Inversamente Opostos escrita por IsaDoraBMS


Capítulo 23
O ‘’Cara do chantilly’’


Notas iniciais do capítulo

Hey gatas, como estão?
Eu vou ver se consigo arrumar uma forma de escrever enquanto to de babá ou alguma coisa assim,pq eu to atrasando muito :
Mas o capitulo ta aqui e eu até gostei do que saiu :33



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 Luna se sentia mal por não poder interromper as instruções do ‘’professor’’ que ensinava a fazer os cupcakes que na verdade parecia também ser um paciente. Ele não sabia o que estava fazendo, sua primeira travessa de bolinhos saiu queimada e a segunda crua. Mas ele cortou Luna quando ela tentou dizer o tempo correto e a temperatura do fogão o que a deixou sem graça e em parte nervosa.

 - Ele está desperdiçando massa. – reclamou para Jason – Mas é cabeça dura e não me deixa ajudar.

 - Por que você nãovai lá, faz do jeito certo e mostra para ele como é que se faz? – sugeriu Jason.

 Ela lhe deu as costas e foi seguir sua sugestão. Meia hora depois três bandejas bem assadas de cupcakes saiam do forno e todos os ‘’alunos’’ frustrados por seus bolinhos não terem saído da forma correta se amontoavam à sua volta perguntando como fazer do jeito certo.

 O professor ficou escorado no canto da sala, com braços cruzados e fazendo beiço, comendo seus cupcakes queimados, enquanto Luna ensinava os outros como fazer a decoração e o recheio.

 - Ei, quer ajuda com o chantilly também? Fica muito melhor. – perguntou ela se aproximando dele amigavelmente, ela não queria inimigos naquele lugar, afinal.

 - Não preciso da sua ajuda, não preciso. – sussurrou ele mordendo um pedaço do cupcake queimando e deixando uma manchinha preta no dente da frente – Ninguém acreditava que eu a amava, mas é verdade, eu juro, eu a amava com minha vida. Se ela não pudesse ser minha não seria de mais ninguém. Não, não.

 - Tudo bem, tudo bem, eu acredito em você, você a amava muito. – disse Luna, como um consolo – Mas você não pode fazer nada, se seu cupcake não tiver cobertura.

 Ela estendeu a mão para ele, ele pareceu pensar sobre o assunto por alguns momentos e segurou a mão dela, que o guiou até onde estavam os outros fazendo bagunça com chantilly e chocolate.

 Ela lhe mostrou como confeitar o cupcake e disse para usar a criatividade. Quando se virou de costas para voltar para perto de Jason, sentiu mãos fortes segurando seu braço.

 Ela se virou e deu de cara com o cara do cupcake queimado, que olhava pra ela com olhos brilhantes. Ele segurava o saco de chantilly para decorar o bolinho, seu rosto estava lambuzado. Quando ele apertou, ao invés de por o bico para baixo, o deixou virado para cima, e o chantilly espirrou em seu rosto. A nova aparência o deixava com um aspecto estranho de ‘’boneco de neve derretendo’’.

 Ela segurou o riso e pegou um guardanapo. O ajudou a tirar o excesso de chantilly do rosto, mas suas bochechas ainda estavam grudentas. E como se fosse uma criança, ela o levou até a pia mais próxima e lavou seu rosto.

 Finalmente quando voltou para perto de Jason, ele tinha uma expressão interrogativa no rosto, e as sobrancelhas franzidas.

 - Alem de professora virou babá? – perguntou ele, com visível ciúme na voz.

 - Ele se lambuzou de chantilly, não custava nada eu ter ajudado.  – ela respondeu.

 - Ele fez de propósito, Luna, eu vi, quando você virou as costas ele se acertou com aquilo.

 - Sério? – ele olhou para o homem, que agora fazia perfeitamente a cobertura com a voltinha sexy do chantilly, era visível que ele sabia bem, decorar cupcakes – então quer dizer que eu tenho um admirador nada secreto?

 Ela riu da própria piada, Jason não a acompanhou, continuava sério.

 - Para de ser ciumento, eu estou noiva de quem? – perguntou ela.

 - Não é dele. – respondeu ele com um sorriso bobo e brincalhão – Mas o que me preocupa é quem ele é.

