Sem Medo De Recomeçar escrita por Nyne


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

COMUNICADO:
Olá queridas leitoras!
Primeiramente peço desculpas pela demora, farei o possivel para que isso não ocorra mais.
Tbm quero deixar vcs a parte que daqui em diante eu assinarei SMDR como única autora.
Creio que a fic levará + um ou dois capítulos pra ficar dentro do esperado / imaginado por mim. Espero que gostem de como a fic ficará daqui pra frente.
Bjus e ótima leitura!



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Barbara ouve atentamente cada palavra da amiga. Em momento algum a interrompe. Em certos momentos nota que Raquel desvia o olhar, parecendo envergonhada, mas ao mesmo tempo nota que a mesma sustenta um sorriso bobo.

Assim que ela termina de falar, pede a opinião de Barbara, que não responde de imediato.

 - Você me ouviu?

 - Cada palavra.

 - E aí, o que você acha?

 - Quer mesmo saber?

 - Lógico né Barbara!

Barbara cruza as pernas sobre o sofá e começa a falar.

 - Entendo que você esteja confusa, tanto por ter sido pega de surpresa como também por tirar do fundo de um baú sentimentos que você havia guardado por muito tempo, mas mesmo assim ainda não entendo o motivo pelo qual você está tão preocupada, nervosa... Você gosta do cara e ele gosta de você, ficou mais do que claro depois disso que me falou.

 - Eu sei, mas não é tão simples assim. Tem o Natã também.

 - O que esse mané tem a ver Raquel? Vocês estão separados há meses, não existe nada que ligue um ao outro.

 - Mas quase existiu...

 - Raquel, para de se torturar pelo filho que você perdeu. Primeiro que não foi culpa sua e segundo, não foi algo tão ruim assim.

 - Barbara! – diz com voz de reprovação.

 - É verdade Raquel. Não digo pela criança, porque ela não teria culpa de nada, mas pela situação. Um pai nem aí com nada, que não é e nem faz questão de ser responsável, você querendo ou não sabe que não estava, aliás, não está madura o suficiente pra ter um filho... Como ia ser?

Raquel não diz nada, mas sabe que Barbara tem razão.

 - Sei que posso estar parecendo radical, mas Deus age do jeito dele, de uma maneira perfeita. Se ele não permitiu que seu bebê nascesse, é porque ele sabia como seria lá na frente.

 - É... Deus sabe de todas as coisas não é?

 - Exatamente. Aliás, se o Everton apareceu novamente na sua vida, com toda certeza não foi à toa. Deus sabe o porquê de ele aparecer agora, depois de tanto tempo. E na boa? Pra mim não é uma simples coincidência.

Raquel levanta do sofá e sai andando em círculos pela sala.

 - Eu também sinto isso, mas não sei o que fazer Barbara, não sei!

 - Dá uma chance pro cara. Ele quer, você também.

 - Tenho medo.

 - De não dar certo?

 - Lógico! Ele namorou minha ex melhor amiga e não foi por pouco tempo.

 - Mas não gostava dela como você me disse. Foi um namoro no impulso. Ele errou, brincou com os sentimentos dela e isso não é algo simples de se perdoar, mas quem não erra na vida Raquel? Ao menos ele foi sincero com você dizendo isso.

 - Eu sei. Também fui sincera contando sobre tudo o que me aconteceu enquanto namorava o Natã.

 - E qual foi o posicionamento dele?

 - Ouviu tudo e disse que não ia me deixar sozinha. Que não sairia do meu lado nunca mais.

 - Viu? Ele não está nem aí pro seu passado, pelo contrário. Pra ele o que importa é você.

 - Eu sei...

 - Então para de se torturar. Dá uma chance pro cara, uma chance pra você.

Raquel tinha o olhar perdido.

 - Pedi um tempo pra pensar. Não dei uma data certa, mas disse que pensaria.

 - Ótimo, faça isso então. Sei que você vai tomar a melhor decisão. Agora vou deitar, estou morrendo de sono...

