Digi-Shots escrita por Caelum


Capítulo 10
Digi-Shot X: A Fraca Luz


Notas iniciais do capítulo

Primeiro:

FELIZ PRIMEIRO DE AGOSTO!

Mesmo sabendo que a maioria só verá isso daqui dia 2, está constatado que eu desejei com todo o meu coração! :3

Segundo: VOU POSTAR TRÊS CAPÍTUULOS HOJE! Duas Digi-Shots e uma coisinha especial! *-*

Terceiro: Oi, gente! Como estão? Eu sei que tenho MP'S pare responder e histórias para comentar, mas eu fiquei ausente preparando surpresinhas para esse dia - eu me atrasei, por motivos que explicarei em outra publicação hoje mesmo -, mas a intenção é das melhores! ;) Vou falar pouco porque estou numa euforia para postar!

Aproveitem a Digi-Shot da Hikari!!!



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Hikari Yagami era uma fraca luz que brilhava nas Trevas.

Ela deixava transparecer, propagando-o, um poderoso sentimento, puro, ora terno, ora delirante, que oferecia a qualquer um perto dela uma sensação de paz, vida e fé. A pequena menina, tão serena, madura, sensitiva e com traços de sabedoria quase imperceptíveis, possuía aparência externa singela, infantil, doce e ingênua, que não fazia jus a toda sua magnitude incorpórea, percebida primeiramente através dos olhos, a janela para a alma.

E sua alma brilhava de forma inquestionável.

 Essa luminosidade que emanava dela não era em si fraca; pelo contrário, alcançava tudo e todos, maravilhando-os. A tal fragilidade de Hikari remetia não ao poder de sua luz, mas sim à resistência de seu corpo, tão delicado como uma fada de vidro que poderia destroçar-se ao menor dos toques.

Uma fada doente.

Aos olhos dos outros, a débil Hikari, sempre tossindo, com a testa ardendo de febre e as vias respiratórias congestionadas, deveria ser cuidada e poupada de qualquer esforço, sempre. Como a luz dos olhos tornava-se opaca e sem vida nessas ocasiões! Eram incontáveis as vezes em que ela deixara-se tomar por um forte resfriado e tivera que, triste e solitária, ver as outras crianças brincando pela janela do apartamento. E, com ela, estaria presente o termômetro, como um lembrete constante das enfermidades que a impediam de viver uma vida comum, saudável e feliz. Hikari não queria ser tão adoentada como era, mas o que podia fazer para reparar seu falho sistema imunológico?

Tão falho que quase chegou a matá-la aos cinco anos.

Em certos momentos, a misteriosa e solitária criança parecia sentir algo estranho rondando-a. Eram momentos muito raros e rápidos, mas, quando ocorriam, Hikari poderia jurar que havia algo malévolo a sua espreita. No fundo, ela sabia que estava destinada a algo – pressentia isso e aceitava. Contudo, estava ali; outro algo, um sombrio, que lhe causava uma sensação terrível de incômodo e escuridão por breves segundos de uma agonia que alguém tão nova não deveria sentir.

Mas ela sabia bem esconder seus sentimentos.

Ela era forte. Senão por ela, pelos outros. Não era?

Não. Considerava-se fraca.

Ainda que se dissipasse com rapidez, parecia-lhe um aviso de ameaças futuras.

 Coisas que iriam aparecer algum dia com clareza e tomá-la da segurança proporcionada pelas pessoas que amava e protegiam-na com devoção. Destas, destacava-se seu irmão mais velho. O menino, movido por sincero amor fraternal e por uma culpa devastadora, descomunal e atroz que ele negava-se a deixá-la saber – mas, sim, sua discreta irmãzinha sabia o passado obscuro que assombrava Taichi -, esforçava-se para protegê-la de todos os perigos existentes e para deixá-la sempre com um sorriso nos lábios.

Pois o mundo iluminava-se com aquele sorriso.

E Hikari Yagami gostava de iluminar o mundo com sua Luz Sagrada.

***

Onii-chan.”

Por mais suave que Hikari falasse, Taichi sempre a ouvia.

“O quê?” Pressionou mais a palma da mão na testa febril da irmã.

Estava melhorando. Tinha que estar.

A pequena suspirou ao sentir o toque; a superfície da mão dele estava meio áspera, como se ele houvesse usado-a bastante para trabalhos árduos. É claro que em um acampamento ele iria divertir-se e machucar as mãos – mas ele ficara apenas algumas horas. Entretanto, a mais nova da família Yagami era dotada de uma percepção invejável: apenas olhava nos olhos do irmão para saber que se ausentara por meses, que estivera sem rumo por tanto tempo que mal acreditava estar de volta em casa.

