– Re... Renato?

Por um momento ele também não diz nada. Olhou a namorada da cabeça aos pés por várias vezes, o que fez com que ela ficasse vermelha na mesma hora.

– Oi amor. Você não disse que vinha aqui hoje. - diz ela sem graça.

– Quis fazer uma surpresa. Como o porteiro me conhece pedi pra não interfonar. Bom... Posso entrar?

– Ah, claro, desculpa.

Barbara sai da frente da entrada, dando passagem para ele. Mal fecha a porta e já começa a dar explicações.

– A Raquel vai dormir no Everton hoje, então aproveitei pra ficar assim mais "lambona", mas já vou me trocar.

– Hei - diz segurando-a pelo braço - Não faça isso. Eu que estou invadindo seu espaço. Além do mais, está linda.

– Linda, desse jeito? Fiquei sem graça agora...

– Por quê? Você está uma gatinha.

– Ah Renato, nem vem me zoar vai...

– É sério. Você está parecendo àquelas menininhas de desenho japonês.

– Anime você quer dizer.

– Isso mesmo. - diz rindo - Sempre esqueço o nome certo.

– Vou te ensinar qualquer dia desses.

Os dois dão risada, mas parecem um tanto constrangidos e sem assunto. Renato olha para ela mais uma vez e leva uma das mãos a nuca.

– Eu ia falar alguma coisa, mas esqueci.

– Se esqueceu então era mentira. - diz rindo.

– Não era não. Mas te ver assim me deixou... Sem palavras...

– Mais um motivo pra eu me trocar.

Dizendo isso Barbara passa por Renato, sem encará-lo. Ele por sua vez lhe segura pelo pulso, trazendo-a para mais perto, de frente pra ele.

– Não faz isso, por favor. Me deixa te ver assim.

Ele leva uma das mãos ao rosto dela e o acaricia com o polegar. Ela baixa o olhar timidamente.

– Já disse que você é linda? E que sou completamente louco por você?

Renato une seus lábios aos dela e dá inicio a um beijo suave. Barbara o segura pela camisa, apertando o tecido entre os dedos. Afasta se um pouco dele, cortando o beijo.

– Renato, eu...

– Você não precisa ter medo. Nada vai mudar.

– Você promete?

– Dou a minha palavra, o bem mais valioso que tenho... Depois de você.

Barbara fecha os olhos, dando um sorriso bobo e volta a beijar Renato, que a segura pela cintura, aprofundando o beijo. Leva sua mão ao rabo de cavalo de Barbara e com cuidado o solta, entrelaçando os dedos nos fios.

Por impulso Barbara começa a andar, guiando Renato até o sofá, onde faz com que ele acabe caindo sentado. Ela senta em seu colo, ficando de frente pra ele, com as mãos apoiadas em seus ombros. As mãos de Renato passeiam por sua cintura, o que faz com que ela deixe escapar gemidos abafados.

Sem parar o beijo, que a cada minuto ficava mais intenso, Renato desce as mãos pelas coxas de Barbara, onde para na altura dos joelhos e retira suas meias.

O ar se faz necessário, então o beijo é interrompido por algum tempo. Renato está estável, mas a respiração de Barbara está ofegante e acelerada.

Ele apenas a olha. Percebendo, ela brinca.

– Faz tempo... - diz sem jeito.

Ele não diz nada, apenas sorri e tira os óculos dela, colocando ao lado deles no sofá.

– Fico estranha sem ele né?

– Não. Fica igualmente linda, com ou sem eles.

Renato segura seus cabelos e volta a beija lá. Sorri durante o beijo e se afasta para poder encarar o rosto de Barbara.

– Esperei tanto tempo por esse momento...

– Eu sei... Desculpa.

– Desculpa? Pelo o que?

– Por te fazer esperar tanto...

– Uma vez eu te disse que quem ama espera lembra? Você não tem que me pedir desculpa de nada. - diz acariciando seu rosto.