 - Sono? Danadinha!

 - Não entendi...

 - Ah Barbara, pra cima de mim? Só achei que você me contaria...

 - Do que você está falando?

 - Como do que? Você estava com o Renato não é? Sabe... Vocês dois sozinhos...

Barbara fica corada, mas ri.

 - Sua mente poluída. Saiba que não aconteceu nada.

 - Ah vá!

 - É sério, não rolou nada não. Não por falta de vontade dele...

 - Como? Ah Barbara, você não vai dormir coisa nenhuma, vai me contar tudinho agora!

                        **************************************

As duas trocam de lugar. Agora Raquel era a ouvinte.

Após contar tudo, Barbara parece ficar sem graça diante da amiga, que age com naturalidade.

 - Ah meu, normal não ter rolado nada. Como você mesma disse ainda é cedo, o namoro de vocês tem pouco tempo. Normal.

 - Não sei se ele achou.

 - Você não disse que ele até pediu desculpas por ter ido com muita sede ao pote? Relaxa.

 - O Renato é muito legal Raquel, me trata super bem, se importa comigo, mas...

 - Mas...

 - Não é o suficiente pra eu dar um passo desses com ele, pelo menos não agora.

Raquel olha a amiga e sorri.

 - Qual é a graça, posso saber?

 - Não, nada. Só queria ser centrada como você é. Sua cabeça é boa.

Barbara joga uma almofada na amiga que ri mais alto.

 - Podemos dormir agora? Não sei você, mas estou cansadona, sério.

 - Duas! Boa noite.

                                                                                                     *********************************

Uma semana havia se passado e Raquel já sentia falta de Everton.

 - Porque está com essa cara de cachorro que caiu da mudança? – Pergunta Barbara apoiada na parede próxima a porta da cozinha.

 - Estou com saudades do Everton.

 - Que lindinho! – diz com ironia.

 - É sério Barbara... Não pensei que fosse sentir tanta falta dele assim.

 - Tem um jeito tão fácil de resolver isso...

 - Qual?

 - Vai atrás dele oras.

 - Já pensei nisso.

 - Então porque não vai de uma vez?

Enquanto conversavam o interfone toca. Barbara que estava mais perto o atende, enquanto Raquel continua falando.

 - Não sei como fazer isso. Vou atrás dele e digo o que? Não sei por onde começar.

 - É bom pensar rápido então – diz Barbara colocando o interfone no gancho – Ele está subindo.

  **************************************

Barbara abre a porta assim que Everton toca a campainha.

 - Oi Barbara, tudo bem?

 - Oi Everton, tudo sim, graças a Deus e com você?

 - Bem também – diz estralando os dedos – A Raquel está aí?

 - Está sim.

 - Eu... Posso falar com ela?

 - Claro, entra aí.

Everton entra e vê Raquel, que estava sentada no sofá. Vai até ela e lhe dá um beijo no rosto.

 - E aí magrela, tudo bem?

 - Sim e com você?

 - Também.

Eles ficam alguns segundos sem falar nada, até que Barbara sente estar sobrando ali.

 - Vou terminar de escrever umas músicas no meu quarto. Até mais pra vocês.

Ela sai e Everton puxa assunto com Raquel.

 - Escrever umas músicas?

 - É. A Barbara compõe e toca violão também.

 - Legal, não sabia.

 - Nem eu, soube só depois que começamos a dividir o apartamento.

 - Entendi.

O silencio se faz presente mais uma vez, porém por pouco tempo.

 - Sei que não queria passar a impressão de que estava te pressionando, mas já tem uma semana da nossa conversa. Sei também que disse que só nos veríamos de novo quando você quisesse e já tivesse uma resposta pra me dar e...

 - Tudo bem. Na verdade eu planejava ir te ver hoje de qualquer forma...

 - Sério?

Ela acena com a cabeça e com um sorriso discreto.

 - Bom, isso quer dizer então que você tem uma resposta sobre nossa conversa... Não é?!