Onde Taichi estivera?

“Onde você esteve?” Sentiu-o enrijecer. Aguardou, paciente:

“Que pergunta besta, Hikari.”  Deu-lhe um sorriso nervoso. Silenciou-se.

“E você não vai respondê-la porque não quer que eu saiba ou porque você mesmo não tem certeza se o lugar em que você esteve é real, Onii-chan?” Aquela astúcia tão inocente, tímida, quietinha e infantil da menina deixava-o pasmo toda vez em que se manifestava. Hikari era diferente da outras crianças, ele sabia.

Só não imaginava que seus destinos iriam se cruzar na mesma aventura.

“Eu fui acampar.”

Sorriu: “Não, eu acho que não.” Aquilo o surpreendeu, pois ela não costumava questionar nada do que ele dizia. Nada. Era muito obediente.

  “Como é?”

“Você estava em outro lugar. Eu sei que você não estava no acampamento.” Murmurou, gentil.  Mirou brevemente a refeição que ele fizera pouco antes.

Sua expressão endureceu: “Como você sabe, Hikari?”

“E-eu não sei...” Franziu a testa. Um acesso violento de tosse tirou-lhe a fala. Trêmula, viu Taichi encará-la de forma preocupada, e respondeu, apontando para a bolinha rosa em seus bracinhos: “Você o trouxe consigo. Ele é parecido com os que eu vejo! O Koromon.” O dito cujo olhou-a com os imensos olhos vermelhos.

“Hikari...”

“Você esteve no Mundo de Koromon?”

Onde e o quê era o Mundo de Koromon?

Ela precisava conhecê-lo. Hikari, porém, ainda estava confusa com aquilo. Observou-o meticulosamente enquanto Taichi tentava articular uma reposta.  Koromon era real, palpável, mais nítido e vívido dos que ela geralmente via, vagando pelas ruas ou desfocados em aparelhos digitais. Não se amedrontou da primeira vez que viu um desses seres, apenas ficara surpresa. Maravilhara-se em silêncio – ela sabia que eles prometiam algo, um futuro. Apenas ela tinha capacidade de enxergá-los.

Sempre os viu – mas quem iria acreditar nela?

“Eu... estive. Eu acho.” Ele não pôde falar mais nada. Hikari começou a tossir tanto que ele quase se assustou. Koromon pulou de seus braços, mirando-a do chão. A garotinha recuou uns passos e, incapaz de permanecer de pé, deixou-se cair no sofá, o rosto em brasa. O mais velho precipitou-se. “Vou pegar o termômetro.”

“Não!” Falou um pouco mais rude do que pretendia, ainda que a fala houvesse saído baixa e quase meiga. Encolheu-se, e disse imediatamente: “Desculpa, Onii-chan, desculpa.Foi só um pouco de tosse. É que eu estou bem. Desculpa.”

“Não foi sua culpa.” Retrucou, meio irritado. “Você está sempre pedindo desculpas.”

Hikari ia timidamente se desculpar por isso, mas mordeu a língua a tempo, e conteve um gemido de dor. Se aquilo aborrecia Taichi, iria tentar parar, para não chateá-lo. Se o fato de ela estar doente preocupava-o, então não contaria quando estivesse. Se sua dor o angustiava, não o permitiria torna-se consciente dela. Se ele tinha sempre que cuidá-la por ser fraca, tornar-se-ia forte ou esconderia sua fraqueza para dá-lo um descanso.

Não se dava conta que aqueles pensamentos poderiam matá-la.

Ela pedia desculpas porque acreditava que as devia. Ela não queria o termômetro porque já sabia que estava com febre. Ela estava sempre com febre. Taichi tinha tanto trabalho por causa dela! Hikari queria parar de estar com febre, pois isso atrasava a vida dos outros ao seu redor, que deixavam de lado tudo que estavam fazendo para socorrê-la. Talvez achassem que a pequena não percebesse, mas ela entendia que era um estorvo.

Um fardo para ser carregado.

Hikari queria ser forte. E tinha a sensação de que deveria ter alguém – que ela ainda esperava conhecer - com ela ensinando-a a ser, auxiliando-a dando-lhe incentivo, acompanhando-a crescer e fazendo-a companhia, deixando sua luz mais potente, além do seu corajoso irmão. Pressentia que faltava um pedaço do seu coração, o qual o impulsionaria a bater com mais força e bravura, um dia. Olhou para Koromon.