 - E quem ele é, Jay? – ela perguntou confusa, não se lembrava de ninguém parecido com aquele homem, e Jason ficara sério, apenas por ela se aproximar dele.

 Mas seus pais entraram cozinha adentro antes que ele respondesse a pergunta.

 - Luna, quero te mostrar seu quarto, eu amei e você também vai. – a mãe puxou Luna pelo braço antes que ela pudesse contestar.

 A mãe a arrastou por muitos corredores até um dormitório. Cada interno tinha seu próprio quarto, o dela estava totalmente branco, tinha apenas uma cama de casal de lençóis também brancos e um armário de madeira.

 - O que exatamente você amou aqui, mãe? – perguntou Luna.

 - Você vai poder decora-lo como quiser, tinta é o que não falta aqui. Tem bastante espaço, eu estive pensando em algumas coisas, vai ficar lindo. – seu tom de voz era sonhador.

 Luna riu.

 Uma enfermeira entrou no quarto sem bater, mas tinha um sorriso gentil no rosto e olhava para Luna.

- Já recebi as ordens do seu antigo médico, até você fazer novos exames vai continuar com os mesmos remédios. – ela entregou um copinho para Luna, dentro tinha alguns comprimidos. E um copo com água.

 Luna virou os comprimidos na boca sem a água.

 - Você vai sentir um pouco de sono agora, fique a vontade, pode se deitar, nó traremos suas coisas.

 A enfermeira saiu e fez sinal para que os outros a acompanhassem, eles acenaram e se despediram e a deixaram sozinha no quarto. A enfermeira estava certa, o sono já chegava. Luna não lutou contra ele, se deitou por cima dos lençóis e foi adormecendo aos poucos.

 O sonho começou com Luna em um beco, uma roda de pessoas estava em volta de alguém ou algo, ela não conseguia ver. Mas eles gritavam ‘’briga, briga’’ então ela logo se tocou quem estava no meio da roda.

 Foi passando, empurrando quem cercava os dois e quando chegou ao centro viu que estava certa.

 Jason e Alec trocavam socos e pontapés. Jason tinha um olho roxo e um corte sangrando no canto da boca. Alec tinha vantagem, era mais forte e corpulento e acertava os socos com mais precisam no rosto ferido de Jason sem nenhuma pena. Mas ele tinha uma mancha roxa no olho esquerdo, que começava a inchar, talvez por esse motivo estivesse tão furioso.

 Luna gritava para que parassem, tentou chegar perto para separar os dois, mas um dos adolescentes que provavelmente tinha feito uma aposta a segurou pela cintura e impediu que ela chegasse até eles.

 Depois de se debater nos braços do garoto desistiu, encolheu a cabeça entre as mãos e começou a chorar, se sentia culpada por aquilo estar acontecendo com os dois.

 ‘’Não, isso não é minha culpa’’ – pensou por um instante ‘’É culpa da vadia que estava comendo meu namorado’’.  Olhou para baixo e viu que ninguém a segurava mais. Então saiu correndo pela multidão atrás da garota que acreditava estar lá.

 E estava certa, achou a garota sentada no colo de um galinha qualquer, usava uma saia que não devia der nem cinco centímetros direito e um salto de vinte e cinco.

 - Você errou as medidas, querida. – sussurrou Luna e atacou o cabelo da garota, a puxando para o chão.

 Ela demorou um pouco a perceber o que estava acontecendo e quem a estava atacando, mas quando notou, um sorriso malicioso escapou seus lábios e ela começou a arranhar Luna com as unhas postiças e dar tapinhas inofensivos.

 Luna levantou do chão, impressionada com o quando aquela garota era ruim para brigar.

 - Vamos querida, lute como homem. – Luna falou ironicamente, esperando a garota se levantar do chão – Dá um soco aqui. – ela deu dois tapinhas na própria bochecha, provocando a outra.

 A garota ficou vermelha e atacou Luna, tentando ainda atingi-la com as unhas. Luna torceu o braço da garota e com um chute nas costas a derrubou no chão. Ela levantou e tentou novamente dar tapas em Luna. Dessa vez, Luna já esperava com o punho cerrado e nocauteou a garota com dois socos seguidos. Ela não sabia se a vadia fingia estar desmaiada por covardia ou se era realmente fraca, mas deu meia volta até o ponto principal.