Barbara dá um sorriso seguido de um suspiro.

– E agora, qual o próximo passo? - pergunta tentando mostrar calma.

– O que você quiser.

Ela o beija rapidamente nos lábios, ficando vermelha.

– Me leva pro quarto?

– Com todo prazer.

Ele a tira de cima de si, mas a pega no colo em seguida, indo até o quarto dela. Ao entrarem no cômodo, ele a coloca no chão por um instante, ao ver que havia coisas sobre sua cama, no caso o violão e suas anotações.

– Pode colocar essas coisas no chão.

Ele faz o que ela diz, dando uma olhada rápida no caderno.

– Essas são novas?

– São. Fiz antes de você chegar.

– Anda inspirada...!

– Posso dizer que sim.

– Faz uma pra mim depois?

– Pra quem você acha que fiz essas?

Ele sorri um pouco surpreso e sem graça ao mesmo tempo.

Ela o abraça pelo pescoço, rindo da reação dele.

– Olha você também fica vermelhinho...

– Prefiro quando deixo você assim.

Renato toma os lábios dela e direciona as mãos para a regata que a mesma vestia, livrando se dela. Em seguida ela faz o mesmo com a camisa pólo dele.

Renato desliza as mãos pelas costas de Barbara, e as coloca dentro da calcinha que ela vestia, apertando suavemente o local. Pode senti la aumentar o aperto em volta do seu pescoço.

– Posso tirar?

– Pode.

Ela esconde o rosto na curva do pescoço do rapaz, que ainda com as mãos por dentro da calcinha usa os polegares para tirá-la.

Sem pressa ele vai deslizando a calcinha pelas coxas dela, até que enfim cheguem até seus pés, onde a ajuda a tirar. Ao erguer o corpo e ficar novamente de frente para ela, nota que seu rosto estava vermelho, além de ter os olhos fechados. Barbara agora estava com as mãos espalmadas no peito dele. Renato a vira de costas afastando o cabelo de seu pescoço, sussurrando em seguida:

– A cor vermelha fica muito mais bonita no seu rosto do que no meu.

– Bobo... - diz em um fio de voz.

Renato então segura seus seios e beija toda a extensão do seu pescoço, dando algumas mordidas em seguida. Ele pode sentir que Barbara já não tinha total controle das pernas e também estava deixando escapar alguns gemidos.

– Não está gostando amor? - diz rindo enquanto morde o lóbulo de sua orelha - Eu posso parar se você quiser...

– Não... Não ouse fazer isso.

– Está gostando então? - dizia ao roçar os lábios em uma trilha que ia da orelha até seu pescoço.

Ela não responde verbalmente, apenas sinaliza positivamente com a cabeça.

– Está mesmo? Quero ver se é verdade...

Ao dizer isso Renato desliza uma das mãos até a intimidade de Barbara, onde cuidadosamente introduz um dos dedos, fazendo a gemer um pouco mais alto que antes.

– Renato...

Ela joga a cabeça para trás, mordendo suavemente o queixo do rapaz, que por sua vez lhe morde o pescoço.

Barbara se vira, ficando de frente para ele.

– Chega amor, por favor. Eu... Eu preciso...

– De que? Diz amor, precisa de que?

– De você. Eu preciso de você Renato.

Ele segura o rosto dela e sorri.

– Isso é como música pros meus ouvidos sabia?

Eles iniciam um novo beijo e agora é Renato que guia Barbara até a cama. Ele a deita e enquanto ela se ajeita em uma posição confortável ele se livra das calças juntamente com sua roupa íntima. Sobe na cama e começa a debruçar-se sobre o corpo de Barbara. A jovem o beija enquanto sente o momento que enfim pode dizer que é totalmente dele.

Mesmo sendo paciente e cuidadoso Renato encontrou certa resistência no corpo de Barbara, causada provavelmente pela ansiedade do momento. Sabia que aquela não era sua primeira vez, mas isso não importava pra ele. Queria que ela se sentisse o mais confortável possível.