Envolveu o precioso apito com as mãos.

“Às vezes, eu sinto falta de alguém, mas eu não sei quem é.”

(...)

Ele iria voltar?

Ele prometera.

Hikari estava com vontade de chorar e ficar chateada com Taichi, mas não faria isso. Onii-chan certamente não a deixaria por algo sem importância, ela tinha certeza. Deveria estar empenhando-se em cumprir seu dever - seja ele qual fosse, encontrava-se no lugar acessado através daquele tipo de portal no céu. A pequena tinha orgulho dele, sabia que não podia exigir que ficasse. Sabia que Taichi tinha outras prioridades além da sua segurança. Estranhamente, isso a enciumava, ao passo que a deixava meio aliviada por não estar tomando mais tempo dele que o necessário. Ela, porém, gostara de ver Koromon. Aquilo tinha a ver com ele. Pensava nisso quando, silenciosa e pálida como uma assombração, entrava de novo no apartamento vazio.

Ele parecia tão escuro agora.

Ao se recordar da mão dele escapulindo da sua e da figura do mais velho direcionando-se melancolicamente às nuvens com uma despedida rápida e sussurrada, fungou. Os dedos quentes, aquele aperto transmitia segurança. Não podia viver sem o irmão. Deu passos meio trôpegos na direção do quarto. Lembrou-se de que Taichi pedira-lhe para se recuperar logo.

E, assentiu para si mesma, era o que ela iria fazer. Determinadamente.

Hikari não notou o barulho eletrônico que vinha do objeto na mesa da sala enquanto brincava de assoprar o apito.

****

Hikari por fim conheceu-o.

O Mundo de Koromon.

E, não apenas isso, também conhecera o alguém que lhe faltava: Tailmon. Sua parceira. O pedaço do coração que faltava. Lembrava-se com exatidão do momento em que a encontrara pela primeira vez, no parque, enquanto estava à busca de Miko. Seu olhar não despregava de Tailmon como se ela houvesse nascido para conhecê-la, nascido para se perder naquele azul tão valente e, percebeu depois, sofrido e magoado – ela seria a encarregada de apagar a dor e as Trevas de suas recordações. Perguntara-lhe, ao perceber sua peculiaridade, se era amiga do Agumon. Ela apenas miara.

Então, retornou ao seu prédio, sabendo que a gata a seguiria. Deixara-a entrar, certa de que seriam amigas. Tailmon, acuada por qualquer motivo, fugira naquela tarde, mas algo dentro de si, maior que um simples desejo, dizia-lhe que se encontrariam novamente e não iriam separar-se mais.

E assim aconteceu.                                                                          

Não tardou, Tailmon estendia-lhe um estranho aparelho numa noite fria ao lado de um misterioso mago que depois se sacrificou em nome de suas vidas.

E assim descobriu-se a Oitava Criança: Hikari Yagami.

Quando, após o sacrifício que lhe doía se recordar – mais um que se dispusera a cuidar dela, e não tivera sorte. Jamais esqueceria Wizardmon -, viu-se em um estranho arco-íris, em direção ao céu, teve medo. Muito medo. Ainda que segurasse a mão de Taichi. É claro que não deixou ninguém vê-lo. Ela não podia recusar-se a ir àquele mundo depois que ficou sabendo do perigo que ameaçava destruí-lo, das vidas que estavam sendo perdidos e do temor que estava sendo sentido. Como poderia ser tão egoísta e insensível, sendo que os outros estavam sempre fazendo tudo por ela? Oh, não, que tipo de pessoa ela seria se recusasse? Ou se não fosse por simples descaso?

Hikari sentiu uma compaixão tão imensa pelos seres que estavam sendo oprimidos. Precisavam dela, e, se ela não cumprisse seu dever, continuariam sofrendo por sua culpa. Não permitiria. Iria, altruísta, passar por cima do seu conforto, de sua saúde e de sua segurança para acudi-los. Ela punha os demais na frente de si mesma!

Mesmo que ainda se sentisse um pouco doente, esconderia isso, seria forte e ajudaria os outros.

Uma espécie de coragem dolorosa. Uma espécie de altruísmo inconsequente.

Uma pequena luz que insistia em brilhar.

Era apenas a maneira como ela agia.

“Hikari, por que você não contou ao Taichi que estava se sentindo mal? Ou a mim?”