Raquel coloca uma das mãos sobre a de Everton, que estava apoiada em seu joelho.

 - Senti tanto sua falta esses dias sabia?

 - Também senti a sua magrela. Não vou mais conseguir ficar longe de você. A não ser que você queira que eu fique.

Ela sorri e entrelaça seus dedos com os dele.

 - Acho que você está longe demais agora...

Ele sorri.

 - Posso consertar isso.

Com a mão entrelaçada a dela, Everton a puxa pra mais perto, passando o braço por completo em volta de sua cintura.

 - Posso considerar que isso é um sim?

Raquel acena com a cabeça e encara os lábios dele, que não precisa de muito tempo pra entender o recado.

Enquanto se beijavam na sala, Barbara tentava escrever no quarto, mas algo não permitia. Era como se algum tipo de bloqueio tivesse tomado conta de sua mente. Acabou deitando na cama, onde ficou encarando o teto até cair no sono.

Isso lhe originou mais um pesadelo.

Ela estava em um lugar vazio, onde não havia cores. Era como se estivesse em um cenário de filmes antigos. Olhou em volta e viu que Renato se aproximava dela. Por onde ele andava, cores davam vida ao cenário em sua volta. Ele lhe estendia a mão e ela tocava, recebendo assim cor em sua pele também. Porém ela sentia como se algo a puxasse e ao olhar para ver o que era, via uma mão também sem cor. Uma mão que ela conhecia. Era Iago.

Ela tentava se desvencilhar, mas não conseguia. Aquela mão não só tirava toda a sua cor como a fazia desaparecer totalmente.

 - Não! – gritou desesperada, levantando subitamente.

 - Calma, não queria te assustar.

 - Renato? Faz tempo que está aqui?

Ele senta ao lado dela na cama.

 - Na sua casa você diz?

 - É.

 - Nem cinco minutos. Toquei o interfone e a Raquel atendeu, aliás, acho que interrompi o momento do casalzinho – diz rindo - Quando subi ela disse que você estava aqui no quarto.

 - Ah ta.

 - Tudo bem amor? Parece assustada.

 - Tudo, só tive um pesadelo.

 - Só isso mesmo Barbara?

 - Só.

Renato não pareceu muito convencido, mas mudou de assunto.

 - Quer ir ao cinema? O filme daquele livro que você vive me falando já está em cartaz.

 - Não, não, só vai estar semana que vem.

 - Sim, mas tenho ingressos de pré venda.

 - É sério?

Renato abre a carteira e mostra dois ingressos pra ela que abre um enorme sorriso.

 - Fala se não sou o cara!

Barbara o abraça pelo pescoço e lhe dá um selinho demorado.

 - Vou trocar de roupa e podemos ir ta bom?

 - Beleza. Te espero lá em baixo.

 - Ué, por quê?

 - Já estraguei o clima lá na sala uma vez, estragar de novo é chato...

 - Nada a ver! Mas vamos fazer assim então. Você fica aqui e eu me troco no quarto da Raquel.

Barbara pega a roupa que ia vestir e sai do quarto, deixando Renato lá. Ele olha em volta e vê um caderno com algumas frases incompletas. Sabia que aquela letra era de Barbara, mas não sabia do que se tratava. Ele ainda lia quando ela abre a porta, já trocada.

 - Não sabia que você escrevia.

 - Eu tento... Mas não estava muito inspirada hoje.

Renato ainda lia enquanto ela falava. Sentia que algo estava a incomodando, mas não falou sobre o assunto. Deixou o caderno sobre a cama e se levantou.

 - Vamos?

Ela concordou e ambos saíram do quarto. Passaram por Raquel e Everton que se beijavam e sequer notaram que eles estavam de saída.

Conversaram normalmente, mas Renato sabia que Barbara escondia algo, algo que a machucava.

Na hora certa ele abordaria o assunto.


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Notas finais do capítulo

Semana que vem posto + um.
Deixem seus reviews =)
Bjus!



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