar com alguém do outro lado da linha.

- Já estamos na área glacial – Diz ele de forma baixa – Aqui é frio.

O ultimo comentário tem tom de piada, mas soa um pouco agonizado.

- Vai ficar tudo bem – Continua – Não há porque se preocupar.

A pessoa do outro lado responde.

- Sim. Eu sei que ele é poderoso e perigoso e tenebroso e tudo mais, porém vou tomar cuidado.

Por um longo tempo a pessoa do outro lado fala.

- São ordens do general Felix – Responde o soldado por fim.

A pessoa faz mais um discurso. Depois de um tempo o homem ao telefone suspira.

- Acontece que Felix não tem família como nos. Ele deve ter perdido o amor familiar há muito tempo. Perdeu seus pais para uma doença, o que lhe restou foi à irmã, que logo se tornou vitima de um monstro. Por conta disso pensou apenas na vingança, esqueceu-se de viver a vida, conhecer pessoas, nunca deve ter tido nem sequer uma namorada.

O general começa a se aproximar analisando a cena.

- O coração dele já deve ter virado pedra há tempos... De qualquer forma caso eu não volte...

A pessoa do outro lado parece interrompê-lo brutalmente, na proximidade do rapaz é possível ouvir seus gritos de desespero.

- Dê um beijo em Ty e Gigi por mim. Adeus.

Assim o homem desliga o telefone parecendo entristecido e vira-se de vagar. De repente nota a presença de Felix a suas costas. Ele se encontra de braços cruzados. Alguns fios de seu cabelo lhe caem pelos olhos fulminantes contribuindo para sua expressão de reprovação.

- Desculpe Luis, não pude deixar de ouvir sua conversa – O general começa a andar para perto do telefone – Você tem razão. Nunca tive uma namorada, muito menos mantive amizades, acertou nesta parte. Infelizmente errou quando disse que não vivi a vida.

O rapaz abre os braços.

- Está é minha vida. O destino a escolheu e, me desculpe, mas estou vivendo-a como ninguém jamais conseguiria.Porém, está vida é apenas minha. Vocês não precisam tomar minha luta, a vida de vocês não se resume a isto, têm também suas famílias, se encontra totalmente certo em relação a isso.

- Me desculpe eu.. – O soldado parece envergonhado.

- Não sabia que eu estava ouvindo? Se tivesse teria dito diferente? Ah, que bom, então faça o seguinte.

Felix aperta alguns botões no telefone mandando-o repetir o número discado antes.

- Fale com quem estava conversando antes, comigo aqui desta vez.

Ele entrega o telefone ao homem.

- E não se esqueça de dizer que não ira nesta missão.

- Estou despedido?

- È claro que não. Apenas está dispensado da missão. Pode ir para casa, e, tirar feiras! Aliás, todos aqui, todos desta aeronave podem tirar férias! Aproveitem! Vejam suas famílias, divirtam-se enquanto este aqui, do coração de pedra, se empenha em capturar o ultimo pesadelo para livrar a humanidade.

Dito isto Felix deixa o telefone com o soldado e se dirige ao comunicador da parede que permite apenas a conversa interna.

- Marlleni – Diz – Pode pousar onde achar melhor. Eu vou descer. Não dê ordens para os outros fazerem o mesmo. Somente eu irei nesta missão. Ah, tenha boas férias.

O rapaz sai da sala indo em direção a outra onde se localizam equipamentos. Todos os outros ficam no ressinto olhando admirados a porta que acaba de se fechar. A voz do telefone questiona.

- Que houve?

- Não sei – Responde o soldado – Acho que o general está louco.

                                      X-X-X

A aeronave acabou de estacionar e abandonar Felix. O rapaz está equipado com todas as armas que encontrou nas salas, algumas ele não tem conhecimento se funcionam e outras nem sabe manipular.  Seus dedos tremem ao redor do vorbereitet . Talvez por frio, ou quem sabe por medo, pois está é a primeira vez que ele desembarca para uma missão sem ter um plano em mente. Marnlleni que insistiu em vir desce da aeronave parecendo um enorme urso pardo com todos aqueles casacos lhe cobrindo o corpo.

- Está bem agasalhado, general? – Ela segura no casaco grosso do rapaz e o sacode. Felix tira sua mão.

- Sim – Responde friamente – Você parece minha mãe.

- Eu tenho este instinto quando estou com você – Responde ela apertando a bochecha do rapaz - Acontece que você é tão jovem e pequeninho para estar envolvido neste tipo de coisa que me faz querer te manter vivo.

Felix afasta a mão da mulher novamente.

- Tem certeza de que quer vir comigo? – Pergunta.

- Claro – Responde Marlleni – Não tenho uma família ou algo assim que me espere viva em casa.

- Certo – Diz o general – Mas tem certeza de que vai se lembrar de como sobreviver...

- Claro! Vinte anos treinando na Dex-dawn nunca se esquece!