A morena olhava Tailmon romper as amarras presas aos corpos dos Numemons prisioneiros. Elas estavam separadas de todos os outros. Mimi e Jou ficaram para trás, na floresta. Yamato partira no mesmo cenário, para uma jornada que deveria concluir sozinho, entender a si próprio. Ela, Taichi, Koushiro, Sora, Takeru e seus parceiros haviam despencado à cidade subterrânea de Mugendramon, separando-se na queda. Os portadores da Esperança e do Amor deviam estar distraindo WaruMonzaemon.

“Isso iria atrapalhá-los.” Sussurrou. “Se vocês parassem de andar para cuidar de mim – o que acabou acontecendo -, iríamos nos atrasar.”

“Você não iria atrapalhar.”

“Ia, sim.” Pegou um Numemon em suas mãos delicadas, prometendo-a a si mesma que não deixaria que aquelas criaturinhas injustiçadas sofressem mais.

“Mas” Protestou ela. “,e se você piorasse ainda mais? Por acaso pensou nisso?”

“Não muito.” Admitiu, meio envergonhada. Porém, não parecia arrependida.

“A sua febre e a falta de descanso poderiam ter feito um grande dano à sua saúde.” Deu-lhe um olhar severo. “Você está sem forças até agora.”

“Estou bem.” Hikari, porém, encontrava-se sentada no chão, de pernas cruzadas, visivelmente cansada. Mas o rubor em suas bochechas se dissipava aos poucos, assim como o suor frio que antes escorria por sua testa. O brilho suave ao seu redor sumira, também.

Um som metálico mais forte fê-la estremecer. Tailmon, com suas garras, havia destruído mais uma corrente com certa fúria além do necessário. Feliz, o Numemon que estava preso a ela sorriu em agradecimento. A menina riu baixinho para ele. Simplesmente não podia deixá-los presos. Não podia.

“Não, não está.” Retrucou fervorosamente a antiga serva de Vandemon. “Está fraca.” Hikari abriu a bolca e calou-se em seguida, tímida. A outra, no entanto, sabia as palavras que teriam saído se ela não houvesse se controlado. Sem parar com sua tarefa, assegurou-a: “Você não é fraca. Tem uma força que desconhece. Só está doente, gripada.”

“Não importa.” Não houve hesitação ao respondê-la.

“O quê?” Silabou Tailmon, contendo sua exaltação. “O que exatamente não importa aqui, Hikari?”

 “A minha condição.”

“Mas é claro que a sua condição importa!”

Deu-lhe um sorriso: “Sei que importa para você-”

“Não apenas para mim.” Cortou-a. “Ou para o Taichi. Importa para todos nós. Somos... Um time.” Não se acostumara a pronunciar tal coisa. Hikari sabia que Tailmon jamais fizera parte de um time antes. Para ser franca, Hikari entendia aquela sensação. Antes, era a felina e sua cicatriz - a marca feita pelo chicote de Vandemon que provava que ela, o Digitama Perdido, nascera para ter a esperança de encontrar sua Luz - contra o mundo. E Wizardmon ao seu lado, o único no qual ela podia confinar plenamente com seu coração fechado.

Tailmon queria mencionar que Hikari havia sido fundamental para os Escolhidos entenderem a razão de estarem ali. Ela, dentro os oito, tinha sido a única capaz de lidar com a entidade misteriosa e ancestral na floresta que lhes revelara uma visão do passado. “Só ela podia transmitir a minha mensagem.” Aquilo dissera. Mas, ao mesmo tempo, sabia que o comentário iria assustá-la, pois não a haviam dado muitos detalhes; ficaria para outra hora.

Estavam ficando sem tempo.

“Minha condição importa mais com a nossa missão de salvar este mundo, de derrotar os Mestres das Trevas?”

A pergunta fora feita com afago, mas era direta e incisiva.

“Não deixe o nosso dever transpassar os seus limites. Se algo te ocorrer, também jamais venceremos.”

“Se algo me ocorrer” ela corrigiu “, iremos perder tempo. E eu não valho tudo isso. ” É claro que era ela a que tinha que ruir naquela aventura. Ninguém mais era tão fraco.

Ao cortar a última corrente, Tailmon observou a sala tão cheia de Numemons que mal dava para se ver o chão. Cravou os olhos na parceira com tanta seriedade que a garota ficou perplexa.

Era a hora de desejar toda a verdade, antes que aquela autodepreciação a matasse:

“Você é amada, Hikari. Acho que não vê isso, porque é autocomplacente – o que, apesar de representar uma qualidade, em demasiado lhe atrai para a morte -, então vou deixar claro: amamos você. Cuidamos-lhe com zelo e carinho porque iríamos ficar perdidos sem a sua presença, sem a sua Luz para nos guiar nas Trevas. Valorize-se! Às vezes, temos que deixar um pouco os demais de lado e focar só na nossa própria segurança. Seu irmão te protege não por culpa, mas por apego, afeição. Eu te protejo não por dever, mas porque você é a minha razão de existir, de lutar, de continuar em frente não importa o que houver – mesmo antes de conhecê-la, eu sabia. Sabia que valia a pena lutar por você, simplesmente porque você é importante demais para se desistir.”