A cada beijo e caricia podia notar nas feições e reações dela que estava conseguindo.

Pra ambos o tempo parou dentro daquele quarto. Não havia nada nem ninguém além deles dois.

Assim foi por um longo e incalculável tempo.

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Estavam deitados e abraçados. Ela com um sorriso bobo e ele com o queixo apoiado no topo da cabeça dela.

Os olhos de Barbara estavam pesados, assim como seu coração. E ela sabia que só conseguiria tirar aquele peso de uma forma, mesmo sabendo que correria o risco de se machucar gravemente.

– Renato?!

– Diga.

– Nada vai mudar mesmo não é?

– Te dei a minha palavra não foi?

– Foi.

– Então pronto. Não vai mudar nada meu amor. Pelo menos de um jeito negativo não.

– O que quer dizer com isso? Está me assustando.

– Gatinha escaldada - diz beijando sua testa - Não precisa ter medo minha linda. Na hora certa você vai saber. Confia em mim?

– Confio.

– Então relaxa. De hoje em diante só mudanças boas esperam pela gente.

Ela aperta o abraço em torno de Renato, caindo no sono em seguida

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– Achei meio arriscado o que você fez magrela.

– Por quê? Eu apenas ajudei a minha amiga.

– Ajudou? Você tirou do mural da faculdade e do grupo do Face o anuncio da vaga do quarto!

– Eu sei. Assim não tem como ninguém se interessar.

– Mas se ninguém se interessar a Barbara não vai segurar as pontas sozinha, vai ter que entregar o apartamento e voltar pra casa dos pais dela. Isso que não estou entendendo... Você mesma deu a ideia de ela anunciar a vaga e achou absurdo ela voltar a morar com os pais. Porque está fazendo isso então?

– Eu vou te contar, mas você nem em sonho pode contar isso pra ela!

FLASH BACK ON

– O que quer dizer com "pode ser que aconteça" Raquel?

– Eu sem querer acabei fazendo uma besteira Renato...

– E essa besteira envolve a Barbara, é isso?

– Sim...

– Fala logo Raquel, o que aconteceu?

– Bom você sabe que logo vou casar né?

– Sim, e o que tem a ver?

– A Bah começou a ficar preocupada por causa do aluguel do apê, porque vai pesar pra ela sozinha. E eu acabei dando a ideia de ela dividir o apê com outra pessoa.

– Como assim outra pessoa? Que pessoa Raquel?

– Eu não sei na verdade... Dei a ideia de anunciar o quarto no mural da facul e no grupo do Face.

– Você fez o que? - diz com a voz um pouco alterada.

– Desculpa Renato, só depois eu me dei conta do que fiz. Sou cabeça de vento, não fiz por mal.

– E a Babi aceitou essa ideia maluca?

– Sim, mas a culpa não foi dela, ela agiu mais pelo desespero, até porque pra piorar eu disse que se ela voltasse pra casa dos pais dela seria como andar pra trás.

– Não conhecemos todos na faculdade Raquel, não sabemos as reais intenções. Quando dei a ideia de vocês duas dividirem um aluguel era porque já eram amigas, já se conheciam. Dividir com quem mal se conhece pode acabar virando problema ao invés de solução.

– Eu sei Renato... Só queria ajudar, mas acabei agindo sem pensar. E pra piorar, não faço ideia de como consertar isso.

– Calma. Por incrível que pareça essa sua ideia maluca me deu outra ideia.

– Sério? Graças a Deus!

– Mas você vai ter que me ajudar.

– Claro, faço o que você quiser!

– Primeiro você vai ter que dar um jeito de sumir com os anúncios. Deletar o do grupo do face e tirar o do mural da faculdade.

– Isso é fácil, mas por quê?

– Sem anúncios, ninguém vai saber que ela quer alugar o quarto né cabecinha de vento?! - diz rindo.

