POV MADALENA

AH, que vontade de saltar pra cima daquela, daquela,… Nem tinha nome pra chamar. Puta era uma palavra pequenina demais para aquela sonsa. Piriguete, ave rara, cretina, otária, debilóide, …
Minha lista de nomes para chamar pra ela, não tinha fim, e mesmo que tivesse com certeza eu arranjava outro começo.

Deitada na cama de meu namorado, sim porque ele agora é meu, em apenas sutiã e calcinha, toda borrada de maquiagem, com as pernas mal depiladas e com aquele cabelo de moça de esquina! Que enjoo! Que náusea. Como eu queria dar pra ela uma lição. Mas as coisas não eram assim.

Olhei pra Tiago, que coçava na nuca e olhava para ela, mais um pouco e era necessário chamar bombeiros pra impedir uma inundação no quarto, provocada por sua baba. Queria terminar com essa sua atenção num par de seios, mil vezes maiores que os meus e numas pernas, mil vezes mais sensuais que as minhas. Mas não podia tapar seu olho, por isso apenas o distraí dando pra ele uma cotovelada, que me olhou piscando o olho como que terminando um sonho.

_ O que está aqui fazendo? – O dono do quarto perguntou, pra  Vanessa  que começou se vestindo com muito calma.

_ Não esperava que viesse acompanhado.– ela com certeza percebeu o que eu e Tiago estávamos fazendo quando entramos e agora estava usando isso, pensando que com sua indiretas foleiras me afetava.

_ Pois, mas mesmo sabendo ou não. Que raio deu em você? Perdeu o juízo?

_ Você é que me está pondo louca!

_ E agora a culpa é minha? Rua de meu quarto! Sabe perfeitamente que menina não entra em dormitório de menino! – Tiago levantou a mão e apontou para a porta, a abrindo logo de seguida.  Como ele era capaz de estar tendo mordomias de princesa, com uma que nem vira lata era!

_ Fala sério que menina é proibido Tiago? Se eu sou quebradora de regra, você também não me fica atrás! Afinal fez questão de vir acompanhado por uma, né? – ela levou a mão na boca imitindo um grunhido irónico! Só eu que não estava achando piada nenhuma! – Oh, esqueci que você, não é garota, nem mesmo gente. Não passa de uma ratazana fedorenta que se esconde na toca, por tudo e por nada.

Não sei bem ao certo o que aconteceu naquele momento. Sei apenas que num piscar de olho, Tiago a agarrou pelo braço, e a jogou porta fora, assim como suas roupas também.

_ Me erra! Aqui  ratazana fedorenta é você! 

Fechou a porta e foi minha hora de explodir. Que raiva. Joguei minha  bolsa num canto qualquer, atitude que me valeu um estrondo e muito alarido de seguida. 

_ Ai que raiva! – bufei com vontade de acabar com tudo o que havia naquele quarto.

_ Calma! – ele se aproximou de mim, agarrando minhas mãos e me fazendo para, por meio segundo ou nem isso! Como era capaz de me estar pedindo calma?

_ Clama? Tá me pedindo calma, quando eu entro por seu quarto dentro e encontro aquela desvairada daquele jeito, pedindo por sexo? – fiz uns quantos movimentos com os braços noa r e depois os cruzei, enraivecida!

_ Tá com ciúme? – ele me agarrou pelos braços e me puxou pra ele.

_ Se até agora eu não gostava muito dessa perua, agora a odeia!  - ele deixou eu encostar minha cabeça em seu peito.

_ Eu também já não suporto ela. – ele brincou com meus cabelos, e beijou minha cabeça. -  Estou tão arrependido daquela noite!

Peraí! Aquela noite? Qual noite? Porquê arrependimento? O larguei e o olhei. O certo é que sua informação fez minha cabeça começar trabalhando a mil, imaginando o que poderia ter acontecido naquela noite!

_ Você já transou com ela? – ele não respondeu. Nem precisou, seu rosto o denunciou!

_ Ela acha que eu tou afim dela, depois disso, e então como é uma desocupada e não tem mais nada que fazer da vida, me persegue!

_ E parece que ela gostou, da noite!

_ Porquê?

_ Se não, não voltava, vestida daquele jeito, e te esperava na cama!

_ Ela apenas tá querendo se exibir na minha frente.

_ Se ela tá querendo ser admirada que vá pra India pelo menos lá a vaca é sagrada! – ele começou rindo. – Não tou vendo onde tem piada! Minha vontade, era jogar ela pela janela.

_ Sabe que você é ciumenta demais?

_ Sou? – parei e me acalmei, isso era um elogia bom ou mau?

_ É!