O que poucos soldados sabem é que Marlleni já servira a Dex-dawn no campo militar. Ela era uma das melhores de sua época. Agora, que se encontra com quarenta anos e não tem mais capacidade física para exercer a função, trabalha como pilota.

- Certo – Os dedos de Felix continuam a tremer, mas isto não se deve ao frio – Vamos começar a caçada.

Assim o casal adentra vagarosamente a floresta congelada e sombria da área glacial. A nevoa provocada pelo frio intenso torna a visão difícil e os flocos estalando de baixo da sola dos sapatos de Marlleni e Felix é o único som que pode ser ouvido, além do ressoar leve do vento.

Em posição de ataque o rapaz escuta um estalo. Este o faz saltar direcionando a arma para todos os lados.

- Quem está ai? – Pergunta ele ligando o vorbereitet velozmente.

- Felix – Chama Marnelli. Com o susto que o general leva novamente quase atira na companheira – Está tudo bem. Sou eu.

Ela revela um galho coberto de neve em sua mão. Em seguida tenta subir em uma arvore escurecida e seca.

- O que pretende fazer? – Questiona Felix.

- Localizar onde estamos e por onde devemos seguir.

A mulher começa a escalar os galhos secos com habilidade. Um deles quebra debaixo de seus pés, mas ela se segura a outro ficando pendurada por um braço.

- Cuidado – Diz o general se aproximando para caso a pilota caia.

Se recuperando a mulher some em meio aos galhos. O silencio toma conta do lugar e a ausência de uma companhia próxima faz Felix se sentir ameaçado.

- General – Grita ela de cima – Eu achei uma coisa. Uma coisa muito suspeita.

- Me diga o que não é suspeito nesse lugar – Responde o rapaz com a voz num tanto tremulo.

- Não. È bem estranho – Diz ela. Pode se ouvir os galhos produzindo sons enquanto a mesma desce – Acho que é melhor conferirmos.

Deste modo a mulher começa a se dirigir para a direção onde viu a tal coisa suspeita. Felix a segue com sua arma ainda posicionada. Logo o casal chega a um lugar da floresta sem arvores secas. Seu chão não é coberto por neve e sim por gelo brilhoso formando uma estrutura lisa que parece ter sido lustrada.

Um lago congelado.

Sem qualquer cautela Marlleni pisa no gelo fino e começa a andar sobre o mesmo. Sob seus pés o gelo estala devagar.

- Marlleni – Diz Felix segurando seu braço – Saia dai, pode rachar.

Marnelli olha para o chão congelado em seguida eleva os pés em um salto. Ela dá vários pulinhos até que o rapaz a faz parar.

- Pare com isso. Está maluca?

- È seguro, o gelo está grosso – Responde se virando de costas para o general e seguindo pelo caminho – Foi aqui que vi a coisa estranha.

- O que foi que viu exatamente? – Pergunta Felix pisando calmamente no gelo também.

- Um ponto preto.

- Um ponto preto? Que tem de estranho nisso?

- Ele estava aqui.

Então a mulher para de repente quase no meio do lago e aponta para o gelo congelado abaixo de seus pés. Felix para também e encara o que a mulher indica.

Ele está prestes a abrir a boca e dizer que o frio está lhe afetando à cabeça quando algo começa a se aproximar. Devagar o rapaz e a mulher veem o tal ponto preto. Ele vem lentamente como se estivesse flutuando. Têm braços, e pernas, boca e olhos. Olhos arregalados com o medo e totalmente congelados. Parece uma boneca, mas não é.

È uma pessoa.

Quando seu corpo choca-se contra o gelo um grito escapa da garganta de Marlleni.

- È a cantora! È ela! Aquela que sumiu!

- Quieta – Diz Felix se abaixando. A mulher tampa a própria boca. O rapaz desliza a mão coberta por uma luva preta pelo vidro que separa sua mão do rosto da cantora famosa.

- Não conseguimos encontra-la porque estava debaixo de um lago congelado – Diz o general analisando o cadáver com braços e pernas abertos demonstrando desespero. Em seu corpo há pequenos cubos de gelo grudados.

- Ai. Eu rezo para que este monstro cruel tenha a colocado ai depois de tê-la matado – Comenta Marlleni com a voz esganiçada. Felix analisa o cadáver. Não encontra nenhum arranhão.

- Acho que não foi bem isso que ele fez.

Assim o general levanta levemente a cabeça observando ao longe uma caverna. Em seguida se põe de pé decidido.

- Vamos até lá – Aponta.

- Não é a caverna que...

- Vamos até lá eu disse – A voz do general se torna forte - Quem sabe possamos encontra-lo.

Felix aperta seus dedos na arma em sua mão enquanto se locomove fazendo-os parar de tremer.


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Notas finais do capítulo

Preciso ser sincera. Não era para a Marlleni ter quarenta anos, era para ser jovem como o Felix, MAS como ela iria desvendar a área glacial junto dele eu comecei a ficar com ciúmes e decidi no ultimo momento mudar a idade dela, assim não rola nada u.u
Espero que tenham gostado ^^



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