 Os dois ainda trocavam socos, havia alguns dentes no chão e poças pequenas de sangue.

 A boca de Alec estava vermelha e sangue pingava a cada pancada do punho de Jason.

 Mas Jay em compensação parecia bêbado, seus murros perderam a força e a maioria acertava o ar.

 Os dois eram cabeça dura demais para desistir assim. A briga não teria um ganhador. Aqueles que apostaram, ou apenas queriam ver a briga já não estavam animados, não gritavam mais.

 Luna foi até eles e dessa vez ninguém impediu. Entrou na frente dos dois no momento em que Alec mirava o punho na direção do rosto de Jason. O braço desceu quando seus olhos encontraram os de Luna. Uma gota de sangue caiu de sua boca.

 A situação que os dois estavam era melancólica, e até deplorável.

 - Vamos embora. – ela sussurrou para que os dois ouvissem.

 - Não – falou Jason –, vamos terminar com isso primeiro. Enquanto nós não…

 - Vocês o que, Jason? Se matarem? É isso que vocês querem? Por que não trouxeram armas então? Seria mais fácil e rápido. – ela gritava olhando para os dois. Sua expressão se comparava a de uma mãe furiosa.

 Nenhum dos dois disse nada, ela se virou e foi até o carro. Cada um foi para um lado, os curiosos foram embora frustrados e em poucos minutos o beco estava vazio.

 Luna chegou em casa, ficou meia hora de baixo do chuveiro, limpou o ferimento causado pela unha da vadia e se deitou em prantos.

 As lembranças passavam por sua cabeça como um sonho.

 Alec não a queria como amiga, então se afastou dele, ela não queria lhe dar falsas expectativas e ele não aceitava sua ‘’friendzone’’.

 Meses após o ‘’acidente’’ com Alec, ela e Jason conversaram como pessoas civilizadas e voltaram a namorar. Ele a havia traído por que estava carente de atenção da parte dela, que andava mais com os amigos que com o namorado. E sua histeria com tudo o tinha irritado. Ela entendia seu ponto de vista, e depois que eles terminaram ela havia amadurecido e passou a agir mais tranquilamente com tudo. Mas ela percebeu que depois que eles voltaram Jason também estava diferente, ele realmente tinha deixado seu lado ‘’principe encantado’’ de lado.

 Luna e Jason estavam bem. Mas Alec não. Ele se sentia traído por Luna, e desde que ela se afastara dele ele se tornara obcecado por ela, louco, até. Ela passou a ser sua razão de vida e ele não aceitava o fato de ter que suportar o mauricinho com ‘’sua garota’’ novamente. Ele sabia que aquilo não fazia bem para ele, mas se ele tivesse Luna, talvez tudo se resolvesse, então voltou a falar com ela, dizia que queria sua amizade de volta, e sutilmente tentava persuadi-la a deixar Jason. Ela ignorava seus comentários contra seu namorado, afinal também sentia falta da amizade de Alec e achava que assim ficaria tudo bem e aos poucos à vida voltaria ao normal, até tentava arrumar algumas namoradas para Alec, mas ele sempre as rejeitava.

E quando Luna não estava por perto, ele provocava Jason pessoalmente, em poucos dias, os tinhas uma briga marcada.

 Luna continuava com Jason após isso acontecer. Mas quem ficou na pior foi Alec, os pais acharam que ele realmente precisava de tratamento psicológico e o colocaram em uma clinica. O lugar dava liberdade aos internos de serem criativos e fazerem pinturas por todo lugar, mas a única coisa que ele pintava, não importa onde, era o rosto da mesma garota. Os anos que ele esteve lá não o ajudaram a superar isso, ele continuava obcecado por Luna.

 Ela acordou com a luz do sol da manha entrando pela janela. Sua cabeça estourava de dor e ela tinha duas certezas.

 1ª: Alec ainda a amava, ou tinha uma obcessão doentia por ela, dependia do ponto de vista;

 2ª: Ela acabara ficando louca como ele e sendo internada no mesmo lugar;

 ‘’Isso pode ser bom ou ruim’’ pensou e escondeu a cabeça da luz com o travesseiro ‘’Talvez não seja nada bom pra mim, mas ótimo pra ele. O cara do chantilly.’’


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Notas finais do capítulo

Reviews? ^^