– Lógico, como não pensei nisso? - diz rindo - Mas Renato, isso ainda não ajuda em nada.

– Posso saber por quê?

– Em menos de três meses vou estar casada já. De qualquer jeito não vai ter ninguém pra rachar as despesas com ela. A Bah vai acabar ter que saindo do apartamento de qualquer jeito.

– Eu sei e tenho duas alternativas pra isso.

– Duas?

– Sim. A primeira é ajudar a Babi a encontrar um apartamento mais barato, assim não vai precisar dividir o aluguel com ninguém. Mas sinceramente essa vai ser minha segunda opção, apenas se a primeira não for aceita de nenhuma forma por ela.

–Certo nesse caso, qual a primeira opção?

Renato dá um sorriso de lado.

– Adivinha...

Dessa vez Raquel raciocinou rapidamente.

– Morar... Juntos?!

– Exatamente. O que você acha? Será que ela aceita?

– Na verdade não sei. A Bah é meio insegura com algumas coisas, você sabe disso melhor do que eu até.

– Sim, sei disso, mas não acha que essa também será uma ótima forma pra ela perceber que não estou pra brincadeiras, que o que quero com ela é coisa séria?

– Sim, não tiro sua razão, mas do jeito que você fala parece até que está falando de casamento.

– Por que não? Acha que só você pode casar? - diz rindo

– Claro que não Renato, mas talvez ela se assuste. Não sei como ela vai reagir.

– Só tem um jeito de saber Raquel e estou disposto a arriscar.

– Bom, pode contar comigo. Quero minha amiga feliz. Mas saiba que se você machucar a Bah, eu acabo com a sua raça!

– Estou ciente, mas não precisa se preocupar. O que mais quero é fazer a Babi feliz e vou fazer, custe o que custar, farei a Barbara feliz.

FLASH BACK OFF

– Agora entendi. Você acha que ela vai aceitar morar com ele?

– Sinceramente não sei... Mas eu ficaria muito feliz se aceitasse. A Bah tem uma história muito ruim sentimentalmente falando sabe? Ela merece ser feliz com um cara bacana, que cuide e goste dela de verdade, exatamente como o Renato.

– Bom, faltam poucos dias pra gente casar. O Renato vai deixar pra falar com ela quando? Em cima da hora?

– Não, acho que ele ia hoje lá em casa falar com ela sobre isso, talvez esteja falando com ela sobre isso nesse exato momento.

– Bom, vamos esperar e torcer por eles então. Agora, falando em esperar...

– Nem vem senhor Everton, trato é trato.

– Mas magrela falta tão pouquinho agora...

– Por isso mesmo. Na nossa lua de mel tiramos o atraso, agora não.

Everton faz uma careta e cruza os braços.

– Muita maldade sua comigo...

Raquel sorri.

– Eu sei, mas é legal ver sua cara emburrada sabia? Mas você não é o único que está sendo torturado com essa espera, não pense que está sendo fácil pra mim.

– Mas você está aparentando ser muito mais forte.

– Sabe o que é engraçado? A Barbara hoje insinuou que na lua de mel não teríamos mais nem vontade de fazer alguma coisa de tanto que ficamos juntos. Se ela soubesse que não rola nada nesse sentido...

– Vai rir da nossa cara, especialmente da minha!

– Deixa de ser chorão vai! Quando propus isso você concordou. Queria que tivéssemos perdido a virgindade juntos, como isso não aconteceu acho justo esse tempo de espera pra nós dois. Pra que seja como a primeira vez que não tivemos.

– Eu sei magrela, entendo o seu lado, por isso concordei com você. Mas não está sendo fácil ter você tão perto e ao mesmo tempo não poder fazer nada.

– Nada não. Você pode me abraçar, me beijar, fazer carinho... Só mais alguns dias amor...

Everton suspira pesadamente.

– Você sempre sabe como me convencer. E por você toda espera vale a pena.