“T-tailmon...”

A gata era geralmente muito reservada, mas não a ponto de deixar aquilo continuar.

“O fato de você ficar doente é uma situação da qual você não é a culpada, e tenho certeza que irá melhorar à medida que você cresce. Ainda assim, não representa a sua essência, está bem? Você é forte ajudando os outros, administrando seus medos, não fugindo do que tem que fazer, aguentando as doenças, é forte quando luta e quando me instiga a lutar, e não percebe. E, a prova que você também importa para o grupo: não viu como o Takeru se preocupou muito com você e não ousou sair do seu lado enquanto você dormia? Não percebeu a Sora te carregando quando você não podia andar? Ou o Koushiro, que se voluntariou para procurar a medicina junto ao Taichi?”

Aquelas palavras iam pesando tão fundo na mente da Escolhida da Luz que ela temeu retomar sua dor de cabeça. Nunca alguém lhe dissera aquilo, muito menos com tanta clareza, maturidade e dedicação. O discurso confiante de fato atingiu-a em cheio como nenhuma palavra até então jamais fizera. Aos poucos, foi ficando mais leve, mais feliz, mais consciente de sua importância e certa de que sua fragilidade física sumiria. Com menos culpa e com mais força.

Tailmon sorriu; os Numemons idolatravam sua parceira.

“Você não é um fardo para ninguém, Hikari. É uma dádiva valiosa que nos dá medo de perder.”

(...)

No Mundo Digital, a preciosidade de sua luz até então simbólica, tomou proporções místicas e físicas: não apenas o seu coração, mas ela toda brilhava – um brilho real, vindo de sua alma, visível e purificador que dava energia aos seu redor e encaminhava-os ao caminho do bem. Um brilho poderoso e infinito de alguém igualmente preciosa – e que aprendera o próprio valor.

Hikari Yagami era forte o bastante para alimentar a vida com sua Luz Sagrada sem temer a Escuridão.


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Notas finais do capítulo

YAY!
Foi a maior de todas até agora! Meio inevitável, porque, ah, vamos, É A HIKARI e ela é a minha personagem favorita! Eu comecei a escrever e não consegui parar mais. Acho que a interpretei bem! O final foi meio brusco porque ia ultrapassar 3 mil palavras.
Não acho que seja ncessário falar muita coisa, além de dizer que a primeira parte passou-se durante o episódio 21, ANTES de eles saírem de casa e verem os Digimons atacando Odaíba e DEPOIS de eles terem almoçado. Eu achei que seria legal pôr esse momento porque é quando a personagem nos é apresentada! :)
A segunda parte, é meio que assim que acabou o 21. Hikari estava voltando para casa depois do Taichi deixá-la e aquilo era o que ela estava pensando. Foi um trecho meio inusitado que me veio a mente, mas eu adorei!
E a última parte, é no 49, já expliquei o contexto.
A música da Hikari é Holy Light: Luz Sagrada! Acho que também pode ser Luz Santa!
Enfim! A última parte, o diálogo que eu inventei enquanto a Tailmon libertava os Numemons (lembram-se?), foi a explicação que eu achei para a Hikari ter amadurecido - se é que isso aconteceu. Porque, tipo, a Hikari que saiu do Mundo Digital é quase a mesma que chegou lá, porque ela não ficou tanto tempo quanto os outros, e entrou numa parte mais corrrida e apressada da hisória, em que eles tinham que derrotar os Mestres das Trevas. O grande problema dela era aquilo de sempre dar prioridade aos outros do que a si mesma, e não acho que tenham mostrado como ela superou. O amadurecimento dela deu-se depois, mais tarde, e foi sendo mostrado mais em ZT. Ou pelo menos é o que eu penso. Mas acho que ALGO deveria ter motivado-a a mudar e crescer, e eu amei escrever aquele diálogo ♥ ♥
Me digam o que acharam!!! Bom, ruim, etc Se for o caso, acrescento mais coisas nessas notas mais tarde e aviso nas respoostas dos reviews!
Vou postar mais!!
Obrigada por lerem e desculpe por qualquer erro ortográfico! Estou ansiosa e feliz! :D