_ E você gosta menos de mim por isso? – ele riu pelo nariz se aproximando de novo de minha pessoa.

_ Bobinha! Eu até gosto de saber que você tava com ciúme! Quem tem eles, é sinal que ama!

_ Mais eu não te amo! Eu sinto é necessidade de proteger o que é meu. Que lance é esse de a primeira que aparece se encostar em você sem pedir permissão? - fiz ar de autoritária! O certo é que brincando estava falando bem sério!

_ E eu sou seu?

_ É! Meu Namorado!

Não foi preciso pedir pra ele me beijar, ele deixou tudo bem fácil e não perdeu tempo.

_ Tá na minha hora! È melhor eu ir! – falei cortando o clima.

_ Mas já?

_ Tiago, já é tarde, chega de aventuras, por hoje não?

_ Durma aqui!

_ Mas depois se alguém me vê, pela manhã? – não queria que ninguém soubesse de nada, apesar de as coisas estarem  num patamar mais elevado.

_ Fácil, pomos despertador mais cedo! – era incrível como ele tinha solução pra tudo na vida, menos pra problema de matemática.

_ Não tem roupa pra eu dormir!

_ Desde quando isso é problema?

_ Tá bom, você venceu! – ele sorriu vitorioso e tratou logo de pegar alguma peça pra eu vestir.

Paralisei por uns segundos. Não queria me trocar na frente dele, tinha vergonha e nunca tinha tido um admirador tão perto me encarando enquanto me troco.

_ Tiago? – chamei, pra ele me olhar, visto que se distraía com uma coisa qualquer.

_ Oi!

_ Posso usar o banheiro? – fiquei tímida e corada, depois de perguntar.

_ Claro!

Despi o que vestia e troquei pela camiseta de Tiago. ME olhei no grande espelho em frente. Passei a mão pelo rosto e fiquei pensando no que Vanessa tinha mais que eu.  Bom, cheguei na conclusão que quase tudo, mas logo desliguei. Tentando não pensar mais no assunto.

Quando voltei para o quarto, Tiago estava de costas, sem camiseta e apenas com a calça jeans que antes vestia. ME aproximei devagarinho e imitindo o mínimo de ruido possível. Cerquei sua cintura e beijei suas contas. Senti suas mãos encontrarem as minhas as prendendo forte.

_ Hey… - ele murmurou rouco.

…

Tudo estava silencioso, de tal modo que tenho certeza que se naquele momento uma mosca caísse no chão, tanto eu como Tiago tínhamos dado um valente salto da cama.

_ Tiago? Já tá dormindo? – perguntei, com medo de o acordar. O certo é que já fazia um tempo que estávamos na cama, com a luz apagada e eu não pregava olho, tá bom que na primeira meia hora ele não deixou, mas depois eu não conseguia dormir mesmo.

_ Estou! – ele estava sendo engraçadinho. Se não nem respondia.

_ Não consigo adormecer!

_ Quer  que eu conte historinha?

_ Com final feliz! – me aconcheguei melhor em seu peito e ele arranjou o edredom que nos tapava.

_ Tá bom, então. Era uma vez um menino mau, que um dia se apaixonou por uma menina linda, que ele descobriu que também gostava dele. Com tudo isso eles começaram se falando e depois namorando. Só que ela, um dia á noite, na cama dele, não conseguia dormir, e ele agora quer saber a razão!

_ Isso não é uma história! – bati em seu peito, fiquei  desiludida pois seriamente esperava mais dele.

_ Porque não está conseguindo dormir?

_ Se eu não estivesse com você e Vanessa estivesse na mesma em sua cama, você teria feito alguma coisa com ela?

_ Sim. A corria a pontapé!

_ Não estou brincando! Eu vi do jeito que você a olhou. Rolaria alguma coisa Tiago?

_ Não sei.  Depende!

_ De quê?

_ Se eu não tivesse namorando, talvez, mas se tivesse, o que é o caso, jamais! – então quer dizer que ele realmente tinha intensões se a visse daquele jeito.

_ Eu sei, que ela tem tudo o que eu não tenho! – o certo é que apesar de não falar, nenhuma menina gosta de ouvir isso.

Me virei na cama, ficando de costas pra ele. Talvez assim fosse mais fácil fechar o olho.

_ Pequena, é de você que eu gosto, é você que eu quero!

_ Não você também quer ela. Já dormiu com ela, já sabe exatamente como ela é!

_ A gente apenas ficou. Seduzi ela e acabamos por transar. Agora você? Eu te quero conquistar!.

Ele se chegou pra mim ainda mais e agarrou minha cintura e pertinho de meu ouvido disse

_ Ainda tá afim de ouvir uma história? – assenti positivamente.

_ Era uma vez…